História Everything Can Change - Eu Conheço os Intitulados Marotos

Capitulo dois

Eu Conheço os Intitulados Marotos

“E então você vê que existem pessoas mais loucas que você.”

Devo confessar que já passei por muitos momentos estranhos e constrangedores na minha humilde vida.

Como por exemplo, uma vez no meu segundo ano fui desafiada por umas garotas a correr somente de roupas intimas pelo Instituto. Se eu cumprisse o desafio ganharia todos os seus estoques de doces.

Como a entrada de doces no Instituto era proibida, era bem obvio que eu não deixaria essa chance de aumentar o meu estoque de doces (segundo a diretora Edelin, os doces só eram proibidos porque deixavam a mente distraída e preguiçosa. É por isso que uma boa parte dos alunos, não só eu pela primeira vez, contrabandeavam doces para dentro do Instituto). Além de que eu nunca fujo de um desafio.

Foi um pouco constrangedor da de cara com a diretora no meio do corredor, enquanto eu corria somente com um sutiã simples e, a parte realmente e verdadeiramente vergonhosa, uma calcinha estampada com desenhos de varinhas. Ridículo! Até hoje não sei o que me deu para usar aquela coisa justamente naquele dia.

Já no terceiro ano, depois de me comportar de forma inadequada na aula de etiqueta, deveria, como castigo, cantar o hino do Instituto na frente de toda a escola no horário do jantar.

Para quem nunca me ouviu cantar, devo dizer que são sortudos. Sou um completo fiasco cantando. E, para ser sincera, cantar é uma das poucas coisas que me deixam envergonhada. Então já da pra imaginar que não foi uma cena muito agradável de ver.

Mas, sem dúvida nenhuma, essa era a segunda situação mais estranha e constrangedora que já presenciei. Quando sai do Instituto das Bruxas de Salem minha maior preocupação era saber com que cara encararia meus tios, porque, por motivos que ainda não sei, não contei a eles que havia sido transferida.

Tudo sumiu da minha mente no momento em que sai da lareira diretamente na sala da mansão Potter. Pois na minha frente encontravam-se quatro garotos de cueca. Somente de cueca. E essa não era a parte mais estranha, e sim o fato de que dois deles estavam numa espécie de abraço-luta, um estava jogado no chão rindo e o outro se encontrava sentado no sofá lendo. Quem faz essas coisas usando somente uma cueca?! A única coisa em comum neles, além do fato de estarem de cueca , era a expressão que fizeram a me ver. Posso ter quase certeza que minha cara era uma réplica da deles, ou ainda pior.

— Por Merlin! Ainda bem que Tia Euphemia não esta aqui. - super normal. Quatro garotos seminus na minha frente, e a primeira coisa que digo, é que minha tia não está. E eu sabia que ela não estaria ali, pois nunca permitiria que esses garotos estivessem vestidos desse jeito, ou não vestidos no caso.

Os dois que estavam no abraço-luta se separaram rapidamente. O mais baixo dos dois eu reconheceria em qualquer lugar. Com seu cabelo castanho rebelde, seus olhos castanho-esverdeados que quase ficavam escondidos por trás dos óculos redondos e lábios que sempre carregava um sorriso maroto e sabichão. Meu querido primo James Potter, ao qual não via há alguns anos. Não posso negar que meu primo é lindo, mas vê-lo seminu não estava na minha lista de coisas que gostaria de ver.

Já o outro, um pouco mais alto que James, tinha cabelo negro na altura dos ombros, olhos cinza como a tempestade, um rosto e corpo de dar inveja em qualquer um. Devo confessar que é um dos mais belos rapazes que já vi, uma pena que parecesse ter a cara de um safado completo.

O que estava jogado no chão era o menos bonito deles. Era baixinho e meio gordinho, cabelo castanho e olhos também castanhos.

Mas o que estava sentado no sofá lendo, com toda certeza, parecia o mais envergonhado de todos nós. Com cabelo castanho claro e lindos olhos cor de âmbar, tinha no rosto varias cicatrizes espalhadas e estava completamente vermelho de vergonha. Também parecia ser apenas um pouco mais alto que eu.

E eu sabia quem eram esses três garotos que estavam com meu primo. Mesmo durante todos esses anos que não nos víamos, meu primo e eu mantemos contato através de cartas, onde contávamos um ao outro nossas experiências escolares, o que na verdade significa que trocávamos ideias de pegadinhas. 

Em praticamente todas as cartas ele menciona esses três, Sirius Black, Remus Lupin e Peter Pettigrew, que são os seus melhores amigos. E desde que ele começou a me contar sobre suas incríveis aventuras em Hogwarts, tive vontade de conhecer os famosos Marotos, que era como eles se chamavam.

Mas não era bem assim que imaginei conhece-los. Com eles seminus e comigo toda coberta de fuligem já que havia acabado de sair da lareira. Enquanto nos encarávamos assustados.

— Prima! - Gritou James depois de nos encararmos pelo que parecera uma eternidade, correndo em minha direção e me esmagando em um abraço de urso. - Senti sua falta, Sam.

— Também senti sua falta, primo. - disse ao me soltar de seu abraço. Olhando mais uma vez para os garotos que nos observavam e não me aguentando mais de curiosidade, me virei para James e pedi. - Posso te fazer uma pergunta Jay?

— Claro! - Exclamou ele.

— Por que vocês estão somente de cueca? - perguntei.

— Ah, bem. É que... - o barulho de passos apreçados subindo as escadas o interrompeu antes que pudesse me responder, e ao olhar para ela só deu tempo de ver três vultos correndo em direção ao segundo andar. - Depois te conto. - respondeu sem graça antes de também correr em direção à escada.

Assim que ele sumiu no fim da escada, aproveitei para observar a sala da mansão Potter, que eu não visitava havia anos. com dois sofás da cor creme, uma mesinha de centro feita de madeira envelhecida, que possuía várias marcas de linhas causadas por penas coloridas, feitas por mim e James quando tínhamos cinco anos. Uma estante repleta de porta-retratos de todos os Potter, que ocupava toda a parede esquerda da sala, e quadros enfeitiçados de paisagens completava o ambiente. Nada havia mudado desde a ultima vez que estive aqui.

Não demorou muito e todos os quatro desceram completamente vestidos dessa vez e pararam perto de mim, mas não tiveram tempo de dizerem nada. Porque naquele momento a porta da sala se abriu chamando nossa atenção, e por ela passou Tio Fleamont e Tia Euphemia rindo. Riso que morreu assim que bateram os olhos em mim.

— Ferrou! - foi a única coisa que consegui dizer antes de Tia Euphemia e Tio Fleamont virem em minha direção.