Apesar de manter sua postura de ataque, com seu feitiço ofensivo mais poderoso preparado em sua mão esquerda erguida, Perséfone se mostra abalada. Perante as espadas cruzadas de Aria e após aquelas palavras tão impactantes, a ruiva mantem seus olhos arregalados. Por alguns segundos, as magas mantem o contato visual sem proferir uma palavra sequer. Wallon, enquanto isso, ao longe, as observa, tentando entender o que está acontecendo.
– Eu tenho sede de amor...? – retruca a lanceira, mantendo seu braço ao alto, mas abaixando sua face. – “Humanos são fracos. Enquanto alguns sofrem terrivelmente, outros reclamam das mais pequenas dores. Enquanto alguns perdem tudo, outros desprezam o que possuem por arrogância de desejarem sempre mais. Enquanto alguns morrem clamando por uma chance de vida, outros jogam as suas fora pelas mais vis razões”... – repete seus próprios dizeres, após a queda do grupo de Aria com o Humanity.
Reerguendo seu olhar, voltando a criar conexão visual com Aria, a mulher prossegue:
– Não importa quanto tempo passe, as pessoas continuarão sendo fracas, arrogantes e egoístas.
– Não, Perséfone. – nega a Santa Joana, surpreendendo-a mais uma vez, lembrando-se de todas as pessoas que se sacrificaram para que chegasse aqui e que mostraram se importar com ela até hoje. – Devo admitir que muitas pessoas na Terra são como você diz. Entretanto, existem tantas outras que são muito maiores do que isso. São fortes, gentis e maravilhosas. São grandiosas, amáveis e... – suspira. – Humanas...
Perséfone arregala ainda mais seus olhos, ao mesmo tempo em que Aria não cessa:
– Humanas, e pelo simples fato de que nós, não importando quanto poder tenhamos, nunca deixamos de ter nossa essência frágil e volátil. Porém, isso não nos enfraquece e muito menos reduz o nosso valor. Pelo contrário, Perséfone. É nossa humanidade que nos permite sofrer com os outros e, então, reconhecer nossos erros e falhas e nos aprimorar. Nossa humanidade é que nos permite ser fortes quando precisamos proteger aqueles que amamos. Nossa humanidade é que nos permite ser gentis para levar a cura a quem sabemos que está doente. Nossa humanidade é que nos permite ser maravilhosos ao ponto de reerguer outros como nós apenas com palavras sinceras. – deste modo, a maga fecha suas pálpebras, mas sem se calar. – Quando há amor, uma pessoa fraca, arrogante, egoísta e tola se transforma. Quando há amor, todas as barreiras podem ser ultrapassadas e nem mesmo a morte é limite para um poder tão grande. – as reabre de uma só vez, mostrando um olhar ainda mais determinado. – Estou aqui por ter conhecido o amor! Estou aqui por ter sido protegida, amada e valorizada por pessoas maravilhosas, que se machucaram por mim e que se importaram comigo! Até mesmo algumas pessoas deram suas vidas por mim! Como eu, após tudo isso, poderia aceitar que alguém destruísse tudo o que todas aquelas pessoas já amaram? Como eu poderia aceitar que alguém se destruísse em solidão acreditando que está fazendo o correto apenas por ter medo do amor!?
– Basta!! – exclama Perséfone, criando um grande turbilhão de energia mágica ao redor do seu próprio corpo, elevando suas forças ao máximo. – Eu... Eu... Eu preciso acabar com você aqui e agora, Aria Cross!! Deste modo, nada nem ninguém nunca mais poderá me confrontar! Tudo estará acabado!
– Por mim, por você, por todos! Eu não vou cair! – declama Aria, mantendo suas espadas cruzadas acima de si.
Redirecionando seu braço esquerdo para ela e para todos atrás da Santa Joana, a ruiva declama:
– Hiper-Colapso Divino!!
– Benção da Criação Divina! – a maga da Angel Heart, por sua vez.
Abaixando suas espadas rapidamente, formando um “X” no ar, Aria dispara uma poderosa rajada de luz em área, encobrindo todo o local. Por outro lado, a esfera de energia vermelha de Perséfone avança em alta velocidade, atingindo a espadachim. De imediato, como um buraco negro engolindo a luz de estrelas, a esfera cresce. Em instantes, ela engole não apenas a adversária da ruiva como também Shane, Sakuya, Oscar e Mayumi, que estão inconscientes logo atrás dela.
