História Evolução - Capítulo 3

Freeza realmente estava nervoso, e o sensível olfato dos sayajins a sua frente farejavam aquele odor como verdadeiros predadores. Príncipe Vegeta e seu irmão saíram de suas posições e caminharam até as duas saídas principais, claro que ainda poderia haver uma fuga se Freeza voasse pela janela, porém, qual sayajin em sã consciência iniciaria um ataque ou uma fuga da sala mais bem guardada do palácio?

            -           Estamos aguardando sua resposta lorde Freeza – disse a rainha em tom arrogante.

Não haveria qualquer motivo para Freeza não sair preso dali, porém, aparentemente, esse não era o plano para aquele momento.

            -           Está certo, minha rainha houve a chuva de meteóros, a nave havia sofrido enormes avarias, eu fiquei com medo, como me encontro agora diante de vossas majestades, fiquei com medo da nave não aguentar, avisei ao general Bardock, mas mesmo sendo o engenheiro chefe da nave ele não me ouviu, estava furioso comigo desde antes, pois eu havia causado uma confusão no refeitório da nave com um outro membro da tripulação. A teimosia do general em pousar na terra e não em marte, que tem uma atmosfera bem menos densa e não é habitado me fez entrar em pânico, achei que ele mataria a todos e fugi como um covarde em uma nave e escape, vi quando grande parte da nave explodiu e concluí que pelo tamanho da explosão não haveria como ter sobreviventes, fiz uma avaliação pelos computadores da nave que eu estava e eles concluíram de forma similar, então, não achei necessário descer na terra e ver os destroços majestades. E por isso peço humildemente misericórdia, veja que em meu relatório eu apenas menti afirmando que desci ao planeta, mas avalie o computador de bordo majestade, ele vai mostrar minha análise de possibilidade de sobrevivência. – disse Freeza se ajoelhando com lágrimas nos olhos.

            -           Um sayajin covarde, que abandonou seus companheiros, deveria matá-lo agora mesmo. – rosnou o príncipe Vegeta.

            -           Por que mentiu Freeza? Por que disse que voltou e verificou os restos da nave? E por que existe o trajeto de retorno gravado? – questionou a rainha.

            -           Minha rainha, eu achei que seria punido com a morte se voltasse sem nada. Vossa alteza tem filhos, pois bem, minha falecida esposa esperava nosso primeiro filho, eu queria conhece-lo, queria voltar para minha família. Era meu herdeiro. Eu falsifiquei o trajeto da nave, conheço o sistema.

            -           Por que nunca disse a verdade depois? – questionou o rei.

            -           Depois que minha esposa morreu no parto de Broly eu tive de assumir toda a criação de meu herdeiro majestade, e se eu lhe faltasse, por traição, mentir para a família real, ele seria morto comigo e a minha linhagem seria extinta como manda a lei, eu, me desculpe majestade, eu não tive... vontade, afinal... ESSE PLANETA SEMPRE DEVERIA TER ME PERTENCIDO, EU DEVERIA SER O SENHOR DOS SAYAJINS. – Freeza berrou as últimas palavras e lançou uma gigantesca esfera de energia contra a rainha e o rei e os filhos voaram em direção a ela para protege-la explodindo a esfera. Freeza sabia perfeitamente que os três sayajins a amavam e jamais permitiriam que nada a machucasse, e nesse momento uma segunda e enorme explosão  atingiu o castelo abrindo um enorme buraco no teto da sala do trono e por ele Freeza foi resgatado por seu filho Broly que o aguardava em uma nave que desapareceu no ar como mágica logo em seguida, deixando todos confusos, agitados e atordoados.

A rainha não havia sido atingida, mas Tarble que estava próximo foi atingido diretamente pela explosão e ficara bastante ferido. O rei e o príncipe mais velho berravam uma infinidade de ordens aos soldados, enquanto surgiam socorristas para levar o príncipe ferido para ala hospitalar.

O estrondo e o tremor chamou a atenção dos visitantes do castelo, mas esses receberam ordens diretas para não deixarem seus quartos. Porém, os sayajins desconheciam a curiosidade de Bulma. Ela havia vestido um vestido preto com detalhes amarelos rodado até o meio das pernas e um par de sandálias e saiu do quarto dando de encontro com Raditz.

            -           Droga Bulma o que faz fora do quarto? – perguntou ele.

            -           Eu? E você? – respondeu despeitada.

            -           Volte pro quarto, certamente foi um ataque ao castelo e pode sobrar pra nós se formos pegos andando por aí.

            -           Raditz me dá um tempo, eu só quero saber o que aconteceu, sou a capitã da nave, e a responsável por vocês.

