História Everyday Girl - Relembrando

[ Austin ]

-Dois dias depois-

Eu já conheço a Nathalia tem um bom tempo. Acho que nunca ninguém soube como nos conhecemos ou como eu pedi ela em namoro. Foi algo diferente e posso dizer que me fez bem trazer ela para minha vida.

(flashback on)

Foi em uma festa. Uma festa mais tranquila, não as que atualmente eu e os meninos vamos. Festas mais calmas e com mais aconchego da turma. Se eu me lembro bem foi uma festa de colegial. Ultimo ano e ninguém quer sair da escola por causa dos amigos. Foi praticamente um acampamento fora de casa. Fomos na casa da pessoa que tinha a maior naquela época, acho que a Emily. Um jardim grande que coube todas as barracas. Ela ficou com Melissa, uma amiga ruiva mó chatinha dela. Ela fazia todos se sentirem inferiores a ela e isso era extremamente ridículo. Mas se ela gostava da amizade naquela época o problema era dela.

Naquela noite, depois que acenderam a fogueira todos entraram na casa para poderem apenas trocar de roupa. Ela ficou sentada na beira da fogueira observando a brasa sendo queimada. Me sentei ao lado dela e perguntei se ela estava bem.

— Eu nunca tinha sido convidada — ela disse de cabeça baixa passando o dedo pela borda do copo de plástico que segurava — eu não sou popular

— Melissa não te tornou popular? — perguntei

— Melissa só me usou para chegar no meu irmão — ela disse — eu só dividi barraca com ela porque senão eu dormiria aqui mesmo onde estou.

— Não se preocupe — falei — se você precisar de um ombro amigo pode contar comigo.

Ela me olhou e sorriu tímida. Então o pessoal voltou de dentro da casa e trouxeram mais comida, mais bebida e um violão. Tinha tudo para ser uma noite agradável. Observamos a lua, as estrelas e até fizemos piada da turma do segundo ano que era a mais odiada por nós.

Quando todos estavam dormindo, eu ouvi um barulho vindo de fora e então eu levantei para ver o que era. Nathalia estava indo embora? Mas porque ? Resolvi seguir ela. Ela andava devagar e depois rápido, como se quisesse sair dali o mais rápido possível. Então eu parei ela.

— Porque? —perguntei

— Austin, eu não tenho amigos ali — ela disse — eu só quero minha casa, minha cama e minha solidão.

— Eu te quero ali — disse segurando o braço dela — por favor.

— Austin, eu não estou me sentindo bem ali — ela disse se soltando educadamente — Espero que entenda.

Então ela começou a andar e eu fui atrás dela, parei-a de novo e a beijei. Eu não me importava se minha popularidade que eu não tinha fosse pro brejo por beijar uma não popular. Fazia muito tempo que eu estava de olho nela, reparando seu jeito e suas manias. Eu já amava demais para esconder tudo o que eu sentia.

(flashback off)

Ela havia saído cedo hoje pois tinha que resolver algumas coisas com os pais dela. Hora perfeita para pensar em algo para comemorar nosso um ano juntos. Talvez um jantar romântico, uma música calma, luz de velas. Talvez poderia ser um cinema, um jantarzinho casual e um buque de rosas. Mas porque não misturar os dois? Uma noite de filmes e pizza e um buque de rosas e depois uma música? Uma ótima ideia, não é?

Liguei para Logan e ele estava na casa dele. O que mais ele poderia estar fazendo em uma quarta feira? Nada né? Perguntei para ele se ele poderia me emprestar o violão dele porque o meu estava sem as cordas e ele concordou. Passei por lá e logo passei em uma floricultura. Peguei as rosas mais bonitas que havia naquele lugar. Fiquei planejando o resto do dia como seria essa surpresa e sinceramente eu não fazia ideia.

Segui meu rumo. Fui para casa, almocei, deitei um pouco, pensei, levantei, tomei água, deitei novamente, pensei, pensei, pensei, levantei, vi que horas eram, me arrumei e a esperei. Arrumei a sala para ficarmos confortáveis para vermos algum filme legal, coloquei várias pizzas na mesa e algumas garrafas de refrigerante, coloquei o violão do lado do sofá e o buque num vaso bem bonito para ela.

