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História Êxtase - Sem saída


Escrita por: DesnecessauraMM

Notas do Autor


Olaaar

Ainda não respondi os comentários, é a vida :v
Boa leitura e desculpem os erros!

Capítulo 17 - Sem saída


Minha visão rodava conforme eu tentava tirar o rosto da madeira. Eu não lembrava onde estava o dinheiro que deveria estar na minha carteira, mas ainda consegui identificar todos os meus cartões em seu devido lugar.

 

- Está ali... É, isso mesmo. - A voz masculina falou.

O dono do bar já tinha me dito algumas vezes que eu deveria ir embora, mas eu duvidava que conseguiria, então pegou meu celular para tentar entrar em contato com alguém que pudesse me buscar.

- Não foi nada, eu já o vi na televisão. Disponha, senhorita.

O lugar estava vazio sem contar comigo. Todos os clientes foram embora antes da meia noite e eu continuava ali, as duas da manhã. Uma mão tocou meu ombro, até cogitei ser Minerva, mas ela não se daria ao trabalho de ir até lá.

- Gajeel... - Ultear sentou ao meu lado no assento macio. - Caramba, Gajeel, fale comigo.

- Oi. - Estiquei a mão até os amendoins no pote da mesa, comendo alguns.

- Rogue me ligou. Erza me ligou. O dono do bar me ligou. - Levantei as sobrancelhas. - O que você fez com sua vida?

- Fodi tudo, como o esperado. Lembra que o nosso pai disse que eu iria foder tudo mesmo? Quem diria, ele estava certo.

- Realmente, ele tinha razão. - Cheirou o copo que eu bebia e torceu a boca. - Só bebendo até cair para você esquecer de como foi burro ao deixá-la passar.

- Você não ajuda, Ultear.

- Nasci para admirar o sol, não sua solidão. - Pôs a carteira e a chave do carro sobre a mesa. - Você tem certeza de que vai se casar?

- Eu não tenho outra escolha, tenho? - Ficou em silêncio, batendo as unhas sobre a mesa. - Não falou nada para eles, não é?

- É claro que não, idiota. - Finalmente levantou e puxou meu braço. - Vamos, vou te levar para casa.

- Tanto faz. - Assim que fiquei de pé, cambaleei e ela segurou meu braço, colocando em volta do pescoço. - Aliás, como chegou tão rápido?

- Eu já estava na cidade, resolvendo alguns problemas. Se aquela vaca acha que pode pensar em fazer algo contra nossos pais... Eu a jogo do vigésimo andar e fico de lá dando tchau.

- Você resolvendo problemas? Não era de humanas? - Brinquei, tentando ignorar a dor na perna.

- Pelo amor, Gajeel, chega de brincadeiras.

- Sabe que estou bêbado e que eu não vou lembrar de nada disso amanhã, não é? - Saímos do bar. - Vou me casar, dá para acreditar?

- Aguente apenas mais um pouco. - Abriu a porta do passageiro e me ajudou a sentar, colocando o cinto em volta do meu corpo.

- Não posso esperar, é algo que tenho que fazer.

- Vou fazer o impossível para parar aquela mulher. - Passou a mão no meu rosto. - Sabe que pode contar comigo para tudo, não é? Antes de tudo, nós somos irmãos.

- Eu sei... - Sorriu com minha resposta, bateu a porta e entrou no outro lado.

- Você precisa de um banho, urgentemente.

- Ainda bem que você tem essas coisas de cheiro no carro. - Falei.

- "Essas coisas"? Droga, você nunca muda.

Ela deu a partida e eu joguei a cabeça para o lado. Não importava mais o que eu sentia, não importava o que todos tentassem fazer. Eu estava decidido: eu iria pagar por tudo que fiz, ninguém mais levaria a culpa por meus erros.

(...)

Estava na minha sala, voltando com meus cálculos, enquanto as duas mulheres faziam os ajustes no terno azul, com detalhes em rosa bebê - descrição de Minerva -. Meu casamento seria no dia seguinte, na tarde do último sábado do mês. E o dela também.

Os noticiários anunciavam nosso casamento, Minerva desfrutava do luxo com que sempre sonhou, principalmente por fazer toda a cerimônia na minha casa, cercada de câmeras e atenção.