– Que poder... – Wallon, sem acreditar, incrédulo diante das proporções alcançadas pelo feitiço de Perséfone. – Ela conseguiu expandir o Hiper-Colapso divino a um nível inacreditável... Tal feitiço, por si só, já consome muita energia mágica por ter um incrível poder. Uma pequena esfera já é o suficiente pra extinguir os átomos de qualquer coisa que entrar em contato. Entretanto, algo de tão grande extensão... – e sente uma grande angústia em seu peito. – Nem mesmo o poder de um outro deus poderia resistir a isso...
Ofegante, ainda no mesmo ponto, Perséfone observa a sua grande esfera engolindo tudo naquele espaço. Apertando sua mão direita em sua lança, ela suspira, fechando os olhos e tentando recompor o fôlego.
– De fato, ela me surpreendeu... Além de Maeli Inoue, é a única pessoa que um dia conseguiu me fazer frente e me fazer lutar com tudo o que tenho... É difícil de acreditar até agora... – e reabre suas pálpebras, com sua respiração já controlada, pensando em seguida: – Mas e aquele feitiço que ela usou? O que era?
Tanto Perséfone quanto Wallon ficam perplexos agora. Enquanto a esfera de energia da ruiva vai desaparecendo, átomos vão se reunindo no ponto que o Hiper-Colapso Divino atingiu. Milagrosamente, em apenas alguns momentos, Aria Cross ressurge, em sua forma Gaia, enquanto seus companheiros reaparecem, inconscientes ainda, atrás de si.
– Inacreditável... – Perséfone, completamente atônita.
– Você está lidando com o poder de Gaia, a verdadeira deusa da criação. – afirma a espadachim. – Enquanto você, com a sua magia, é capaz de reproduzir tudo aquilo que imagina em uma escala infinita, o poder de Gaia me permite criar e recriar tudo o que eu desejar do zero.
– Entendo. – reflete Wallon. – O Arc of Embodiment de Perséfone age como uma “magia de impressão”, reproduzindo perfeitamente tudo o que ela imagina. Mesmo que pareça impressionante, tudo o que ela “criar” não tem alma e essência próprias, sendo tudo parte dela mesma. Por outro lado, com o poder de Gaia transbordando de si, Aria está além. Ela pode conjurar a criação de algo mesmo se aquilo já existir. Por isso, antes mesmo dela e dos seus companheiros serem aniquilados, minha irmã proferiu aquele feitiço, que os “restaurou” instantaneamente após aquela destruição a nível atômico!
– Será que compreende agora, Perséfone? – indaga Aria. – Não importa quantas vezes você nos extermine, eu irei nos recriar a mesma quantidade de vezes. Você possui o poder ofensivo mais forte, enquanto eu possuo o poder defensivo mais forte.
– Está sugerindo que estamos em um impasse? – questiona a ruiva.
– Não. – nega. – Estou afirmando que, não importa o quanto tente, eu não cederei até fazer com que pare. Eu não vou permitir que faça mal a mais ninguém, nem mesmo a você.
Levantando sua lança e se preparando para atacar com a mesma, Perséfone avisa:
– Não me subestime, Aria Cross.
– Não me subestime, Perséfone Strong. – rebate.
De imediato, as duas partem de onde estão, se aproximando de modo bem rápido outra vez. Como antes, um embate entre suas armas tem início. Novamente, Wallon se vê como espectador de um conflito que mal consegue acompanhar.
– A destruição suprema contra a proteção suprema... Não consigo ver um resultado possível disso... – reflete ele, cerrando seus punhos firmemente. – Aria... O que você fará?
Por alguns minutos, elas continuam se confrontando: Aria com suas espadas gêmeas e Perséfone com sua lança vermelha. É quando a Santa Joana exclama:
– Está pronto!
Ouvindo isso, Perséfone se alarma, mas já é tarde demais. Movendo-se sozinhas, as espadas de Aria se reúnem lado a lado com a sua lança. Deste modo, as armas brilham fortemente, fazendo com que a ruiva a solte por alguns segundos. É o suficiente para algo acontecer.
