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História Faculdade Brakebills - Atrás da porta de madeira


Escrita por: mrbernny69

Notas do Autor


Primeira fic, sendo um dos meu universos favoritos: The Magicians. Tentei conciliar a minha visão deste mundo com o que é canon. Espero que gostem :) - Mrbernny69

Oi, e eu estou aqui a ajudar o meu melhor amigo com a sua primeira fanfic! o/ - Caramel Kitty

Capítulo 1 - Atrás da porta de madeira


Gotas pesadas de chuva caíam sobre o pavimento de pedras angulosas, algo estranho para um dia de Verão. Bernardo estava atrasado para a escola e os seus jeans cinzentos apertados não estavam a ajudar muito na corrida que fazia com o seu corpo alto e desengonçado. "Vou desistir", pensou, "de qualquer maneira não vale a pena ir para a aula de Matemática, já chumbei de qualquer das formas". Mas algo o puxava demasiado para voltar para casa. Algo que não sabia explicar, mas também não queria. Contra todas as suas vontades racionais, continuava naquela corrida em que os pés quase não tocavam no chão.

A sua vida não tinha sido fácil até ao momento. Com um pai alcóolico, uma mãe homofóbica que abominava a bisexualidade do filho, e uns avós controladores, a sua mente não crescera da forma mais saudável. Ele só esperava que um dia alguém o tirasse dali, e ele pudesse viver a sua vida com apenas a presença da sua melhor amiga Sofia.

Sofia fora o grande apoio de Bernardo desde o ínicio da sua adolescência, altura em que ambos se conheceram. Nunca tinha havido nada para além de uma amizade inabalável entre eles, mas, por alguma razão, Bernardo preferia uma vida com a sua melhor amiga do que com qualquer companheiro amoroso. Talvez por ser uma pessoa independente, ou talvez porque o único amor que tivera na vida não fora correspondido. De qualquer das maneiras, ele continuava a ter uma apoiante ali.
O caminho até à escola era curto, e em menos de 80 metros (que pareceram apenas três passos devido à velocidade) chegou lá. O seu cabelo cor de carvão estava molhado, tal como toda a sua roupa e mochila.
- Então, Bernardo, apanhaste uma molha? - Perguntou o empregado, Júlio, do pavilhão onde o miúdo tinha acabado de entrar.
- Sim, e não foi pouca! - disse com um sorriso apertado. - Também não percebo o que se passa com este tempo. Chuva torrencial no meio do Verão? O que é que os deuses andam a pensar?

- Deus só há um, meu filho, mas realmente não sei o que se passa, parece que S. Pedro quer mandar os céus abaixo.

- Já não há respeito nenhum pelas criações de Deus. - Usou do sarcasmo ateu, como fazia tantas vezes. - De qualquer das formas tenho de ir para a aula, Júlio, já estou atrasado... Adeus.
O empregado, sentado na sua secretária da entrada, colocada sobre um chão mal limpo, acenou-lhe e Bernardo seguiu caminho.

- Vai lá, e que Deus te acompanhe.

