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História Excited (Imagine Park Jimin) - Colega de apartamento.


Escrita por: biasmut

Notas do Autor


A falta do que fazer me faz escrever esse tipo de coisa kkk :/

Capítulo 1 - Colega de apartamento.


Fanfic / Fanfiction Excited (Imagine Park Jimin) - Colega de apartamento.

Eu gostaria de matar a pessoa responsável por inventar os sapatos de salto alto. Assim que ouço a porta da frente bater e percebo que Jimin finalmente chegou em casa, ainda estou encostada no corredor da sala, travando uma batalha sem fim com o sapato que não se ajusta ao meu pé. Meu colega de apartamento aparece alguns segundos depois, carregando livros embaixo do braço e com os cabelos pretos em uma desordem que denuncia que seu dia foi uma completa bagunça.

— Precisa de ajuda? — Ele pergunta assim que se aproxima o suficiente e percebe o porque de eu estar apoiada na parede, usando apenas um dos saltos, enquanto continuo segurando o outro pé.

Antes que eu possa responder, ele já está se agachando em minha frente e colocando seus livros no chão, tomando o sapato de minhas mãos e me ajudando a calçá-lo. A armação redonda de seus óculos escorrega levemente em seu nariz, e percebo que o nó de sua gravata preta está ligeiramente frouxo, como se ele tivesse tentado se livrar da peça. As sexta-feiras são sempre assim. Ele chega em casa mais cansado do que o normal, como se tivesse esquecido sua alma na empresa de advocacia na qual está fazendo um estágio.

— Pronto — Ele diz quando finalmente consigo ficar sobre os dois saltos. Me abaixo para ajudá-lo a recolher os livros, mas ele recolhe tudo primeiro, ficando de pé e exibindo um sorriso gentil que não combina em nada com o desânimo presente em seu rosto levemente corado.

— Você não parece muito bem hoje — Digo e sinto vontade de me socar assim que termino a frase, porque é óbvio que ele não parece bem — Algum problema no estágio? 

— O estágio inteiro é um problema — Ele suspira derrotado, e sinto vontade de o puxar para um abraço, na esperança de poder confortá-lo de algum jeito. Mas não somos tão íntimos assim, e apesar de dividirmos um apartamento por quase três meses, nossa rotina se resume a conversas curtas e pouco profundas. 

A única coisa que sei é que para conseguir seu diploma, ele precisa completar horas de estágio, e a única empresa na qual conseguiu uma vaga parecer ser a grande responsável por suas noites mal dormidas. Fora isso, só sei que Park Jimin é o cara mais simpático e gentil que já encontrei, que é seis meses mais novo que eu, e que se não estivesse morando comigo, provavelmente estaria vivendo em uma das repúblicas e passando fome.

— Sinto muito — Respondo desanimada, porque é a única coisa que posso dizer, por mais inútil que essas palavras sejam — Eu fiz lamén e deixei um pouco pra você. Vou sair com umas amigas então o apartamento é todo seu até amanhã — Ele exibe um sorriso breve, e vejo seus olhos sumirem por um segundo, e isso é o que também sei sobre Park Jimin: ele é o dono do eye-smile mais bonito que já vi. 

— Isso é ótimo, mas também vou ter que sair hoje — Ele suspira outra vez, deixando transparecer todo seu cansaço — Mas obrigado pela comida, noona… Se não fosse por você eu estaria passando fome — Sim, eu sei. 

Escuto o interfone tocando e me despeço de Jimin depressa, dando as costas para ele e correndo pelo apartamento, ignorando os saltos e o fato de minha saia insistir em ficar subindo por minhas coxas.

Assim que salto para dentro do carro estacionado em minha porta, Yoona e Taeyon me recebem com sorrisos exagerados e risadinhas baixas, e tenho certeza de que as duas estão escondendo alguma coisa de mim.

— Eu conheço esses sorrisos, e eu não gosto do significado por trás deles — Digo, considerando a ideia de descer do carro até que elas me expliquem o que estão tramando, mas Yoona já trancou todas as portas, como se fosse capaz de prever minhas reações — O que vocês estão planejando?

— Já que você finalmente se livrou daquele maldito trabalho de sociologia, que te fez ficar presa em casa por quase dois meses, achamos que você merecia uma noite especial — Yoona fala com a voz baixa e cheia de uma inocência falsa. Felizmente, os quatro anos de amizade serviram para que eu soubesse exatamente quando ela está sendo tudo, menos inocente. 

— Bom, é por isso que combinamos de sair para comer e ver um filme, não? — Relembro o plano original, mas já tenho certeza de que as duas resolveram mudar nosso roteiro sem me perguntar se eu estava de acordo. 

— Você só precisa relaxar e aproveitar, ok? — Taeyon afirma, ligando o rádio e deixando claro que essa conversa precisa terminar por aqui — Nós temos tudo sob controle. 

E é isso que me assusta.

***

É claro que não.

Elas não tem nada sob controle.

