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História Everything is Blue - Destiel - 04


Escrita por: Eva_Z

Notas do Autor


Voltei...

não tenho muito o que escrever aqui, mas eu só queria agradecer aos favoritos e comentários, eles me deixam super feliz.

Desculpa qualquer coisa aí, até as notas finais.

Capítulo 4 - 04


Oia - Grécia

 

Castiel estava deitado, olhando profunda e diretamente para o teto, tão concentrado que era capaz de ignorar seus primos que brigavam do lado de fora do quarto, e mesmo que estivesse atento a isso, Anna e Miguel gritavam em grego um com o outro, sendo assim não entenderia nada. Passava a mão em seu pescoço sentindo-se estremecer ao lembrar dos lábios de Dean passeando por ali. Afinal, porque se sentira assim tão bem com aquele garoto? Porque ele conseguira causar-lhe tantas sensações?

Castiel não era gay, disso sabia, já havia dormido com garotas e até chegou a namorar sua colega Meg quando era mais novo, e não pode negar que gostou, gostou muito, uma pena a garota ter se mudado. Mas então porque diabos ele não conseguia parar de pensar nas mãos de Dean passeando por todo seu corpo? Aquilo era certo? Castiel sentia-se sujo de certa forma, havia deixado um garoto completamente estranho invadir seu espaço pessoal, era quase um… pecado? Bom, que seja, o moreno não acreditava mesmo em um Deus.

Saiu de seus devaneios ao que a porta foi aberta, sentou-se rapidamente, consertando a postura já que esperava um Miguel tão nervoso quanto o que acabara de lhe buscar naquela festa. Por sorte, quem estava ali era Anna, com lágrimas nos olhos, mas um enorme sorriso estampado.

-Posso entrar? _ perguntou meiga.

-Claro.

A ruiva sentou-se ao lado do primo na cama, suspirando com os olhos fechados antes de começar a falar.

-Miguel está arrependido por ter feito o que fez, a culpa não é sua, ele te constrangeu, não foi correto.

-Tu-tudo bem. _ assentiu ainda meio confuso, não entendia direito o que havia acontecido.

-Então, quem é o cara? _ Anna já sabia, seu irmão já havia contado a ela, mas estava tentando ser gentil e compreensiva.

-O… o nome dele é Dean. _ respondeu pronunciando o nome em um sussurro, mais para si mesmo.

-Claro que é. _ bufou erguendo as sobrancelhas, Castiel ficou ainda mais confuso. _ Ele sempre se engraça com os turistas.

-Ma-mas. _ o moreno não sabia o porque, mas estava chateado com o que ouvira, então ele era só mais um turista? _ Porque Miguel ficou daquele jeito então?

-Olha Castiel, não o culpe muito. _ ela chegou para perto do mais novo. _ Acontece que nossa família é inimiga da família dele, nós não conversamos, e até evitamos estar nos mesmos lugares. Meu irmão particularmente tem uma rixa com o Dean, eles se odeiam desde que… Bom, não vem ao caso. Só o que precisa saber é que deve ficar longe deles, bem longe. Pode fazer isso?

-Claro. _ assentiu sem pestanejar, no fim das contas aquele era um bom motivo para fugir de algo que já o apavorava.

-Ótimo, não fique chateado com o Miguel, ele é gentil, só perde o controle às vezes. _ completou saindo do quarto.

 

Castiel continuou ali, apenas pensando, pensando no quanto havia gostado de Dean, e no quanto aquilo lhe parecia tão errado, mas tão certo ao mesmo tempo. Queria tanto não estar ali, porém não sabia para onde ir, e com esses pensamentos lhe perturbando a mente, mais uma vez viu o sol raiar.

A medida que os raios invadiam o quarto, passando por entre as frestas da janela azul de madeira antiga, o moreno foi se dando conta de quanto tempo perdera ali, apenas pensando, pensando em Dean, pensando na vida, pensando que já não tinha mais uma vida. Mal notou a lágrimas em seus olhos, inevitáveis devido às lembranças, lembranças que doíam e lhe cortavam a alma, aquilo era mais do que ele podia suportar.