- Ou o diabo... - Sussurou o mais novo.
Bernardo percorreu os corredores da escola. O pavilhão onde se encontrava estava muito estragado, tanto pelos alunos que lá estavam como pelo tempo em si. A lentidão com que se movia era mais característica de uma tartaruga do que de um humano, mas aquela força magnética continuava a puxá-lo para dentro da sala.
No terceiro corredor à esquerda encontrou a sua sala. Ao chegar, ficou perplexo com a porta. Era a mesma porta velha de madeira que rangia apenas de se respirar para cima dela, mas um símbolo com 20 centímetros estava cravado nela. Estava desenhado de forma extremamente profunda e representava uma chave por baixo de uma abelha, ambas dentro de um brasão. Nunca havia visto algo tão estranho, mas relevou. Ao pegar na maçaneta, pensou "mais uma seca atrás desta porta de madeira".
Não poderia estar mais enganado. Ao abrir a porta, Bernardo entrou numa sala de aula completamente diferente da sua. Grande, moderna, com janelas gigantes de onde provinha uma luz intensa e bela, e, à frente de uma mesa de ferro trabalhado, outras 30 se encontravam.
A porta fechou-se atrás dele, e, com força, Bernardo ainda a tentou abrir. Era uma alucinação? Estava ele a sonhar? Ou tinha-se enganado no caminho e descoberto uma sala secreta da escola?
Uma mulher alta, de cabelo curvo e tão negro como o do rapaz, um sorriso brilhante e um andar elegante, dirigiu-se para ao pé dele. A sala estava cheia com adolescentes da sua idade mas, por alguma razão, Bernardo só se conseguia concentrar nesta mulher. As semelhanças físicas foram notadas por ambos mas nenhum as expressou em voz alta.
- Olá Bernardo. - Sorriu a mulher, estendendo-lhe a mão. - Senta-te, por favor.
- Onde é que eu estou?
- Tudo a seu tempo, senta-te primeiro.
- Eu acho que tenho o direito de saber o mínimo sobre onde estou. – Disse, de uma forma irritada.
Mas, sempre sorrindo, a mulher respondeu calmamente:
- Estás em Brakebills, e se te calares e sentares, saberás tudo o que a tua mente irrequieta deseja alcançar.
O luso-estaduniense olhou ao seu redor enquanto procurava uma mesa para se sentar. Notou os vários jovens dispostos pela sala, tão confusos quanto ele. Havia muito barulho, berros, gritos, conversas, murros, no fundo, apenas muitas hormonas de adolescente. As mesas estavam todas ocupadas, excepto uma ao fundo, na terceira fila, onde estava uma rapariga baixinha a chorar. Bernardo dirigiu-se para lá, sentando-se sem prestar grande atenção a quem estava ao seu lado.
- Bernardo!? - Ouviu-se uma voz, entre soluços, exclamar.
Ele dirigiu o olhar para a rapariga de rosto encharcado que estava a seu lado.

- Sofia? O que se passa?

- Não sei, eu estava a ir à casa de banho da estação de comboios, e vi um s-s-ímbolo na porta e de rep-p-ente estava aqui, e não sei o que fazer... - Gritava ela confusa e soluçando.
A sua pequena figura magra era tão triste, assim como muitas outras na mesma sala. Bernardo pôs-lhe a mão no ombro e proferiu:
- Eu não sei o que se passa, Sofia, mas confia, vamos sair daqui a salvo.
Ele não sabia o que fazer e provavelmente se não fosse pela amiga teria entrado num ataque de pânico naquele momento, conquanto, conteve-se. Sabia que para manter a sua melhor amiga bem precisava de estar bem ele mesmo. A sala continuava num alvoroço total. Nas mesas encontravam-se pequenos livros que tinham na capa o mesmo brasão que havia visto na porta. Acima encontrava-se escrito “Exame oficial de entrada em Brakebills – Faculdade de Educação Mágica”

- Todos nós, humanos, temos magia. - Ecoou uma voz na sala que silenciou tudo. - Mas apenas alguns têm potencial suficiente para serem aceites aqui.

A mesma mulher que o cumprimentara na entrada falava agora de pé perto da mesa, diferente das outras, mais larga, onde se encontravam cinco outras pessoas sentadas. A sua maneira de estar e a sua voz eram tão imponentes quanto a sua personalidade. Ela amava estar ali, falar com todos aqueles alunos, sobre o assunto que sempre a fascinou desde tenra idade – magia. Não aquela falsa que usa truques para iludir a audiência, mas sim a pura energia que percorria todo o mundo. Tudo o que vivia.
- Provavelmente perguntam-se onde estão e o porquê de estarem aqui. A resposta é simples. Estão em Brakebills, algures no meio dos Estados Unidos, a faculdade que estima o conhecimento daquilo que todos os vossos corações sabem que vos pertence. Eu sou a Julia Wicker, reitora desta universidade. Todas as vossas perguntas serão respondidas, mas primeiro façam o exame que está à vossa frente. Usem as canetas ao lado do exame. Podem começar.
A sala ficou tão perplexa como anteriormente se encontrava, mas rapidamente todos começaram a abrir os livros. Sofia e Bernardo olharam um para o outro. No mesmo instinto psíquico souberam que tinham de fazer aquele exame.
A mente de Bernardo esvaziou-se por completo e, durante quinze minutos, ele respondeu a múltiplas perguntas do mais variado possível, as quais desapareciam tão rápido como apareciam. Algumas pediam traduções do latim, outras pediam para escolher entre dinheiro e saúde, outras relacionavam-se a história, algumas eram problemas matemáticos. Mas as suas favoritas eram “Lilás ou Tamboril?”, “Caneta ou Tempo?”, “Chuva ou Sanita?” e, a melhor de todas, “Letras ou Molduras?”.
O raciocínio de Bernardo estava destruído quando o exame se fechou por si próprio sem aviso prévio. Olhou a seu redor. Todos os exames se tinham fechado. Sofia ainda tinha os olhos molhados das lágrimas.