— Vocês só podem estar brincando comigo! — Exclamo, tentando me impedir de gritar e fazer uma cena, por mais que essa seja minha vontade. As duas continuam a me empurrar para dentro do clube noturno, ignorando minhas palavras e minhas tentativas fracassadas de fugir — Meninas, é sério! Essa é uma péssima ideia… Será que a gente não pode só ir jantar e ver um filme? — Nessa altura do campeonato já estou implorando, mas nem mesmo meus inúmeros pedidos de por favor são capazes de fazer com que elas desistam, e em um piscar de olhos estamos dentro do lugar, com mais uma dezena de outras garotas. 

— Vai ser divertido! — Yoona parece ter roubado toda empolgação do mundo para ela, e por mais que eu queira acreditar em suas palavras, meu cérebro continua repetindo que não, não vai ser divertido. 

— É sério, qual foi a última vez que você chegou perto de um homem? — Taeyon me pergunta enquanto continua tentando abrir caminho em direção ao bar. O que isso importa? Eu sou uma garota ocupada, e a falta de um homem na minha vida realmente não é um problema. E daí se não beijo ninguém há quase dois anos?! Sério, não é como se eu estivesse desesperada ou algo assim… Além disso, eu divido apartamento com um cara, e isso é mais do que suficiente!

Não é como se elas tivessem que me arrastar para um clube de striptease. Definitivamente não. 

— Não é como se eu fosse beijar ou chegar perto de um dos dançarinos…

— Não, mas pelo menos você vai poder admirá-los e lembrar do que está perdendo — Yoona responde, e vejo Taeyon pedir três doses de soju a um barman — Talvez você coloque sua cabeça no lugar e esqueça um pouco dos livros, né? 

E me pergunto porque ainda sou amiga dessas duas, ugh.

***

Depois de quase meia hora, e pelo menos quatro doses de soju e mais uma mistura de drinks coloridos, minha ansiedade finalmente começa a ceder e sou obrigada a assumir que, tudo bem, o lugar não é tão ruim assim. Na verdade, preciso admitir que até agora tudo está correndo perfeitamente bem, e que o fato de não ter homens babacas tentando a todo custo se aproximarem é um bônus interessante. As garotas ao nosso redor parecem tão animadas quanto Yoona e Tayeon, e assim que o primeiro dançarino da noite pisa no palco, tenho certeza de que vou acabar ficando surda até o final da noite.

Não sei porque, mas a primeira reação que tenho é a de rir. O garoto, que aparentemente atende pelo nome de Hoseok e tem os cabelos alaranjados, está sorrindo e rebolando ao som de uma música agitada, e enquanto uma gritaria insana engole o local, só consigo rir. Yoona e Taeyon me olham e começam a rir junto, e tenho certeza de que tudo isso é culpa das doses de soju viradas de uma só vez.

A minha risada, porém, se transforma em um riso de nervoso no mesmo segundo em que Hoseok começa a mover os quadris em uma série de movimentos explicitamente obscenos. Sinto Yoona cravar suas unhas em meu braço, e escuto Taeyon gritar que precisa de mais álcool e desaparecer em direção ao bar. A situação se torna mil vezes pior quando ele se desfaz da camisa branca e exibe uma série de tatuagens que contornam suas costelas do lado direito. Bom, talvez eu também precise de mais álcool.

— Acho que a gente devia ir embora agora mesmo — Grito no ouvido de Yoona, que se apressa em balançar a cabeça em um sinal negativo. 

— A gente só saí daqui depois de ver os cinco dançarinos da noite! — Ela grita de volta, e puta merda, cinco dançarinos?! Nós realmente tivemos que pagar pra passar por uma tortura dessas? Isso é ridículo.

A primeira apresentação chega ao fim e o segundo dançarino logo surge no palco, e me pergunto como as pessoas ainda tem voz depois de gritarem tanto durante a primeira apresentação. Taeyon volta com mais bebidas para nós três, e passo o tempo inteiro concentrada em meu copo de bebida, porque tenho certeza de que o garoto dançando é mais novo do que eu, e me recuso a me sentir atraída por ele. De vez e quando me atrevo a olhar para frente e me arrependo amargamente, porque ele é novo demais pra estar se mexendo daquele jeito. 

Há um pequeno intervalo entre a segunda e a terceira apresentação, mas assim que o dançarino de cabelos roxos surge no palco, as garotas vão a loucura novamente. Ele resolve interagir com a plateia que o assiste com olhos vidrados e o timbre rouco de sua voz parece ter ainda mais efeito do que seus passos de dança. Escuto uma garota ao meu lado choramingar e dizer que a existência dela depende de ter uma noite com um cara com esse, e fico ainda mais surpresa ao perceber que Taeyon está concordamento fervorosamente com isso.

— Bom, sua existência está bem ameaçada então, porque ele não parece muito acessível e você tem um namorado — Taeyon faz uma careta, me dando um empurrão de leve antes de terminar sua bebida.

— Bom, eu não estou fazendo nada de errado, e meu namorado sabe que estamos aqui porque trouxemos você! — Ela se defende, fazendo um biquinho que faz com que Yoona e eu caiamos no riso. 

