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História Faith - Uma separação inevitável


Escrita por: Teishin-chan

Notas do Autor


Boa leitura ^^

Capítulo 11 - Uma separação inevitável


– O que você fez?! – Jamie gritou para louca de sua esposa.

– Se você não tivesse desviado...

– Então está certo? Não devia ter desviado que me acertasse não a minha filha? Ela não tem culpa de nada!

– Você enche a boca para dizer minha filha e o que são Marsali e Joan para você?

– Minhas filhas – gritou – e não quero que machuque nenhuma nem outra.

– Não foi de proposito – ela caiu no choro – eu juro que não queria acertar esse filhote de bruxa.

– Bruxa é você – Cristian gritou de volta, ele provavelmente não sabia o que era, mas sabia que era uma ofensa.

Seus olhos estavam preocupados na direção de uma Faith inconsciente.

– Não se preocupem se ela é uma Fraser a cabeça dela quebrou o vaso não o contrário – disse ela com insolência.

              Jamie fez uma careta para a mulher e levou sua filha para o quarto. Não queria uma recepção dessas para Faith, mas deveria ter adivinhado que se Jenny sabia Laoghaire também saberia.

– É melhor que vá cuidar das suas filhas Jamie cuidara da dele – sua irmã disse a mulher.

– Ele que não pense em colocar essa menina e o bastardinho em minha casa!

– Já chega Laoghaire! – ele gritou – vá embora.

Não podendo dizer mais nada ela se foi se queixando para que todos a ouvissem.

– Deus que te proteja irmão – Jenny disse.

Ele ficou e limpou os cabelos de Faith que estavam imundos pela terra do vaso.

Sorte, como Laoghaire havia dito. Ela era uma Fraser e sua cabeça não quebraria tão fácil.

– Ela vai ficar bem não vai? – Cristian perguntou.

– Claro que vai, pode ser que tenha um pouco de dor de cabeça quando acordar, nada que uma compressa não resolva.

O menino assentiu e bocejou.

– Pode dormir Cristian foi uma longa viajem – disse a ele.

– Eu posso vigia-la até que acorde.

– Não há perigo aqui – apontou.

– E se a sorcière voltar – perguntou incrédulo.

A sorcière “bruxa” não voltaria tão cedo.

Jamie sorriu ao neto lhe dando uma palmadinha nos ombros.

– A janela está longe o suficiente para que ela não lance nada que faça estrago.

Isso pareceu acalma-lo então, minutos depois o menino se enroscou nela e dormiu.

Jamie cobriu os dois, dando em cada um beijo de boa noite e saiu.

Jenny e Ian escutaram agora com mais calma a história de Faith e acharam incrível como ele também ainda achava.

– Tem certeza que o menino não é dela? – Jenny perguntou.

– Não é, ela me garantiu.

Aquilo não pareceu convencer a sua irmã.

– Você pode de dizer com toda a certeza? Afinal mal acabam de se conhecer talvez ela não tenha tido coragem de lhe dizer...

– Jenny – Ian a interrompeu apontando para seu irmão carrancudo.

– Ela não me contou toda sua vida em Paris, mas ela não mentiria sobre isso ela é sincera e honesta apesar de tudo. Não coloque em dúvida seu caráter ela se magoaria – suspirou – Faith é muito carente de amor se percebe isso na maneira que ela se aproxima, como busca aceitação e por isso ela tomou o menino para si – garantiu – Eu a trouxe para cá porque aqui é um lugar seguro, ela não pode ficar em Edimburgo comigo e muito menos a mandaria para que Laoghaire cuidasse dela e sei que ela também não aceitaria.

Sua irmã assentiu, mas ainda parecia desconfiada.

– A pequena Faith se parece com você ou com Claire? – Ian perguntou.

– Com os dois – disse orgulhoso.

Jenny riu.

– Então se prepare para uma briga porque ela não vai gostar disso, tanto quanto eu conheço os Frasers e conhecia Claire, irmão eu sei disso.