Um dia Castiel chegou a pensar que a pior dor era perder alguém que se ama, mas agora sabia que a pior dor de todas é perder a si mesmo, e ele já não tinha nenhuma esperança de se encontrar. Já nem se lembrava quando isso tudo havia começado, já havia perdido seu primeiro corte em meio aos outros tantos marcados em sua pele, não se lembrava como e nem quando começara com os remédios, mas sabia que hoje isso fazia parte da sua melancólica rotina. Não sabia quando essas coisas haviam começado, mas sabia exatamente o porquê, e lembrar disso o desmoronava interiormente.  

Decidiu levantar-se e tomar um banho, nada seria melhor para lavar-lhe de todos aquelas lembranças. Sentiu a água escorrer pelo corpo, fechou os olhos e se permitiu relaxar. Fleches invadiam a sua mente, podia sentir o cheiro amadeirado do loiro como se este estivesse tão próximo quanto na noite anterior. Passou a mão pelo pescoço, lembrando-se da sensação dos lábios quentes, marcando sua pele sem zelo. Seu corpo fervia e ele não era capaz de tirar os olhos extremamente verdes de seus pensamentos.

Secou-se e voltou a deitar, não tendo certeza se deveria mesmo repreender a si mesmo em pensamentos, querendo apenas que toda aquela confusão em sua cabeça cessasse. Foi despertado de uma espécie de transe ao que seu telefone apitou. Imaginou que fosse sua mãe, estranhando ao ver que estava enganado, ao invés disso um número desconhecido aparecia em sua tela do bloqueio. Abriu a mensagem depois de avaliar, curioso de certa forma, para saber quem era.

Número Desconhecido: Me desculpe por ontem, espero não ter estragado as coisas.

Castiel: Quem é?

Número Desconhecido: Mais alguém estragou as coisas com você ontem a noite? kkkkk

Castiel: Hello Dean.

Dean: Hey Cass.

Castiel: Como você conseguiu o meu número?

Dean: Charlie me passou

Castiel: São amigos?

Dean: Muito. Conheço a ruiva desde que tinha 7 anos. Ela sempre passa as férias aqui.

Castiel: Ela comentou.

Dean: Mas e então, você tá Ok com o que aconteceu na noite passada?

Castiel: Tá falando de você ter me usado para fazer raiva no meu primo, porque sabia que eu não fazia ideia da rixa de família?

Castiel: É, tô Ok.

Dean: Não foi nada disso. Eu não sabia que Miguel ia aparecer, eu juro.

Castiel: De qualquer maneira, isso não importa, agora eu sei de tudo.

Dean: É óbvio que importa. Quer saber, vamos nos ver, quero conversar com você.

Castiel: Tá maluco? Não deveríamos nem estar conversando, me falaram para ficar longe de você.

Dean: Qual é Cass, vamos lá.

Castiel: De jeito nenhum.

Dean: Tá bem, te espero no porto. Vamos aproveitar que o Primo Alpha não trabalha hoje.

Castiel: O que? Mas eu disse que NÃO

Dean: Te vejo às três.

 

Ficou encarando o celular durante alguns minutos, não entendendo muito bem o que acabara de acontecer. Respirou fundo sem saber se realmente deveria, mas não podia negar que estava com vontade de se encontrar com o dono dos olhos que o perturbavam. Lidar com a dúvida nunca foi seu forte, então decidiu recorrer a pessoa mais indicada para o assunto: Gabriel.

 

Castiel: Gabe eu tenho uma emergência.

Castiel: Gabeee, você visualizou e não me respondeu. É uma emergência.

Castiel: Seu filho da puta, me responde, eu to surtando.

Castiel: GABRIEL CARALHO, EU QUASE FIQUEI COM UM CARA ONTEM. UM CARA LINDÃO, QUE CHEIRAVA MUITO BEM E TEM UM SORRISO QUE ME DEIXA COM O CÚ TRANCADO.

Gabe: Afemaria!

Gabe: Morri mas passo bem.

Gabe: Me conta tudo sua louca.

Castiel: Lembra do cara da balsa? Então, eu saí com a Charlie ontem e ele estava lá, me chamou pra dançar e tals. Não chegamos a nos beijar, mas digamos que aconteceram coisas. E que coisas.  

