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História Excited (Imagine Park Jimin) - Mudanças.


Escrita por: biasmut

Notas do Autor


Demorei um pouquinho mas finalmente cheguei com capítulo novo <3
Vocês não fazem ideia de como sofri pra escrever essa parte, e de como to sofrendo pra escrever a parte 6, que provavelmente vai ser o final... Mas enfim, boa leitura, espero que a espera tenha valido a pena ^-^

Capítulo 5 - Mudanças.


Só percebo que estou encarando Jimin a mais tempo do que poderia ser considerado normal quando ele limpa a garganta e o som arranhado me faz voltar para realidade. Engulo a seco e tento manter meus olhos na altura de seu rosto, mas falho miseravelmente. Meu olhar percorre todo seu corpo, se demorando em sua calça de moletom cinza, velha e desbotada, que deixa todo o restante de seu corpo exposto. O elástico desgastado faz com que o moletom repouse abaixo dos ossos de seu quadril, e me obrigo a erguer o olhar antes que meu coração se perca ainda mais em seu próprio ritmo. A toalha branca que ele antes segurava na altura de sua cabeça, para secar os fios molhados de seu cabelo, agora está jogada sobre um de seus ombros. Algumas gotas de água ainda escorrem por sua pele, deslizando por seu abdômen definido e desaparecendo no cós de sua calça, e minha vontade é de secar elas usando minha língua, e isso é tão, tão errado.

Cogito a ideia e voltar para dentro do quarto e continuar trancada ali pelo resto do mês, porque esse é o único jeito de ficar segura. Tudo que envolve Jimin indica perigo, e qualquer chance de contato com ele parece impossível de ser feita sem que todo meu corpo resolva trabalhar por conta própria, contra mim, e me deixando inquieta. Mas é evidente que perdi todo o controle sobre minhas pernas, e não consigo me mover, e a atmosfera que se forma em torno de nós parece me engolir por inteira, tomando conta de mim. Sua presença me sufoca e deixa minha boca seca, e cada vez mais a ideia de que Jimin é o único capaz de matar minha sede se parece verdadeira.

Sem dizer nada, o vejo soltar um suspiro longo e arrastado antes de se virar em direção a seu quarto e começar a caminhar devagar pelo corredor, e sinto uma onda de desespero percorrer meu corpo. Não quero que ele se afaste. Não quero passar nem mesmo mais um segundo com toda essa situação estranha atrapalhando minhas noites de sono e minha sanidade. Quero gritar e implorar para que voltemos ao normal, mas também quero cair de joelhos aos seus pés e pedir, por favor, pra que ele me foda de uma vez e acabe com o meu tormento. 

Precisamos colocar um ponto final nisso, e precisamos fazer isso hoje.

Chamo por seu nome e não consigo nem mesmo me importar com o tanto de desespero que deixo transparecer em meu timbre trêmulo. Jimin hesita, mas finalmente assisto em silêncio enquanto ele para e olhar para trás, com o maxilar pressionado e tenso. Sua expressão vazia me faz cravar as unhas nas palmas de minhas mãos suadas. 

— Você precisa de algo? — Ele pergunta, e por um segundo tenho certeza de que a única resposta que posso dar é me jogar em seus braços e deixar claro que preciso dele. Mas minha covardia parece centenas de vezes maior que minha coragem, e continuo em meu lugar. 

— A gente precisa conversar — Digo depois de algum tempo, e o vejo assentir… É agora. Tenho certeza de que é agora que vamos finalmente conversar sobre tudo que aconteceu, e vou conseguir me livrar de tudo que mantive engasgado durante semanas. Quero agradecer por isso estar acontecendo, mas a voz de Jimin interrompe meu fluxo de pensamento, e suas palavras me atingem em cheio, provocando uma dor excruciante em meu peito. 

— Eu vou me mudar.

Eu vou me mudar.

Eu vou me mudar.

Eu vou me mudar.

