Abri os meus olhos bastante lentamente devido à claridade que estava e também à minha grande dor de cabeça, era impossível para mim abrir os olhos de forma rápida. Senti algo a agarrar-me a mão. Olhei para o chão e vi o Ukwon sentado, com as costas encostadas no sofá e a cabeça encostada à minha perna. Ele estava a agarrar-me na mão. Sorri ao vê-lo ali, parecia totalmente um anjo. Comecei a mexer-lhe no cabelo lentamente e aos poucos ele começou a mexer-se. Assim que abriu os olhos, ele olhou para mim e sorriu, as suas pupilas dilataram e um brilho nos olhos dele era notável.
- Queres café? - Perguntou ele.
- Café, água e um comprimido... por favor... - Disse eu ponho a mão esquerda na minha testa e fechando os olhos novamente. Ukwon levantou-se e quando se preparou para me largar a mão, eu fiz força e impedi que ele me largasse. - Eu tenho... uma pergunta...
- Diz...
- Eu lembro-me... do que te disse de madrugada... mas o que eu não me lembro é se me deste resposta...
- Adormeceste assim que acabaste de falar, eu nem tive tempo de falar alguma coisa. Mas queres saber a minha resposta?
- Hmm... si...sim...
Ukwon entrelaçou os nossos dedos e inclinou-se na minha direção. Ele estava bastante perto de mim, os seus olhos estavam quase fechados e eu sentia a respiração dele na minha face. Esta era uma sensação incrível e bastante estranha.
- Eu também te amo. - Disse ele, num tom de voz baixo, mas o suficientemente alto para eu ouvir de forma clara.
Sinto que o meu coração me vai saltar do peito a qualquer momento. A minha respiração estava acelerada e ele estava cada vez mais próximo de mim.
- Eu amo-te S/n. - Disse ele, uma vez mais.
Depois disto ele selou os nossos lábios num beijo calmo. Os nossos lábios encaixavam perfeitamente, como se fossem feitos exatamente com o propósito de estarem unidos. As nossas línguas estavam em sintonia uma com a outra, tudo estava calmo, não havia pressas, ambos queríamos aproveitar este momento único e espantoso. Após nos separarmos, Ukwon olhou para mim diretamente nos olhos. O seu olhar transbordava amor e um carinho especial, eu não queria nada que aquele momento acabasse, mas teria que ser.
- Vou buscar café para nós. - Disse ele e eu assenti com a cabeça. Cerca de 4 minutos depois ele apareceu novamente na sala. Sentou-se no chão mais uma vez, mas mais perto de mim. Eu não precisava de esticar muito o braço para o alcançar.
- Que horas são? - Perguntei eu depois de beber um pouco do café.
- 8 horas.
- Faz sentido ainda não estar ninguém acordado, sendo assim...
Percebi que ele sorriu e de seguida virou-se para mim. Pôs o seu café no chão e encostou a sua cabeça a mim, começando a fazer em seguida, desenhos na minha barriga devido a esta estar descoberta por causa do top da noite anterior. Estava a arrepiar-me com o seu toque, mas não queria que ele parasse.
- O que nos vai acontecer? - Perguntei eu, com algum receio na minha questão.
- Ainda não tenho a certeza... - Disse ele. - Mas... diz-me uma coisa... e sê sincera... por favor...
- Claro. Diz.
- Tu e o Minhyuk... vocês beijaram-se na festa?
- Nós curtimos... nada mais que isso...
- Hmm... eu reparei que aconteceu algo pela forma como ele olhou para ti quando te veio trazer... a forma como ele pôs a mão na tua bochecha...
- Ukwon, eu...
- Espera... - Disse ele, interrompendo-me. Eu assenti e deixei-o continuar. - Eu compreendo o que aconteceu... e não vou criticar ou algo do género... ele olhou para ti de forma diferente mas percebi também que ele estava seguro ao deixar-te comigo... eu acho que ele percebe o que se passa entre nós... o que eu quero dizer é que ele é um bom amigo para ti, ele importa-se contigo e não te quer magoar.
