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História Everything is Blue - Destiel - 01


Escrita por: Eva_Z

Notas do Autor


Eu sei que eu tenho um milhão de fics pra atualizar, tenho que dar explicações do porque parei com projetos e tudo mais, mas eu não gosto de ter que ficar me explicando kkkkkkk

Eu só tava com um bloquei criativo e não estava satisfeita com meus projetos, mas agora, eu creio que vou voltar a fazer o que me agrada de fato. (Sem contar que essa Fic já tava pronta, é só um releitura kkkk)

Então é isso, espero que gostem...

Capítulo 1 - 01


 

New York - EUA

20…. 19…. 18…. 17.… Castiel olhava o relógio pendurado na parede, não dando a mínima atenção ao que o professor dizia, apenas contava mentalmente balançando as pernas de modo frenético por baixo da carteira… 10…. 9…. 8…. para a alegria de todos ali, aquele era o último dia de aula antes das tão esperadas férias de verão… 5… 4… 3… tudo o que o garoto queria era sair daquele lugar e passar o máximo de tempo possível longe de todas aquelas pessoas… 2… 1… Finalmente o sinal toca.

Os alunas nem mesmo esperaram o pobre professor concluir seu raciocínio, assim que ouviram o som estridente da sirene saíram mais do que depressa da sala, e ele não fez diferente. Com sua mochila nas costas o garoto andou a passos rápidos para fora do edifício, olhando em volta a procura do carro de sua mãe que, como de costume, deveria estar no meio de toda aquela movimentação. Desviou a atenção da rua ao que sentiu seu celular vibrar, tirando do bolso para conferir do que se tratava.

 

Mom: Cassie, eu não vou poder te buscar hoje. Pegue um ônibus e lembre-se: vá direto para casa.

 

Revirou os olhos e bufou, andar de ônibus definitivamente não era uma de suas atividades favoritas.Caminhou até o ponto e se sentou, seria no mínimo meia hora de espera, sorte do moreno que ele havia trago consigo seu livro, “A morte melancólica do rapaz ostra e outras estórias”. Aquele não era bem um livro convencional, afinal, era uma obra de Tim Burton, um dos melhores autores da atualidade na opinião do garoto. Consistia em uma junção de pequenos poemas ilustrados, os quais falavam de meninos e meninas diferentes, estranhos, inadaptados. Castiel se identificava com a maioria deles.

Não se considerava uma pessoa melancólica, mas de fato era. Nascera assim, com alma escura como dizia a mãe, puxara isso da mesma e se orgulhava de tal. Pode parecer ruim ou solitário, mas para ele não fazia diferença, sempre fora deste modo, não conhecia realidade distinta. Talvez aquele fosse seu autor predileto por isso: ele parecia ser como o moreno, parecia enxergar as coisas do seu próprio jeito, de certo modo mais tristes e sombrias, mas para ele, aquilo de forma alguma era ruim, pelo contrário, era aconchegante.

Nunca se sentiu como as outras pessoas, sentia-se diferente, talvez pela sua pele extremamente branca, cabelos de um intenso negro e olheiras fundas as quais não eram suficientes para apagar o azul dos olhos que, mesmo gélidos, mostravam-se extremamente belos.  

Coçou a cabeça olhando no relógio, estava ansioso, queria chegar logo em casa. Abriu a mochila avaliando as coisas ali dentro, pensou por um segundo até que finalmente pegou um cigarro levando-o até os lábios, puxou a fumaça pra dentro dos pulmões soltando lentamente em seguida. Fumar era um dos muitos hábitos do garoto, aquilo o deixava mais relaxado de certa forma. Não fumava pela sensação de liberdade ou qualquer besteira do tipo, não era livre e sabia disso, afinal, todos somos prisioneiros de alguma coisa.

Não demorou muito para que o ônibus chegasse, entrou calado e saiu da mesma maneira, dando graças por enfim estar em casa. Abriu a porta já tirando seus tênis e jogando-os em qualquer canto da sala, sua mochila não teve um fim diferente. Arrancou de si a blusa, arremessando-a em cima do sofá, desafivelou o cinto e então respirou fundo, alívio. Foi até a cozinha enchendo um copo com água, não estava com fome, na realidade ele dificilmente estava com fome e quando estava não conseguia comer direito, talvez por isso fosse tão magro, mas não se importava.

