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História Ex Nunc - Mudanças inevitáveis


Escrita por: Aoneko-Lee

Notas do Autor


Mais uma vez, cá estou a me desculpar pela demora e por inúmeras outras coisas. Sei que nada do que venha a dizer ameniza minha falta de responsabilidade para com a frequência dessa fic, mesmo assim peço que não desistam de mim… Isso se sobrou alguém ai. ‘-’
Provavelmente vocês não sabem, mas sou a pior técnica em informatica do mundo, meu Office parou de funcionar há um tempo e ainda não instalei outro. Tenho usado o Docs para escrever, mas por alternar entre digitar no tablet e no PC (e minha rotineira falta de internet) acabei perdendo grande parte desse capitulo que teve que ser reescrita...
Entre outras coisas, esses são os motivos da demora. Sorry ._.

Sem mais demora: desculpem meus eventuais erros e boa leitura.. :3

Capítulo 6 - Mudanças inevitáveis


Fanfic / Fanfiction Ex Nunc - Mudanças inevitáveis

A organização natural de Uryuu facilitava muito na hora da preparação das malas para eventuais viagens. Graças a esse dom ele estava pronto para embarcar em seu trem antes do sol se fazer visível no leste.

Sua eficiência havia ficado evidente na tarde anterior enquanto conversava ao telefone com Inoue e tranquilamente aprontava tudo para sua partida.

Do outro lado da linha uma ruiva enérgica tentava cozinhar, limpar a casa e conversar com Ishida ao mesmo tempo, obviamente nenhuma das tarefas estava sendo feita de forma correta, mas a garota se esforçava ao máximo e isso enchia de alegria o jovem estudante de administração que se surpreendia com a determinação da mesma em continuar a conversa com ele mesmo estando ocupada.

Uryuu tinha noção que toda essa admiração que sentia significava algo mais, algo muito maior e por isso estava ainda mais animado em retornar a sua cidade natal para a Golden Week.

Nesse momento ele embarcava pacientemente buscando esconder a ansiedade que lhe perturbava. Se acomodou em uma assento junto à janela à direita do vagão sentindo o sutil balançar que indicava que já estavam de partida.

Ao decorrer da manhã, observou o sol se erguer preguiçoso, quase sonolento, no leste. O astro que centrava o sistema solar parecia nascer trazendo novas esperanças e uma alegria sorrateira no coração do moreno, estranhamente, quando pensava nisso, certa ruiva surgia em sua mente.

Acordou com o solavanco de parada do veículo sentindo a parte inferior do rosto pegajosa, deu um jeito de limpar a saliva discretamente enquanto organizava sua bagagem de mão para descer, enfim estava em casa.

-

O suor escorria incômodo pela face e corpo do ruivo, alguns fios que costumeiramente se posicionavam espetados na cabeça dele, estavam agora grudados em sua testa e nuca úmidas.

Poderia parecer vergonhoso, e de certa forma era, mas não era tão anormal considerando que ele havia acabado de completar seus dezoito anos e seus hormônios ainda ferviam de euforia com o contato íntimo com o sexo oposto.

Era nesse desolado estado que o Kurosaki estava, deitado em seu leito, banhado no próprio suor, com uma constrangedora ereção e deprimentemente sozinho.

Mas uma vez acordara de um sonho avassalador e muito real, mas felizmente, não era um de seus rotineiros pesadelos e sim um raríssimo e delicioso sonho com Rukia, mais especificamente, ele e a baixinha fazendo algo que deixava o jovem ruivo empolgado, com certo temor e um nervosismo característico dos jovens inexperientes.

Claro que era uma realidade nova para eles que sempre se viram como amigos e, repentinamente, experimentaram essa nava forma de relacionamento indefinida e infinitamente mais complicada do que a antiga amizade que tinham.

Um cara normal estaria se perguntando o que estaria acontecendo com seus sentimentos, como lidariam um com o outro de agora em diante e se assumiriam essa relação, mas Ichigo não era um cara normal, ele apenas fazia o que queria fazer e depois, se houvesse alguma, lidaria com as consequências.

Fora apenas uma noite e eles não chegaram a suprir todas as suas vontades e desejos um para com o outro, mas a expectativa de uma continuação e progresso no novo tipo de interação, era palpável nos dois.

