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História Everyday Girl - Eu não quero ver ninguém


Escrita por: JarlosAmaKogan

Notas do Autor


VOLTEEEEEEEEEEI
troquei sim a personagem da Hanna, porque né
enfim
espero que gostem!!

Capítulo 16 - Eu não quero ver ninguém


Fanfic / Fanfiction Everyday Girl - Eu não quero ver ninguém

[ Hanna ]

A pior parte de saber que de agora em diante você vai ser dependente de todos. Você não vai poder mais andar a não ser por cadeiras de rodas, vai ter que enfrentar quaisquer tipos de piadinhas preconceituosas a respeito de deficientes e por mais que tenham me colocado esperanças de “isso é passageiro”,  eu não quero isso. Não quero meus amigos me olhando e falando “ Estou com pena de você”. Na verdade, o pior vai ser ver todos se afastarem, principalmente Kendall.

A vista do quarto onde eu estava era diretamente para meu sonho. Empire State. Nossa, como aquilo era alto e como aquilo era lindo. Tão alto que as vezes, em dia nublados, chegava a ficar coberto. Deveria ser lindo. Eu ficava encarando aquilo a todo o momento e pensando no que Caitlin me disse umas três ou cinco vezes. “Por mais alto que seja, os sonhos nunca chegam até o topo. As pessoas tem medo de altura”. O quanto as pessoas gostavam de se arriscar? Ou o quanto as pessoas pagavam pelos seus sonhos? Ou em quantos segundos todos os seus desejos eram tirados de você por uma batida de carro e nunca mais poder mexer as pernas? Eu não sei mais a lógica da vida.

— Com licença — disse a enfermeira entrando no quarto trazendo uma cadeira de rodas e uma bandejinha com os remédios — Essa é sua cadeira. Vim te medicar.

— Fique a vontade — disse para ela, que logo abriu um fecho que tinha ligação com o soro e minha veia e logo aplicou o remédio.  Kendall entrou devagar o quarto naquele momento e eu estiquei minha mão para que ele segurasse. Ele andou até minha direção e o fez. As medicações faziam meu braço doer e faziam arder como se tivessem colocando fogo dentro de minha veia. Nossa, como dói.

Depois que a enfermeira saiu, Kendall sentou-se na cadeira ao lado da cama. Ele me encarava enquanto eu encarava aquela cadeira. Eu acho que não queria falar com ninguém, apenas sofrer sozinha.

— Você... está bem? — ele perguntou uns dez minutos depois

— Não — falei — EU NÃO ESTOU BEM. Agora todos vão me olhar com aquele olhar ridículo de “ ah, que pena de você”. É bem capaz de alguns se afastarem de mim pelo SIMPLES FATO DE EU SER TOTALMENTE DEPENDENTE E MAIS. EU NÃO POSSO MAIS SER EU.

Sabe quando a raiva se transforma em lágrimas? Sabe quando você confia demais na pessoa pra chorar na frente dela? Sabe quando você ama demais uma pessoa e tem medo de perde-la? Eu não sei o que eu estava sentindo. Tudo estava mudado, tudo estava estranho, tudo estava completamente novo e eu não estava querendo esse novo.

Eu virei para o lado oposto a ele, e comecei a encarar de novo o Empire State. Perceber que são poucos os que tem medo de altura e perdem esse medo, e perceber que são muitos os que tem medo de altura e continuam com medo. Eu já não sei se conseguiria subir até o topo do Empire State. Agora, isso se transformou no Everest para mim. E com isso, algo impossível.

— É impossível agora — disse baixinho e as lagrimas ainda caiam — Não posso mais seguir meus objetivos, não sozinha.

— Mas nós estamos aqui com você — Kendall disse colocando a mão no meu ombro e logo dando-me um beijo na testa.

— Logo vocês vão se cansar de uma “inválida” — falei e ele sentou-se na cama, pegando minha mão em seguida — Eu sei disso porque eu conheço meus amigos. Ou acho que conheço. No mínimo, três aguentariam o tranco.

