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História Pierrette - Uma Lenda e um Visitante


Escrita por: Flor_de_Fogo

Notas do Autor


*--*

Capítulo 3 - Uma Lenda e um Visitante


Sofia andou em círculos por uns instantes, parecia nervosa e mais preocupada do que nunca. Nós ficávamos observando cada movimento que ela fazia. Ela parou na frente da bendita estante, pousou uma das mãos nela e com a outra pareceu secar uma lágrima. O que de tão doloroso aquela história tinha?!
    -- Meus pais nunca mais foram os mesmos, eu tinha nove anos quando viajei com eles pela última vez, quer dizer, uma viagem para tão longe.
    -- Tá dando medo, nunca te vi tão sentimental. -- disse meio preocupada.
    Ela virou para nós de novo, caminhou até a mesinha e pegou mais um biscoito do pote. Mordeu o biscoito, olhou para ele uns minutos. De repente ela saiu da sala, correu até a sala de jantar e pegou uma cadeira, voltou à sala e colocou-a na frente da estante e, ao mesmo tempo, na nossa frente. Seus olhos marejaram e ela pegou mais um biscoito. Lucas, sempre afoito, esbraveja:
    -- Conta logo! A gente não tá mais aguentando ver você indo daqui pra lá e de lá pra cá!
    -- Você só pensa na sua curiosidade, ela deve ficar muito triste com isso. -- disse Lucy, levantando e indo abraçar Sofia.
    -- Eu só preciso de um tempo, era muito pequena e... -- disse Sofia.  Lucy a abraça e, como se não conseguisse aguentar, lágrimas saíram e soluços vieram. Quando também me preparo para levantar do sofá fofo para tentar agradá-la, ela levanta a cabeça com os olhos vermelhos e começa a narrar:
    -- Fomos numa maravilhosa viagem, não lembro direito para onde, só sei que chegamos numa loja de coisas estranhas, esquisitas e antigas. -- dá uma risadinha -- Ora! É velho e místico meus pais já compram! Mas antes que a gente saísse daquele lugar, o dono da loja simplesmente disse que, tecnicamente, não era nosso esse baú.
    -- Baú?! Mas isso é uma estante. -- disse Lucas.
    -- Ele chamou de baú pois guarda um tesouro e, além do mais, as portas das pontas e a parte de cima, para os livros foram feitas depois sob encomenda. Meus pais quiseram fazer uma espécie de camuflagem.
    -- Camuflagem?! Está ficando cada vez mais interessante! -- disse, curiosíssima. Depois de um leve sorriso, Sofia continuou:
    -- O carinha contou que há muito tempo, muito tempo mesmo, existia um culto curiosíssimo, parece que alguns iniciados nesse culto eram escolhidos para uma viagem em dimensões, para resolverem alguns pepinos...
    -- Que tipo de pepinos? -- disse Lucas -- Cozidos?! HÁHÁHÁ!
    -- Eu vou é cozinhar você se não calar a sua boca! -- disse Lucy, lançando um olhar que realmente deu medo.
    -- Nossa, foi só uma brincadeira!!!
    -- Deixe essas brincadeiras só com você!
    -- Bom, voltando, parece que nessas dimensões eles viviam uma porção de aventuras e aprendiam a usar o poder da mente, como controlar as situações dos lugares que iam e etc. Então, desse jeito, conseguiriam controlar suas e vidas e ajudar as pessoas que só tinham noção "dessa realidade". Ou seja, era para escolherem mais pessoas para serem iniciadas e para depois tomarem o lugar deles de escolher mais.
    -- Tudo bem, mas o que deu errado?! -- perguntei -- Sempre alguma coisa dá errada nessas histórias.
    -- Parece que o poder envenenou alguns.
    -- Como assim?! -- perguntou Lucy.
    -- Eles viajaram e, não se sabe se já planejavam isso ou se mudaram de ideia durante a viagem, mas não quiseram que mais ninguém viajasse e, com isso, começou uma batalha. Uma grande batalha. Uma moça, descendente da sacerdotisa que começou com esse tal culto, percebeu que os defensores das viagens iriam perder, os portais estavam sendo fechados por tempo indeterminado ou para sempre. -- Sofia deu uma pausa, suspirou e pediu pra Lucy pegar um copo d'água. Depois de beber um gole, continuou -- Ela, num desespero infindável, juntou uns amigos, creio que três, e foram no altar da "deusa da imaginação" ou coisa parecida. Queriam saber como resolver a situação. A deusa respondeu que eles podiam resolver pois já tinham viajado, conheciam muita coisa, a imaginação já não tinha tantos mistérios para eles.
    -- Que ajuda maravilhosa... -- resmungou Lucas.
    -- Eles só estavam nervosos, precisavam de calma e não dessa bronca. -- disse Lucy.
    -- Sei lá, só sei que foi assim que o cara contou.
    -- E qual foi o resultado? -- perguntou Lucas.
    -- A deusa sumiu e a moça resolveu fazer um sacrifício. Ela pegou uma adaga, tirou seu coração e, com a força da mente, tentou ficar viva tempo suficiente para transformar seu coração numa chave de portal para todos os portais que foram fechados. Ah! Para os que seriam fechados também. Por fim ela morre e seus amigos colocam seu coração nesse "baú". Por fim o moço disse que não era para abrir, pois não sabíamos com o que estávamos mexendo.
    -- Que doideira. E como ele foi vendido?! É uma relíquia, nem um museu seria o lugar certo disso! -- esbravejou Lucas, abrindo os braços.
    -- Enfim, o que importa é que está aqui. Meus pais, para fugirem da tentação de abrir esse negócio, inventam várias coisas para fazerem e para mim também. Eu cansei de viagens, queria ficar um pouco aqui e assim fui conhecendo mais vocês. Sinto falta deles mas sei lá. -- colocou as mãos no rosto e começou a chorar de novo.
    -- Calma, às vezes não tem nada e vocês foram enganados por um charlatão. -- disse Lucy.
    -- Muito confortador, Lucy... -- disse me aproximando de Sofia -- Talvez isso tenha vindo para cá justamente por saberem que vocês seriam bons "guardiões".
    -- Ora! Deixem de besteiras! -- disse Lucas -- Não sou de concordar com ninguém mas, pensando bem, acho que Lucy tem razão. A estória é muito boa, triste, mas boa. Porém a gente só tá vivendo um dia louco, só isso. -- ele levantou do sofá e andou até a estante -- Vou mostrar que não tem nada com que se preocupar e... -- dizia agachando e abrindo as portas centrais. E, do nada, saindo de dentro do "baú", um moço com sobretudo preto veio dando cambalhota. Ficando de pé, abriu os braços dizendo:
    -- TARAN!!!!
    -- AAAAhhh!!!!! -- gritamos assustados.
    -- Que jeito mais estranho de receber um visitante que veio do nada. 
 



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