Apesar de terem se tratado normalmente durante o dia seguinte ao ocorrido, não haviam falado a respeito, Ichigo tinha esperanças de discutir isso e, talvez, repetir o ato na madrugada seguinte. Infelizmente isso não aconteceu, visto que Rukia avisou que estaria em missão pelo décimo terceiro bantai nessa noite, deixando o ruivo solitário.

A destra do rapaz seguiu para a fonte de seus problemas naquela noite. Com um toque certeiro ele contornou o volume que se formava sob suas vestes, ofegando ao encaixar a mão no membro, criando seu próprio prazer.

Não era uma atitude rotineira do jovem Kurosaki, dentre seus colegas humanos, poderia ser considerado um dos menos pervertidos, com exceção de Uryuu, talvez. Todavia, inocente não era uma palavra que o descrevia, como a maioria dos adolescentes na puberdade e acesso a internet, Ichigo, saciou bem sua curiosidade, embora não tenha feito disso um hábito.

Mas agora, depois de passada a idade em que os hormônios entram em colapso, ele se via excitado só de se lembrar da sensação de ter Rukia encaixada a si, o que o fizera ter o estranho sonho erotico que só serviu para deixa-lo mais empolgado, como um ciclo vicioso.

Lembrando as expressões que Rukia fazia em seu devaneio ao ser penetrada incessantemente pelo mesmo, ele gemeu baixo iniciando um movimento lento e firme no membro que agora estava pulsante entre seus dedos.

Enquanto deslizava a mão por sua ereção procurava imaginar que era a mão pequenina e pálida de Rukia que o fazia. Fechou os olhos tentando dar vida a sua invenção e mordeu com força o lábio inferior quando se lembrou como soavam os gemidos da morena na noite anterior, fantasiando com ela repetindo os sons enquanto era fortemente penetrada e espremia o membro rígido do ruivo em seu interior.

Ichigo salivava enquanto sua latejante intimidade expelia uma fina amostra líquida do que estava por vir. Quase fazendo seu lábio inferior se esvair em sangue, ele passou a acariciar seus testículos com a canhota. Ser ambidestro servia para outras coisas além de manusear duas espadas simultaneamente.

A agonia se prolongava, para, mais tarde explodir em um prazer avassalador. Ele manteve o ritmo, o alterando eventualmente, de acordo com as reações do próprio corpo, mantendo sempre em mente a silhueta que mais do que qualquer outra, desejava conhecer e possuir.

Lembrando-se que fazia meses que não se dava ai luxo de se presentear com tanto prazer, Ichigo torturou sua ereção se masturbando com mais pressão e velocidade chegando ao limite absoluto de suas forças mais rápido que o normal para ele.

A fantasia com a morena se esvaiu enquanto a única coisa que lhe restou foi o êxtase absoluto e passageiro que o orgasmo lhe permitiu.

-

Rukia divagava consigo mesma enquanto suas pernas, apressadas, tentavam leva-la mais cedo ao objetivo. Passava pelas ruas vazias da noturna e silenciosa Karakura sem dar atenção aos arredores. Mesmo que a cidade não ficasse deserta durante a madrugada, ela não poderia ser vista, pois, desta vez, não fizera questão de um gigai, seu assunto ali seria breve, mas infinitamente importante e sigiloso.

Manter segredo sobre isso foi um problema, fora uma das poucas vezes que se obrigara a mentir para o irmão e para Ichigo, dizendo estar em uma missão pelo décimo terceiro bantai. Sua real intenção no mundo real nada tinha a ver com seu esquadrão, porém não poderia arranjar um motivo sensato para estar ali sem revelar informações que, por hora, deveriam se manter ocultas, por isso a mentira.

Os pensamentos da pequena shinigami se voltaram para os ocorridos da madrugada passada, desde sua irresponsável decisão de se deitar ao lado de Ichigo até os beijos, carícias e pequenas perversões implícitas na narração de outrora que, mesmo depois de um dia ter se passado, ainda perturbavam a cabeça da Kuchiki.

O que mais a assombrava era a negligência de sua, normalmente, racional consciência, que até o presente momento não pesara. Tudo o que a morena sentia era o massante desejo de repetir aquilo, ou, no caso, chegar até o final do ato, o que ela sabia implicar em violar as normas da família Kuchiki e afrontar diretamente, seu querido irmão e líder do clã.