- Calma, Sofia... - disse ele.

Não havia nada mais que pudesse dizer para a acalmar. E de novo a mesma voz ecoou.

- Todos os exames foram revistos. - Bernardo nem reparara, mas os exames tinham desaparecido das meses e estavam empilhados no que a sua mente denominara “a mesa dos júris”. E a voz continuou: - Se chamar o vosso nome é porque estão aprovados a entrar em Brakebills. Levantem-se e venham ter comigo. Os restantes vão lhes ser impostos feitiços que apagarão a vossa memória do acontecimento, mas não se esqueçam: Se vocês amam magia de verdade, se ela se entranha pelos poros da vossa pele, estrangula o vosso coração, e vive na vossa alma, então vós sempre encontrareis magia nas vossas vidas. De uma maneira ou de outra. Temperance Mcfill.

E a chamada havia começado. O processo era simples, rapazes e raparigas eram chamados, levantavam-se, iam de encontro à Sra. Wicker, a qual lhes entregava um papel e de seguida um dos outros adultos que estavam na mesa levava-os para uma sala, de onde apenas os adultos regressavam para reiniciar o processo.

Bernardo estava extremamente preocupado, por um lado queria que o seu nome fosse chamado. Sempre desejara possuir magia, mas por outro lado tinha medo do que estava por trás das portas para onde levavam os adolescentes. Será que tudo isto era um escama da máfia para lhes roubar os órgãos e vendê-los no mercado como ração para gato? “Que ideia mais absurda!” logo pensou.

A única coisa de que até então estava ciente, ou parecia estar, é que ele estava numa universidade de magia, no meio do país onde vivia, com a sua melhor amiga, e que chamarem o nome dele seria a maior felicidade que tivera na sua vida.

Os nomes continuavam a ser evocados e Bernardo e Sofia continuavam sentados ali à espera. Nenhum falava com o outro, mas bastava a presença do seu melhor amigo para Sofia se sentir mais segura e vice-versa. Apesar da sua aparência frágil e nervosa, Sofia amava tanto magia quanto o seu companheiro. Não tendo, embora, a crença absoluta na sua existência, Sofia achava que magia era algo belo o bastante para merecer atenção. Talvez por isso tivesse passado toda a sua infância imaginando situações que nunca tinham ou poderiam acontecer, mundos paralelos recheados de aventuras e lugares perfeitos que de perfeitos nada tinham.

- Cláudio Morningstar! - Exclamou a Sra. Wicker. Felizmente (ou infelizmente, dependia se tudo aquilo fosse ou não uma armadilha), ainda o nome de nenhum dos dois tinha sido proferido, então Sofia pôde mergulhar de novo nos seus pensamentos.

A sua infância tinha sido só, e as suas capacidades sociais nunca se tinham desenvolvido muito, mas a verdade é que no momento que conheceu Bernardo soube que não precisava de mais amigos, aquele apoio bastava-lhe. Os seus olhos castanhos escuros e o seu corpo delicado nunca tinham encontrado ninguém que os quisesse possuir. A inaptidão para relações de Sofia não ajudava, e as ruas de Nova Iorque, mesmo percorridas com o seu melhor amigo, não eram as mais seguras para dois luso-americanos.

- Sofia Monteiro e Bernardo Fonseca!

