História Excluded - "Doente"

- Carter, Henrique falou que você não saiu daí a tarde toda, está tudo bem?- Perguntou minha mãe, batendo na porta logo depois que ela chegou.
- Eu estou bem mãe.- Respondi sem abrir a porta.
- O jantar está pronto.
- Eu não estou com fome. Mais tarde eu como.
- Tudo bem então.- Escutei ela descer as escadas e voltei a me jogar na cama.
Henrique e Harry vão embora amanhã, ou seja, tudo vai ficar um pouco mais calmo. E como ninguém aqui realmente me conhece, ninguém vai saber se eu começar a agir como outra pessoa. Uma hora atrás eu estava bem mal por causa do que o Alex falou para mim. Agora o qie predomina é raiva, não dele, minha, talvez eu seja meio bipolar, mas tanto faz.

- Hey, é o Peter.- Ele falou batendo na porta.- Podemos conversar?
- Não...
- Carter, eu vi que você foi embora mais cedo, e sua mãe disse que você não saiu. A gente pode, por favor, conversar?- Eu destranquei a porta e abri ela.- Levando em consideração sua cara, você não está bem um pouco bem.
- Não.
- O que aconteceu?
- Alex sendo idiota como sempre.
- Específica isso.
- Ele me chamou de garota suicida, e não estou com um nível de humor em que suporte bullying. Então chamei ele de idiota. Fomos para sala do diretor, ele foi suspenso de um jogo, eu levei uma advertência, então ele falou que deve ser difícil conviver com o fato de que meu pai cometeu suicídio porquê não me aguentava mais.
- Pensei que você não ligasse para o que ele fala.
- Talvez eu ligue.
- Você gosta dele né?
- Você já me perguntou isso, e eu já respondi.
- Mas tenho quase certeza que sua resposta é outra.
- Tudo bem, talvez ela seja. Agora vai lá, me chama de trouxa.
- Para ser bem sincera, eu não sou a pessoa com mais moral para falar sobre não ser trouxa, gosto de uma garota faz quase cinco anos e ela nunca deu bola para mim.
- Mas a Meggy é uma pessoa legal, já o Alex, nem um pouco.
- Bom, eu não gosto nem um pouco do Alex, mas talvez você tenha visto alguma coisa especial nele.
- Considerando todos os caras de que eu gostei, diria que essa frase é uma falácia.
- E o que tem de errado com eles?
- Dois exemplos: um quase morreu de overdose por causa de heroína, e o outro era filho de um cara fugitivo da máfia japonesa.
- Por falar nisso, como você conheceu o cara com relações com a máfia?
- Longa história.
- Então tá. Mais ainda acho que se você gosta dele, é porque você viu alguma coisa boa nele.
- Você tem certeza?
- Carter, olha, a única pessoa aqui que pode ter certeza sobre isso é você. Mas toma cuidado ok? Ele faz muitos joguinhos com garotas, e você não vai querer entrar em nenhum deles.
- Eu nem sei se eu gosto dele, sentimentos são uma coisa que eu não entendo.
- Bom, nem eu.
- Você é um bom amigo.
- Eu tento.- Ele sorriu.- Sabe uma coisa boa de tudo isso?
- O que?
- Sua maquiagem não borrou quando você chorou.
- Eu não estava com maquiagem.
- Então parece que não temos nenhum ponto positivo aqui.
- Nop.
- Você foi bem na prova?
- Bom, acho que sim. E você?
- Também. Ei, eu te falei que a Meggy veio falar comigo ontem?
- Não. O que ela queria?
- Bom, ela perguntou onde você estava, eu falei que você estava em Los Angeles, ela pareceu meio triste aí eu perguntei se ela estava bem, ela disse que sim, e acabamos almoçando juntos, parece que as coisas não andam muito bem entre ela e as garotas líderes de torcida.
- Não, elas brigaram. Mas no fim isso foi bom para você.
- Nem tanto, ela ter vindo falar comigo é bom, mas não o fato de que ela está triste.
- De qualquer jeito, ela falou com você, isso já é um avanço.
- Então eu agradeço à você.
- Por que?
- Ela só veio falar comigo por sua causa.
- Neste caso, de nada.
- Você acha que talvez aja uma mínima possibilidade de que eu tenha uma chance com a Meggy?
- Sim.
- De verdade?
- Sim.
- Certeza?
- Você quer que eu mude minha opinião?
- Não, claro que não.
- Ok.
- Está tarde, é melhor eu ir para minha casa.
- Eu não vou para a escola amanhã?
- Por que? Você não vai poder evitar o Alex para sempre.
- Evitar ele até segunda já é o bastante.
- Sua mãe vai deixar?
- Eu meio que estou prevendo que eu vou acordar mal amanhã.
- Resumindo, você vai mentir para ela.
- Minha mãe sabe que eu tenho depressão, e ela também sabe que na maioria das vezes que eu falo que estou mal, não é fisicamente. Ela entende isso.
- Ok então.
- Até depois, e por favor, não seja tonta de tentar se matar por causa de uma coisa idiota que o Alex falou só para te irritar, porque não é verdade.
- Tudo bem.
- Tchau.
- Tchau.- Ele foi embora e eu fui dormir, quando eu acordei no dia seguinte desci até a sala, onde minha mãe estava com Henrique e Harry já que eles iam com ela até o aeroporto.
- Bom dia.- Minha mãe falou.
- Bom dia.- Eu respondi.
- Por que você ainda está de pijama? O Peter não vai passar aqui em dez minutos?
- Não estou me sentindo bem hoje.
- Tudo bem, fique em casa.
- Ok.- Me despedi dos dois, da minha mãe e eles sairam, Henrique devolveu minha lâmina para mim, o que foi ótimo, um tempo depois que eles sairam Wei também saí e comecei a andar, mas dessa vez para o lado contrário que eu sempre vou.
-  Não era para você estar na escola?- Perguntou o Charles quando ele move viu enquanto eu passava em frente a uma pista de skate.
- Não era para você estar na faculdade?
- Na verdade só começa em Maio, mas eu vou para a Austrália em Janeiro. Enfim, você está fundindo da escola?
- Estou doente.
- E por que uma pessoa doente iria sair de casa as nove da manhã.
- Estava entediada.
- Seus pais acreditaram mesmo que você está doente.
- Mais ou menos, eu meio que estou com um problema pessoal.
- É aquele período do mês?
- Não, é um pouco mais complicado que isso e interfere um pouco no meu psicológico.
- Posso perguntar o que é?
- Não estou afim disse falar sobre isso.
- Sem problemas.