História Fairy Tail or Not! - O Príncipe e o Vampiro

Há muito tempo houve uma grande guerra entre as espécies de todos os reinos do mundo, com a vitória dos anjos, seres supremos, os reinos estraram em paz. Mas ainda existem espécies que se odeiam

Meu nome é Pinku. É eu sei.... Nome estranho não? Tenho 200 anos-luz, o equivalente a 20 anos humanos. E infelizmente sou o príncipe das fadas..... Eu odeio isso, tenho que seguir muitas regras, ser exemplo para as fadas mais jovens e ainda por cima aturar o meu pai. 

Todo o nosso reino é governado pelo meu pai, então, em outras palavras, ele sabe sempre onde eu estou e o que eu estou fazendo. Mas tem um lugar para o qual eu sempre fujo dele.... O vale dos esquecidos. Dizem que é assombrado por demônios maltrapidos e fantasmas que não tem o que fazer.... Eu acho que isso é uma mentira, nunca vi nada nem ninguém além de pássaros e esquilos naquele lugar. 

Nesse exato momento eu estou fugindo pra lá. Quando cheguei, me livrei dos meus sapatos e me sentei no mesmo lugar de costume, que era em baixo de uma grande árvore de amoras. Eu sempre me sento aqui e observo a paisagem.... Escuto os pássaros e as vezes brinco com os esquilos.... Mas dessa vez acabei cochilando.

*****

Acordei com o som de um galho estalando, ficando em pé o mais rápido que pude. Olhei os arredores e não vi nada.... Olhei para cima e vi uma figura negra.... Que pareceu me notar e saltou para outro galho, fazendo algumas folhas caírem sobre mim:

- Quem está aí!? - Perguntei olhando pelas árvores.

- A fadinha se perdeu do palácio foi? - Uma voz masculina e sarcástica soou pelo local. 

Um rapaz apareceu na minha frente, ele tinha olhos vermelhos e cabelos negros e era pálido.... Muito pálido. Logo descobri o que ele era:

- Olhos vermelhos.... Pele alva como a neve.... Você é um vampiro certo? - Perguntei o encarando sério.

- Será que sou? - Ele sumiu.

- O que!? - Olhei pelos lados e ele não estava mais lá, quando de repente senti uma respiração quente na minha nuca, o que me fez arrepiar e pular para frente, antes de ser segurado por trás.

- Digamos que eu sou apenas um pobre coitado faminto.... - Ele sussurrou em meu ouvido.

- Hey! Me larga! - Eu comecei a me debater, mas foi em vão ele é um vampiro.... É mais forte do que eu.... Nós somos divididos em 7 raças, e a ordem hierárquica é bem simples, do mais forte para o mais fraco: Anjos, Demônios, Lobisomens, Vampiros, Fadas (ou seja eu), Orcs e por fim os humanos, que estão quase extintos.

- Relaxa fadinha.... Não vai doer muito... - Ele deu uma risadinha - Pelo menos não em mim.... 

- Eu disse me larga! - Eu fiquei na minha forma de fada que aos olhos dos outros era apenas um brilhinho rosa. Nessa forma eu libertava as minhas asas, quando estava prestes a voar para longe ele me segurou.

- Então é mesmo uma fada... - Ele me apertou um pouco na mão.

- Ugh.... - Eu me debati - Então ia beber do meu sangue sem nem ao menos saber se eu era humano!? 

- Não tinha como você ser humano.... Você tem essa aura e o cheiro do seu sangue é característico de uma fada.....

- E se eu fosse um humano!? Se você bebesse de mim seria punido pelos anjos por quebrar o pacto! – Eu mordi o dedo dele e voei pra cima de uma árvore.

- Que se danem esses anjos malditos! E....

Quando ele ia terminar a frase, o som de asas batendo o interrompeu, uma figura esguia, descalça e de olhos e cabelos brancos como papel aterrissou na frente dele.

- Quem você está chamando de maldito, ser das trevas? – O garoto o olhou sério, os braços cruzados, aguardando uma resposta. Quase que de imediato o vampiro se ajoelhou e beijou os pés do anjo.

- Mikael! Tenha misericórdia de uma reles criança da noite como eu..... – Ele olhava pra baixo. O anjo o fitou enojado.

- Como ousa além de ofender minha raça perseguir uma fada indefesa!? – Mikael chutou a face direita do moreno que caiu no chão.

- Tsc... – O vampiro cuspiu um pouco de sangue – Se eu pudesse eu arrancava essas suas asas de galinha....  – Ele estava prestes a se levantar, quando o albino pisou em seu rosto, o empurrando de volta para o chão.

- O que disse!? – Ele o olhou com um olhar cheio de raiva, um tanto quanto psicótico.

- M-me desculpe... – O vampiro falava com dificuldade por causa do peso colocado sobre si.

- EU NÃO OUVI!! REPITA!! – Ele pareceu pisar com mais força.

Eu não aguentei ficar ali parado sem fazer nada, então voltei a minha forma “humana” e coloquei uma das mãos no ombro de Mikael.

- Hey, já chega Mikael.... Ele não estava me perseguindo....- O olhei com um olhar calmo, uma das habilidades das fadas é mentir muito bem. O anjo pareceu se acalmar e tirou o pé de cima do vampiro, me fitando em seguida.

- Tem certeza? Esses vampiros são bestas chupadoras de sangue.... – Ele olhou irritado para o outro caído no chão.

- Tenho sim... Nós estávamos apenas brincando.... – Eu sorri forçadamente.

