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História Faísca - Capítulo II


Escrita por: Mariiharuchiha

Notas do Autor


Meus amores, voltei!

Capítulo 2 - Capítulo II


Faísca
                            O que acende não cessa


CAPÍTULO II

— Não ouse se aproximar de mim.

Mantive minha voz calma e controlada apesar de toda situação. Naoko sempre diz que as pessoas adoram ver nosso medo, desespero e a total falta de controle. O trunfo era sempre demonstrar astúcia, pois, se você não demonstra medo ou os outros, como alguém pode usá-los contra você? 

Tranquilizei minha respiração e meus batimentos cardíacos e fiz força para levantar. Minhas costas e meu tornozelo repudiaram minha ação na hora, mas ainda exercendo um papel, permaneci indiferente.

Aliás, onde Naruto tinha se metido para demorar tanto para chegar? 

Olhei para o estranho dos olhos ônix minuciosamente. Apesar de seu porte e fisionomia, vamos dizer, peculiar, ele não parecia ter muitos anos de vida. Talvez pudesse ter minha idade ou ser um ou dois anos mais velho... O importante era que ele não parecia querer me atacar ou coisa assim. Não tinha nada em mãos e nada em volta que possa usar para me machucar. Aliás, ele estava... descalço? Ok, dá para controlar a situação.

— É bom permanecer parado exatamente como está fazendo. Meu... — Parei para pensar, chamar Naruto de amigo não teria muito efeito, eu poderia chamá-lo de... —  Meu namorado está bem perto. — Pelo menos eu espero que ele realmente esteja.

Como se fosse propositalmente para me contestar o estranho deu um passo à frente.

— Quem é você afinal? 

Silêncio.

— Me responda.

Silêncio.

— Não acredito que isso tá acontecendo. — Murmurei indignada.

— Quem é você?

Sua voz levemente grave me fez erguer os olhos desacreditada. Ele não respondeu nenhuma pergunta minha mas quer que eu responda as dele?

— Perguntei isso primeiro, não?

— Seu cheiro não me agrada. — Me olhou com desprezo, como se eu fosse um animal nojento.

Como ele fez comigo, eu o ignorei.

— Em uma floresta restrita onde um assassinato ocorreu não é normal um garoto como você andar sozinho por aí. — Despejei o olhando com superioridade.

— Em uma floresta restrita onde um assassinato ocorreu não é normal uma garota como você andar sozinha por aí. — Repetiu o que eu disse levantando uma de suas sobrancelhas rapidamente.

Ok. Entendi. Ele estava debochando de mim usando minhas próprias palavras.

— Sua presença também não me agrada. — Acrescentou.

Olhei para o estranho sugestiva, ergui o queixo e como ele havia feito, eu fiz.

— Sua presença também não me agrada. 

Seu rosto pareceu ter notado meu deboche e a ousadia de ter copiado suas palavras, já que ele lambeu o lábio debaixo e juntou as sobrancelhas, demonstrando não ter gostado muito.

Eu estava mais calma, mas não totalmente tranquila. O estranho ainda não havia dito quem era, o que queria ou o que fazia aqui sozinho. E minha intuição gritava perigo, o que me fazia permanecer em alerta. Por mais que ele não tenha me atacado, não devo e não posso baixar a guarda. 

Não iria ser tão burra assim.

— Vai me dizer seu nome ou não? Por qu...

— Sakura!

De repente o grito de Naruto ecoou por todo lugar interrompendo minha fala. Não liguei, para falar a verdade até esqueci o que iria dizer. Finalmente ele me achou.  

— Aqui! 

Gritei de volta e me esforcei para andar e me afastar do estranho.

— Oh meu Deus, você está bem?

Naruto correu ao meu encontro totalmente preocupado. Acho que meu estado deve ter piorado após cair de costas.

— Droga, por onde andou, você demorou demais! Já viu o garoto estranho aqui atrás? — Sussurrei a última parte temorosa em me virar e captar o olhar cortante.

— Hã? 

— Aqui atrás. Ele está olhando para nós?

— Que garoto Sakura, não tem ninguém ali atrás.

O quê?

Virei só para comprovar que o loiro estava certo. Não tinha ninguém, definitivamente ninguém por ali. Mas... Tinha alguém. O garoto estranho de olhos perfurantes. Estava ali! Conversou comigo... 

— Você está bem? 

Voltei a mim e observei Naruto. Eu queria e deveria contar, mas, sem provas? Como ele vai acreditar? Ah, eu vi um garoto descalço e totalmente assustador, ele disse coisas estranhas e parecia querer me matar. Droga, não. Eu queria confiar em Naruto, porém não queria parecer louca. Sendo assim, respirei fundo, ergui olhar e disse:

— Podemos ir? Minha cabeça está me matando.