Gabe: “Hétero”

Castiel: Gabriel para com isso, o assunto é sério.

Gabe: É claro que é, alguém finalmente te tirou do armário.

Gabe: Qual o nome do indivíduo?

Castiel:  Deixa de ser berta. O nome dele é Dean.

Gabe: Nem conheço e já considero pacas.

Castiel: Pois é, eu também não o conheço, não exatamente. É por isso que eu te chamei, ele quer se encontrar comigo hoje

Gabe: Então pelo amor da Lady Gaga, o que é que você está fazendo no celular falando comigo? 

Castiel: Só tem um problema, minha família tem uma briguinha com a família dele, me disseram para ficar longe. Ontem mesmo o Miguel ficou super nervoso quando nos viu juntos, quase deu briga. Não sei se eu deveria levar isso para frente.

Gabe: Cassie, vou te ensinar um dos primeiros mandamentos do vale:

Gabe: “Não tomarás para ti os BOs que não são teus.”

Castiel: Tem certeza?

Gabe: Absoluta. Agora vai lá, eu tenho que terminar um trabalho.

Castiel: Trabalho? estamos de férias.

Gabe:O que? eu não to ouvindo, tá picotando.

Castiel: Estamos conversando por mensagem.

Castiel: Espera, você tá com o Lúcifer?

Gabel: Desculpe Castiel, eu não consigo te ouvir mesmo. Até mais tarde Bebê.

 

Bloqueou o telefone ainda rindo do amigo, Gabriel não mudava nunca, isso era ótimo. Pensou mais uma vez, decidindo que iria sim encontrar o garoto da balsa que o intrigava tanto. Levantou-se, abrindo a janela do quarto e olhando em volta. Respirou fundo enchendo o pulmão de ar e soltou um grito:

-HAEEEEEEEL.

-Oi?_ a morena respondeu abrindo a janela de uma das casas. Agora Castiel sabia qual era.

-Preciso de você, tenho uma emergência. _ sorriu amarelo vendo a mais nova revirar os olhos e bufar, mas sai correndo até lá em seguida.

 

Quando a morena chegou, trancou-se no quarto com ela, contando tudo o que havia acontecido nos mínimos detalhes. Ao final, Castiel estava sentado na cama, envergonhado pela forma espantada com que a prima o encarava.

-O Dean fez isso? _ perguntou em um quase berro, virando o pescoço do outro para ver melhor as marcas.

-Fale baixo Hael, o Miguel deve estar em casa.

-Desculpe. _ disse em um sussurro. _ Olha, você está brincando com fogo. Se o vovô descobrir… E a prima Lisa então? Meu Deus, ela vai dar um piti.

-Prima Lisa? _ perguntou já que não se lembrava da mesma

-Você ainda não a conhece, uma sorte. Graças aos deuses ela está no continente, passando uma dias com uma amiga.

-O que ela tem a ver com isso tudo?

-Bom, para começar ela é perdidamente apaixonada pelo Dean. Eles até estiveram juntos por um tempo, mas aí o Miguel descobriu e você já sabe o resto.

Castiel apenas assentiu processando tudo, dando um suspiro antes de começar a falar novamente. _ E então, você vai me ajudar ou não?

-Bom, isso iria contra todas as regras da família, desafiaria Miguel e ainda deixaria Lisa furiosa. _ ela entortou os lábios com o olhar no chão, as esperanças do mais velho já se desfaziam quando ela deu um enorme sorriso. _ Pode contar comigo.

 

Castiel aliviou-se por acertar em pensar que podia confiar na prima, Hael era doce, gentil, prestativa e principalmente: ela era muito, muito, muito, inteligente.

 

XXX

 

Finalmente estava quase na hora marcada, o coração de Castiel estava tão disparado que ele pensou que pudesse ter um infarto. Se olhou no espelho pela milésima vez, passando a mão pelo cabelo tentando parecer mais apresentável. Assustou-se com a porta se abrindo, mas logo escutou a voz de Hael.

-Uau! _ exclamou observando o outro _ Você está o maior gato.

