História Faces Ocultas - Confiança a uns, Rancor a outros

Pablo
Talvez nada estivesse assim se Pablo não tivesse se apaixonado por um amigo. Talvez tudo estaria bem. Seria mais fácil levar a vida. O problema é que nada fica escondido. Nada.
- O que eu queria, pelo menos uma vez na minha vida... Era o perdão de meu pai. Com Deus eu me resolvo depois.
O pai de Pablo sai de casa, para mais um dia de trabalho. Nada em sua mente, deixa que ele perdoe seu filho.
Guilherme vai até a escola. Percebe a ausência de Pablo.
- Meu Deus... Aconteceu alguma coisa com o Pablo!
Pablo sente fome. Muita fome.
- Eu não preciso comer! Eu não preciso de mais nada!
Pablo se entrega à vida nas ruas. Lá, ele encontra alguns traficantes. Eles lhe oferecem drogas.
- Me dá. Eu aceito! Isso pode me fazer esquecer um pouco da minha vida de merda!
Pablo cheira cocaína durante alguns minutos. Logo está feliz. Alegre. Mas essa alegria não era boa. Era algo passageiro. Pablo estava entrando num caminho escuro, só de ida.
Guilherme vai até a casa do pai de Pablo. Chega no portão, grita.
O pai de Pablo atende.
- O que é que você tá querendo aqui seu gay?
- Olha senhor, eu sei que você tem raiva do seu filho. Sei que não aceita a escolha dele. Mais virar as costas para ele só vai piorar a situação!
- Ele que escolheu isso pra vida dele! Eu apenas estou fazendo o que qualquer pai faria!
Guilherme olha nos olhos do pai de Pablo.
- O que qualquer pai faria? Você tem certeza disso? O que você está fazendo pode ser qualquer coisa... Menos o que um pai de verdade faria. Um pai nunca abandona seu filho senhor! O seu filho está nas ruas agora, e você nem sabe se ele está vivo! E agora, você me diz que está sendo pai?
Guilherme sai e deixa o pai de Pablo no portão.

Anne
A semana de tratamento de Anne finalmente chega. Ela entra na sala. Olha tudo com muito medo. Seus olhos brilham. Uma lágrima cai.
- Deus esteja comigo!
Anne segue o médico. O tratamento começa. Anne faz a primeira sessão de quimioterapia.
Suzana aguarda no corredor sombrio do hospital. Tudo parecia tão calmo agora.
- Coitada da Anne! Eu tenho até saudade dos ataques que ela tinha... Pelo menos estava bem de saúde...
Suzana chora. Naquele silêncio do corredor do hospital, eram só pensamentos tristes.
Anne encontra Suzana.
- Deu tudo certo minha amiga!
- Que bom Anne! Quero ver você feliz assim até a última sessão...
Elas se abraçam.
Anne chega em casa. Chama Suzana.
- Eu comprei uma coisa... Preciso que você faça um favor para mim.
Suzana olha, sem entender. Até que Anne tira da bolsa uma máquina de cabelo.
- Faça isso pela nossa amizade. Eu não quero ter que ver meu cabelo cair...
Suzana pega a máquina na mão. Chorando muito, ela raspa a cabeça de Anne.

Daniel
Agora, já conhecido como um marido agressivo, Daniel estava prestes a ser desmascarado de vez.
- Como assim vocês estão me investigando?
- É fato senhor Daniel, que você agrediu sua esposa. Agora temos que descobrir algumas coisas sobre você!
A polícia sai do escritório de Daniel.
- Que merda! Eles não vão descobrir nada!
Daniel, sai de carro desesperado.
Mariana, já em frente à boca, se prepara para desmascarar o marido de uma vez por todas.
Daniel chega com o carro. Desce. Olha em volta. Ele entra no armazém.
- Quero minha metralhadora!
- Já chegou chefe! Aqui está!
- Até que enfim... Se demorasse mais eu iria fazer picadinho de vocês!
Daniel pega a metralhadora, faz um teste na parede. Mariana vê tudo pela janela, em cima de uma lata de tinta.
- Que barulho foi esse?
Ouve Daniel após Mariana cair de cima da lata.
- Sua desgraçada, eu sei que você está aqui!
Mariana se esconde atrás de uma caixa de entulhos.
- Vou ligar para a polícia.
Pega o celular. Disca o número.
- Alô, polícia... Quem fala?
- Aqui é Mariana, mulher do Daniel... Socorro.................
Daniel chega e interrompe a ligação.
- Agora eu te achei sua vaca! Vem aqui!
Daniel quebra o celular, e leva Mariana para o Galpão.