– O que está fazendo!? – pergunta Perséfone, confusa, atada a um abraço inesperado.
Abraçando-a enquanto ambas permanecem no ar, envolvidas por uma intensa camada de luz, a Santa Joana mantém o abraço, de olhos fechados, dizendo:
– Ascensão Divina...
A luz que as envolve aumenta ainda mais, enquanto seus corpos começam a se elevar rumo ao céu.
– O que pretende fazer, Aria Cross!? – Perséfone, se rebatendo. – Me solte agora!!
– Eu pretendo libertar você da sua própria prisão, Perséfone! – exclama a maga da Angel Heart, sem desfazer o abraço. – Eu compreendo toda a sua dor, toda a sua angústia e toda a sua solidão. Ao superar o Humanity, eu entendi finalmente que não deveria derrotar você, mas sim libertá-la.
Ouvindo isso, a ruiva arregala seus olhos. Aria prossegue:
– Até mesmo para mim, te derrotar seria uma tarefa impossível. E mesmo que fosse possível, como eu poderia fazer isso sabendo que você sempre foi uma vítima?
– Não zombe de mim, Aria...
– E como eu seria capaz de tal coisa? – indaga a Santa Joana, ainda em seu abraço, reabrindo suas pálpebras, deixando cair lágrimas.
Seus corpos, envoltos por luz, criam uma cratera no teto do castelo e continuam ascendendo ao céu. A irmã de Wallon continua:
– Você é a pessoa mais forte que eu já conheci, em todos os sentidos. Eu consigo entender agora...
Colocando suas mãos sobre os ombros dela, Aria desfaz o abraço, posicionando seu rosto frente a frente com o dela.
– Você não queria apenas se vingar! – exclama, deixando suas lágrimas rolarem. – Você queria impedir que outras pessoas continuassem sofrendo como você! Sempre entendeu que a morte em si não é o sofrimento, e sim toda a decepção e angústia que passamos enquanto vivemos! Você é forte, tão forte que queria impedir que um ciclo tão terrível de dor e sofrimento continuasse se repetindo! Você queria carregar consigo toda a culpa e dor alheia para que ninguém mais pudesse sofrer! Você queria ser a única culpada enquanto todos pudessem se libertar!
Enquanto escuta tais palavras e enquanto continua se elevando ao alto junto da espadachim, Perséfone chora assim como Aria está chorando. Diante disso, a Santa Joana sorri, ainda em lágrimas, prosseguindo:
– Mas Perséfone, você também merece o amor! Você não precisa carregar todo esse peso com você! Não precisa e não deve, pois existem pessoas corajosas que desejam viver mesmo cientes de toda a dor e sofrimento que possam enfrentar! Existem outras pessoas fortes como você que querem encontrar o amor e levar o amor para outros também!
Pouco a pouco, tanto a transformação de Aria quanto a de Perséfone vão cessando. Em instantes, ambas se encontram em suas aparências normais.
– Aria Cross... – articula a ruiva, sem conseguir mais reter suas lágrimas.
– Eu prometo, com todas as minhas forças, que defenderei até o fim tudo aquilo em que você acreditou um dia, tudo aquilo que eu vi em seu passado... – garante. – Eu prometo...
Sem ser capaz de dizer nada mais, apenas profere, fechando suas pálpebras ao mesmo tempo em que a Santa Joana lhe abraça mais uma vez:
– Obrigada...
Uma grande explosão de luz ocorre ali, naquele ponto no céu. Uma explosão tão forte, tão grandiosa e tão majestosa que todos que estão em Fiore são capazes de ver.
– Aria... – Ivy, em determinado ponto em Fiore, diante de tal vislumbre.
– Aria... – Joseph, por sua vez, em outra área, em mesma situação.
– Aria... – Wallon, por sua vez, caindo sobre seus próprios joelhos, deixando suas mãos repousarem ao chão, derramando lágrimas por sua irmã. – Você conseguiu...
/--/--/
Com dificuldades, Hana, sendo sacudida por Leone e chamada pela voz do mesmo, começa a reabrir seus olhos.
– Ah, finalmente você acordou... – ele, de joelhos próximo ao rosto da maga da Harpie Wing, se alegra.