- Senhor, preciso de mais uma medida. - Suspirei e girei a cadeira, pegando o objeto encostado na mesa.

- Certo. - Apoiei a mão na muleta e fiquei em pé. - Seja rápida, por favor.

Depois que ela terminou, andei lentamente para a porta e passei por minha secretária em silêncio. No elevador, as pessoas entravam e saiam sem me notar ali. Assim que cheguei ao andar desejado, bati na porta.

- Entre.

Entrei no espaço e a vi de costas, falando ao telefone sem parar. Virou, sinalizando para a cadeira na frente da sua mesa.

- Sim, quero as mesas todas espalhadas no jardim e não esqueça as toalhas bordadas, direto da França. - Continuava a ligação. - Ainda bem. Não admitirei nenhum erro, é um dia especial para nós. Ok, vou desligar.

Desligou e jogou o celular sobre a mesa, dando a volta até chegar perto de mim. Sentou na madeira e pôs o pé sobre minha perna, com um enorme sorriso no rosto.

- Algum problema, querido?

- Pare de mandar massagistas para minha casa. - Afastei sua perna. - Não pedi sua ajuda.

- Não vai ser uma cerimônia perfeita se o noivo estiver parecendo um pobre aleijado. - Fiquei de pé e segurei seu braço, arrancando mais uma risada dela. - Espere para me pegar assim na lua de mel, Gajeel.

- Acha mesmo que vou transar com você? - Ri.

- Você vai.

- Deite, durma e sonhe esperando por isso. - Beijei sua bochecha. - Até amanhã, meu amor.

- Volte aqui, Gajeel Redfox!

(...)

Me joguei na cama, afundando o rosto nas cobertas. Faltavam menos de vinte e quatro horas, era engraçado pensar assim. A roupa no manequim no canto do quarto chamava atenção, eu ficaria ridículo naquilo.

Talvez ela estivesse na mesma situação ou até mais assustada do que eu, algo que parecia impossível. O seu cheiro não estava mais ali, só que eu ainda sentia como era tê-la nos braços.

Parei para pensar sobre minhas convicções, sempre tão fortes e tão presentes na minha vida. Pela primeira vez, a ciência não podia explicar aquela maldita conspiração contra nós, não podia resumir e deixar tudo mais fácil para a mente e o coração.

E, naquela noite, acabei dormindo sem querer acordar.

 

[…]

 

Seu braço sobre meu ombro era incômodo, assim como sua presença e todo o resto, mas sua voz era a pior coisa. Os dedos brincavam com meus cabelos sobre os ombros, enquanto esperávamos a primeira rodada de petiscos, no buffet que ele contratou para o "nosso" casamento.

- Eu sempre gostei de festas com variedades, não quero nada chique demais, afinal, não temos uma empresa milhonária. - Sua voz saía descontraída para qualquer um que ouvisse, mas eu e meus pais sabíamos ao que ele estava se referindo. A quem ele estava se referindo.

- Bem, espero que seja tudo o que disseram. - Minha mãe estava sentada ao lado do meu pai, na nossa frente. - É o casamento da nossa menina.

- Tem alguma preferência, filha? -Meu pai interrompeu o olhar cúmplice dos dois.

- Não há necessidade de festa, desde o início.- Eu respondi sem muita emoção.

- Claro que há necessidade, casamento é uma data especial na vida de um casal, é o dia mais importante da vida dos dois, como não teríamos uma festa?

Os primeiros petiscos chegaram, depois as bebidas, comidas doces e salgadas, frios e quentes. Ficamos lá cerca de duas horas ali e depois fomos para o lugar onde encomendaríamos o bolo.

- Amor, venha aqui, por favor. - Ele chamou assim que chegamos, enquanto nós esperávamos para ser atendidos.

- Sim? - Sting estava na frente da prateleita de vidro, observando os modelos de bolo no vidro exposto. - O que você quer?

- O que acha desse? - Arqueei a sobrancelha. - Combina muito conosco.

- O que você quer, não precisa mais fingir, eles estão sentados e bem longe de nós dois. - Me olhou de lado, vindo para perto.

Passou as mãos sobre meus ombros e depois deslizou os braços entre meu corpo, me abraçando por trás. Forcei um sorriso através do vidro, encontrando sua expressão satisfeita.

