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História EXODUS - Motivos.


Escrita por: taekxing

Notas do Autor


Não tenho tempo de explicar, capítulo novo, é isso! Desculpem a demora, amo vocês ❤

Não revisei.

Capítulo 48 - Motivos.


- 1 mês depois -

- Se você não parar de puxar a coberta eu vou te dar um porradão e te jogar lá em baixo. -Ameacei Kris enquanto puxava minha coberta de volta.

- É o quê, pouca sombra? -Ele perguntou indignado e eu assenti.

- É isso mesmo que você ouviu! Minha cama, minhas regras.

- Garota chata. -Kris reclamou e virou-se de costas pra mim, puxando a coberta no processo só de implicância.

Levei meu pé às suas costas e tentei empurrá-lo, mas falhei miseravelmente. Kris virou-se na cama de novo, só que dessa vez deitando em cima de mim!!

- Saaaai! Você vai me matar! -Mandei enquanto ele ria.

- Vai parar de ser chata?

- NÃO! Sai!

- Então eu vou ficar.

- Aish! Tá bom, Yifan! Sai, vou parar de ser chata.

Kris saiu de cima de mim e eu virei de costas pra ele, revoltada. Eu já estava prestes a pegar meu travesseiro e ir dormir com o Tao quando recebi um repentino abraço.

- Fica bravinha não, pouca sombra. -Ele mandou e me deu um beijo na bochecha.

Confesso que gosto muito quando o Kris é carinhoso. Na maioria do tempo ele é bem otário mas de vez em quando consegue ser fofo. Isso é bom por um lado porque não suporto melação.

É muito legal quando ele me abraça, porque eu sou pequena (sim, EU posso falar que sou pequena) e ele é gigante então me sinto extremamente protegida.

Me virei novamente para ele e beijei seus lábios, arrancando um sorriso irônico daquela peste.

- Você não aguenta ficar 5 segundos brava comigo, né? É muito amor.

- Cala sua boca. -Mandei enquanto o abraçava também e tentava voltar a dormir.

Nós já estamos assim há um mês. Não estamos namorando, nem fizemos nada e ninguém sabe, só nós - e o Tao -. Claro que os meninos desconfiam de algo, mas se recusam a perguntar. O único que sabe é Tao, porque além de eu confiar cegamente nele, de vez em quando eu durmo - NO SENTIDO DE DORMIR MESMO, SEUS MENTES SUJAS - lá no quarto deles com o Kris.

Tem dias que a gente dorme junto, tem dias que eu não quero nem olhar na cara dele e tem dias que ficamos agarrados o tempo inteiro. Isso está sendo bom porque já não sofro tanto pelo Lay. Esquecê-lo ainda não esqueci, porque é realmente difícil esquecer um amor assim, mas agora eu já consigo pensar e falar nele sem me sentir uma merda.

Kris começou a morder e lamber minha orelha, me fazendo estremecer de agonia e ficar toda arrepiada.

- Para, Yifan! Vai dormir.

- Não tô com sono. -Ele respondeu e enfiou o rosto no meu pescoço, me fazendo sentir sua respiração quente e abafada.

- Mas eu tô.

Foi então que ele me empurrou muito forte e eu quase caí da cama.

- AHHH, NÃO! Vai morrer. -Avisei e parti pra cima dele, me sentando sobre sua barriga e agarrando seus braços.

- Sai de cima, seu demônio. -Kris mandou e eu ri, em seguida prendendo seus braços atrás da cabeça.

- Não saio não.

Facilmente ele conseguiu se soltar e me puxou mais para perto, em seguida me beijando.

Já deu pra perceber que hoje estamos bem viados, e eu não sei porquê.

- Ainda me acha idiota? -Ele perguntou após nos separarmos e eu assenti. Meu sono já havia ido embora, então me sentei ao lado dele, encostada na cabeceira da cama e segurando sua mão.

- Você tem mãos enormes... eu gosto. -Eu disse e tudo que recebi foi uma risada maliciosa. Meu cérebro ficou um minuto em loading até eu notar o tamanho da merda que eu havia dito e caí na risada morrendo de vergonha. -Eu não quis dizer nesse sentido, seu idiota. É só que... você é todo grande.

