História Fairy Rock - 14 meses atrás p.1

- Como assim Erza?, que história é essa de ligar pro seu pai?!- A minha tia Mavis me lançou um olhar de incredulidade.  - Eu SÓ espero que você esteja preparada mentalmente para ouvir um sermão do seu pai. Você sabe muito bem que o seu pai não é o tipo de pessoa que aceita ser trato de forma fria num dia e no outro age como se não tivesse acontecido nada. Ele com certeza é de guardar rancor. Eu me lembro muito bem da época em que ele namorava sua mãe, eles ficaram brigados por semanas! Quando a culpa era dela, então, sua mãe do jeito que era... ficava plantada ao lado do telefone, aguardando que ele fizese as honras de pelo menos RETORNAR AS LIGAÇÕES! - disse tia Mavis gritando a última parte que aos meus ouvidos foi muito engraçado, ela fuca tão fofinha quando está nervosa. Mas vc acha que ela parou de falar?... Não ela continuou falando
- Ah, se ela soubesse.... Ai dele se EU soubesse! Certamente ja teria acabado com aquele namoro no primeiro dia - ela continuou a tagarelar para as portas e paredes e nem se deu ao fato se eu ter ido para meu quarto. Se eu fosse ligar para o meu P-A-I eu iria precisar de muita privacidade. 
Me acomodei na minha cadeira azul de rodinhas e dei um impulso para perto da janela que dava de frente para a cidade peguei meu IPhone 6s disquei o número e apareceu o nome "Acnologia" antes de apertar o botão para ligar fiquei olhando para aquele nome me perguntando "quanto tempo faz que eu não o chamo mais de pai?" Balançei minha cabeça fracamente para espantar esses pensamentos e começei a pensar no que falar para ele. Mas em vez disso meus pensamentos voaram para o ano anterior, 14 meses para ser mais exata.
Eu ainda morava no meu apartamento dos sonhos com meus pais. Ele era bem perto do shopping, da minha escola, dos meus amigos e melhor ainda no bairro perfeito...
Eu estava trancada no meu quarto bem quietinha, estudando para minha prova de Química. Bem tentando né. Eu Não entendo isso, não vou precisar saber de ligações, reações e soluções na minha vida! Eu quero ser arqueóloga, assim como minha mãe.  Aliás pelo que meu pai diz a culpa e toda da profissão dela; agredito que ele ache que tudo é culpa da profissão dela, por exemplo se uma morrer de fome no meio do deserto a culpa vai ser da profissão da minha mãe.  Mas o fato é que eu estava matando aula do curso de inglês. Sabe porque?  Por causa da bendita prova de Química. Não que eu quisesse matar aula. Afinal, o meu "sempai" estaria la e eu não me importaria de ficar repetindo I LOVE YOU, KISS ME OU LET'S STAY TOGETHER por uma hora sem parar enquanto olhava para o João Pedro. Mas, quando você está a beira de reprovar de ano por causa de UMA ÚNICA matéria, não pode se dar o luxo de ficar perdendo tempo paquerando o seu colega, seja qual for a língua. E Era exatamente por isso que eu estava em casa no horário que eu não deveria estar a minha mãe estava fazendo uma viagem como sempre poucos meses antes ela conseguiu passar em um curso que além de oferecer salário ótimo,seria muito útil no currículo dela. Ela estava no Brasil uma horas dessas. Eu disse que ela podia ir eu ja tinha 17 anos naquela época ja sabia muito bem me virar sozinha. E também eu tinha meu pai... É naquela época eu ainda tinha ele...
Eu saí do meu quarto com a vontade de ir a cozinha para beber água e para esfriar minha cabeça que no momento estava fazendo cozido de neurônios. Mas eu ouvi um riso de uma mulher vindo de algum lugar, eu congelei no lugar no meio do corredor. Pensei que estava sozinha no apartamento essa hora, logo entendi tudo minha mãe havia voltado mais cedo e iria me fazer uma surpresa. Fui em direção ao quarto dos meus pais ouvi ela conversando com alguém  (provavelmente no telefone) assim que cheguei mais perto para ouvir a conversa tudo ficou em silêncio. Por esse motivo girei a maçaneta mas a porta não abriu
- Mãe? - falei estranhando o fato dela estar com a porta trancada
Ouvi um barulho de alguém se trocado -Pai?- falei com medo de ouvir a resposta- pai, e vc quem está ai? -