Hoje, 12 de janeiro de 2015 exatamente ás 21:45 era para mim estar comemorando o meu aniversário, mas por pequenos problemas que tive com a policia isso me impede de estar bebendo e dançando na boate em que minha melhor amiga trabalha, ela praticamente comanda o lugar o que é ótimo para mim - bebidas grátis - enfim, voltando ao tal "problema", não estou nem um pouco incomodada em ter essa tornozeleira me monitorando o problema é esse policial de cabelos negros, 1,77 de altura e olhos azuis penetrantes que está vindo na minha direção agora.
E assim que ele falou o meu nome flashes de como nos conhecemos veio a minha cabeça, flashes da gente dançando em uma boate, da gente fazendo amor, das nossas conversas sobre o desaparecimento de minha amiga e de quando ele veio a minha casa para me prender. Voltei a realidade assim que ele tocou meu ombro para me chamar atenção.
– Bonnie – disse ele com leve pesar na voz – Achei que deveria ser eu a te liberar.
– Porquê é sua culpa eu estar aqui? – falei com voz séria, demonstrando tudo aquilo que eu sentia por ele, raiva.
– Pelo menos dessa maneira eu consigo te ver – concluiu com voz triste me puxando para uma sala e me indicando uma cadeira.
Sentei-me e ergui a barra da calça o bastante para que ele conseguisse enxergar a tornozeleira e enfim "desarmar" ela. Assim que ele encostou em mim uma corrente elétrica passou pelo meu corpo e me sentindo desconfortável com aquilo falei.
– Podemos acabar com isso logo? Tenho coisas a fazer.
Ele me olhou arqueando uma das sobrancelhas como se exigindo saber o que de tão importante eu tinha para fazer, apertei as unhas na beirada da cadeira com raiva daquele comportamento dele. Que diabos ele estava pensando? Que ainda tem algum "poder" sobre mim? Pro inferno ele e aquele arquejar ridículo de sobrancelha.
Damon ajoelhou-se ao meu lado pondo meu pé em cima de sua perna aproximando um aparelho eletrônico da tornozeleira fazendo a luzinha nela ficar verde e fazendo com que ela se abrisse.
Soltei o fôlego, que nem sabia que estava prendendo, junto com um pequeno sorriso. Eu estava finalmente livre. Nem sabia que aquilo me deixaria tão feliz.
Tirei meu pé de cima dele e abaixei a barra da calça pronta para ir embora dali e beber tudo aquilo que eu merecia, mas algo me impediu de ir até a porta, algo não, pra ser mais especifica mãos em volta de minha cintura em algum tipo de "abraço".
O afastei rapidamente com nojo daquele toque. Virei meu corpo uma última vez em sua direção vendo sua expressão de surpresa e logo depois segui até a porta saindo dali, deixando-o sozinho.
25 minutos depois desse ocorrido eu já estava vestida adequadamente para uma noitada e pegando minhas chaves para sair do apartamento que dividia com Caroline - minha melhor amiga.
Em 10 minutos eu já me encontrava na frente de uma floricultura, fachada para a boate em que Caroline trabalhava, Joseph me cumprimentou com um acenar de cabeça me deixando passar por uma "cortina de flores" que separava a floricultura da badalada boate.
Desci as escadas começando a ouvir o barulho que vinha das duas grandes portas metálicas que me esperavam no final da escadaria. Assim que passei por elas fui recebida por uma loira pulando e me puxando para um abraço apertado, daqueles que só são dados quando se recebe uma notícia maravilhosa ou uma péssima. Bom essa era Caroline, mesmo que o mundo estivesse acabando lá fora ela estaria sempre pronta para festejar e te abraçar de todos os modos e formas possíveis e eu amava isso nela.
– BonBon, você está maravilhosa! – falou analisando a roupa que eu vestia.
– Digo o mesmo de você. – falei piscando para ela.
– Não faça isso se não sou capaz de largar o Klaus por você – falou retribuindo a piscadela e logo depois gargalhando alto.
Sorri negando com a cabeça para ela, só Caroline mesmo para me trazer essa alegria com tão poucas palavras. Empurrei ela até o bar perto dali - que era onde ela deveria estar - e sentei em uma das grandes banquetas que tinham ali, observei como ela graciosamente me preparava uma bebida.
