História Êxtase - Capítulo Único

Era uma noite fria, o vento gélido balançava meus cabelos e meu vestido de cor esbranquiçada. Eu me encontrava com os antebraços apoiados no parapeito da sacada do apartamento e me concentrava nas luzes diante de mim e nos sons da avenida andares abaixo.

Uma música suave tocava no cômodo ao lado e meus quadris balançavam sutilmente ao som da canção, no ritmo das batidas delicadas. Olhei para a taça de vinho em minha mão esquerda, apoiada entre os dedos de forma quase desleixada, poderia até mesmo dizer-lhe desanimada.

Eu, em definito, me encontrava entediada. Suspirei e mudei o pé de apoio, sentindo em seguida um calor repentino atrás de mim e um beijo sendo pressionado em meu ombro nu.

Senti braços rodearem meus quadris e uma respiração tranquila no meu ouvido, então levei a taça aos lábios, bebericando um pequeno gole.

— Sakura. — ouvi seu murmúrio, baixo, quase inaudível e sorri.

— Sasuke. — e, ao pronunciar seu nome, seus dedos pressionaram minha pele mais intensamente, dando-me uma sensação de posse.

Terminei de beber o conteúdo da taça e virei-me, encarando seus olhos escuros. Senti, antes ver, que ele encurtaria aquele espaço entre nós, então afastei-me e me desvencilhei de seus braços, caminhando para dentro do apartamento e atravessando em direção à cozinha. Eu sabia que ele me seguiria, sempre seguia.

Coloquei a taça sobre a pia e, sutilmente, livrei-me dos saltos, pegando-os e novamente abandonando o lugar onde ele se encontrava. Sentia-me numa perseguição, uma caça onde eu sabia que, novamente, eu não era a caçadora. Meu coração palpitava tão rápido que eu mal podia acompanhar as batidas e se eu tivesse que contá-las, diria ser impossível.

Abri a porta do quarto e deixei que os sapatos escapassem dos meus dedos, soltando um baque abafado ao atingir o chão. Levando uma das mãos às costas, deslizei o zíper até o final, para que, em seguida, o vestido descesse pelos meus braços e logo caísse ao chão.

Eu sabia que estava sendo observada, assistida de perto, eu sentia sua presença à alguns metros de onde eu me encontrava.

Eu ainda podia ouvir as batidas de uma música e isso foi mais que o suficiente para que, enganchando os polegas em minha peça íntima, eu a deslizasse pelas minhas coxas de modo provocante, balançando os quadris de modo que se assemelhava a uma dança.

Não me sentia desconfortável pela minha nudez, ao contrário, isso fez com que eu me sentisse imponente e, sem receios, me virasse para Sasuke. E seus olhos, olhos de um caçador, estavam em chamas. Eles me incendiavam. Deixei um sorriso desenhar meus lábios enquanto me aproximava dele e tocava seu peito, levando as mãos à sua camisa e começando a desabotoar sua camisa... Lentamente, provocantemente devagar.

Assim que obtive todos os botões abertos inclusive as abotoaduras, tirei-lhe a peça superior e me inclinei sobre ele, beijando o ponto onde seu coração ficava. Tracei uma trilha de beijos até seu pescoço, segurando-me em seus quadris e insinuando meus dedos através do cós da calça.

Senti então suas mãos tocarem minhas costas e me afastei ligeiramente, pegando suas mãos e afastando-as de mim. 

— Não me toque. — ordeno, sussurrando em seu ouvido e, logo depois, mordendo o lóbulo de sua orelha levemente.

Segurei-me em seus bíceps e beijei sua mandíbula, trilhando um caminho até capturar sua boca, mordendo seu lábio inferior brevemente. Sorri e segurei em sua cintura, puxando-o em direção a cama, lugar onde o empurrei sobre os lençóis claros.

Sua respiração estava desregular, igualava-se à minha que, fatalmente, eu tentava normalizar.

Eu desci pelo seu corpo, deixando beijos por onde passava até chegar à calça, peça que logo eu retirei com sua ajuda.

— Sakura... — sua voz exalava sofrimento, mas eu, naquele momento, apenas desejava divertir-me.

— Shhh... — disse mordendo as partes internas de suas coxas e, logo em seguida, beijando o osso de seu quadril enquanto deslizava sua cueca para baixo.

Gradativamente... Descobrindo um pedacinho de pele por vez, e, a cada parte descoberta, um beijo era ali depositado.

Sem que eu mesma percebesse, sua última peça havia sido jogada ao chão então aproximei meu rosto do seu, seguindo ao seu pescoço, ao qual eu marquei levemente.

— Você... — murmuro mordendo seu queixo. — Me... — seguro seu rosto em minha mão e sorrio. — Pertence.

Aquela frase. Ela era a base do nosso relacionamento. Sasuke era meu, sempre fora.

— Diga. Diga-me que é meu. — ordeno beijando-lhe os lábios brevemente e sentindo seu arfar quase inaudível em seguida.

— Eu sou seu. — ouvir aquelas palavras transpassarem seus lábios... Ah, era meu maior êxtase, era minha recompensa.

Minha mente, ela entrava em cuito-circuito, meu coração, esse, não tinha salvação. Tudo dentro de mim... Incendiava.

Apoiei-me em seu peito com uma mão e usando a outra, segurei seu membro, direcionando-o para a minha intimidade. E, logo, deixei-o deslizar para dentro de mim. Rapidamente, de súbito. Um arfar abandonou meus lábios e eu estremeci com a entrada repentina, enquanto todos os meus músculos internos se contraíam.

— Sasuke. — sussurrei e, só então, comecei a me mover.

Lentamente, de forma turtuosa... Não tinha pressa, apenas deixava os movimentos graciosos me guiarem. Gemidos silenciosos deixavam a minha garganta, as estocadas eram profundas, intensas.

O suor impregnava nossas peles, misturavam-se. Tornava-nos um só.

Logo senti suas mãos tomarem minha cintura e meus olhos se abriram, para observá-lo enquanto me ajudava com os movimentos que, em seguida, se tornaram rápidos. Quase frenéticos.

Eu já não controlava os gemidos que perpassavam-me, todos os meus pensamentos estavam desconexos e eu só conseguia sentir, deixar-me levar.

Até que, de súbito, o êxtase acometeu-me de forma que tudo ao meu redor desapareceu,  não restou absolutamente mais nada, somente as sensações que nos tomavam.

Deixei-me cair sobre o seu peito e fechei os olhos, enquanto minha respiração se normalizava. E, antes de adormecer, pude sentir um beijo suave sendo pressionado em minha testa então eu, satisfeita, simplesmente sorri.