 

 


Olhei para o céu nublado e respirei fundo até aquele gostoso aroma de terra molhada se infiltrar em minhas narinas. Ontem um pouco depois de eu chegar em casa começou a chover. E nossa, como amo chuva. 

Caminhei em direção ao banheiro do meu quarto e tomei um rápido banho quente. Coloquei uma calça jeans, regata cinza de alças e por último um tênis qualquer. Prendi meus cabelos de qualquer jeito e coloquei meu costumeiro cordão que não tirava para praticamente nada. 

Já descendo as escadas ajeitando a mochila no ombro, o aroma de café fresco me atingiu fazendo um sorriso involuntário se abrir em meus lábios.

Ela finalmente está em casa.

— Bom dia, doutora Tsunade. 

Disse sorridente para a mulher que estava de frente ao fogão enquanto eu me sentava à mesa do café da manhã.

— Bom dia, querida. — Disse com ar risonho enquanto colocava um prato com algumas panquecas em minha frente — Desculpe por ontem, não consegui chegar cedo em casa. 

— Não se preocupe mãe, ontem saí com o pessoal e depois Naruto ocupou meu tempo livre.— Murmurei rapidamente tentando evitar mais perguntas e me servi da comida.

Me lembrar de ontem não me causava uma das melhores sensações. 

Bloqueia esses pensamentos Sakura, você não precisa lembrar, faça como fez desde que acordou: esqueça! Meu consciente repetia como um mantra.

— Toma. 

Me entregou um copo com suco.

— Obrigada. — Agradeci. — Mas me diz, tá tudo bem no hospital? A senhora realmente demorou ontem.

— Está sim meu amor, é só que... Tudo vai ficar mais complicado agora.

— O que quer dizer?

Antes da minha mãe abrir a boca o barulho estridente de uma buzina interrompe me fazendo revirar os olhos. 

— Naruto chegou, já vou indo mãe, ele não gosta de atrasos. 

Dou um beijo em seu rosto e estendo a palma da mão esperando ela fazer o mesmo.

Esse é um ato que praticamos desde quando eu era criança. Todos os dias eu e minha mãe tínhamos que encostar a palma da mão uma na outra por alguns segundos. Minha mãe dizia que sempre pela manhã era para eu nunca esquecer de fazer esse ato. Ela afirmava que é para trazer segurança e força, e que sem isso coisas ruins podem acontecer. No início eu não ligava muito, porém com a cobrança de mamãe eu acabei me acostumando e, hoje em dia essa ação é uma coisa que se tornou indispensável.

Estranha mas ainda sim indispensável.

— Sakura! — Somos alertadas pelo grito de Naruto.

— Acho melhor ir logo antes que ele entre aqui gritando e acorde o bairro todo — Minha mãe riu desencostando nossas mãos — Mas não esqueça do casaco, deixei um passado ali no sofá. E espero que esteja com o cordão que eu te dei. — Me deu um leve empurrão em direção a sala.

— E quando é que eu tiro ele mamãe? 

Soltei um riso nasal e depois de pegar o casaco fui para fora de casa vendo um loiro impaciente dentro do carro preto estacionado em frente a minha residência.

— Você podia ser um pouco mais silencioso, tem pessoas que ainda querem dormir Naruto. - Reclamei assim que entrei em seu carro. 

Alguns minutos depois já estávamos nos ajeitando em nossos lugares que ficavam lado a lado em uma carteira dupla. O primeiro tempo seria de química, uma matéria não muito adorada pelo loiro, mas, com vários testes em dupla, ele se dava bem comigo sendo sua parceira.

— O sinal vai bater... Agora.

E realmente, o sinal bateu.

— Essa sua obsessão por horário às vezes me assusta. 

— Obsessão é uma palavra muito forte. Tenho apenas um fascínio pelo relógio. 

— Aham. 

— Suas costas já estão melhor?

— Ah, sim, estão sim.

Durante todo tempo tenho evitado falar com Naruto sobre ontem à noite. Já basta minha mente não ter descansado um só minuto direito ontem à noite. Eu nem tinha dormido direito. Lembrar dos olhos daquele estranho. Do jeito que falava. De como agia... O esquisito é que quanto mais eu pensava sobre isso, mais confusa ficava. Será que realmente vi algo? Será que eu não teria imaginado coisas? Será que, não sei, eu estava com muito medo e projetara pessoas malucas no meio do nada?

