No sábado, enfim fomos à cidade,a trinta quilômetros de distância da nossa praia.A saída foi meio confusa e desorganizada;esperamos na calçada enquanto vovó trancava o portão e Jimin cutucou com o dedo umas manchas brancas no capô.
-Credo,como tem gente porca por aqui!Alguém grudou chiclete no carro.
Sem querer vovó me vingou...
-Isso é cocô de urubu.
-Iiiiiiiiiiiiiiiiiirc!-Ele ergueu a mão no ar feito uma garra de ave.
-Como a senhora sabe disso,vó? -Perguntou Lalice.
-Sabendo,ora.Urubu faz cocô assim grosso,parecendo plástico.
-Não saio daqui sem antes lavar a mão. -Jimin deu o ultimato.
Vovó tentou ser paciente.
-Deixa pra lá,Jimin.Dentro do carro tem lenço de papel,entra aí e vamos embora.
Nem pensar.Jimin se recusava a entrar no carro ou ir a qualquer lugar antes de "desinfetar a mão".Mesmo que todos nós já estivéssemos dentro do automóvel, ele ficou resmungando ao lado do portão:
-Credo,coisa nojenta, odeio esse bicho,coisa mórbida, horrorosa.
Ficou reclamando ali até vovó descer do carro,destrancar o portão, passar a chave da casa para ele,"porque tinha de usar sabonete e desinfetante".
E demorou séculos para voltar...
Quando afinal se acomodou no banco de trás, estava com uma blusa diferente e tinha passado mais perfume.Suspirei.Prometi a mim mesma que iria controlar a irritação. Nada deveria estragar nosso passeio.
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