[ Nathalia ]

Eu tinha que pelo menos comprar algo legal para o Austin. Um ano de namoro não se passa em branco assim. Sai logo cedo de casa e fui resolver algumas coisas com meus pais na casa deles. Pedi dinheiro para comprar um presente para o Austin e é obvio que eles cederam. Meus pais amavam ele.

Semana passada, estávamos andando pelo shopping e ele viu uma jaqueta incrível na vitrine  porém não podia comprar. Voltei naquela loja e a jaqueta ainda estava lá e ainda com desconto, o que facilitava para os dois lados. A moça embalou bonitinho para mim e eu estava tão feliz. Eu almocei por ali mesmo. Já eram quase três da tarde quando resolvi voltar para casa. Deitei um pouco até dar seis e meia e então comecei a me arrumar. Austin disse que iriamos ver filmes hoje na casa dele. Ui, adoro.

Coloquei um vestidinho florido bem soltinho, calcei minhas sapatilhas, passei um batom cor de boca e tentei deixar meu rosto o mais natural possível. Prendi meu cabelo em um coque frouxo e pronto. Estava eu prontinha e linda. Eu morava a uma rua e meia da casa do Austin e resolvi ir andando com o presente dele. Estava tudo tão lindo.

Cheguei na casa dele e toquei a campainha. Ele todo arrumado. Com uma camisa polo e bermuda jeans, seu par de tênis favorito e seu cabelo bagunçado com sempre, poderia até achar que era para mim mesmo. Beijei-o e logo entrei. Vi várias caixas de pizza em cima da mesa e também refrigerantes. Se ele queria me engordar, seria uma maneira de dar certo.

— O que você está tramando, Mahone? — perguntei — Alias, isso é para você

— O que é isso? — ele perguntou curioso pegando a sacola da minha mão

— Se você abrir, não vai saber — disse

Ele sentou-se no sofá e começou a desembrulhar o pacote. Papel azul cintilante com um laço dourado ,ficou a coisa mais linda. Ele me olhava e olhava para o pacote. Vice e versa. Tira casaco, bota casaco. Eu já estava ficando nervosa.

— O que achou? — perguntei me sentando no braço do sofá

— Porque você gastou uma nota com essa jaqueta? — ele perguntou incrédulo

— Porque você merece?! — falei — você sabe que eu te amo

— Eu também te amo, Natxe — ele disse e levantou-se e me puxou pelo braço me envolvendo no abraço mais gostoso que ele tinha — também tenho algo para você.

— Eu já estou curiosa — falei

— Não era esse o plano, mas agora vai ser —Austin disse pegando o violão e sentando ao meu lado no sofá. Virei-me de frente para ele e então ele começou a dedilhar algumas notas.

“Don't the water grow the trees

Don't the moon pull the tide

Don't the stars light the sky

Like you need to light my life”

Austin não demonstrava muito os seus dotes musicais. Sempre preferia cantar sozinho ou tocar sozinho. Eu sempre consegui ouvir algumas vezes ele cantarolando e era a coisa mais maravilhosa. Eu sempre gostei de sua voz, ela me acalmava. E agora, saber que ele fez uma música para mim era motivo mais que especial para eu ama-lo ainda mais do que eu já amava.

Eu estava ainda o encarando e ele tocava lindamente. Senti que já não podia mais segurar minhas lágrimas devido ao belo presente e obviamente melhor presente que já ganhei. E olha que nem era meu aniversário.

Austin podia ou não imaginar minha imensa felicidade. Só de ter ele ao meu lado, puta que pariu, eu era a menina mais feliz do mundo. Ele me ajudou desde quando eu era isolada e agora ainda mais que sou a “popular”. Posso falar, eu adoro.

Ele olhou para mim e eu o agarrei com todas as minhas forças. Abracei-o ainda chorando, fazendo molhar sua blusa. Abraço reciproco. A noite seguiu conforme os planos. Comemos muita pizza e tomamos muito refrigerante. Ficamos abraçados o filme inteiro e pude sentir e transmitir certa confiança e proteção. Eu o amava demais.