- Lia, cala a boca. -Kris mandou e eu comecei a rir de novo, me ligando novamente na merda dita. Acho melhor eu realmente calar a minha boca.

Ficamos uns bons minutos em silêncio. Eu não queria dormir de novo, mas já estava quase apagando quando ouvi o Kris fungar. De início não liguei, mas depois ele começou a fungar muito e se não estivesse morrendo de alergia, estava chorando.

- Hey... você tá bem? -Perguntei e ele virou de costas pra mim, jogando o travesseiro na cara em seguida. É... ele tá chorando. O Kris tá chorando... deve estar morrendo! - Hey, o quê aconteceu? -Perguntei enquanto me encostava nele e tentava puxar o travesseiro que o mesmo agarrava com toda a força. A essa hora ele já estava morrendo de soluçar e eu estava morrendo de preocupação.

Ele não me deixava vê-lo chorar e muito menos ajudá-lo. Como eu não sabia o que fazer apenas o abracei, fazendo carinho em sua cabeça e de vez em quando beijando seu pescoço. Eu só queria que Kris parasse de chorar, ou pelo menos confiasse em mim para me deixar ajudá-lo.

Depois de alguns minutos finalmente ele começou a se acalmar. Logo, já não chorava mais e eu tomei coragem pra perguntar novamente:

- O quê aconteceu?

- Lia... você gosta ao menos um pouco de mim? -Ele perguntou e estranhei. Wu Yifan tendo crises existenciais?

- Claro que gosto, Kris. Você acha mesmo que se eu não gostasse me sujeitaria a ficar assim com você há um mês? Eu gosto muito de você, não chega a ser um amor porque você é muito chato pra isso - brinquei - mas eu gosto sim... bastante, até.

Ele não disse nada, continuou em silêncio por alguns segundos até se virar para mim.

- Sabe... todos nós temos ao menos um motivo para estarmos aqui, na máfia. Luhan já nasceu em uma máfia, mas fugiu dela e procurou proteção aqui. Xiumin fugiu de um pai adotivo que só queria explorá-lo e como não tinha nada para fazer optou por aceitar a oferta do Yagami. Lay veio da China tentar ser cantor e tomou um pé na bunda da empresa, então começou a trabalhar com o Yagami. Suho sempre gostou da idéia de pertencer à uma máfia e mesmo antes de saber sobre ser filho do Amon, sempre quis mostrar seu valor à ele. Chanyeol foi meio que adotado pelo seu pai, ele era um órfão e seu pai pagou seus estudos, deu à ele uma casa e tudo mais. O sonho do Chen é fazer faculdade de química, e Amon ofereceu ajuda com tudo em troca da ajuda dele aqui na máfia. D.O era um garoto-problema lá na escola, já havia sido detido 8 vezes por agressões e tudo mais, seu pai viu nele bastante potencial e como queria ajudá-lo também, fez a oferta. Tao veio da China procurando um trabalho melhor para pagar o tratamento de sua noiva que está doente, depois de 3 semanas ele foi convidado a entrar na máfia. Kai é filho de um ricaço qualquer por aí, mas tem um ódio mortal dele, então nós o ajudamos a canalizar essa raiva, tentamos deixá-lo mais produtivo aqui do que perigoso lá fora, ele já incendiou duas vezes a casa do pai antes de entrar pra EXODUS, e Sehun... ele também nasceu na máfia e já foi preso e internado numa clínica psiquiátrica por psicopatia. Ele amarrou os próprios irmãos nos trilhos do trem só porque eles eram traidores da máfia. Ambos morreram, e ele foi preso. Seu pai viu muita lealdade nele... uma porra de uma máquina fiel de matar, então ele ajudou Sehun a sair da clínica e o acolheu também.

Eu não disse nada, apenas o abracei apertado enquanto processava o que ele disse. Eu jamais poderia imaginar essas coisas...

