– Não faça isso... – Kyungil pediu em um tom gemido, tentando desviar de sua boca, mesmo que no fundo soubesse que não fosse conseguir realmente; e no fim, Dokyun foi mais rápido em lhe capturar os lábios em um beijo lento, que não combinava em nada com a velocidade em que o mais novo o estocava.
Dokyun gostava de pensar que aquele beijo bagunçado – que mais se assemelhava a apenas um roçar de lábios – refletia aos sentimentos profundos que ele nutria pelo mais velho. Não apenas por ele ser um ômega no cio e o causar todos os tipos de desejos mais primitivos que um alfa poderia sentir. Não apenas por ele sempre o procurar naquelas situações quando não havia nenhuma outra escolha. Mas porque Dokyun gostava de como o mais velho o abraçava e escondia o rosto em seu pescoço apenas para que ele não visse o quanto aqueles beijos o afetavam. Gostava de como ele lhe sorria da maneira mais doce quando lhe elogiava e gostava de como ele tentava esconder aquilo.
Haviam poucas coisas que Dokyun não gostava em Kyungil, se ele tivesse que ser completamente honesto consigo mesmo. Dentre elas, provavelmente, estava como ele detestava quando o mais velho ia embora assim que lhe quebrava o cio e o deixava com os sentimentos tão bagunçados quanto os lençóis de sua cama.
– O que você está tentando fazer? – Kyungil perguntou em um tom baixo e rouco quando notou que Dokyun diminuiu os movimentos e passou a estocá-lo lentamente.
– Estou aproveitando o momento. – Sussurrou em resposta, roçando seu nariz pelo do mais velho e o ouvindo suspirar. Ele não sabia dizer, com certeza, se havia ouvido aquilo pelo carinho ou pela maneira como continuava penetrando em seu corpo lentamente; mas ele gostava de pensar que era muito mais pelo primeiro motivo do que pelo outro. Ou talvez os dois em conjunto.
Dokyun, contudo, notou que ele iria protestar por aquilo e não perdeu tempo em cobrir os lábios dele com os seus. Kyungil gemeu abafado, abrindo a boca levemente e dando a deixa para que o mais novo aprofundasse o beijo. Ele teve até mesmo que se segurar para não rir do contraste entre uma mão que o empurrava para longe enquanto a outra o puxava para mais perto.
– Dokyun... – ele suspirou seu nome quando se separaram, mordendo levemente o lábio inferior e o dando ainda mais vontade de o beijar mais uma vez. – Eu estou falando sério.
O mais novo notava o quanto ele estava se esforçando para manter a voz, principalmente quando rouçou seus lábios pela mandíbula dele e passou a lhe depositar pequenos beijos no pescoço. A mão de Kyungil, que antes tentava lhe empurrar, passou a embrenhar-se pelo seu cabelo, como se estivesse o incentivando a continuar. No entanto, Dokyun se apoiou com os cotovelos no colchão, de uma maneira que pudesse encarar seriamente o mais velho, mesmo que aquilo significasse ter que manter seu pênis parado dentro do corpo dele.
– O que diab--
– Eu também estou falando sério. – Interrompeu, deixando que seus dedos brincassem com os fios de cabelo escuros, e já molhados pelo suor, do mais velho.
– Nós já falamos sobre isso. – Um suspiro exasperado escapou pelos lábios de Kyungil. – Se vai continuar assim, então eu vou procurar outro alfa para f--
Dokyun não deixou que ele terminasse de falar. Voltou a beijá-lo, sugando-lhe os lábios e entreabrindo os olhos apenas o suficiente para ver como o outro se entregava rápido. Ele sabia que Kyungil gostava dele. Talvez não no início, mas as coisas entre eles, em algum momento, acabaram por mudar. O mais novo não sabia dizer exatamente quando ou como, só sabia que os sentimentos entre eles haviam deixado de ser unilateral. Só precisava ter certeza. Só precisava que aquelas palavras escapassem pela boca que estava tão viciado em beijar.
