História Faces da Verdade - Lembranças

Lembranças

Acordei por volta das 6 da tarde, meu celular tocava, era Sophie; será que nem posso dormir mais?!
-Fala.
-Nossa amiga, que animação.
-Desculpa, acabei de acordar.
-Tudo bem, vamos sair hoje, passo na sua casa ou você vem aqui?
-Sair pra onde doida? Emily sabe disso?
-Sim e ela está aqui comigo. Vamos comemorar seu aniversário, tem uma nova boate na 7th avenue.
-Ta, passo aí às nove.
Realmente não estava afim de sair, mas, quem sabe fosse legal?! Poderia até conhecer alguém, faz tanto tempo que não saio. Tomei um banho bem quente, acabei lavando os cabelos; agora terei que fazer escova antes de ir, que saco. Chamei Lew para me ajudar, só que já passavam das 19 horas, ela não estava mais em casa; ia todos os dias para a igreja. Tive que me virar sozinha, fiz escova e fiz alguns cachos com a chapinha. Escolhi um vestido preto básico, não muito colado; coloquei meus saltos vermelhos, fiz uma maquiagem leve e coloquei um batom vermelho, peguei minha bolsa. Liguei para as meninas, dizendo que já estava saindo de casa. Tive que ir com meu carro, Jake estava com Lew. A casa de Soh não fica muito longe da minha, em 15 minutos cheguei, elas já estavam me esperando do lado de fora.
-Nossa Ell, você dirige que nem uma tartaruga minha querida.
Emily doce como sempre. Revirei os olhos, antes que eu respondesse Sophie disse:
-Ainda não te entregamos seu presente de aniversário.
-Eu achei que aquele escândalo na frente do Colégio hoje de manhã, era o meu presente.
As duas riram.
-Isso fazia parte do presente, eu e Emily mandamos fazer um berloque da Pandora para você.
-Na verdade, mandamos fazer três iguais, agora mesmo depois que o médio acabar, vamos estar juntas.
Elas me entregaram um pingente em formato de raposa, ela tinha os olhos azuis, minha cor preferida. Meus olhos se encheram de lágrimas, acho que não esperava por aquilo.
-Nossa, vocês são incríveis, de verdade; são minhas irmãs.
-Ok, não precisa chorar, vamos logo.
Sorri para elas e dirigi até a boate. Entramos meia hora depois, a fila estava longa. A música estava alta e havia muitas pessoas. Soh gritou algo, que eu não consegui entender, provavelmente tinha haver com dançar, pois ela me puxou para a pista.
Ficamos dançando por um bom tempo, até que três rapazes se aproximaram da gente. Emily começou a dançar com um loiro, muito bonito, Soh comprimentou o moreno com um sorriso e ele a puxou para dançar. O outro ficou me olhando, esperando que eu fizesse alguma coisa, sorri, dancei um pouco com ele, mas, ele não falava nada; então me retirei. Fui para o bar e sentei em um de seus bancos, como era em outro ambiente a música não estava tão alta. Pedi uma dose de tequila, fiquei observando aquelas pessoas, pareciam tão felizes, tão alegres. Porque? Porque elas têm que estar felizes? Não que eu esteja triste, mas, não estou feliz.
Um garoto sentou ao meu lado, e pediu duas ices, olhou para mim e me entregou uma. Quando olhei em seus olhos, sorri, estava feliz de vê lo ali.
-Nicolas! O que faz aqui?
-Vim tornar a sua noite um pouco mais feliz.
Ele sorriu, um sorriso doce, que me trouxe paz; por alguns segundos só existia nós dois naquele lugar. Peguei em sua mão e o chamei para dançar.
-Não Elly, hoje vou te levar para outro lugar.
-Estou aqui com minhas amigas, elas precisam de mim para ir para casa.
Ele se aproximou e falou ao meu ouvido:
-Vamos resolver isso.
Fomos até a pista de dança, Sophie estava aos beijos com um garoto e Emily só dançava com outro. Fui até ela e a chamei. Tive que gritar, pois a música estava alta.
-ESTOU INDO EMBORA, FIQUE COM A CHAVE DO CARRO. PODE LEVA-LO PARA SUA CASA.
-VAI EMBORA? PORQUE? A NOITE MAL COMEÇOU.
Apontei para Nicolas, que estava atrás de mim. Ela sorriu maliciosamente, balanço a cabeça, me deu um beijo no rosto e pegou as chaves.
-JUÍZO.
-JUÍZO TAMBÉM, SUAS DOIDAS.
Eu e Nicolas saímos da boate, ventava, mas, não estava frio. Nicolas me levou até o estacionamento, e me mostrou sua moto.
-Não espere que eu suba nela né?
-Porque não?
-Não gosto muito de motos, fora que eu nem te conheço.
Ele riu.
-Claro que conhece, só não se lembra ou não quer lembrar.
-Como pode? Eu conhecer alguém, e me esquecer?
-Não sei, mas, eu estou aqui por você.
Veio um sentimento de confiança dentro de mim, ninguém nunca havia feito nada por mim.
-Me dê um motivo para ir com você Nicolas?
-Te farei lembrar de mim.
                       ...