Bom, além disso aproveitei para observar o resto do lugar que estava lotado, cheio de luzes coloridas, pessoas bebendo, dançando e se pegando - revirei os olhos contatando que estava tudo entediantemente normal. Apesar de haver alguns caras lindos que nunca havia visto ali, mas nada que fosse prender minha atenção por muito tempo.
Care entregou-me um copo enfeitado e com uma bebida colorida. Sorri em agradecimento.
– Como foi reencontrá-lo? – questionou-me com seus olhos curiosos.
Revirei os olhos para ela e com um sinal de "depois" deixei o bar e fui para o meio da pista de dança começando a me conectar com aquela música alta e me movimentar ao ritmo dela.
Sentia olhares sendo lançados a mim, ao meu corpo, olhares de cobiça e até alguns de inveja. Sorria me sentindo maravilhosa, se conseguia enganar a todas aquelas pessoas e demonstrar uma felicidade que não sentia, uma hora isso deveria funcionar em mim também porque devo admitir eu sei interpretar muito bem, estava quase acreditando que eu realmente havia superado.
Tinha um cara próximo a mim, muito próximo - tentando dançar comigo ou de algum modo chamar minha atenção bufei me cansando daquilo e voltando a me sentar no bar.
Caroline voltou seus olhos esperançosos para mim esperando eu começar a falar sobre como foi reencontrar Damon, bom já que eu estava aqui - e tinha uma bebida - que mal faria falar logo o que aconteceu. Céus Caroline não me deixaria em paz caso eu não falasse nada sobre o assunto.
– Ele tentou me abraçar. – comentei, como se fosse um dos 7 pecados capitais.
– Você fala isso como se fosse uma das piores coisas do mundo – falou pegando minhas mãos – Vocês tiveram uma história é normal ele querer de algum jeito se aproximar de você, ainda mais depois de como tudo terminou.
– Esse é o problema Care, não "terminou" ele simplesmente foi a minha casa em uma noite alegando ser da policia e logo depois me prendendo – senti um desconforto horrível ao falar aquilo, a sensação de falar daquilo foi como se eu estivesse com um corte enorme na garganta e me esforçando a falar.
– Oh Bon,me desculpe por te obrigar a relembrar isso – Care apertou minhas mãos entre às suas cochichando que tudo ficaria bem.
Já eram 4:00 A.M quando eu decidi que já havia comemorado o suficiente por duas vidas, estava caminhando para fora da boate para chamar um taxi quando meu celular começou a vibrar e receber múltiplas notificações.
Estranhando aquilo o destravei, e merda, maldita Caroline que sabia minha senha. As irritantes notificações eram de um aplicativo de relacionamentos denominado Flirtual - mas que diabos Caroline estava pensando quando baixou aquilo no meu celular - deixando meus pensamentos de tortura e xingamentos para mais tarde abri o aplicativo. Puta merda Care, ela tinha criado um perfil para mim.
Username: EyeCandy
Idade: 21 anos
Descrição: cabelos lisos compridos e de cor chocolate/caramelado, olhos verdes, pele negra...
Parei de ler e coloquei uma mão na cabeça como se indicando uma dor ali.
Eu a mataria.
A foto do meu bendito perfil era uma em que eu estava vestindo uma blusa da minha universidade, eu estava particularmente séria, mas não em alguma espécie de carranca brava e demonstrando rigidez, estava mais para uma cara séria sexy. Eu a odeio. Essa foto não estava de todo mal, mas pelo amor de Deus, ela queria me matar de vergonha alheia, era isso? Estava prestes a apagar o perfil quando eu recebi uma mensagem no aplicativo.
– Foi muito bom te conhecer essa noite, embora eu só a tenha observado. – Anônimo.
Comecei a caminhar pela rua bem iluminada, logo depois de responder aquilo iria chamar um táxi.
– Quem é você?
Mais um beep.
– Quem você gostaria que fosse...EyeCandy? – Anônimo.
Revirei os olhos e deixei aquilo de lado começando a ligar para o táxi.
E quando ia atravessar a rua um carro dobrou correndo em minha direção.
Forcei meu corpo para que voltasse a calçada, eu tremia dos pés a cabeça pelo susto repentino. Fiquei estática por poucos segundos tentando assimilar o que tinha acabado de acontecer.
Outro beep.
– Ui, isso podia ter machucado. – Anônimo.
Olhei espantada para todos os lados da rua.
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