         -         E eu estou tentando evitar que você precise do médico da nave, agora volte...Vamos vem vindo alguém – Nesse momento Raditz entrou com Bulma no quarto por ouvirem passos e ambos ficaram quietos e apreensivos. Porém os passos seguiram. Raditz percebeu que estava abraçando Bulma e a soltou rapidamente ficando vermelho como um tomate.

            -           Foram embora, agora vamos – disse a garota decidida e saindo do quarto.

Ao saírem Chichi e Goku estavam do lado de fora e ao verem os dois saindo juntos não puderam conter os sorrisos cínicos. E em seguida Nara saiu e fechou semblante imediatamente.

            -           O que está havendo? – perguntou Nara levemente furiosa.

            -           Parece que Bulma e Raditz estavam ocupados – disse Chichi de forma zombeteira.

            -           Calma, não é nada disso não, ouvimos os estrondos e viemos ver o que era, mas ouvimos passos e nos escondemos no quarto. – disse Raditz muito nervoso.

Mas o grupo ouviu um terceiro estrondo e Bulma simplesmente saiu andando em direção ao som, e todos a seguiram.

Os corredores pareciam não ter fim e eles pareciam perdidos, até que Bulma avistou a ala médica. Ali alguém poderia informá-la de alguma coisa, e foi uma enorme surpresa  entrar e encontrar a rainha aflita de pé frente a uma porta.

            -           O que raios fazem aqui? Suas ordens eram para ficar nos quartos – disse a rainha com raiva por encontrar todos ali.

            -           Desculpe majestade, mas ficamos assustados – respondeu Bulma com uma reverência e foi seguida pelos outros. – Poderia nos dizer o que aconteceu?

            -           Nosso castelo foi atacado por um traidor que está desaparecido. – respondeu ela inquieta.

            -           Alguém se feriu no ataque majestade? – perguntou Goku se aproximando da rainha.

Nesse momento foi como se algo houvesse mexido por dentro da rainha, aquele rapaz a sua frente era uma cópia do falecido general Bardock, que nem ela ou o marido haviam dado atenção na hora das apresentações. Ela se recompôs um pouco do choque e respondeu:

            -           Meu filho, príncipe Tarble, o mais jovem, se feriu gravemente, mas está sendo tratado. – disse olhando com curiosidade para Goku.

            -           Será que eu poderia ajudar em alguma coisa majestade? Sou médico e...

            -           Agradeço muito, mas nossa tecnologia de cuidado e regeneração é maior que a de vocês terráqueos, o príncipe já está sendo devidamente tratado, obrigada. Mas vocês dois, são irmão não?

            -           Sim. – responderam quase ao mesmo tempo.

            -           Quem eram os pais de vocês? – ela perguntou

Bulma, Nara e Chichi apenas observavam a conversa e a sala, olhavam com curiosidade para tudo, mas a cada palavra da rainha elas tinham vontade de voltar para seus quartos, realmente talvez sair não tivesse sido uma boa idéia.

            -           Os nomes de nossos pais são Bardock e Gine, eles são agricultores na terra. – respondeu Goku tranquilamente.

A rainha ficou pálida como a morte, e por um instante pensou que desmaiaria, mas nesse momento um sayajin saiu de dentro da sala pela qual a rainha esperava na porta e disse após uma breve reverência:

            -           Majestade, o príncipe está estável e ficará na câmara de regeneração por hoje. Certamente amanha estará perfeito.

Todos sorriram com a boa notícia. E a rainha agradeceu com uma meneada com a cabeça e disse:

            -           Vocês dois, por favor me acompanhem até a sala onde meu marido está, e vocês por favor voltem aos quartos, o castelo está sob ataque e não está seguro.

Raditz e Goku seguiram a rainha e as três moças foram em direção aos quartos. Chichi e Nara entraram no quarto de Chichi para conversar e matar o tempo, mas Bulma apenas comentou estar cansada e disse que iria descansar em seu quarto. Porém, definitivamente isso não aconteceu, Bulma pegou o caminho do outro corredor. Caminhou por muitos minutos até chegar em uma sala que mais parecia uma academia, haviam pesos, camas e um tatame, além de muitos robôs, o que a fez avançar curiosa para um deles para explorar a tecnologia. Ela observava tudo quando suas mão tocaram um pequeno painel atrás de cabeça a máquina ligou repentinamente e disse:

            -           Modo ataque, nível 3, bem vindo.