— Saudações alunos.

A voz do professor me despertou e direcionei o olhar para ele. Bom, é melhor voltar a fazer o que estava disposta a fazer hoje pela manhã: esquecer. Estava na hora de esquecer seja lá o que eu havia imaginado. Eu não vi nada, e...

— Sakura, você derrubou suas canetas no chão. 

A voz de Naruto estava distante. Tudo estava distante. Minha atenção fora totalmente roubada pelo moreno dos olhos ônix que estava sendo apresentado ao lado do professor. Era ele, eu tinha certeza que era o moreno de ontem. O mesmo que quando Naruto chegou desapareceu.

—... então quero que todos o recebam bem. Pode ir se sentar, Sasuke.

Ai. Meu. Deus

— Sasuke Uchiha. Dá para acreditar, que nome estranho, parece até nome de cachorro. Vem cá Uchiha, vem cá. 

Enquanto Naruto caçoava o tal Sasuke, meu olhar estava fixo no moreno que caminhava até o fundo da sala e se sentava em uma carteira tendo como dupla Hiashi, um colega de classe. Como se percebesse meu olhar, ele se virou.  Nos encaramos por alguns segundos, porém, sua expressão não se surpreendeu ou mostrou confusão, ele permaneceu indiferente, como se não me conhecesse... Desviei o olhar rapidamente. Quando finalmente me convenço que tudo que vi fora algo projetado por minha mente traiçoeira, esse Sasuke aparece só para me contradizer! Ele não me reconheceu, ou, vai ver que realmente não me conhece. Naruto não viu ele ontem, o que é impossível, pois ninguém pode sumir tão rápido assim. Mas... a aparência. Sasuke e o garoto da floresta que supostamente vi são idênticos. Ah, que confusão! 

Será que eu estava ficando louca? Se eu vi Sasuke ontem por que ele não me reconheceu? Estou imaginando coisas? As perguntas martelavam em minha mente dispostas a me deixar mais confusa ainda. 

— Acorda Sakura.

Pisquei algumas vezes e fitei Naruto que estalava os dedos em meu rosto.

— Parece que viu um fantasma, você 'desligou.

— Err, foi mal.

— Temari tinha razão, temos gente nova na cidade então. Quem será que veio com o tal Sasuke? Família ou amigos? Onde será que mora? Vou ver se dou uma olhada mais minuciosa nas coisas do meu pai, lá deve ter algo, não concorda?

Apenas acenei positivamente para o loiro e tentei prestar atenção nas coisas que o professor já escrevia no quadro, ignorando completamente meu sexto sentido gritando que algo estava errado. Muito errado.

 

 


— O novato mistério apareceu finalmente. — Shikamaru comentou quando já estávamos sentados na nossa mesa de sempre do refeitório na hora do intervalo.

Temari e Shikamaru não eram da mesma turma que eu e Naruto pois eram alunos repetentes. Os dois já eram de maior e estavam dando tudo de si para passar esse ano e nunca mais sentir a sensação de ter que estudar de novo por um ano inteiro a mesma matéria. 

 — E está na sala de vocês certo? — Temari indagou apoiando a cabeça no ombro do namorado.

Admiro o relacionamento dos meus amigos. Um namoro que começou na infância como uma brincadeira que acabou se tornando um namoro sério com o passar do tempo. 

— Está sim. — confirmei.

— Ele é estranho e antissocial. Fora o nome, Sasuke Uchiha. Fala sério, posso usar esse nome em um animal de estimação.

— Nada a ver Naruto, achei o nome dele bem bonito. — Temari deu de ombros.

— Bom, para mim é nome de cachorro.

— Enfim chega desse assunto. Vocês vão na festa do Sasori hoje à noite? — Shikamaru pergunta.

— Hoje? 

— Qual é Sakura, você vai né? — Temari olhou para mim esperançosa.

— Não sei...

— Ela vai sim. — Naruto confirmou me fazendo revirar os olhos.

— Já vi que Sakura não vai ter escolha. — Shikamaru riu.

— Bom, tá na nossa hora, até mais tarde então. — Temari se levantou 

— Ué, vocês praticamente acabaram de chegar. — Argumentei.

— Fomos liberados mais cedo hoje e já estamos indo. Sabe como é, não queremos perder tempo. — Temari deu um sorrisinho amarelo.

— Até, e não se matem — Shikamaru se despediu seguindo sua namorada.

- Até. - Sorrio levemente para ambos.

— Usem camisinha! — Naruto gritou me fazendo passar vergonha em público. 

De novo.

— Por que eu tenho que ir nessa festa? — Me virei para o loiro.