Fiquei surpreendida pelo que ele disse, acho que não estava à espera disto. No entanto ele tem razão.
- Tu és fantástico... - Disse eu. - Obrigada por seres assim... e... eu também percebo por que é que apareceste na festa... desculpa de fui rude para ti...
- Não faz mal, agora está tudo bem, isso é o que interessa minha querida.
A sua mão foi até à minha bochecha e acariciou aquela zona. Eu fechei os olhos e senti o carinho que ele me estava a proporcionar naquele momento.
- O café está ótimo, já agora. - Disse eu.
- É uma das minhas especialidades. Fazer café.
Sorri ao ouvi-lo dizer aquilo, realmente o seu café era ótimo, nunca bebi nenhum que fosse tão bom. Provavelmente eu devia estar a achar isso porque foi ele quem o fez, mas não interessa nada.
- Eu vou tomar um banho... cheiro a bebida... tipo muito... - Disse eu.
- O teu beijo soube a vodka. - Disse Ukwon e eu corei com o que ele disse. - Mas foi ótimo e inesquecível.
Levantei-me do sofá e abracei-o com força. Dei-lhe um beijo na bochecha e subi as escadas lentamente até ir ao meu quarto. Tomei um banho frio e um pouco demorado. A água fria estava a saber-me bastante bem neste momento, estava mesmo a precisar disto. Assim que voltei para o quarto vesti uma roupa normal, uns calções pretos com uns rasgões e uma camisa azul escura de manga comprida, fininha. Penteei o cabelo e deixei-o solto para secar naturalmente. Agarrei no telemóvel e vi que tinha uma mensagem de Minhyuk a perguntar se eu estava bem. Respondi-lhe que estava tudo bem e marquei uma hora para me encontrar com ele naquela tarde de domingo.
Depois disso, desci novamente para a sala e desta vez o meu "pai" Zico também estava na sala, deitado no sofá, acompanhado por Minah, a minha mãe. Eles pareciam os dois felizes, como se fossem o casal perfeito. De certa forma aquilo deu-me piada, mas eu não disse nada. Cumprimentei-os e fui para a cozinha, o sítio onde estava o meu tio, Ukwon. Como da sala não dá para ver a cozinha, e Ukwon estava à bancada a fazer sabe-se lá o quê, eu fui por trás dele e abracei-o por trás. Encostei a minha face nas suas costas e deitei ar quente pela boca para as suas costas. Ele virou-se de frente para mim e deu-me um abraço.
- Sentes-te melhor? - Perguntou ele. Eu disse que sim e ele olhou para mim com alguma atenção. As suas mãos percorreram a minha face com bastante calma e carinho. - És linda, sabias?
- Já me tinham dito algo parecido, sim. - Disse eu de forma engraçada. Ele sorriu de canto e depois sorriu mostrando os dentes. O sorriso dele é lindo e embora os seus dentes não sejam perfeitos eu amo o sorriso dele desta forma.
- Eles estão na sala, temos que ser discretos...
- Hmmm, isso quer dizer que somos alguma coisa? - Perguntei eu com um sorriso na cara.
- Hmmm, se aceitasses... eu gostava muito que fosses a minha namorada.
- Namorada... que giro...
- O que foi?
- Referir-me a ti como meu namorado e saber que me chamas de namorada é algo giro. Não sei explicar a sensação, mas é fantástica.
- Isso quer dizer que aceitas?
- Sim, tio, eu aceito ser a tua namorada. - Disse eu.
- Fico muito feliz, mas por favor não me chames tio... faz-me sentir muito velho...
- Parvo, tu não és "muito velho". Eu adoro-te, e quero muito ser tua namorada Ukwon.
- Melhor assim. - Disse ele. Entrelaçou os nossos dedos e olhou-me nos olhos enquanto sorria. - Minha namorada.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.