Não houve tempo para reação, o robô simplesmente a pegou pelos braços e a jogou com força contra o tatame e ela gritou pela dor do impacto. O robô iniciou um ataque de socos e chutes dos quais ela não conseguia desviar e que machucavam muito, ela tentou acertar o robô sem sucesso e tentou desligar buscando chegar onde havia ligado, mas mal se aproximava dele e ele a acertava com muita força, ela já havia apanhado muito e estava bastante machucada e em um descuido dele ela conseguiu acionar outro painel achando que desligaria, mas...

            -           Modo ataque, nível 4, energia, bem vindo.

Os golpes ficaram bem piores e Bulma suspeitava estar com alguma costela quebrada, e em um momento quando tentou se defender ele a acertou com um chute que a fez voar longe, e nesse momento ele tomou distância e formou uma esfera de energia nas mãos. Era isso, Bulma já havia visto Goku fazer algo parecido contra um oponente forte, ela iria morrer ali, pois não conseguia mais se mexer. Ela apenas fechou os olhos e deixou lágrimas escorrerem e escutou uma explosão e tudo ficou confuso. Ela abriu os olhos e sentiu fortes dores de cabeça e voltou a fechá-los antes que pudesse ver qualquer coisa, mas sentiu um enorme alívio por ainda estar viva, pois seria impossível estar morta sentindo todas aquelas dores, e ao tentar se mover sentiu uma mão sobre seu ombro e ela ouviu uma voz masculina um pouco rouca:

            -           Fique quieta, você está muito ferida garota. Já acionei os médicos para virem buscar você. Afinal o que diabos fazia aqui lutando com o robô de treinamento de combate infantil? – perguntou o sayajin.

            -           Vocês tratam suas crianças assim? – perguntou a garota de forma sarcástica.

            -           Nossas crianças são mais fortes que você garota. – respondeu o sayajin e deu uma risada em tom de zombaria.

            -           Existe alguma graça em ver uma garota linda como eu machucada dessa forma seu idiota. – respondeu ela com raiva e abrindo os olhos, porém ao dar de cara com o príncipe Vegeta a observando agachado ao seu lado, seu coração disparou, ela havia acabado de insultar o príncipe.

            -           Alteza! Me desculpe eu não quis ofender – disse ela tentando levantar-se porém sentiu uma dor muito forte no peito que a fez gemer alto, definitivamente algo estava quebrado.

            -           Acalma-se e fique quieta terráquea. Não vou matar você por essa insolência, mas que não se repita entendeu? – disse ele seriamente se colocando um pouco sobre ela forçando-a a deitar.

Nesse momento os médicos chegaram e apesar de estranharem completamente a cena do príncipe inclinado sobre a terráquea, nada comentaram, apenas o reverenciaram e iniciaram seus cuidados com Bulma, imobilizando-a para colocar na maca, porém ela gemia a cada toque e o príncipe disse:

            -           Chamem o médico terráqueo, sayajin, seja lá o que for que veio com ela, esses seres tem corpos muito frágeis e vocês podem acabar matando ela com doses incorretas de medicações.

Eles assentiram com a cabeça e saíram levando-a em uma maca que flutuava. E Vegeta se viu sozinho na sala de treino infantil e falou consigo mesmo pensativo:

            -           Não, não há graça alguma em ver uma garota linda machucada daquela forma.

Enquanto isso em uma sala que lembrava uma sala de reuniões com uma mesa retangular longa e muitas cadeiras nas quais o rei sentava-se na cabeceira e a rainha na sua lateral direita a conversa era tensa:

            -           Agricultores? O que significa isso? – perguntou o rei furioso.

            -           Em nosso planeta são pessoas que cultivam alimentos, plantações e pomares, moram em uma fazenda... – respondia Goku calmamente, mas foi interrompido pelo rei.

            -           Sei o que são, apenas não compreendo o por que sayajins de elite com meu general e a irmã da rainha viraram agricultores. – esbravejou o rei ao ver várias fotos da família de Goku e Raditz que estavam nos celulares de ambos.

            -           Nossos pais não são sayajins, eles são terráqueos. – protestou Raditz.

            -           Acalmem-se todos, deve haver uma explicação para tudo isso. – disse a rainha calmamente.

            -           Nunca estranharam o poder de luta de vocês? Ou mesmo as caudas? – perguntou o rei ainda furioso.

            -           Não temos caudas, e nossos pais também não tem. Nossos poderes vieram de muito treinamento – disse Goku.

            -           E quem os treinou? – perguntou a rainha com tranquilidade.

            -           Os dois nos treinaram, falavam sempre da importância de se desenvolver grandes poderes como guerreiros. – respondeu Raditz pensativo.

            -           Nunca nem por um momento mencionaram a origem sayajin? – perguntou a rainha.