— Para me incentivar.

— Incentivar?

— É, me incentivar e me ajudar. Quero perder hoje.

— Sua virgindade?

— É, e fala baixo.

— Mas, o que tem ser virgem?

— Tem tudo! Sabe o que ser virgem significa? Não né, mas eu explico. Significa que minha falta de experiência sexual é uma ameaça a minha vida. Eu tenho que transar, agora!

— Beleza, eu topo. — Nagato, jogador do time do colégio se prontifica ao passar por nós com sua bandeja.

— Deixo para a próxima Nagato.

Naruto sorriu amarelo para o ruivo que volta a caminhar em direção à mesa dos jogadores, não sem antes murmurar um "Então da próxima você não me escapa loirinho".

— Deixar para próxima? — Zombei.

— Fica quieta Coisa Rosa. Vamos, o sinal já vai tocar.  — Disse tentando esconder a vergonha.

O feitiço se virou contra o feiticeiro.

 

 


22:50p.m

Faltando exatamente dez minutos para o relógio bater onze horas. Eu já estava devidamente arrumada e esperava por Naruto beliscando um biscoito na cozinha.

O loiro fez questão de me ligar horas atrás para cobrar minha presença na festa afirmando que 23h ele já estaria aqui disposto a qualquer coisa para me fazer sair. Então me poupando de um possível escândalo na frente da minha casa, levantei e me arrumei. 

O barulho da campainha soou e dei uma conferida no relógio do meu celular. Onze horas em ponto, uau. Às vezes acho que Naruto chega um pouco mais cedo do que informa nos lugares e só se faz presente quando o relógio bate a hora combinada. Porque, sinceramente, mesmo vivendo minha vida inteira ao lado dele ainda não consigo entender como o mesmo consegue ser extremamente, definitivamente, exatamente, pontualmente pontual.

— Uau, espera, essa calça não está apertada demais? — Perguntou me analisando assim que abri a porta.

— Não, vamos logo.

— E a Senhora Melões? Não chegou ainda do hospital? — Naruto indagou assim que entramos em seu carro.

— Se minha mãe soubesse como você a apelidou Naruto... — Movimentei minha cabeça em negação.

— Fala logo, ela ainda não chegou né?

- É... Ela anda muito ocupada ultimamente, mas mandei uma mensagem caso queira saber onde estou. - Respondi observando as ruas pouco movimentadas.

— Entendo.

Ficamos em silêncio o resto do caminho e a casa do Sasori não tardou aparecer. O barulho alto de alguma música eletrônica já batia em minha cabeça e eu ainda nem tinha entrado, imagina lá dentro?

Às vezes podemos ter amizades legais, verdadeiras, chatas, desgastantes, falsas ou... O Naruto. Não que ele não seja verdadeiro ou qualquer outra coisa positiva, o único problema nele é... ele mesmo? 

— Antes de sair carro eu preciso te dizer uma coisa.

— O que foi? 

— Lembra do que eu te disse hoje de manhã?

— Você falou muitas coisas Naruto.

— Sobre minha virgindade.

— Ah, lembro — Me endireitei no banco do carona.

— Passei em uma farmácia esses dias e comprei muitos preservativos.

— E...

— E estou surtando. Eu estava tão afobado que não tinha medido o tamanho do meu...

— Hey! — Corei.

— Desculpe. — Coçou a cabeça — É que eu não tinha...me...medido, ai fiquei com medo de comprar uma camisinha pequena demais ou até grande demais, não que ele seja pequeno, mas também não é enorme. Enfim, tinha que ser do tamanho ideal, já pensou eu perder a camisinha dentro da mulher? Como tirar de lá? Com pinça? Eu iria ficar apavorado. Então, conversei com a moça da loja sobre isso e...

— Conversou com a moça da loja?

— É, muito atenciosa ela, por sinal. — Disse abrindo o porta luvas tirando uma sacola cheia de preservativos. - Tem a Sapeka, Espada Jedi, Rola, Sex...

Puta merda.

— Você não acha que devia conversar, perguntar e especificamente falar disso com alguém do sexo masculino? E não com a sua melhor amiga mulher! -

— É que eu só estava me preparando! Hoje eu vou fazer do meu pinto alguém melhor. Hoje ele vai entrar em lugares, isso é algo importan...

— Já ficamos tempo demais aqui. — Agarrei meu celular que havia trazido e saí do carro apressada. Naruto é bem estranho às vezes.