– Leone... – articula ela, confusa, se assentando. – O que aconteceu?
– Derrotamos Shion. – afirma o jovem, fitando-a, redirecionando seu olhar para Tsunayoshi logo em seguida, que está parado de pé em determinado ponto, distante e de costas para a dupla. – E pelo que parece, Perséfone também foi derrotada.
Ouvindo isso, Hana arregala seus olhos, mas antes que possa dizer algo, o integrante da Angel Heart ali presente, cerrando seus punhos, cai de joelhos ao chão, gritando:
– Ariaaaaaa!!! Por quê, Ariaa!?
Em lágrimas, o jovem não consegue se segurar, gritando sem cessar em um desespero frenético...
/--/--/
Lentamente, um jovem vai reabrindo suas pálpebras. Com dores por todo o seu corpo e com dificuldades para respirar, Shane tenta se levantar.
– Você também acordou? – Sakuya, de pé, alegre ao vê-lo bem, se aproximando e abraçando-o assim que ele se assenta ao chão. – Estou realmente feliz...
Ao redor deles, estão de pé Oscar e Mayumi. Mais ao longe, sobre suas próprias pernas com um olhar perdido e vazio, está Wallon.
– O que aconteceu? – pergunta o Mago Celestial, olhando para todos os lados, assim que Sakuya encerra o abraço. – Onde Aria está?
– Ela derrotou Perséfone... – determina Wallon, ali ao longe, atraindo a atenção de cada um deles. – Se sacrificando por isso...
Tanto Shane quanto seus três companheiros arregalam seus olhos sem acreditar. Somente conseguiram acordar graças à derrota de Perséfone, mas de forma alguma poderiam fazer ideia do que o irmão da Santa Joana acabou de declarar.
– Não pode ser!! – exclama o garoto, correndo em direção a Wallon. – É mentira!!
Enquanto ele se aproxima, o antigo inimigo de Aria lhe redireciona o olhar, se levanta com dificuldade e, então, se coloca de pé. Quando se aproxima o suficiente, com os olhos cheios de lágrimas e a respiração ofegante, o jovem se manifesta outra vez:
– Diz bem nos meus olhos a verdade!
Por alguns instantes, Wallon hesita, parecendo estar sofrendo com isso tanto quanto o menor. Então, suspirando, após segundos de reluta, diz:
– Graças a vocês, Aria alcançou um poder que eu jamais vi igual. Graças ao desejo de proteger a todos nós e de salvar Perséfone de si mesma, ela lutou, resistiu e a venceu... Porém, em troca...
– Não, eu não... – Shane, cambaleando, se renega a acreditar.
Sakuya, ao longe, nota que tem algo estranho ocorrendo com seu meio irmão. Mesmo estando tão abalada quanto Oscar e Mayumi ao ouvir tudo aquilo que Wallon contou, a mestra da Harpie Wing foca sua preocupação no Mago Celestial. É quando o garoto cai de costas ao chão.
– Shane!! – Sakuya grita por ele, correndo em sua direção.
– Aria... – fala o jovem, com dificuldades, de costas ao chão.
– Shane usou o Overlay: Trinity, a combinação do Overlay e do Tryadis, um feitiço de altíssima intensidade... – reflete Oscar, assistindo ao esforço de Sakuya em se aproximar do seu meio irmão, já que ela está com seus músculos deteriorados devido ao grande esforço contra Perséfone. – Ele foi capaz de conjurar algo tão poderoso por alcançar a experiência máxima de um Mago Celestial durante a guerra. Entretanto, para o seu corpo, que já estava tão gasto devido às batalhas anteriores, foi demais...
Repentinamente, um vortéx de luz surge a alguns metros acima de Shane. Enquanto o garoto cospe sangue sem conseguir se segurar, uma forma humana se materializa do fenômeno luminoso: um anjo de asas radiantes...
Sakuya, sem conseguir avançar mais, tropeça e falha, mas quando vai cair ao chão, é recolhida pelos braços de alguém.
– Oscar... – a harpia, surpresa, olhando para trás e dando de cara com o Maquinário.
Enquanto isso, cercada de luz, a Santa Joana usa suas asas para se aproximar de Shane o mais depressa possível. Quando o faz, suas asas desaparecem e ela se agacha bem ao lado direito dele.