Kris retribuiu o abraço e ficamos assim por um tempo até eu me atrever a quebrar o silêncio.

- E você? Qual é seu motivo?

Ele hesitou um pouco antes de responder, mas logo começou a contar tudo.

- Sabe... eu também cheguei aqui na Coreia todo fodido. Eu vim com minha... esposa e minha filha - arregalei os olhos quando ouvi isso. Filha? Esposa? - morávamos no Canadá, só que resolvemos nos mudar para cá. Não tínhamos dinheiro, nem casa... então comecei a trabalhar com seu pai, quando ele me contou da máfia. Era uma maneira rápida de fazer o dinheiro que eu precisava, então eu topei.

- Onde estão sua esposa e sua filha? -Perguntei ainda em choque. Eu não podia imaginar do Kris ser casado... e ainda ter uma filha!

- Quando a minha esposa descobriu que eu estava envolvido com uma máfia, me expulsou de casa. Ela disse que eu não traria mais segurança pra nossa família e me proibiu de chegar perto da minha filha. Eu sinto tanta saudade dela, Lia. -Ele confessou e me apertou forte contra seu corpo. Foi então que o despertador tocou, avisando que tínhamos que nos arrumar. E mais uma noite não dormida ao lado de Wu Yifan!

Eu não sabia muito o que dizer nem fazer, então tentei acalmá-lo do jeito que julguei certo.

- Se você sente saudades, deveria ligar para ela. Convença a mãe dela te deixar vê-la, dê um jeito. Não é ficar se lamentando que vai resolver a situação!

Depois de alguns segundos de reflexão, Kris sentou-se na cama, passou a mão pelo rosto e me lançou um sorriso meio forçado.

- Você tem razão, é isso que vou fazer.

- Quê? Não entendi. -Eu disse, mas na verdade eu tinha ouvido direito sim, eu só queria que ele repetisse que eu tinha razão.

- Você tem... haha. Muito esperta! Não sou trouxa! -Ele disse e jogou o travesseiro em cima de mim, em seguida se levantando. Como eu tinha que me arrumar para a aula, me levantei também e assim que Kris saiu do quarto vesti meu uniforme. Depois fui ao banheiro, lavei o rosto, escovei os dentes e pentiei o cabelo. Saí, peguei minha mochila e desci as escadas.

A primeira coisa que vi ao chegar no 1° andar foi D.O e Tao zumbizando pela sala. Kai e Sehun estavam na cozinha tomando café-da-manhã e Chanyeol estava dormindo jogado na poltrona. Chen devia estar no seu parquinho de diversões.

Esquisito, porque hoje eu estou inexplicavelmente feliz. Sei lá, acho que a confiança que Kris tem em mim para ter me contado isso me deixou feliz. Não estou nem um pingo brava com ele! Todos temos segredos, até eu que sou uma pata na vida tenho segredos. Acho que, lá no fundo, estou começando a gostar do Kris de verdade... o que é um problema porque... não sei direito, mas é problema!

Acho que, pra mim, gostar de qualquer pessoa que não seja o Lay sempre vai ser um problema... vão se passar 30 anos e eu não vou esquecer esse homem, quer valer?

Cumprimentei cada um dos meninos com beijos na bochecha, até mesmo o adormecido Chanyeol, que nem se moveu. Depois voltei para a cozinha e peguei uma xícara de suco. Não quero comer, mas nunca dispenso meu suquinho de todo dia.

Depois de todos os zumbis estarem prontos eu, Sehun e Chanyeol fomos no carro do Kris e D.O e Tao foram com Kai. Chanyeol estava meio dormindo ainda, eu e Kris optamos por não conversar muito perto dos meninos para não levantar suspeitas e eu e Sehun não conversamos mais depois do nosso rolo... sei lá, é estranho, por isso, o carro ficou o maior silêncio. Eu fui no banco do carona e Chanyeol e Sehun foram no banco traseiro enquanto Kris dirigia de cara emburrada (aliás, quando ele não está emburrado?).