Um certo tabu, aparentemente abandonado no mundo humano, ainda se fazia presente e muito valorizado entre as famílias nobres da Soul Society. Ao se casarem, os membros dos grandes clãs, especificamente as mulheres, deveriam ser inquestionavelmente castas.

Mesmo com todos os contras, ela não poderia deixar de se lembrar dos prós; a sensação de ter a língua de Ichigo dentro de sua boca, o gosto dele misturado ao seu cheiro natural intensificado pela proximidade, os toques ousados que um aplicava ao outro e o encaixe quase perfeito de seus corpos, como se faltasse muito pouco para se tornarem apenas um ser, plenamente completo.

Toda essa linha de raciocínio fazia Rukia suspirar de excitação e no fundo se condenar pela loucura que aquilo parecia. Ela e Ichigo eram mais que amigos, mas nunca se viram daquela forma, e chegava a soar ridículo que agora, depois de tudo que viveram juntos, eles descobrirem que sentiam atração um pelo outro tão tardiamente.

Ainda se perguntando como deixou a situação chegar a esse extremo, a baixinha parou em frente ao estabelecimento simples e que pareceria fechado se não fosse pela figura tranquila que aguardava encostado na porta de madeira com a sombra do chapéu lhe cobrindo os olhos.

O homem que, discretamente, analisava o comportamento e as feições da morena se questionou em pensamento sobre a natureza desse encontro. Não que ela tivesse marcado hora ou, sequer, avisado da visita, claro que ele sabia de sua presença desde que o semkaimon se abriu no mundo real. A experiência e seus instintos indicavam que notícias boas não estavam por vir.

— Boa noite, Kuchiki-san, ao que devo a honra dessa visita tão nobre? — Perguntou Urahara Kisuke, exibindo um quase imperceptível sorriso de canto.

-

Os olhos amendoados de um ruivo distraído vagavam pelo jardim impecável que era um dos maiores motivos de orgulho do líder do clã Kuchiki. A noite ainda estava longe de se findar, mesmo assim o substituto de shinigami não conseguia dormir por diversos motivos, todos relacionados a Rukia.

Outrora, quando não passava de um adolescente emburrado, muito provavelmente, sofrendo de depressão, não encontrava qualquer problema em se masturbar no meio da madrugada se assim o seu corpo pedisse. Entretanto, atualmente, uma aflição que se assemelhava a uma coceira dentro de seu peito o perturbava.

Não por decidir, arbitrariamente se masturbar depois de meses sem fazê-lo, mas por ter usado a imagem de Rukia para tal. Seus amigos humanos provavelmente ririam se ele lhes contasse isso, mas Ichigo não era como eles, valorizava muito sua amiga e, para ele, parecia que havia faltado com respeito com ela tendo essas fantasias.

Sacudiu os cabelos ainda úmidos do banho anteriormente tomado. Em vez de dormir, como normalmente faria, após terminar seu pequeno momento de luxúria, ele decidiu limpar a própria bagunça e tomar um bom banho. Entretanto, a culpa não lhe permitiu repousar depois disso, deixando-o absorto em pensamentos do lado de fora do seu quarto.

Sentado na varanda de madeira da mansão onde agora morava, ele quase caiu deitado com a inconfundível voz da garota que dominava seus pensamentos nesse momento.

— Precisamos conversar… — Falou Rukia surgindo à direita dele sem qualquer tipo de aviso.

— Rukia?! — Praticamente gritou com a surpresa. Foi repreendido por um olhar sério dela. — Certo… — O Kurosaki coçava os cabelos da nuca nervoso se perguntando se por “conversa” ela não queria dizer “beijar” e especulando se estaria brava. — Fala então.

— Não aqui, vem comigo.

— Hm… Okay. — Ele coçava a nuca nervoso.

-

Seguiram sem comunicação pelas ruelas desertas da seireitei noturna. Ichigo se obrigava a imaginar mil cenários do que estava por vir, tentava evitar criar esperanças, mas tinha expectativas semelhantes ao sonho desta noite.

Rukia entrou no décimo terceiro bantai sendo seguida de perto pelo ruivo, ambos calados. O motivo dela ter escolhido o seu esquadrão era bem simples, sabia que estaria vazio durante essa noite e tinha acesso a ele. Mesmo assim, Ichigo que sobre isso nada sabia, permanecia inquieto bagunçando os próprios cabelos sem parar.