Já são quase duas da manhã quando o quarto dançarino aparece, e Yoona e Taeyon estão tão bêbadas que dão um jeito se irem ainda mais para perto de palco, fazendo questão de me arrastar junto. O garoto de cabelo castanhos parece inocente demais com os óculos redondos, mas então, em um piscar de olhos, sua expressão muda da água para o vinho e, em uma simples virada de cabeça, o óculos vai parar longe, e é isso: tenho certeza de que já vi demais por uma noite, e de que preciso ir embora agora mesmo.

— Eu realmente acho que é melhor a gente ir embora.

— Só falta mais um — Taeyon diz manhosa, e Yoona se apressa em concordar — E ainda tem o sorteio!

Não faço a menor ideia de que sorteio elas estão falando, mas sei que preciso de mais bebida se quiser aguentar mais uma apresentação. Enquanto as duas continuam gritando enlouquecidas para o moreno, resolvo ir até o bar e peço outro drink que tem muito gosto de frutas e pouco gosto de álcool, o que é um perigo. Considero a ideia tentadora de ficar por ali até o final da noite, e esperar até que as duas resolvam vir me encontrar, mas mesmo de longe consigo avistar minhas amigas olhando para trás e me chamando com as mãos. E tudo bem, eu posso fazer isso.

Falta só mais um.

Começo a abrir caminho entre a multidão novamente, tentando não derramar minha bebida, e assim que chego até as duas a música agitada desaparece e dá lugar a uma batida lenta e sensual. As luzes da casa noturna cessam quase que por completo, e minha vista demora para se ajustar a escuridão. Assim que isso acontece, percebo que o último dançarino da noite já está no centro do palco, virado de costas para nós. Um jogo de luzes fracas reflete sobre seu corpo, fazendo com que ele seja o único ponto iluminado em todo ambiente, e tenho certeza de que todos os olhares estão voltados em sua direção.

Suas roupas parecem bem mais elaboradas que as dos demais, o que chama minha atenção. Complementando a calça preta de couro, que se ajusta perfeitamente as suas coxas musculosas e bem delineadas, ele veste um casaco de tom vermelho escuro, coberto por uma série de detalhes brilhantes em prata. Seu corpo começa a se movimentar aos poucos, seguindo a melodia da música, e pela primeira vez na noite as pessoas parecem mais ocupadas em observar a apresentação do que em tentar explodir os próprios pulmões com gritos.

Porém, isso muda no mesmo minuto em que o dançarino finalmente se vira, ficando de frente para nós. Meu coração dá um pulo no peito ao perceber que ele está vendado, e que o decote da regata cinzenta que ele usa por baixo do casaco é extremamente revelador. Mesmo na escuridão, alguma coisa em seu rosto chama minha atenção, e me sinto incapaz de desviar o olhar. Suas mãos se movem na frente de seu rosto vendado, e uma delas segue na direção dos cabelos negros, jogando-os para trás ao mesmo tempo em que seus lábios se partem e ele parece soltar sua respiração em um sopro. Sinto minhas mãos se tornarem suadas, e mordo meu lábio inferior com força, me sentindo estranhamente atraída pelo moreno em minha frente.

A canção vai se tornando mais agitada aos poucos, mas o fato de ele estar se movendo sobre o palco vendado faz com que meu cérebro esqueça completamente de prestar atenção na música, ou nos gritos. É como se meu ponto de equilíbrio estivesse naquele cara desconhecido, e eu fosse obrigada a seguir cada um de seus passos, como se estivesse sendo hipnotizada pelo modo natural como seu corpo se ajusta a cada nova nota musical. Seus movimentos são leves e fluidos, e a sensação que começa a se alastrar por meu corpo não se combina em nada com seus passos organizados e harmônicos.

— Eles sabem mesmo como deixar o melhor pro final — Yoona diz alto o suficiente para que eu possa escutá-la, e é só assim que o efeito que o moreno desperta em mim parece se quebrar um pouco. Aproveito a deixa para voltar a beber meu drink, e com o canto dos olhos percebo que ele está de costas novamente, se livrando do casaco e deixando seus braços a mostra. Minha boca está cheia de líquido e ainda assim sinto como se eu estivesse caminhando a horas em pleno deserto do Saara. 

Em uma questão de segundos, vejo o dançarino se abaixar e mexer nos cabelos antes ficar de pé novamente, girando lentamente e ficando de frente para nós. E não existe mais venda alguma. E então tenho certeza de que meu coração esqueceu qual sua função, e que o sangue parou de circular por minhas veias. A bebida que estava em minha boca voa para longe, e Yoona bate em minhas costas, e só então percebo que acabei engasgando. Taeyon está ocupada demais olhando para a apresentação, e não se dá conta de que estou a um passo de ter um colapso nervoso. Quero sair correndo dali, e tentar fingir que os últimos minutos não aconteceram, mas minhas pernas estão travadas. As várias doses de soju parecem ter se transformado em água, porque de repente estou sóbria de novo, e consciente demais de tudo que está acontecendo em minha frente.

Mas não... Não pode ser verdade.
Não faz sentido...

O que Park Jimin está fazendo aqui?



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