Caminhou de volta para a sala observando sua mochila jogada no chão, piscou algumas vezes se perguntando se valeria a pena, queria algo que estava dentro a mesma, mas para isso precisaria se abaixar. Sentiu a cabeça latejar e a boca ficar seca, concluindo que sim, valia a pena. Foi até o objeto, abaixando-se e retirando de dentro um cartela de comprimidos, comprimidos esse que serviam apenas para deixar seu corpo mais relaxado, não havia uma causa ou dor específica, era apenas mais um hábito, preferia chamar assim, afinal vício era uma palavra deveras pesada na sua concepção.

Colocou um deles em sua mão e o levou até a boca, porém, antes de engolir pensou mais um pouco, suspirando pesadamente. Em seguida, pôs mais um comprimido na boca, engolindo assim os dois de uma só vez com ajuda da água. Nem dez minutos depois sentiu seu corpo pesar, lutava para manter as pálpebras abertas, então ele sorriu, conseguira o que queria, jogou-se no sofá e adormeceu.

 

XXX

 

Ao chegar em casa no fim da tarde, Hanna deparou-se com a sala completamente desorganizada, as coisas de Castiel estavam espalhadas por toda parte. Pensou em chamar o filho para mandar-lhe arrumar toda aquela bagunça, mas desistiu assim que o viu deitado de bruços no sofá, dormindo como uma pedra, ele até roncava. A mulher foi até a cozinha, estranhando o fato de estar organizada demais, subiu até seu quarto despindo-se das roupas formais e colocando algo confortável.

-Cassie. _ ela chamava sacudindo o ombro do mais novo. _ Cass vamos lá! _ disse um pouco mais alto não obtendo respostas. _ CASTIEL! _ gritou próxima ao ouvido do outro fazendo-o acordar em um pulo, caindo do sofá.

-Porra mãe! _ xingou se levantando.

-É bom ver você também. _ sorriu sínica sentando-se no sofá sendo acompanhada pelo garoto. _ Como foi o dia? _ perguntou ligando a TV

-Cinzento. _ disse simples _ E o seu?

-Cinzento. _ falou e ambos assentiram positivamente, sem desviar os olhos da televisão.

-Todos eles são. _ disseram e uníssono, rindo leve em seguida.

-Você almoçou? A cozinha está um brinco.

-E-eu almocei fora. _ mentiu

-Com quem? _ cerrou os olhos olhando para o moreno

-Amigos. _ respondeu de imediato

-Está mentindo.

-Porque eu estaria? _ tentou disfarçar o nervosismo, odiava mentir para a mãe.

-Porque você não sai para almoçar com “amigos”, quem me dera. Seu único amigo é o Gabriel e ele está viajando.

-Muito obrigado, você acabou de pisar na autoestima de um adolescente com problemas para se socializar. _ falou sarcástico.

-Não dramatize as coisas, a vida já é triste demais. _ respondeu vendo o mais novo sorrir.

 

Ficaram um tempo em silêncio, apenas assistido o documentário sobre aliens, assunto que muito interessava aos dois.

-O que vai fazer nas férias Cassie? _ a mulher rompeu o silêncio.

-Vários nadas. _ respondeu

-Que bom que não tem planos, porque eu tenho planos para você.

-Se estiver querendo me fazer trabalhar naquele maldito mercado outra vez, saiba que a resposta é não. _ disse sem nem mesmo olhar para a mãe.

-Não, Rufos não te aceitaria de volta, você assustava os clientes. _ disse lembrando-se do desastre que havia sido. _ Na verdade são planos bem diferentes… Você vai ir ver seus avós. _ falou receosa enfim recebendo atenção total do moreno

-Mas eu não vou mesmo!

-Ah você vai, vai sim.

-Não pode me mandar pro outro lado do mundo sem minha aprovação. _ aumentou levemente o tom de voz, estava indignado. _ De onde você tirou isso? Você odeia aquele lugar, odeia as pessoas, odeia o clima, odeia o cheiro, não deveria querer colocar os pés naquela ilha outra vez.

-E não quero, é por isso que você vai sozinho.

-SOZINHO?? _ deu um berro.

-É, sozinho, você já tem 17 anos, se não puder viajar sozinho pode desistir de ser alguém na vida. _ falou vendo o filho ainda relutante com a ideia. _ Cassie por favor, sua avó me ligou, eles querem ver você. _ pediu o mais doce possível.