Adentraram uma sala escura e a morena fechou a porta da sala atrás de si, fazendo com que a lua vista pela janela fosse a única luz no cômodo. Ichigo está prestes a perguntar o que fazia ali quando uma voz bem humorada e inconfundível lhe presenteou com a resposta.

— Já era a hora de chegarem, perdi grande parte da minha noite nisso e ainda tenho que abrir a loja pela manhã.

— Urahara-san?! O que faz aqui? — O loiro estava sentado à mesa de madeira clara com as mãos unidas sobre a mesma.

— É bom te ver também, Kurosaki-san, fico feliz que tenha despertado, lamento por não poder visita-lo antes, mas ainda estou banido da Soul Society, por isso só apareço quando um assunto realmente importante desperta meu interesse.

Rukia acendeu uma lamparina iluminando a sala de reuniões do décimo terceiro bantai, enquanto Ichigo se perguntava porque Urahara continuava banido depois de ter sido descoberto que os crimes dos quais foi acusado eram de autoria de Aizen, sobre isso nada perguntou.

— E está aqui só para me ver?

— Como eu acabei de dizer, não. Outro assunto, de grande importância, me traz aqui. — Respondeu o loiro curvando a cabeça, fazendo com que seus olhos fossem envolvidos pela sombra do chapéu

—  Que seria? — Perguntou coçando os fios ruivos da nuca, nervoso.

— Embora a Kuchiki-san tenha me dado uma explicação muito boa, gostaria que descrevesse os pesadelos que vêm lhe afligindo.

— Contou dos meus sonhos para ele? — Se virou para a morena ignorando completamente o pedido do outro.

— Eu precisei, você não estava bem.

— Deveria ter falado comigo antes.

— Claro que não, você não iria permitir.

— Evidente que não, isso não é um problema de ninguém além de meu.

— Se é um problema seu, é meu também e se não posso resolver um problema meu eu procuro quem possa.

— Mas… — Ele estava prestes a gritar com ela.

— Chega! O Urahara-san se deu ao trabalho de vir aqui então não faça ele perder mais tempo. — Rukia batia o pé mostrando que Ichigo não tinha outra opção.

— Podemos conversar agora? — Interveio o mais velho.

— Ta, fala então. — Ichigo respondeu emburrado torcendo o rosto como uma criança pirracenta.

— Por favor, Kurosaki-san, conte-me sobre os pesadelos.

Um nó se formou na garganta de Ichigo, ele procurou respirar profundamente para se acalmar, mas não estava tendo êxito, além dos pesadelos lhe trazerem uma dor quase real, ele tinha certo tabu em tocar no assunto, sendo Rukia a única pessoa com quem falava sobre. Ignorando o receio de parecer uma criança assustada, ele começou a contar.

Durante algum tempo a morena e o loiro fizeram silêncio para que o ruivo discursasse. Diferente do que Ichigo esperava, Urahara se manteve quieto e absorto na narração, estava levando a sério cada palavra do mais jovem.

O Kurosaki fez uma pausa encarando apreensivo o lojista, indicando que era o fim de seu monólogo. O outro, por sua vez, permaneceu sério, com a expressão escondida pela sombra do chapéu e uma das mãos apoiada no queixo.

— … Eu avisei que não era importante… — Ichigo coçava a nuca enquanto murmurava uma desculpa envergonhada antes mesmo de saber o parecer do loiro.

— Você disse que os sonhos se parecem com lembranças? — O ruivo anuiu. — Se lembra do momento em que derrotou o rei quincy? — Mudou de assunto.

— Não exatamente, lembro de atingi-lo e depois cair, mas não dele derrotado.

— Hm… Imagino que saiba que além de ter, dentro de si, um lado shinigami e hollow, tem uma parte quincy, proveniente da família da sua mãe. — Outra vez alternou o assunto.

— Sei, o Velho, mas ele não é um problema nem nunca foi, na verdade, estamos com uma sintonia bem maior desde a última guerra.

— Concordo com isso, você sempre se deu bem com esse seu lado, talvez o problema não seja ele em si, mas sim o espaço para o desenvolvimento de poderes quincys que existe em você.

— Espaço? Como um buraco em mim?

— Praticamente isso, figurativamente falando. Não sei se sabe, Kurosaki-san, mas todos os shinigamis nascem com uma capacidade máxima de poder que podem desenvolver.

— Quer dizer que mesmo que eu treine não vou ficar mais forte?