- Hum... Por ora vou deixar passar.... – Ele se abaixou e pegou o moreno pelo colarinho, o erguendo e o olhando nos olhos – Seja grato por essa fada ter salvado a sua vida, pois eu não hesitaria em te fazer em pedaços aqui mesmo, besta noturna. – Ele o jogou de volta no chão com força.

- Até mais Pinku.... – Ele acenou – Nos veremos em breve! – E assim ele se foi.

Quando vi sua silhueta sumir pelo céu, corri na direção do moreno, que agora estava sentado no chão.

- Você está bem!? Meu deus você enlouqueceu!? Falando uma coisa daquelas para Mikael!  - Eu instintivamente segurei o rosto dele com as duas mãos.

Ele deu uma risadinha.

- Seu nome é Pinku? Que exótico.... – Ele sorriu debochado.

- Se-seu... Seu idiota! Responda ás minhas perguntas! – Eu chacoalhei de leve a cabeça dele.

- Eu estou bem! – Ele me afastou e se levantou, batendo a poeira da roupa – E eu não dou a mínima para o que ele pensa! – Ele cuspiu um pouco de sangue com saliva no chão.

- Você faz ideia de quem ele é!?

- Um pirralho arrogante? – Ele me olhou sem interesse.

- Pra começar ele é muito mais velho do que você.... E outra ele liderou o exército dos anjos na grande guerra, e é o arcanjo mais forte que existe! Matou mais demônios do que você possa imaginar! – Falei empolgado, eu amava os anjos, mesmo eles sendo terrivelmente frios as vezes.

- Olha Pinku... – Ele riu ao pronunciar meu nome – Eu não dou a mínima!

- Mas deveria! Você está sobre a proteção dos anjos!

Ele riu alto dessa vez.

- Esqueceu o que eu sou? Fadinha.... – Ele se aproximou de mim mais rápido do que eu pudesse ver  e segurou meu queixo – Eu descendo dos demônios.... Minha raça é protegida por eles. Porque acha que ele pisou na minha cabeça e não na sua? Se fosse um demônio que tivesse vindo interromper nossa “brincadeira” você já estaria sem essas suas asinhas de mariposa! – Ele falou entredentes e me soltou.

Eu fiquei chocado.... Sempre temi os demônios mais do que tudo e agora que ele tocou no assunto me assustei mais ainda.

- Entretanto... – Ele disse com um sorriso malicioso, chamando a minha atenção – Eu posso lhe oferecer proteção.... Em troca de algo bem pequeno.... – Ele sorriu, exibindo os caninos salientes.

- E o que seria? – Ergui uma sobrancelha.

- Você vai me alimentar sempre que eu tiver fome, não importa a hora.... – Ele sorriu e me encarou esperando a resposta.

- Sem chance! – Neguei com a cabeça.

- Ora.... Então vai correr o risco de perder suas lindas asinhas de mariposa? – Ele apareceu atrás de mim e acariciou minhas omoplatas, o que me fez arrepiar – Tudo bem... – Ele se afastou e começou a ir em direção a saída do vale – Você que sabe....

- E-espera! – Eu gritei  e ele parou no lugar onde estava – Eu aceito, mas não vai beber de mais nenhuma fada além de mim!

Ele deu uma risadinha e se aproximou tão rápido como o vento.

- Ora.... Então você é do tipo ciumento? – Ele sorriu e passou o dedo no meu queixo.

- Não é isso! – Eu corei – Só não quero por meu povo em perigo! – Dei um tapa na mão dele.

 - Bom... Então tá... Trato feito!

- Ok... –Eu já ia indo embora quando ele me segurou pelo pulso.

- Onde pensa que vai fadinha? Eu disse que estava com fome....

Eu engoli em seco.

- T-tudo bem.... – Eu arregacei a manga da minha blusa e estendi meu pulso pra ele.

- O que é isso? – Ele me olhou incrédulo.

- Vamos, beba logo, não tenho o dia inteiro....

Ele deu um tapinha, empurrando meu braço pro lado.

- Pulso não, pescoço. – Ele sorriu.

- Tsc.... – Eu abaixei a gola da minha blusa e inclinei minha cabeça pro lado deixando meu pescoço exposto. Ele se aproximou e passou as mãos pela minha cintura, lambendo meu pescoço, depois chupando de leve, o que me fez gemer baixinho. Por fim ele mordeu com força, eu quis gritar, mas a voz não saiu. Senti as presas dele afundarem em minha carne, mas ele começou a passar a língua e a sensação de ter meu sangue sendo sugado era tão.... Boa.....Mas não durou muito, logo ele soltou meu pescoço, um filete de sangue escorrendo pelo canto da boca.

- Muito obrigado fadinha.... Agora eu posso te rastrear....  – Ele já ia indo quando eu perguntei:

- Hey! Qual o seu nome?

- Allan.... – Ele acenou e sumiu nas sombras.

*****

Mais tarde no reino, eu havia conseguido cobrir a mordida com alguns curativos, mas na mesa de jantar meus pais não deixaram de perguntar:

- Onde conseguiu esse machucado? – Minha mãe me encarou.

- Ah... Isso é.... – Coloquei a mão no pescoço – Picada de inseto! – Sorri.

- Você parece meio pálido.... Está bem? – Dessa vez foi meu pai.

- Sim eu estou.... – Saí da mesa e fui pro meu quarto, deixando os dois a sós. Coloquei meu pijama e me joguei na cama, fechando os olhos e fazendo um feedback do meu dia. Quando cheguei na parte da mordida.... Senti meu baixo ventre formigar.... Droga! Eu não acredito que estava tendo uma ereção por algo assim.... Resolvi parar de pensar nisso e pensar em outra coisa..... Logo adormeci.