— Olha para mim — Kendall disse — Acredite em mim, eu nunca te deixaria.

— Eu lembro quando você entrou no café — falei e sorri fraco — me apaixonei aquele dia.

— Hanna, você sabe que eu gosto de você — ele disse —não sabe?

— É... eu acho que sei — falei e sorri

— Está na hora da Emma — ele disse se levantando

— Não — falei — eu não quero ver mais ninguém. Quero ficar sozinha, não quero olhares de pena.

— Meu horário é só depois das sete — ele disse — não quer companhia mesmo?

— Eu estou bem — disse virando-me e começando a fitar novamente o Empire State — Eu não quero ver mais ninguém, apenas.

— Tudo bem — ele disse beijando minha testa de novo — Eu volto as sete.

— Você eu quero ver — falei e nós rimos — Obrigada, Kendall

— Não tem o que eu não faça por ti — ele disse e saiu, fazendo eu pensar mais uma vez nos sonhos, nos sonhos que eu não poderei realizar tão cedo. E me faz pensar também na provável hipótese de descarte que eu serei. Tudo bem.

“Por mais alto que seja, os sonhos nunca chegam até o topo. As pessoas tem medo de altura”. “Por mais alto que seja, os sonhos nunca chegam até o topo. As pessoas tem medo de altura”. Então eu adormeci pensando nisso.

“Sonhos são dispersos com outros sonhos. Na verdade, a luta é dispersa com sonhos e sonhos são apenas colocados dentro do nosso sono para termos algo não concreto  e fazer assim torna-lo concreto na vida real”.

— Oi — disse Kendall baixinho quando eu abri meus olhos. Eram quase sete e meia. Uau, dormi praticamente a tarde toda — Como está se sentindo agora?

— A mesma coisa —falei — está ai me vendo dormir desde as sete?

— Sim — ele disse

— Porque não me acordou? — perguntei tentando me sentar, ai lembro que eu não consigo. Então fico de cara fechada

— Porque eu não queria acordar você — ele disse — A proposito, as meninas queriam muito te ver. Caitlin foi com o Carlos resolver uns assuntos da arquitetura do escritório ainda. Emma e Logan foram almoçar, e ainda não voltaram. James deve ter levado a Rachel para casa, ela estava cansada e Nathalia e Austin estão planejando uma viagem.

— Ótimo que eles se ocupem — falei — E você? Está bem? Dormiu bem?

— Sim — falei — Dustin está em casa com uma amiga dele. Não diria isso, porque ele é gamado nela. Mas ele está lá e vai ficar um tempo aqui em Manhattan. Segundo ele, Los Angeles está irritando sua beleza.

— Oh, que legal — falei — não me apresente. Eu não quero mais olhares do tipo “ COITADINHA”.

— Eles são legais — falou ele —A garota tem a sua idade, vocês se dariam bem.

— Ou ela se daria bem com as minhas amigas — fiz uma cara irônica — Mas.. qual o nome dela?

— Se não me engano é Phoebe — ele respondeu. Ora, que mal seria ter mais uma em nosso “grupo”. Ciúmes? Obvio que iria ter, principalmente de minha parte

— Legal — falei e abaixei a cabeça — Mas ainda não quero contato. Queria poder me acostumar com isso primeiro, mas vai ser impossível.

— Você não está sozinha — ele disse — Estamos com você.

— É — falei calmo — eu sei.

Mas ainda assim algo me dizia que isso acabaria em pouco tempo. Isso de “amizade para sempre” duraria no máximo mais uns dois meses. Não seria fácil, eu não estou pronta. Então, depois de mais uma hora conversando, vendo vídeos e rindo de fotos engraçadas eu adormeci. Estava segurando a mão dele e não percebi. Ele me fazia tão bem.

Na manhã seguinte eu já não acordei sozinha. Não era Kendall e eu queria saber que diabos deixou outras pessoas entrarem. Qual a parte do “ eu não quero ver ninguém” ainda não entenderam?

— Hoje você não escapa de mim, mocinha — falou.


Notas Finais


OPA KIRIDA


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