– Shane, por favor, sobreviva! – exclama Aria, em desespero. – Por favor... Se não fosse você, se não fosse a sua luz a me guiar, eu jamais teria vencido...
Alegre ao vê-la mais uma vez, mesmo cuspindo sangue sem parar, o Mago Celestial sorri, se manifestando, mesmo fraco:
– Eu te ajudei? – e eleva seu sorriso. – Eu fico feliz por ter sido capaz de protegê-la até o fim, Aria... – garante, de costas ao piso deste local, se esforçando para manter suas pálpebras abertas.
O seu sangue está se espalhando por toda a área, ao mesmo tempo em que Aria percebe também um ferimento na barriga do mesmo. Com suas mãos, a espadachim toca o ferimento, invocando uma poderosa luz para que possa salvá-lo.
– Aria... – Wallon, impressionado diante do que está vendo. – Você usou aquele feitiço e separou a consciência de Perséfone do corpo da descendente dela... – e redireciona seu olhar para a verdadeira líder da Silver Star, desacordada, pouco atrás de si, levando seu foco para Aria e Shane segundos depois. – Por outro lado, consumiu todas as suas forças mágicas e quase eliminou sua própria consciência... Mesmo estando incapaz agora, você continua tentando salvá-lo...
– Continuaremos lutando juntos, Shane! – garante a espadachim para o Mago Celestial, em lágrimas. – A Angel Heart precisa de você!
– Não... – ele discorda, sorrindo e fechando seus olhos pouco a pouco. – A Angel Heart precisa de você... É você quem não pode morrer, Aria.
Ela sente a vida do jovem se extinguindo ao mesmo tempo em que ele parece dizer suas palavras finais:
– Eu te amo...
Diante de todo um cenário de destruição, a maga grita de dor e desespero, incapaz de aceitar o que está acontecendo... Até escutar algo.
“Humanity”...
Uma grande força mágica domina o corpo de Aria, fazendo-a arregalar seus olhos. Por consequência, um par de asas ainda mais majestoso que o anterior, surge. Suas asas envolvem Shane e um fio dourado se conecta entre o peito esquerdo dos dois.
– Magia Secreta da Graça Caridosa... – articula a Santa Joana, pouco a pouco, com os olhos ainda arregalados e toda aquela poderosa luz ao seu redor.
Tanto Wallon quanto Sakuya, Oscar e Mayumi, os três últimos mais distantes, observam a tudo impressionados com a grande quantidade de energia mágica se reunindo entre Aria e o Mago Celestial.
Após alguns instantes, o fio dourado desaparece, junto do par de asas brilhantes. Logo depois, com certa dificuldade, Shane reabre seus olhos. E a primeira visão que ele tem são os olhos em lágrimas da maga mais poderosa da Angel Heart.
Sem dizer nenhuma palavra, ela apenas o abraça, forte, bem forte.
– Eu também te amo... – afirma a Santa Joana, sem desatar o abraço e sem conseguir reter a grande emoção ao vê-lo consciente mais uma vez. – E não posso mais viver sem você...
– Aria... – o mais jovem, um tanto quanto surpreso.
Ao longe, sendo tomada por uma grande felicidade, Sakuya cai sobre suas próprias pernas, suspirando aliviada enquanto fala para si mesma:
– Acabou...
– Sim... – concorda Mayumi, surgindo ao seu lado direito.
– Acabou sim... – Oscar, por sua vez, se agachando bem ao lado esquerdo da líder da Harpie Wing, enquanto os três observam o abraço caloroso de Aria e Shane. – Tudo acabou...
Enquanto isso, sorrindo e em lágrimas para Shane, a Santa Joana articula, ainda abraçando-o:
– Eu é que tenho que te agradecer... Eu tive a sorte de ser agraciada por um amor verdadeiro, tive a sorte de receber uma luz verdadeira e sincera, a luz de um sentimento honesto. – e suspira, mantendo o abraço. – Agora eu sei que não posso viver sem você...
O abraço se desfaz e, em seu lugar, surge um caloroso, luminoso e comovente beijo, assistido por todos os demais presentes. Um beijo emocionado, que vem como um sublime virar de páginas, como a luz após tantas batalhas na escuridão...
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Arco 4: fim
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