As palavras continuam ecoando dentro de minha cabeça e não fazem sentido algum. O som é apenas uma misturas de notas sem começo, meio e fim. Como assim ele vai se mudar? Não, ele não pode se mudar. Nós vivemos juntos já fazem quatro meses, e nunca nada deu errado. Ok, talvez algo tenha dado errado durante aquela maldita noite, mas isso não quer dizer que ele tenha que se mudar… Que droga, como ele pode pensar em fazer isso?! Isso não faz parte do plano! 

Por algum motivo, a ideia do apartamento vazio faz com que um aperto intenso e doloroso se espalhe por meu peito e preciso me apoiar contra o batente da porta para tentar me manter estável. Quero me enganar e fingir que está tudo bem, mas a verdade é que tudo parece estar desmoronando sobre mim. É culpa minha ter descoberto algo que não era para eu saber, então sou eu quem deveria procurar um lugar novo pra morar, não é? Fui eu quem estraguei tudo deixando meu desejo ridículo por Jimin tornar as coisas entre nós estranhas e desconfortáveis. Eu deveria ter ido embora no segundo em que o reconheci em cima daquele palco. 

Eu deveria ter feito tantas coisas. 

Ainda estou imersa em meus próprios pensamentos quando vejo Jimin baixar o olhar, parecendo derrotado, e voltar a caminhar pelo corredor. Me deixando para trás. Não demora para que ele desapareça para dentro de seu quarto, fechando a porta atrás de si e me deixando sozinha. O universo parece estar rindo de minha cara, me fazendo perceber que demorei demais para fazer algo, e que agora talvez seja tarde demais. 

O caminho mais fácil seria voltar para dentro do meu quarto e me esconder embaixo das cobertas de novo, até que a situação se resolva sozinha. Porque é nisso que sou boa, e é com isso que estou acostumada… Fugir de tudo se tornou a resposta para todos os problemas em minha vida, e por um segundo tenho certeza de que essa é a única saída possível. Mas a ideia de ver Jimin ir embora, sem tentar impedi-lo, parece esmagar todos meus medos e, sem perceber, estou avançando em direção a seu quarto e abrindo a porta sem bater.

Não temos toda essa intimidade.

Eu nunca entrei no quarto dele.

Não assim.

E, mesmo com isso em mente, não consigo me importar. Meus pés me guiam para dentro e bato a porta atrás de mim, me encostando contra a madeira escura e vendo o olhar surpreso de Jimin pairar sobre o meu. Não demora para que eu perceba a mala aberta ao lado da cama, com algumas roupas jogadas dentro dela. Sem saber o que estou fazendo, caminho até a mala e começo a pegar suas camisas, caminhando até seu armário aberto e jogando-as lá dentro. 

A verdade é que me sinto ridícula, mas a ideia de continuar parada e em silêncio parece assustadora demais. Volto para perto da mala e tento pegar o restante de suas roupas, mas os braços de Jimin se fecham em torno de minha cintura e e ele me puxa para longe da mala, de maneira brusca, fazendo com que eu perca meu equilíbrio e seja obrigada a me segurar em seus braços.

O contato entre nossos corpos, depois de semanas, é o suficiente para que eu sinta o ar sendo roubado de meus pulmões, e o desejo que sinto por ele começa a borbulhar em minhas veias, contaminando minha corrente sanguínea e meus pensamentos.

— O que você tá fazendo? — Ele pergunta sério, suas palavras escapando por seus dentes cerrados. Sua boca parece tão próxima da minha, e a imagem é tão dolorosa que preciso manter meus olhos na altura de seu pescoço. Seus dedos apertam minha cintura com força, e tenho certeza de que ele vai acabar deixando marcas em minha pele. 