-E eu tenho opção? _ murmurou vendo a mulher abrir um enorme sorriso

 

Agora Castiel iria para Grécia, a maldita Grécia. Seus avós eram gregos assim como sua mãe, mas ele não visitava muito os parente, devido a distância e a tremenda inconveniência a qual tios,avós e primos reunidos causam, parece que a qualquer momento alguém vai simplesmente morrer, ou algo extraordinariamente trágico irá acontecer. Tinha certeza que se sentiria deslocado e desconfortável, até porque, a última vez que os vira tinha apenas 5 anos.

 

XXX

 

Os dois dias seguintes se passaram rápido, o dia da viagem já havia chegado. Vestiu-se com sua habitual jaqueta jeans, uma calça preta rasgada nos joelhos, seus coturnos surrados e uma camiseta preta com estampa qualquer, rumando em direção ao aeroporto, fingindo escutar tudo que sua mãe o falava sobre “como sobreviver aos gregos”. Chegou ao aeroporto e teve de esperar para despachar suas malas, passaria três meses lá, portanto ele precisava de uma quantidade considerável de roupas e muitos, mas muitos livros para ajudá-lo naquela imensidão de tédio. Lembrou-se é claro de esconder meticulosamente os maços de cigarros e cartelas de comprimidos entre as páginas dos livros, os quais disfarçavam os detectores, caso fosse problema, afinal não portava nada ilícito, era pura precaução.  

Despediu-se da mãe com muitos abraços e pedidos vãos de que ela mudasse de ideia e o deixasse ficar, dizendo para a avó que ele estava em recuperação, trabalhando, em uma colônia de férias ou apenas morto. Para o desgosto do rapaz, Hanna manteve-se firme em sua decisão, no fim das contas achava que ia ser bom para o garoto conhecer os primos e ir para um lugar diferente ao invés de simplesmente vegetar durante toda as férias.

Entrou no avião já se preparando psicologicamente para a longa viagem que faria, um voo sem escalas, sua escolha, teve receio de se perder nos desembarques ou coisa parecida. Sentou-se na janela, agradecendo por o acento ao seu lado estar vago, felizmente as pessoas que optavam por um voo sem paradas eram poucas. Assim que liberado o uso de eletrônicos, colocou seus fones de ouvido e iniciou uma playlist aleatória, encostando a cabeça no vidro e apreciando a vista, um imenso nada.

Tentou dormir mas aquilo se tornava cada vez mais impossível, suas mãos começaram a suar e suas pernas balançavam de maneira frenética, precisava de um cigarro. Sua boca estava seca e sua cabeça começou a latejar, cada pequeno cochicho ali dentro pareciam vozes latentes dentro de sua mente, sua visão chegou a ficar turva quando uma aeromoça se aproximou.

-O senhor está bem? _ perguntou demonstrando real preocupação.

-Hu-um? _ piscou algumas vezes voltando sua atenção para a loira que continuava o encarando.

-Perguntei se o senhor está se sentindo bem? Precisa de algo? _ mais uma vez perguntou o mais simpática possível.

-Ah sim, desculpe. E-eu estou bem. _ sorriu de leve, franzindo o cenho e engolindo em seco ao que sentiu seu corpo gelar. _ Será… Será que você pode me trazer um pouco d’água?

-C-claro, só um minuto. _ respondeu desconfiada, saindo dali em seguida.

 

Castiel sentiu sua respiração pesar, estava zonzo, tentou lembrar-se da última vez que havia comido, não conseguindo se recordar. Logo a aeromoça voltou lhe entregando uma garrafa d’água assim como pedira, ele só sorriu educado vendo-a sair para atender a outras pessoas. Abriu com demasiada pressa, bebendo mais da metade da garrafa em apenas uma golada na intenção de enganar ao seu estômago, depois, levou a mão até o bolso da jaqueta comemorando internamente por ter ali uma cartela de comprimidos, mesmo que no fim. Olhou para as duas últimas pílulas batendo a cartela em sua coxa de maneira frenética, suspirou pesado, “que se dane” pensou logo ingerindo tudo de uma só vez. Mal viu quando pegou no sono e já estava na Grécia.   

 

XXX

 

Desembarcou observando tudo à sua volta, fora o clima quente como o inferno, as coisas ali pareciam normais, mas estava em um aeroporto, aeroportos são todos iguais afinal, não importa o país. Andou apressadamente procurando por entre as lojas e lanchonetes uma que lhe fosse agradar, quando seus olhos bateram na placa verde com grandes letras que formavam a palavra “StarBucks”, um sorriso apareceu em seu rosto involuntariamente. Entrou no estabelecimento pedindo café puro e bem concentrado, pagando pelo produto e saindo dali.