Uma de suas mãos deslizaram pela lateral do corpo do mais velho, sentindo a pele quente e suada contra os seus dedos. Dokyun segurou firmemente em uma das coxas dele, voltando a estocar seu interior com movimentos rápidos, apenas para ouvir os gemidos dele serem abafados contra a pele de seu pescoço.
Os gemidos do mais velho subiram levemente de volume. Por outro lado, Dokyun tentava manter o ritmo de seus movimentos, sabendo que o clímax de Kyungil estava próximo. Teve a certeza disso quando ele o soltou e voltou a deitar-se sobre o travesseiro, arqueando as costas e levando uma das mãos até a boca, como se realmente pudesse se conter daquela forma.
Dokyun até pensou ter o ouvido pedir por mais; no entanto seus pensamentos se tornaram completamente irracionais nos segundos seguinte, quando sentiu o próprio clímax vindo junto com o de Kyungil quando sentiu seu interior o apertando. O mais novo gemeu um pouco mais alto, ofegando quando parou lentamente os movimentos e notando que o cio do outro havia sido quebrado.
Ele se permitiu continuar dentro de Kyungil durante um momento, ouvindo a respiração dele se regularizar enquanto seu rosto continuava encaixado contra o pescoço dele. Kyungil já não cheirava mais como um ômega no cio, ele tinha simplesmente aquele cheiro de suor e sexo que Dokyun, nem por isso, desgostava.
- Não vá embora... – ele pediu em tom baixo, roçando a ponta do nariz pela pele do pescoço do mais velho.
- Dokyun... – ouviu um suspiro. – Isso não vai funcionar.
- Só não vai funcionar porque você não quer.
Dokyun se levantou apenas o suficiente para que pudesse encarar Kyungil nos olhos. Ele conseguia ver as contrariedades expressadas ali. O quanto ele queria se soltar das amarras, assim como o quanto ela os prendia ao chão. Dokyun não poderia culpar o mais velho. Ele sabia que Kyungil já havia sido traído por muitos alfas antes dele, que muitos já haviam lhe feito promessas vazias. Contudo, ele também não queria desistir do mais velho.
- Eu gosto de você. – Dokyun disse sério, esperando que daquela forma o outro pudesse sentir a verdade em suas palavras.
E se mesmo daquela forma ele não pudesse, ele estava ali pronto para o convencer do contrário. Fosse com beijos, com toques ou com palavras, Dokyun apenas queria ficar com Kyungil e mostrar que nem todos os alfas eram iguais. E vendo a maneira como ele tentou conter o sorriso quando ouviu suas palavras, ele poderia jurar que o mais velho já sabia daquilo.
- Você sabe que estou dizendo a verdade – Dokyun deixou um beijo nos lábios alheios, roçando sua boca pela dele e sentindo a hesitação nas mãos de Kyungil em sua pele, sem saber se o abraçava ou não.
- Eu sinto que vou me arrepender disto. – O mais velho disse sinceramente, mas ainda assim tinha os olhos fechados, como se tivesse se entregado àquilo.
- Então isso é um sim?
Dokyun sorriu de orelha a orelha, se retirando de dentro do mais velho e o puxando logo em seguida, para que os dois se sentassem no colchão. Ele queria registrar aquele momento.
- Não, isso é um talvez! – Kyungil respondeu rapidamente, soltando um suspiro baixo, mas acabando por sorrir quando notou a expressão amuada do mais novo. – Um talvez é melhor do que um não.
Dokyun também soltou um suspirou, mas ele deixou as reclamações para depois e Kyungil agradeceu por aquilo. O mais velho ainda não se sentia totalmente convencido de que aquilo poderia dar certo, mesmo que os beijos de Dokyun fossem os mais doces e mesmo que seu coração disparasse como o coração de um adolescente apaixonado quando via. Mas isso era apenas porque, naquela época, Kyungil ainda não sabia que Dokyun era uma exceção em sua vida.
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