— Você não precisa se mudar, Jimin… — Limpo a garganta, me obrigando a pronunciar as palavras seguintes com clareza — A culpa não é sua, é toda minha… — Digo depressa, incapaz de erguer o olhar para fitar seus olhos — Fui eu quem estraguei tudo! Eu disse que a gente devia voltar ao normal e continuei te ignorando e deixando as coisas ficarem estranhas entre nós…

Quero falar muito mais, mas a sensação de que vou acabar estragando ainda mais as coisas me invade e resolvo me calar. Tenho certeza de que ouço um riso baixo e triste escapar pelos lábios de Jimin e ergo o olhar para fitar seu rosto, mas ele continua sério. A expressão que encontro é indecifrável, mas tenho certeza de que nunca o vi tão abatido antes. Uma de suas mãos se afasta de minha cintura e vai parar em meu braço, e posso sentir seu polegar acariciar minha pele, me provocando um arrepio.

— Você acha mesmo que a culpa é sua? — Sua voz é baixa e calma, mas o olhar em seu rosto é completamente diferente. Nada em seu corpo exala calma ou tranquilidade. A verdade é que parecemos duas bombas relógio, tentando descobrir quem aguentará mais tempo antes de explodir e estragar tudo que está ao redor. Volto a me concentrar em suas palavras e afirmo que sim, balançando a cabeça, e ele finalmente afasta suas mãos de mim, dando alguns passos em cego para trás e se sentando na beirada de sua cama de solteiro, coberta por uma dezena de roupas. A falta de contato me machuca e preciso controlar a vontade de caminhar até ele. Antes de voltar a falar, ele desliza os dedos pelos fios molhados de cabelo e suspira novamente — A culpa não é sua… Eu não devia ter escondido nada de você, e não devia ter feito você passar por aquilo… Você tem todos os motivos do mundo pra não querer olhar mais na minha cara, e eu entendo isso. 

Se ele soubesse que minha vontade é de poder olhar em sua cara vinte e quatro horas por dias…

Suas palavras firmes e seguras parecem ter sido ensaiadas, e apesar de toda certeza por trás delas, a expressão em seu rosto parece dizer outra coisa. A intensidade de seu olhar sobre o meu me faz duvidar de que ele realmente entende algo, porque eu mesma me sinto sinto incapaz de entender tudo o que aquele encontro provocou. Por mais que eu procure, não consigo encontrar as palavras que possam explicar como a sensação de tê-lo tão perto, de modo tão íntimo, fez com que todo meu mundo virasse de cabeça para baixo. Mas ele parece tão arrasado, e tento pensar em alguma forma de tornar as coisas mais leves.

— Você só fez o seu trabalho… — Falo novamente, porque, na verdade, não tenho ideia do que dizer para tornar as coisas mais fáceis. Jimin me encara seriamente e inclina o pescoço levemente para o lado, parecendo me analisar mais profundamente. 

— Você acredita mesmo nisso? — Sinto um rastro de fogo se alastrar por meu corpo novamente, e tenho certeza de que esse não é o rumo que nossa conversa deveria tomar — Você acha mesmo que ficar duro daquele jeito, e gozar gemendo seu nome, faz parte do meu trabalho?

Suas palavras me pegam de surpresa, me atingindo em cheio, e sinto todo meu sangue ir parar minhas bochechas, me fazendo corar. Minhas pernas parecem se transformar em geleia e dou um passo curto para trás, agradecendo por logo encontrar a porta e poder me apoiar contra algo. Ele inclina o tronco para frente e apoia os antebraços nas coxas, ainda me fitando, como se eu fosse alguma espécie de ímã o atraindo.  O brilho feroz por trás de suas íris me faz prender a respiração de modo involuntário.

— Você sabe como eu me senti sujo quando você foi embora? Como eu precisei foder a primeira garota que encontrei pra tentar me livrar da vontade doentia de voltar pra casa e fazer isso com você? — As palavras continuam a escapar por sua boca e, pela primeira vez, ele parece ter deixado parte de seu controle de lado — Você acha mesmo que faz parte do meu trabalho ter que me tocar toda noite, desejando que fosse a sua boca no lugar da minha mão? — Um grunhido abafado escapa de sua garganta ao final da frase, e o som envia um rastro de calor diretamente para o meio de minhas pernas, me fazendo reprimir um choramingo.