— Não se preocupe, suspeito que você esteja longe de alcançar seu limite de poder. Todavia, não são apenas os shinigamis que possuem limites, os quincys também são assim.

— Onde está querendo chegar com todas essas perguntas sobre Yhwach e meus poderes?

— Deixa ele falar, Ichigo. — Interferiu a baixinha impaciente.

— Você não desenvolveu seus poderes quincys, o que quer dizer que este lado seu está completamente inerte, “vazio”, ou estava…

— Como assim estava?

— Tudo o que disse me leva a crer que você está certo, seus sonhos não são realmente sonhos, mas também não são lembranças e sim vislumbres de um futuro provável.

— Do que que está falando, Urahara-san? Prever o futuro não era um poder de Yhwach?

— Por isso perguntei se tinha lembranças dele derrotado, eu posso estar enganado, mas as informações que chegaram a mim, dizem que Ishida-san relatou ver Yhwach sumir após ser atingido por você. — O loiro fez uma pausa e seus dedos desenhavam círculos na superfície de madeira clara da mesa. — Só posso suspeitar, mas diria que o rei quincy não morreu, como tem sido dito.

— Está dizendo que Uryuu mentiu? — Ichigo espalmou as mãos na mesa fazendo mais barulho do que deveria à essa hora da madrugada. — Ele é nosso companheiro, sua traição não passou de um plano para nos ajudar a vencer a guerra, não pode estar insinuando o contrário.

— De maneira alguma, Kurosaki-san, acredito que o depoimento do Ishida-san foi sincero, ou que ele disse o que pensou ter visto. Suponho que em vez de matar o seu golpe feriu seriamente nosso inimigo, deixando-o debilitado demais para lutar, mas, como sabemos, ele é uma criatura muito poderosa e com poderes que nem imaginamos. Talvez seu corpo físico não suportasse mais, mas duvido que isso o pararia, todo o que ele precisava era de uma casca ou um gigai temporário para se recuperar assim como os shinigamis.

— Está tentando dizer que eu me tornei um gigai? Por isso tenho os sonhos?

— Entenda, o espaço para desenvolvimento dos seus poderes quincys estava praticamente vazio ele poderia ter sacrificado a própria estrutura física e tomado o lugar da personalidade que atua como seu lado quincy, sem falar que sua reiatsu elevada, provavelmente, seria a única capaz de suportar o poder dele e ao mesmo tempo camuflar sua presença.

O rubro respirou profundamente enquanto cravava as unhas nas palmas. Nada que Urahara dissesse poderia convencê-lo de que essa atrocidade era verdade. Jamais se perdoaria se além de não conseguir destruir Yhwach ainda viesse servindo de hospedeiro e cura para o quincy.

Uma ira descabida e ainda desconhecida para Ichigo tomou conta de seu corpo, seu peito doía de pesar, suas mãos e pés formigavam, sentia seu rosto queimar e a última coisa que passou por sua mente foi aceitação.

— Mas que porra é essa, Urahara? — Gritou se colocando de pé. — Aquele desgraçado causou a morte da minha mãe e de vários companheiros meus. Eu o odeio como nunca poderei odiar qualquer outra coisa, acha mesmo que eu não saberia se alguém que abomino tanto assim estivesse possuindo meu corpo?

— Mas você sabe, os sonhos são prova disso, só não consegue percebê-lo claramente, mas seu subconsciente está demonstrando que algo está errado.

— Chega! Se isso é tudo que tem a dizer é melhor ir embora. Não quero ouvir mais uma palavra sobre essa merda!

— Ichigo, calma! — Rukia tentou abranda-lo colocando a mão em seu braço.

— Não, Rukia, se você está mesmo acreditando nessa porra é melhor sair de perto de mim. Já disse que não vou ouvir nada sobre isso.

— Kurosaki-san, tem que se acalmar, na situação em que se encontra, perder o controle é a última coisa que deve fazer. — O loiro se colocou de pé dando um passo em direção ao ruivo.

— Chega! Dá o fora daqui, Urahara!

Kisuke e Rukia encararam pasmos a atitude de Ichigo, mesmo sendo de pouca paciência e com leve tendência a agressividade, o garoto jamais agira de tal forma, ainda mais com Urahara, que foi um mestre para ele e alguém por quem o jovem nutria muito respeito.