Tomou um gole sentindo o amargo, de fato era puro e pra lá de concentrado, o bom e velho café grego.  Caminhou mais um pouco, tentando identificar alguém conhecido, já que sua mãe lhe disse que algum parente o esperaria ali. Após procurar um pouco viu um rapaz, parecia ser pouca coisa mais velho que ele, os traços eram os mesmo, porém mais bronzeado e bem mais atlético; Miguel. Sentiu-se estranho por reconhecer o primo já que não o via a tanto tempo, porém sua família possuía características bem únicas, especialmente Miguel.

Aproximou-se do outro meio acanhado, surpreendendo-se com o cumprimento caloroso e animado, os gregos são assim, lembrou-se. Esperaram as malas, o mais alto fez questão de levar duas delas deixando Castiel apenas com uma bolsa de lado razoavelmente leve, praguejava mentalmente pelo sol, tendo de por seus óculos escuros para que seu astigmatismo não criasse vida e acabasse o esganando. Pegaram um táxi e saltaram no porto, ainda precisariam fazer um longo percurso de balsa.

Os avós do garoto moravam em Oia, na ilha de Santorini, vilarejo tradicional, um dos lugares mais bonitos do país, mas é claro, com uma população que seguia os costumes a risca. Quase toda a Grécia segue os antigos costumes e superstições, prezam imensamente pela cultura, e sua família não era diferente.

Desceram no porto, estava bastante movimentado, o que o mais novo achou péssimo, andar de balsa já seria ruim, estar cheia só pioraria tudo. Ao estarem na beirada, duas balsas se preparavam para sair, ambas lotadas, Miguel observou a menos congestionada e se direcionou a ela. Pouco antes de entrarem, uma outra balsa chegou no porto, apenas duas pessoas dentro da mesma, e ao contrário da maioria, os “pilotos” não eram velhos gordos que cheiravam a vinho, eram dois adolescentes, pareciam extremamente amigáveis.

Castiel sentiu seu rosto corar ao que o mais velho deles percebeu que estava sendo observado, olhando diretamente em suas íris azuis, ou quase, já que os óculos estavam no caminho. Já o loiro de olhos verdes apenas sorriu, achando extremamente fofa a atitude do rapaz, e observando curioso seu jeito interessante e… diferente.

 

-Hey! _ castiel ouviu uma voz grave chamar, sabia de onde vinha, mas se recusava a crer que era com ele. _ Heey! _ escutou novamente, mais alto desta vez.

Se permitiu olhar, tombando a cabeça para o lado e cerrando os olhos por detrás das lentes ao avistar o loiro com o par de safiras mais lindo que ele já vira acenar para si com um sorriso no rosto. Olhou para os lados ainda sem saber se era realmente com ele, confirmando assim que o fitou novamente, apontando para si mesmo e perguntando mudo: “eu?”. Não era necessário dizer nada, afinal, a distância considerável que os separava impediria que ele escutasse qualquer coisa e Castiel definitivamente não estava disposta a gritar. O de olhos verdes apenas alargou o sorriso assentindo enquanto fazia sinal para que o moreno fosse até lá.

 

Ponderou a ideia, não seria assim tão mal, afinal eles pareciam ser boas pessoas e a balsa deles estava bem mais vazia, Seria melhor do que se espremer no meio de toda aquela gente.

-Miguel. _ segurou o braço do maior impedindo que o mesmo embarcasse.

-Sim Castiel? _ virou-se atento.

-Será que não podemos ir naquela balsa alí? Digo… está mais vazia e… _ apontou para o local estranhando ao que desviou o olhar para e viu o rapaz antes sorridente com um semblante duro. _ Acho qu-ue seria melhor, sei lá. _ terminou a frase ainda observando o outro que agora amarrava a corda ao porto de maneira agressiva.

-Desculpe, mas não, definitivamente não. _ Miguel respondeu embarcando no móvel lotado.

 

Havia achado aquilo tudo muito estranho, Miguel parecia tão furioso quanto o loiro, mas porque? Bom, que se dane, agora eles já estavam a caminho e tudo o que o pequeno Cassie queria era se afundar em uma cama e dormir durante três meses seguidos.

 


Notas Finais


Bom, tá aí, esse é o começo, espero que tenham gostado.

Deixem a opinião de vocês porque isso é muito importante e incentiva bastante.

Beijos e até mais.


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