- Estou muito feliz, sabia?

- Só você, que pena. - Apertou meu peito sobre o pano da jaqueta que eu usava. - Me solte.

- Vou convidar sua mãe para ir conosco, escolher nosso apartamento em Nova Iorque. Acha que mereço um prêmio, não é?

- Eu não tenho nada a ver com isso. Só estou indo com você porque não tenho escolha, sabe disso muito bem. - Tirei suas mãos dos meus ombros e elas desceram para minha cintura. - Pare com isso.

- Meu amor... - Virou meu corpo e me puxou para perto. - Quero um beijo.

- Não.

- Sabe, estou realmente cansado de me fazer de bom moço, você acha que está no controle e isso não me agrada. - A voz doce e forçada deu lugar a um tom frio e ameaçador. - Me rejeite mais uma vez, Levy, que vou te amarrar na minha cama, te bater e te comer até cansar. Então, o que acha, minha linda?

- Apenas um beijo. - Engoli o seco e fechei os olhos.

Seus lábios tocaram os meus e meus olhos tremeram, abrindo a boca lentamente. Sua língua entrou na minha boca e sua mão subiu um pouco minha blusa. Mordi seu lábio com toda a força, fazendo ele grunir de dor.

- Você me mordeu? Que coisinha safada de se fazer, querida.

- F - Fique longe de mim! - Respirei fundo. - Vamos, estão nos esperando.

(...)

Na enorme parede de vidro, eu observava a cidade que nunca para, era tão linda quanto eu imaginava. Imaginar morar ali parecia agradável, até mesmo o apartamento vazio parecia aconchegante. Mas eu estaria casada com Sting.

Podia ouvir a voz dele e do corretor vindo da sala, mas eu me sentia um pouco melhor observando tudo do décimo andar. Toquei o vidro e observei meu anel de noivado, só faltavam quatro dias para ter uma aliança ali.

Fechei os olhos, eu não conseguia lembrar da voz de Gajeel, estava até esquecendo do seu rosto. Mas lembrava das suas palavras.

"- Talvez eu te leve", foi o que ele me disse aquele dia. Eu realmente acreditei que apenas conheceria esse lugar ao seu lado, como se fossêmos um casal de verdade.

"- Não há futuro comigo!", foi o que havia dito na última vez em que nos vimos, sem nem pensar duas vezes. Eu não me importava de fugir, se soubesse que ele iria me buscar algum dia. Mas não o faria. Seu dinheiro e empresa eram mais importantes do que uma aventuras de alguns meses.

Ignorei esses pensamentos e fui para a sala.

(...)

- Lindo, não? - Admirava o vestido de manga longa, muita renda, bordados a mão e um leve decote, além da cintura marcada. Pendurado na arara, rodeado de acessórios, ele enchia os olhos dela. - Lindo.

- É... - Foi em direção á saída.

- Bem, boa noite. - Minha mãe falou quase fechando a porta. - Finalmente, é amanhã.

- É o que parece, não é?

- Levy... - Entrou no quarto e sentou na ponta da minha cama. - Quando você irá entender?

- Desculpe, mãe, mas não acho que isso vai acontecer. Farei o que quiser, porém nunca vou entender o porquê de me forçar a fazer tudo isso. - Segurei o choro. - Eu só tenho vocês dois, não posso perdê-los, por isso irei até o final.

Ficamos em silêncio e eu desliguei a luz do abajur, deixando apenas uma pequena claridade vir do corredor da casa.

- Você me odeia? - Perguntou.

- Não. Acima de tudo, você é a minha mãe. - Me sentei, a olhando de frente. - Você me odeia?

- Não, eu te amo! Apenas... - Abaixou a voz. - Você foi o jeito que Deus achou para eu me redimir, pagar por todos meus erros. Amanhã, quando estiver casada, terei cumprido minha missão com êxito.

- Está errada, mãe.

- Como?

- Uma pessoa não pode pagar pelos erros de outra, cada um assume o que fez perante Deus. Ele é amor, mãe, não está te julgando. Está sempre disposto a te dar uma nova chance, pois nos ama a cada dia mais. É isso que a senhora precisa ter em mente.

- Não. - Levantou. - Eu sei o que estou fazendo. Estou fazendo o certo, como tem que ser!

