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História Experience - 5- Que papo é esse?


Escrita por: hihomika

Capítulo 6 - 5- Que papo é esse?


- Ah, então você estuda no bloco B? Legal...

- É, mais ou menos. Pronta pro baile?

- Não muito... não ligo muito pra isso.

- Então somos duas eu acho - e as janelinhas voltaram a aparecer -. Gostei do seu cabelo. - alguém elogiou meu cabelo? alguém do bloco B? me segura!

- O..o..obrigada. O seu é muito legal também, a cor ruiva cai bem em você.

- Cê acha? - deu risada - Dificilmente eu arrumo ele, sacomé... - aquela frase ficou marcada em mim - O que acha de sentar comigo na arquibancada pra olhar as burras do 3°A jogar?

Finalmente eu consegui desenvolver uma conversa com alguém que não era a Nat! Ela parecia legal e inteligente, fiz que sim com a cabeça e ela me puxou pelo braço até a arquibancada.

Na quadra podíamos ver as meninas rindo de nós. "Olha as fracassadas juntas".

- Só liga o foda-se e pronto.

- Ah, relaxa, já nem ligo mais. Vou rir delas quando eu estiver formada e reconhecida.

- Ah, já tem faculdade em mente? - ela falava enquanto fazia um coque alto

- Então, eu ganhei uma bolsa pelo exame e me mudo assim que as aulas aqui terminarem.

- Ui, e o que pensa em fazer?

- Música. E você, fez prova ou não quer ir pra universidade?

- Eu fiz e consegui uma bolsa de 40%, é mais do que eu esperava já que não me dediquei tanto a esse teste. Pensei em não fazer nada por enquanto mas mudei de ideia em cima da hora.

Ela me contou o quanto detestava o fato do seu pai querer controlá-la, ele queria que ela fizesse advocacia mas ela prefere a fotografia.

- Mas ele concorda com isso?

- Ele não tem que concordar, já tenho quase 18 e eu decido o que é melhor pra mim, não acha?

- Sim, claro. Minha mãe é bem liberal quanto a isso, o pai dela também era pirado e aí ela resolveu que quando fosse mãe faria diferente.

- Que bom. Fez teste pra qual universidade?

- América.

- Sério? Então acho que nos veremos por mais alguns anos!

Ela passou pra mesma universidade que eu, não acredito. Esse dia não poderia ficar mais estranho.

- Poxa, que legal!

- Eu vou morar com a minha mãe a partir de agora. Tudo vai melhorar, ela me entende melhor do que ninguém.

- E por que você ficou com seu pai já que ele é tão rude?

- Quando eles se separaram eu era pequena, a gente morava no Tancredo e aí como minha mãe estava desempregada o juiz achou que isso dificultaria na minha criação. Meu pai ganhou a guarda. Eu pedi pra ficar com ela daí o juiz decidiu que eu poderia vê-la quando eu quisesse, se ele impedir vai responder na justiça. Ela está reclamando a guarda já que eu preciso ir pra capital, como sou maior de 16 eu já posso decidir.

- Entendi, meus pais também são separados mas eles são super de boa, sabe? A gente vai pra casa dele às vezes e ele vem também...

- Até que a gente se parece bastante - ela olhou pra mim fixamente por uns instantes.

- Que foi? - eu ri

- É que...você é muito bonita.

Woww, calma, não entendi o rumo dessa conversa!

Fiquei meio sem jeito e ela percebeu. Voltamos a falar das meninas na quadra mas aí o sinal tocou.

- Então, quer almoçar na cantina comigo na segunda?

- Por mim tudo bem!

- Valeu!

- Valeu.

O que tinha acontecido ali? Talvez ela fosse lésbica também e estivesse flertando comigo pra ver se eu reagiria, quem sabe. Agora eu tenho alguém pra conversar no intervalo além da Natalie, ela ia adorar conhecê-la. Depois que percebi que eu não peguei o número dela e nem perguntei o que ela fez pra ficar 1 hora na detenção. Na próxima eu pergunto.

12:33

- Valeu por me deixar sozinha com uma bike hoje, mãe. Valeu mesmo.

- Desculpe meu amor, acabei me atrasando, fiquei até tarde ontem redigindo alguns documentos. Na pressa esqueci de chamar até seu irmão, coitado.

- Ah, tudo bem. Entendo.

- E a escola?

- Legal. Conheci uma pessoa nova hoje.

- Namoradinho novo?

- Ai mãe, não força tá? Eu hein...