            -           Quando éramos crianças, mamãe contava uma história para dormir na qual ela e o papai haviam chegado na terra em uma grande nave espacial, e que eles eram de uma grande raça guerreira muito poderosa, mas que havia um monstro na nave, que os empurrou para a morte por eles se recusarem a ajudar em um plano para eliminar o rei e a rainha da raça guerreira. Mas eles sobreviveram, porém... Nunca haviam conseguido voltar ou fazer contato, pois o monstro havia destruído tudo que restara, naves reserva, comunicadores, e achava que os havia matado. Sem saída, eles começaram uma vida simples na terra. Mas era só uma história pra dormir. – disse Raditz completamente assustado por começar a entender que ele e Goku eram realmente sayajins.

            -           Eles não quiseram vir com vocês? – perguntou a rainha um pouco triste. Doía pensar na possibilidade da irmã não querer voltar para sua casa.

            -           Não, eles disseram que para eles as viagens ao espaço estavam acabadas. E eles tinham que cuidar de Hiana, nossa irmãzinha, ela tem apenas 2 anos. – respondeu Goku compreendendo as palavras da mãe quando se despediu deles na terra.

            -           Bem, isso explica muita coisa Goku, mamãe e papai não envelhecem igual os outros, a força fora do normal, os poderes, as marcas de onde eram pra estar nossas caudas. Eles devem ter arrancado elas quando nascemos. – respondeu Raditz resignado com a descoberta. – Mas por que nunca nos disseram? Por que não tentaram voltar, ou contato...

            -           Raditz quando eu achei a nave que a Bulma e o pai dela usaram como modelo pra nossa, você se lembra? – Disse Goku.

Nesse momento veio a memória de Goku, seu achado de meses atrás, a nave, seu pai passou dias calado, assim como sua mãe, passavam horas conversando sozinhos. Então veio em sua memória uma manhã em sua mente, faltavam 2 dias para a viagem, e ele questionou a mãe. “Deveriam vir conosco, se são do espaço deveriam querer voltar pra casa – dizia Goku zombeteiro.”

            -           Mamãe respondeu apenas que ela já estava em casa. – Respondeu Raditz em choque.

            -           Vegeta, Gine sempre odiou a vida em campos de batalha e no palácio, ela e Bardock nunca quiseram o que nós queríamos. – respondeu a Rainha com um sorriso triste e saudoso. Ela entendera que Gine e Bardock haviam construído sua vida feliz, como sempre quiseram, livres de guerras e da realeza – Bem, acho que Tarble e Vegeta vão ter uma surpresa ao conhecer os mais novos primos – disse a rainha levantando-se sorrindo.

Rei Vegeta também entendera daquela forma, Bardock era um dos guerreiros mais talentosos que ele já havia conhecido, mas nunca o vira satisfeito após uma guerra. Sim, eles, apesar de sayajins orgulhosos da raça, nunca tiveram amor pelas batalhas, e se tivessem voltado ao planeta na época jamais teriam a vida pacífica que sempre sonharam e tinham por fim. Mas outra coisa lhe chamara a atenção, um monstro traidor na nave, só poderia ser Freeza.

            -           É possível entrar em contato com a terra da nave de vocês? – perguntou o rei.

            -           Não majestade, perdemos contato com a terra há muito tempo, acredito que pela distância e interferência não seja possível. – respondeu Raditz.

Nesse momento a porta da sala foi aberta pelo príncipe Vegeta que reverenciou brevemente os pais e com um semblante de poucos amigos virou-se pra Raditz e disse:

            -           Escute, médico, sua capitã foi ferida no castelo, procurávamos você por toda parte, ela precisa de seus cuidados, o corpo dos terráqueos é frágil, e nossa medicina não é apropriada.

            -           O que houve com a Bulma? – Raditz perguntou alarmado.

            -           Ela manipulou um robô de combate e perdeu. – respondeu Vegeta sem dar muita importância ao ocorrido.

Raditz, mesmo com a cabeça com mais de 1000 pensamentos e perguntas passando ao mesmo tempo seguiu apressado um sayajin que se aproximou e disse que o encaminharia para a ala médica, e Goku levantou-se para acompanhá-lo, mesmo pensando em tudo que havia sido dito, sua maior preocupação naquele momento era Bulma, afinal ele era o guerreiro que deveria protege-la, e que belo trabalho estava fazendo pensava ele chateado por ter deixado a amiga sozinha, e ao passar pelo príncipe pôs a mão em seu ombro e disse:

            -           Até mais primo.

Vegeta ficou furioso com a insolência e já ia começar uma cena clássica de revolta e arrogância quando a rainha se aproximou dele e disse:

            -           Precisamos conversar com você e Tarble querido.

Continua...