- Certo. - Voltei a deitar. - Boa noite, até amanhã.

- Uma última coisa, filha: sei que você acha que ama aquele homem, talvez você até sinta uma paixão por ele. - Não voltei a olhá-la. - Mas isso não é amor. Ele não veio e não virá atrás de você. Não deixe que sua felicidade dependa de outra pessoa. A partir de amanhã, vocês serão um só, não há com o que se preocupar.

Ela bateu a porta e o lugar ficou escuro. Saí da cama e fui até a janela, olhando para a lua crescente. Apertei a parte de madeira da janela, havia uma certa verdade em tudo isso.

Fiz uma última oração, abrindo meu coração a quem sempre esteve ao meu lado. Assustada demais para reagir e quebrada demais para lutar, eu sentia um enorme vazio.

Torcia para dormir e não acordar quando a lua desse lugar ao sol.

 

[…]

 

Vim para te encontrar, dizer que sinto muito

Você não sabe como é amável

 

Em frente ao espelho, as mulheres arrumavam seu cabelo, já no tão temido dia. Entre tantas risadas e tantos sorrisos, Levy só pensava em desistir de tudo.

 

Tinha que te ver, lhe dizer que preciso de você

Dizer que te escolhi

 

- Certo, vamos para a maquiagem! - Uma delas anunciou.

- Seque essas lágrimas, Levy. - Sua mãe parou ao seu lado, a trazendo para a realidade, que passava mais rápido do que lembrava. - Guarde-as para o altar.

- Sim, mãe.

 

Conte-me seus segredos, faça-me suas perguntas

Oh, vamos voltar para o começo

 

Ele apertou a gravata no pescoço, encarando seu reflexo em frente ao espelho, sem reconhecer a si próprio.

 

Correndo em círculos, lançando a moeda

De cara numa ciência à parte

 

- Você se tornou um grande homem, Gajeel. - Sua mãe o abraçou. - É o nosso orgulho.

- Mãe... - Olhou para ela, caindo no seu ombro. - Amo você.

- Oh, meu menino. Eu te amo.

 

Ninguém disse que seria fácil

É uma pena nos separarmos

 

Botou o vestido e Amélia colocou o véu no topo da sua cabeça, depositando um beijo na sua bochecha, seu pai a aguardava na porta.

 

Ninguém disse que seria fácil

Mas também não disseram que seria tão difícil

Oh, me leve de volta ao começo

 

Melissa, sua mãe, arrumou a flor no bolso do seu terno com um sorriso no rosto, depois seu pai entregou a caixa com as alianças, orgulhoso de seu primogênito.

 

Eu só estava analisando números e figuras

Montando o quebra-cabeças

 

No carro alugado por Sting, pai e filha ficaram em silêncio, cada um perdido em suas próprias ideias sobre aquilo.

 

Questões da ciência, ciência e progresso

Não falam tão alto quanto meu coração

 

Era o seu "grande dia", mas não achava nenhuma forma de ficar feliz, apenas tentava arrancar do seu coração todas as sensações que tinha descoberto com ele. Mas todas sempre voltavam, de novo e de novo, uma após a outra, cada vez mais fortes.

 

Diga-me que me ama, volte e me assombre

Oh, e eu corro para o começo

 

Desceu as escadas com um nó no peito, encontrando o resto da sua família no andar debaixo. Os dois irmãos acompanharam o pai para o jardim, mãe e filho esperaram a hora de entrar.

 

Correndo em círculos, nos ocupando à toa

Voltando a ser como éramos

 

Fechou os olhos, pensando em todos os momentos que teve com aquela que o fez uma pessoa melhor, em todos os sentidos possíveis. Como machucava lembrar dela.

 

Ninguém disse que era fácil

 

O carro parou e o homem beijou a testa da filha, cobrindo seu rosto com o véu.

 

É uma pena nos separarmos

 

O rapaz pegou o braço da sua mãe.

 

Ninguém disse que seria fácil

 

- Você está pronta, Levy? - Questionou.

- Sim.

 

Mas também não disseram que seria tão difícil

 

- Chegou a hora, vamos filho?

- Sim.

 

Eu estou voltando para o começo

 


Notas Finais


É isso...

Ah, chegamos aqui e o próximo capítulo será o último u.u

Comenta, se gostou!

Beijos 💞


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