Ambos entreolharam-se surpresos. Já havia poucos alunos na sala, e ninguém fora chamado em grupo. Ficaram os dois imóveis como estátuas, movendo os olhos apenas entre eles e a mesa dos juízes.

- O que estão à espera, Sr. Fonseca e Senhorita Monteiro? - Questionou Julia.

Levantaram-se e começaram a percorrer o espaço entre as mesas. Estavam os dois amedrontados e nervosos. As pernas de Bernardo quase colapsavam. Sofia ainda tropeçou, nem sabe ela bem no quê mas recompôs-se. Estavam a meio metro da reitora e foram acolhidos com um grande sorriso. Ela estendeu-lhes um envelope a cada.

- Aí dentro está o contrato de entrada em Brakebills e o vosso currículo. Vocês têm duas hipóteses. Ficar nesta sala e ter a memória apagada de tudo isto, ou acompanharem-me até à minha sala onde esclarecerei todas as vossas dúvidas.

- Porque é que fomos chamados os dois ao mesmo tempo? - Perguntou Bernardo impertinentemente.

- Porque foram os únicos a apresentar potencial para dons muito raros, os quais eu queria analisar de perto.

- Quais são?

- Não interessa Sofia, nós não vamos. - Disparou Bernardo.

Sofia direccionou-lhe um olhar apreensivo. Ele não tinha de fazer as decisões por ela. Bernardo percebeu e corrigiu:

- O que eu quis dizer foi, nós não vamos consigo enquanto não soubermos que é seguro, certo coelhinho?

A rapariga acenou com a cabeça em forma de quem aceita.

- Como é que nós podemos ter a certeza que não nos está a enganar? - Acrescentou Sofia.

- Não podem. - Respondeu Julia. - Mas posso-vos dizer que há 15 anos eu estive desse lado e não me deram a oportunidade que vos estou a dar agora. Mesmo assim consegui subir na hierarquia até chegar onde estou. Não desperdicem esta dádiva, por favor.

As palavras foram suficientes para acabar com a indecisão. Sem necessidade de confirmação verbal os dois mais novos seguiram Julia e não foram de encontro à sala onde todos os alunos se tinham dirigido após a chamada, mas saíram pela porta principal da sala, aquela onde Bernardo tinha entrado.

Quando trespassaram o arco da porta, Bernardo percebeu que não estava mais na escola secundária onde estudara até então, mas sim num edifício belo e moderno onde a luz da manhã banhava os corredores. As paredes eram cinzentas com portas incrustadas nelas e janelas do teto ao chão que davam para um pátio com uma larga fonte. Na fonte, uma estátua helénica dançava com um vaso de onde brotava água.

O pátio estava recheado de adolescentes entre os 18 e os 21 anos, em vários grupos. Estes grupos consistiam em casais a beijarem-se no meio do ar sem nada para apoiá-los, uma data de hippies à volta de uma árvore a cantar, pessoas deitadas nos relvados a ler, outras a jogar Basebol, alguns góticos a observar a fonte e uma grande maioria apenas a conversar. Era algo realmente mágico.

- Ali ficam os campos da universidade. Lá podem conviver com os outros alunos e praticar a vossa magia à vontade, desde que não prejudique ninguém. - Explicou Julia.

O encanto de tudo aquilo encheu Sofia como a água enchia a bela fonte. Magia sempre tinha sido aquilo que apimentara a sua vida em tardes ociosas, e ver que a mesma era real era abrir uma janela que nunca esperara que fosse possível ser aberta.

- É lindo, não é? - Disse ela, para Bernardo.

- É...

Os olhos de Bernardo dilatavam com toda aquela beleza. Ele queria estar ali onde os outros estavam, falando com eles, brincando, quem sabe nos braços de um rapaz que partilhasse com ele a sua magia. Os pés dele continuaram a arrastar-se pelo chão subindo umas escadas encaracoladas para o segundo andar. Mais uns passos e pararam à frente de uma porta de madeira trabalhada. “Porque é que todas as portas são de madeira nesta faculdade?”, interrogou-se.

- É aqui.