O pensamento de Jimin se masturbando, a menos de dez passos de meu quarto, enquanto pensa em mim, me enfraquece por completo. A recordação do som de gemidos no meio da noite surge em minha mente e a certeza de que eu não estava enlouquecendo faz meu estômago se agitar. Tenho certeza de que a única coisa que me impede de avançar em sua direção e cair de joelhos em sua frente, para transformar seu desejo em realidade, é o choque que sinto e que me mantém paralisada. 

Porra…

Quero implorar para que ele não fale mais nada, mas a minha racionalidade, já não tão racional assim, se parece com uma brisa leve de fim de tarde se comparada ao meu desejo, que me atinge com a fúria de uma tempestade.

— Se você soubesse como eu precisava… Como eu preciso — Ele se corrige, baixando o olhar para as próprias mãos por um momento — Me trancar toda noite pra não acabar fazendo uma loucura — Ele acrescenta, em tom de confissão. Sua voz parece conter um misto de vergonha e desespero, mas o desejo é tão, tão evidente.

Meus pensamentos são uma desordem total, e não consigo focar em nada que não sejam as confissões que Jimin deixa escapar em um tom de voz rouco e arrastado. Fico indecisa entre acabar com a distância que separa nossos corpos ou dizer que entendo tudo que ele está dizendo, porque me sinto da mesma forma. Mas a surpresa que sinto ao ouvir cada palavra sua me mantém imóvel, e meu silêncio parece um incentivo para que Jimin continue falando.

— Meu trabalho era te levar até aquela sala e te dar uma dança privada… Você sabe que não foi isso que eu fiz… — Ele parece frustrado consigo mesmo, e o vejo esconder o rosto atrás das mãos. Não preciso prestar muita atenção para perceber que sua calça de moletom parece ter se tornado mais apertada.

— Isso não significa que você precisa se mudar — Finalmente consigo dizer e Jimin volta a me encarar, com o rosto tão tenso quanto antes. Suas mãos se fecham em torno do tecido de sua calça cinzenta e ele endireita sua postura na cama, e por um segundo penso que ele vai se levantar e avançar em minha direção, mas ele permanece sentado. 

— Você não consegue entender? Eu não posso ficar perto de você, noona… — De novo, uma corrente de lembranças invade minha mente sem permissão e tenho certeza de que o mesmo acontece com Jimin, a julgar pelo modo como ele prende o lábio inferior entre os dentes, mordiscando-o com força. Quando volta a falar, suas palavras saem atropeladas — Se eu continuar aqui mais um dia, sem poder te tocar, eu acho que vou enlouquecer… 

A frustração em sua voz é evidente e chega a ser doentio o quanto suas palavras conseguem expressar tudo que sinto. Já fazem semanas desde que estivemos tão perto, e não faço ideia de que como aguentei me manter longe dele por tanto tempo. Cada pedaço de meu corpo parece gritar implorando pelo toque quente de Jimin e estou cansada demais para pensar em tudo que pode dar errado se eu deixar o pouco que me resta de sanidade de lado, e dar ouvidos ao que sinto. Engulo a seco pelo que parece ser a centésima vez desde que entrei em seu quarto, e finalmente consigo reencontrar minha voz.

— E quem disse que você não pode?


Notas Finais


Até que enfim o Jimin falou tudo que precisava falar aaaaaa... O que vai acontecer agora?
Não esqueçam de dizer o que estão achando, porque a opinião de vocês é sempre importante pra mim <3

Ah, só queria dizer que também posto minhas histórias no tumblr www.biasmut.tumblr.com :) Lá eu tento postar quando vai ter atualização das histórias, e sobre projetos futuros, então quem quiser pode me seguir lá <3


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