Mesmo sabendo que esse comportamento não provinha exatamente da personalidade de Ichigo, o lojista decidiu seguir a recomendação do outro, para impedir que ele se exaltasse ainda mais, o ex-capitão sabia perfeitamente que, semelhante ao hollow interior, o novo habitante do corpo do Kurosaki, poderia assumir o controle por qualquer desestabilização emocional.

Rukia observou, ainda incrédula, Urahara deixar a saleta fechando a porta atrás de si. Pensou em gritar e agredir Ichigo, mas encarando-o notou que esse não era o mesmo garoto que pensava conhecer tão bem, algo nele estava mudando e ela temia o que ele poderia vir a se tornar.

Ichigo passava as mãos pelo rosto e cabelo tentando fazer a desmedida raiva que estava sentindo diminuir. Mesmo com os olhos fechados pode sentir Rukia se aproximar parando a sua direita. Para a surpresa dele quando a voz da morena saiu estava baixa e inexpressiva.

— Por que fez isso?

— Você sabe o porquê, ele estava insinuando…

— Está agindo como um imbecil, sabe muito bem o quanto o Urahara-san é esperto, se ele diz algo como isso temos que levar a sério.

— Não pode estar mesmo acreditando nisso, Rukia. — Ele se virou para a garota capturando seus ombros com as mãos e forçando-a a encara-lo. — Você me conhece melhor do que todos, é impossível que Yhwach esteja em mim.

— Não sei se te conheço tanto quanto achei. — ela olhou para o lado e tentou se livrar das mãos dele, mas foi segurada.

— Por que está me olhando dessa forma? — O rubro questionou com um ar assustado nos olhos. — Você nunca me olhou desse jeito… Está com medo de mim? Rukia, ainda sou eu!

— Não estou com medo, só estou procurando qualquer sinal de que você ainda é o Ichigo.

— Mas eu sou o mesmo. Sou o mesmo de sempre, o mesmo que estava com você na noite passada! — As bochechas do rapaz ganharam uma leve tonalidade cor-de-rosa ao falar nisso. —  Era eu lá, nós nos beijamos, você não pode achar que beijou… Outra coisa, naquela hora.

— Eu sei que era você, mas está diferente…

— Claro que estou diferente, eu mudei, essas guerras me mudaram, as mudanças recentes alheias ao meu controle fizeram de mim outro homem, mas eu sempre serei o mesmo para você.

Os olhos dourados pareciam se derreter em desespero pela resposta de Rukia, ele queria a todo custo fazê-la entender, não podia perdê-la, não agora que a relação deles tomara um novo e maravilhoso rumo.

A tenente captou esse desespero nas feições e na voz tremula dele. Ela sabia que sentia muito mais do que demonstrava pelo alaranjado e queria, de toda a sua alma acreditar que ele dizia a verdade. Mas tudo que pode oferecer ao maior foi um voto de confiança, não expresso por palavras pois sabia o quanto o mesmo era lerdo para compreender, mas em uma ação.

Impulsionou o corpo para cima envolvendo o pescoço dele, instintivamente Ichigo inclinou o corpo na direção dela, mesmo assim a baixinha se mantinha nas pontas dos pés.

O fôlego alheio queimava o rosto um do outro e Ichigo observou fascinado as orbes azuis/violetas serem dominadas por um profundo negro de desejo. Via também a face pálida assumir um profundo tom cor-de-rosa tendo a certeza pelo calor que seu próprio rosto estava igual.

Iniciativa não parecia ser o forte de nenhum deles, mas Rukia, como a que havia iniciado a ação, deu o próximo passo. Irreverente a conduta que assumira durante sua vida toda, ela seguiu o lascivo desejo que lhe transbordava.

Envolveu as pernas ao redor da cintura dele e por puro capricho lambeu os lábios róseos do maior de baixo para cima, por fim mordendo o superior e sugou com gosto. Finalmente Ichigo saiu do torpor e agarrou com firmeza a cintura dela passando também a chupar o lábio inferior dela.

Não sabiam se estavam fazendo era a coisa certa, mas naquele momento, deixaram dúvidas de lado e se entregaram.


Notas Finais


Sim, eu sei que esse capitulo ficou ruim, além de muito longo com informações estranhas, hora relevantes, hora desnecessárias, espero que não esteja muito confuso (sei que a qualidade da minha escrita e criatividade tem deixado muito a desejar).
Quando puder eu postarei a continuação. :3


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