- Só perguntei ué, não posso saber?

- Primeiramente: como eu poderia encontrar um namorado assim, do nada? Segundamente: não, é uma garota.

- Entendi... mas enfim, esquente seu almoço, estou cansada. Lembre que amanhã iremos à Lajeado.

- É mesmo, nem lembrava que hoje é sexta...

Terminei meu almoço, na verdade comi pouco pois estava sem fome, depois a Nat me mandou uma mensagem pedindo que eu fosse com ela até o Vie En Rose olhar os vestidos para a formatura. Eu não estava muito empolgada, mas o que ela não me pede chorando que eu faço sorrindo?

16:23

- Hello, baby! Empolgada?

- Não muito...

- Qual é!? Se anima, vai! Você pode escolher um pra você se quiser.

- Não precisa, eu tenho alguns em casa, não vale a pena se eu nem tenho certeza se vou...

- Fala sério! Você prometeu que ia comigo, Anne Selestina Correia Afonso Figueiredo!

- Ai credo, se eu tivesse um nome assim eu nem sairia de casa - nós rimos.

- Me ajuda a escolher, vem cá - me puxou para trás do trocador. Menina culta ou... hoje eu tô pro crime? - ela fazia caretas tentando entrar no personagem

- Prefiro aquele ali! - apontei para um vestido que parecia emitir luz própria, escondido atrás de alguns cabides

- Sério? Então vou provar, mas só porque você pediu...

Quando ela saiu do trocador eu senti que um pedaço das estrelas havia pousado naquele tapete. Estava linda, aquela era a roupa certa na pessoa certa.

- Wow... você... tá muito show!

- Adorei!!! Vou levar esse. Sinto que o dia do baile será o melhor desse ano. Mas ainda falta escolhermos algo para você.

- Já falei que não precis...

- PRECISA SIM! Ô MÃE VEM CÁ.

- Nossa, que lindo filha! - D. Clô pôs a mão no queixo

- Eu quero que a Anne escolha um vestido pra ela mas ela quer se fazer de durona, mãe!

- Ah, que isso, fique a vontade minha querida. Quero que vocês sejam as mais lindas desse baile!

- Não precisa, sério mesmo, muito obrigada tia.

- É o meu presente de formatura pra você. Aceite, por favor... - ela olhou tão profundamente pra mim que não tive como recusar

- Está bem!

- O que você acha desse aqui? É bem a sua cara. Nada chamativo, é claro e simples.

- Amei - eu sorri. Vou provar.

Coube direitinho. Era esse. Seria um pecado deixar ele guardado. Um amarelo pastel lindo, lindo como quem o escolheu.

- Obrigada, mas ainda acho que sei lá... ainda faltam algumas semanas e...

- Xiiuu, você ficou linda, Anne!

No caminho de volta eu contei pra ela que tinha conhecido uma menina nova e ela ficou surpresa.

- Que menina?

- Ah... uma menina aí do terceiro ano B. Ela é muito gente boa, bom, pelo menos até agora ela me pareceu alguém legal.

- Mas é bonita?

- Que diferença faz isso?

- É bonita ou não?

- Ah, é sim. Na verdade ela é beeeeem bonita, tipo muuuuito...

- Já entendi - ela riu. Hum, então vocês são amiguinhas agora?

- Ih ala, tá com ciúmes dela?

- Eu não... desde quando eu sou ciumenta? Sei lá... Que bom que você tá fazendo novas amizades. - ela desviou o olhar

- É sim. Na segunda eu te apresento ela. Você vai curtir, relaxa.

Até chegarmos em casa ela ficou calada. Talvez estivesse puta pelo fato dela ser minha única amiga por muito tempo e agora provavelmente ela não seria exclusividade.

6:30

- Mãe? - uma voz triste vinha da cozinha

- Oi meu anjo, por que você está sozinho?

- A mamãe teve que ir cobrir horário de um colega e me deixou aqui sozinho. Eu tô com medo - Érick começou a chorar e algumas lágrimas surgiram nos meus olhos

- Vem cá. Por que não me ligou? Eu viria de vassoura à jato pra ficar contigo! - isso fez ele rir um pouco - O que acha de pedirmos um balde de frango?

E no fim da noite estávamos eu e meu irmão deitados no chão da sala comendo coxas de frango fritas e reprisando Harry Potter loucamente, até os olhos pesarem demais ao ponto de não conseguirmos mantê-los abertos.


Notas Finais


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