Entraram num escritório. Este encontrava-se repleto de globos, de onde provinham reluzentes pontos de luz. Havia uma secretária, e sobre ela vários papéis, uns óculos escuros, uma ampulheta e um relógio de bolso. A secretária era ladeada por duas cadeiras numa das extremidades, e um cadeirão na outra. O escritório era bem iluminado, e decorado em tons de castanho. Outros móveis estavam presentes, alguns muito antigos, outros mais modernos, mas todos com gavetas onde pareciam estar guardadas muitas geringonças. Os três sentaram-se nos seus respectivos lugares, e entreolharam-se em silêncio.

- Quais são as vossas dúvidas? - Quebrou Julia o silêncio.

- Porque estamos aqui? - Perguntou Bernardo.

- Esta é Brakebills, a faculdade de ensino mágico. Vocês vieram parar aqui porque a própria escola pressentiu o vosso potencial. Como já vos expliquei, por todas as veias humanas corre a energia mágica, mas apenas alguns têm a capacidade de exercê-la. E vós dois tendes muito mais capacidades do que realizais.

- A Sra. Wicker disse que nós possuíamos dons. - Afirmou Sofia nervosamente. - Que tipo de dons?

- Vou-vos explicar de uma maneira simples. Todos nós, mágicos, temos a capacidade de executar feitiços, poções e símbolos que emanam magia dos mais variados tipos. Mas cada um de nós tem um talento natural por uma certa “disciplina”. Em Brakebills dividimos essas disciplinas em 6: Cura, Física, Psíquica, Naturalismo, Ilusões e Conhecimento. Essa é a área da magia pela qual o aluno tem mais afinidade. E o exame de entrada servia não só para identificar quem realmente tinha potencial mas também a que disciplina cada um pertencia. A disciplina é importante porque não só determina com quem vocês vão passar a maior parte do tempo mas também o que estudam nesta faculdade, e o vosso futuro mágico...

- Você não está a respon...

- Sush!

A imponência que a reitora transmitia fechou rapidamente a boca de Bernardo.

- Como eu estava a dizer, o teste determina a vossa disciplina pois revê cada traço da vossa personalidade mas dois outros aspetos são também importantes: a vossa escolha e as vossas sub-disciplinas.

- O que são as sub-disciplinas? - Sofia questionou timidamente, com medo de ser calada como fora o seu melhor amigo.

- São os dons de que vos falei. A sub-disciplina é a área da magia que se insere dentro da disciplina geral e na qual o mágico não precisa de executar nenhum feitiço, apenas usar a pura força de vontade.

- E quais são os nossos? - Perguntou Bernardo.

- Através do exame de entrada é difícil afirmar com toda a certeza mas supomos que o seu, Senhor Fonseca, seja magia de batalha inata, que se enquadra dentro da disciplina Conhecimento, que é a capacidade inata de executar feitiços de batalha, algo que um mago normal estuda anos para conseguir. Com certeza compreende o porquê do perigo que a sua disciplina representa.

O rapaz apenas acenou com a cabeça. Não entendia meramente o tamanho poder que isso significa mas decidiu apenas aceitar.

- E o seu, Senhora Monteiro, é provavelmente Viagem da disciplina Psíquica. O dom do teletransporte. Neste mundo, e para outros.

A cara de Sofia reluziu. Ela já viaja para outros mundos na sua mente, e a ideia de poder viajar de facto entre eles era deliciosamente agradável.

Um longo silêncio se seguiu. Nenhum deles sabia o que dizer. Julia apenas olhava para aquele rapaz e aquela rapariga que em tanto se pareciam com ela e Quentin. Bernardo era a cópia física masculinizada de si própria. O cabelo escuro como o carvão, os olhos negros sedentos por conhecimento, o seu jeito mais feminino, mas, ao mesmo tempo, a atitude sarcástica e dura que sempre apresentava, escondiam uma alma de ouro como nenhum outro mágico no mundo possuía. Sofia, em contrapartida, lembrava Quentin, não fisicamente, mas em postura. Dotada de estranheza, de tensão ao ser colocada no seio da sociedade e uma expressão facial que reluzia cada vez que se falava em magia. Ela tinha de tê-los aos dois como seus alunos.

- Então qual é a vossa decisão?

- Queremos. - Disseram os melhores amigos em uníssono.



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