Mas como tudo sempre pode melhorar, pelo meu descuido em sair afobada do carro de Naruto, acabei não vendo o outro carro que aparecera para estacionar na vaga bem ao lado da nossa. Resultado? Eu em pé sendo quase atropelada e um para-choque de carro bem próximo ao meu corpo.

— Porra. 

Essa voz... droga, tinha que ser ele?  Depois de finalmente conseguir esquecer minhas loucuras e temores em relação à Sasuke, me conformando de que o ocorrido na floresta havia sido algo fruto da minha imaginação e tudo não passava de uma coincidência enorme, ele se faz presente novamente fazendo meu coração disparar com a intuição sufocante de que algo ainda está errado, me fazendo me contradizer. De novo.

Que merda.

O observei por um momento enquanto ele saia do carro que quase havia me atropelado. Usava uma calça jeans escura larga, blusa cinza e uma jaqueta de couro preta por cima enquanto os cabelos rebeldes estavam bagunçados.

Ver ele assim me lembrou aqueles bad boys de cidade grande. Aqueles que só vestem preto e usam óculos Rayban aviador. Bom, só faltou isso, os óculos.

— Não entre na frente de um carro de repente, preste mais atenção. — Me repreendeu.

Er... Realmente... Não sei o que dizer.

— Sakura você está bem!? 

Acho que essa é a primeira vez que agradeço por Naruto aparecer de supetão enquanto sou esmagada por seus braços.

— Estou, eu acho. 

— Desculpe por falar aquelas coisas lá no carro e... Nome de cachorro? Quer dizer, Sasuke. Er... Foi você que quase atropelou Sakura então.

— Ela que foi imprudente. — Sasuke respondeu, firme e frio. Fazendo tanto eu quanto Naruto ficar desconfortável.

— A culpa foi minha, desculpe. — O loiro se desculpou.

Sasuke nada disse.

— Então, acho que nos reconhece, não? Somos da sua sala.

— Sim.

— Vejo que te convidaram para a festa de Sasori... Sabe quem foi?

— Uma ruiva.

— Karin? Só pode ser, pois ela é irmã de Sasori então...

— Não sei.

 — Ela usava óculos?

— Sim.

— Naruto, você já percebeu que ele não quer conversar, não é? — Disse para apenas Naruto ouvir.

— Antissocial do caralho... — Resmungou — Vamos entrar, prazer em falar com você, Sasuke. — O loiro estendeu a mão para o moreno que apertou educadamente logo depois, o que me impressionou, já que achei que ele iria ignorar Naruto.

Quando os olhares se voltaram para mim, eu soube que devia me apresentar também.

— Sakura, err, prazer. — Meu braço se levantou para um aperto de mão, mas antes mesmo de nossos dedos se encostarem, recuei.

Minha pele estava formigando e eu estava quente. De repente me senti péssima. Olhei para Sasuke e por apenas um segundo pude ver que o sentimento havia sido recíproco.

— Bom, já estamos indo. — O loiro me puxa pela mão e sem querer acabo batendo meu ombro em Sasuke.

Ele me lança um olhar frio e logo desvio meu rosto para o lado.

— Seu cheiro e sua presença continuam não me agradando.

O ar evaporou de meus pulmões assim que ouvi aquela frase. 

— O que disse? — Olhei para Sasuke que não estava tão distante de nós.

— Sakura, o que foi? 

— Você não ouviu? — Perguntei a Naruto.

— Ouvi o quê?

— O que ele disse!

— Sakura, ele não disse nada.

Como é?

— Está louco Naruto, é claro que ele...

— Eu não disse nada, Sakura. 

Um arrepio se fez presente em todo meu corpo ao escutar a confirmação do moreno. Ele não disse nada? Mas... eu ouvi, eu ouvi ele falando as mesmas coisas do garoto da floresta. 

— Estávamos andando e você parou do nada, nem um pássaro passou. Que foi, está louca? — Naruto brincou.

Não estava louca. Ou estava? Olhei para Sasuke de novo e tremi. Aquele olhar... Aquele sorriso...

"Seus olhos negros me atravessaram e os cantos de sua boca se ergueram em um leve sorriso. Minha respiração parou e meu coração falhou uma batida, um sentimento totalmente ruim, desesperador e sinistro pareceu me envolver como uma sombra. Eu continuava a encará-lo de um jeito nada educado. O sorriso dele não era convidativo ou simpático. Era algo debochado, frio... Ruim. "

Ele estava da mesma maneira. Não podia ser coincidência demais. Louca ou não, sendo imaginação ou não, irei descobrir quem é Sasuke Uchiha e acabar de vez com toda essa confusão.


Notas Finais


O que estão achando? Me falemmm


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