 

Castiel estava com uma calça Jean azulada, levemente rasgada nos joelhos, usava uma blusa preta com uma xadrez preta e branca por cima. Como já era de se esperar, calçava um All Star, branco e surrado.

-O-obrigado. _ respondeu sem jeito.

-Acho melhor irmos logo, Miguel está na cozinha, só saia quando eu disser. _ Castiel assentiu já ciente do plano.

 

A garota saiu do quarto e foi até o primo mais velho, gritando coisas em grego as quais Castiel não pode entender. Ainda dentro do quarto, ouviu a porta da frente ser fortemente fechada, e então Hael entrou correndo.

-Espere uns dois minutos e pode sair, desça depressa e passe pelo caminho que eu te falei. _ instruiu ao moreno

-O que você disse pro Miguel?

-Disse que o pai dele estava bêbado e no meio da rua, logo logo arrumaria confusão. _ deu de ombros.

-Mas e quando ele chegar lá? Vai perceber que era tudo mentira.

-Não foi mentira, tio Zacarias está sempre bêbado e na rua. _ respondeu

 

Castiel não teve tempo de processar antes de ser empurrado pela menor, que conduzia-o para o lado de fora apressadamente. Desceu as escadas ainda correndo, só parando quando já estava na rua.

-Até mais. _ acenou para ela.

-Vai logo! _ disse sorridente vendo o outro descer rua abaixo. _ Castiel! _ chamou fazendo-o parar. _ Se a vovó perguntar você foi ao continente comprar um carregador para o eu celular, já que eu estraguei o seu.

-VOCÊ ESTRAGOU O MEU CARREGADOR??

-É claro que não, essa parte é mentira. _ revirou os olhos. _ Agora anda logo, Miguel já deve estar voltando.

 

XXX

 

Castiel fez tudo que a prima o instruíra, chegando a escada que levava ao porto. Desceu os degraus podendo ver Dean sentado a beira, balançando as pernas no ar olhando para o horizonte. Sua respiração chegou a falhar ao pensar que caminhava em direção a ele. Respirou fundo tentando por os pensamentos em ordem, tomando coragem e indo até lá.

-Não vá cair em. _ disse ao que chegou mais perto

 

Dean que não havia notado a presença do outro até então se assustou, mas logo virou-se sorrindo abertamente.

-Pensei que não viria. _ levantou-se puxando o moreno para um abraço.

-Eu também pensei que eu não viria. _ Riram juntos.

-Olha, sobre ontem, eu não estava te usando, eu juro que não era is…

-Porque você falou comigo? Você sabia quem eu era, porque não me contou? Sabe como Miguel ficou nervoso?

-Tá, eu deveria ter falado, e sim, vendo por esse lado e uma boa forma de irritar o Miguel, mas… mas não foi minha intenção.

-Ah não? Então você realmente costuma dar em cima das pessoas antes mesmo de saber o nome delas? Talvez seja do seu costume agarrar pessoas desconhecidas. _ dizia nervoso

-Na verdade é sim. _ respondeu simples.

-Só pode ser brincadeira. _ revirou os olhos e já ia sair dali.

-Não, espera. _ segurou o outro pelo braço. _ Acho que começamos com o pé esquerdo. O que acha de irmos do início? _ perguntou vendo o moreno assentir.

 

Castiel mal teve tempo de pensar e sentiu um solavanco jogá-lo para o lado, em segundos estava debaixo d’água, de novo. Viu Dean pular, segurá-lo e levá-lo até a superfície. Quando já haviam emergido o moreno demorou para dizer qualquer coisa tamanho o susto e confusão.

-Meu Deus, você caiu na água, pensei que estivesse se afogando, está tudo bem? _ o loiro dizia cínico se afastando do menor.  

-Mas que merda é essa? O que você tá fazendo? _ disse em um quase grito.

-Voltando pro início. _ sorriu como se isso justificasse tudo, e para Castiel parecia justificar, já que tudo o que fez foi sorrir bobo. _ A propósito, meu nome é Dean. _ estendeu a mão para o outro.

-Castiel. _ respondeu sorrindo e apertando a mão alheia.


Notas Finais


E aí????

Espero que tenham goixtado, deixem aí nos comentários as opiniões, críticas etc. de vocês.

Até o próximo...


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