Depois de alguns desconfortáveis minutos de silêncio, finalmente chegamos à escola. Sehun cutucou Chanyeol para que acordasse, e assim que o fez ambos se despediram de Kris e saíram do carro. Como haviam só nós dois no carro, me virei para Kris, que logo se aproximou e beijou meus lábios.

- Boa aula.

- Bom trabalho. -Respondi, ajeitei minha mochila e saí do carro. Eu mal havia me distanciado dele quando Kris buzinou e depois abriu o vidro. Voltei lá e ele me entregou seu celular.

- Já que você está de castigo sem celular, pode ficar com o meu. Qualquer coisa liga para o Xiumin.

- Tem certeza?

- Claro.

- Obrigada.

- De nada. Só não fica lendo minhas mensagens, senão eu vou saber e vai dar ruim pra você!

- Aish, ok.

Voltei a andar e de novo a peste buzinou, eu já estava prestes a mandar ele enfiar a buzina naquele lugar quando me virei novamente e ele piscou pra mim antes de dar a partida no carro e ir para o trabalho. É, às vezes não tem como ficar brava!
Corri até a escola e assim que passei pelo portão fui surpreendida pela Andrea e por seu irmão gigantesco, ele parece um hashi gigante de uniforme. Os dois me abraçaram enquanto eu estava paralisada com o susto.

- Oi, Lia! Estávamos com saudade. -Andrea disse e eu realmente não consegui entender.

- Nós nos vimos ontem! -Eu disse e Dean, o irmão da Andrea, riu.

- Não importa! Sabe o quê importa? Fiz muitos doces pra gente.

Dean é um cozinheiro incrível. O sonho dele é ser chefe de cozinha e quando contei que morava com os meninos ele me disse que faz curso de gastronomia com o D.O, na mesma sala, só que tem vergonha de falar com ele. Eu teria medo do D.O se não o conhecesse, ele geralmente não mantém uma expressão muito convidativa.

- Doces? Eba! Agora me levem até a sala, minha mochila está pesada. -Eu disse endireitando a postura que estava torta por causa do peso da mochila.

- Não seja por isso. -Dean pegou minha mochila e a levou para mim enquanto caminhávamos até a sala.

(...)

- Tá bom, Kris.

- Ande sempre na calçada, você é uma pata, vai acabar se machucando.

- Tá bom, Kris. -Repeti pela milionésima vez.

- Se cuida.

- Tá, tchau.

Desliguei antes que ele falasse mais alguma coisa. Avisei a Sehun que Kris não poderia nos buscar, falei para ele ir com o Kai e eu, Andrea e Dean fomos andando. Os dois moram sozinhos a três ruas da minha, e eu nunca imaginaria.

- Tô morrendo, minha barriga tá doendo. -Andrea disse e o irmão dela começou a rir.

- Também, né?! Você comeu praticamente todos os doces que fiz pra Lia.

- Você disse que eram pra nós.

- Nós 3! Não nós você.

- Cala a boca, Dean! Respeita minha dor.

Então fomos rindo até minha casa. Não estava longe, e somos bobos demais para não ficarmos rindo o tempo inteiro. Assim que chegamos ao portão, Dean e Andrea me abraçaram e nos despedimos.

Enquanto andava até a porta, senti uma sensação estranha. Havia alguma coisa errada. Consegui chegar na porta, tirei o tênis e entrei. Logo da entrada eu escutava as vozes, estavam todos conversando. Segui rápido as vozes, empolgada para ver todo mundo interagindo, já faz tempo que isso não acontece mas quando cheguei na sala...

A primeira pessoa que vi foi ele.

Todos na sala se silenciaram ao me ver, podiam sentir o clima pesado que se instalou assim que o vi.

Lay estava encostado no balcão, ao lado de Chen e segurava o Uta nos braços enquanto o acariciava. Ele estava mais pálido e magro que antes, mas ainda continua bonito. Desgraçado!

Meu coração se acelerou muito e comecei a ficar vermelha... de raiva.

- Lia, ele...

- Boa tarde, Chen. -Eu disse e passei reto por eles, subindo as escadas e indo para o meu quarto.



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