– Acha que isso não me dói? Ter que deixa-la aqui – passou a mão pelo cabelo – não sabe o que eu daria para estar com ela sempre, mas agora eu não posso e ela vai compreender ela é compressiva.

– Não a esse ponto.

A voz de Faith soou atrás dele.

Ela tinha o rosto pálido e os lábios trêmulos.

– Porque está me abandonando papai? – sua voz embargada de magoa.

– Eu não estou te abandonando Faith não quero que encare assim.

– Oh – ela estreitou os olhos – como quer que eu encare se mal nos conhecemos e já quer se livrar de mim?

– Estamos saindo – Ian e Jenny se levantaram.

Assim que os dois saíram Jamie apontou para a cadeira e Faith se sentou.

– Eu não tenho muito para oferecer a você...

– Tem o senhor, – ela o interrompeu – É a única coisa que eu quero, que eu pedi e implorei a Deus por toda a minha infância até ficar grande e desistir. E o senhor está aqui na minha frente e eu quero que me dê colo, brocas se quiser! Quero que me mime porque ninguém nunca fez isso por mim e só você pode fazer. Ninguém mais pode ser meu pai James Fraser.

              Cada palavra dela era carregada de um sofrimento tão afiado quanto uma espada amolada, e esta espada a cada golpe afundava mais em seu coração. Pior que isso, era como se ela estivesse falando por todos os seus filhos, William e aquele outro que Claire carregava em seu ventre quando se foi e que ele nunca conheceria.

 Respirou fundo.

Sabia que em algum momento ela iria se decepcionar e ele havia chegado. Infelizmente nada poderia ser perfeito para sempre.

– Você tem razão, – concordou olhando-a diretamente nos olhos tão desafiadores quanto haviam sido os de sua mãe – mas o que você não entende é que eu estou tentando te dar um lar, mesmo que não seja o tempo todo comigo.

Contornou a mesa e foi se sentar frente a ela.

– Sua tia Jenny irá te amar assim como os seus primos. Eu cresci aqui, vivi feliz por um tempo com sua mãe e eu quero lhe oferecer essa tranquilidade Lallybroch também é sua terra. Em Edimburgo eu posso ser preso a qualquer minuto você sabe o que eu faço e eu não quero deixar você e Cristian expostos a isso...

Baiser votre logique Dane ii! – ela encrespou de novo mostrando os dentes

Como se fosse morde-lo e falando em francês como costumava acontecer quando ela ficava nervosa. “Dane-se sua maldita logica” foi o que ela disse.

– Não fale assim comigo menina eu sou seu pai.

A expressão dela era de puro desdém e ele estreitou os olhos.

– Faith – seu aviso foi baixo e controlado.

– Não vê que está fazendo a mesma coisa que fez com a mamãe? Porque está mantendo todos que o amam longe do senhor? – perguntou e tom cortante – Quem vai cuidar do senhor?

Era incrível que ela ainda estivesse preocupada com ele.

– Faith eu não faço isso porque eu quero – disse lentamente esperando que ela entendesse – E sim porque é necessário! É o que eu posso fazer por você.

– Eu não quero isso!

 Ela se levantou derrubando a cadeira. Faith encarou a cadeira no chão parecendo se sentir culpada, mas logo sustentou seu olhar com uma expressão feroz.

– Eu quero que pare de bancar o maldito herói e me deixe ficar!

              Jamie estremeceu, era como se estivesse falando com Claire, e como ela era tão parecida com a mãe sabia bem como dobra-la.

– Você ama Cristian não ama?

– Que pergunta claro que eu o amo! – gritou.

– Deixaria ele exposto ao perigo se pudesse evitar? Iria preferir que ele estivesse seguro longe de você ou em perigo perto.

Faith mordeu a língua.

– Não pode fazer isso comigo! Não pode!

Ele fez.

 

 

              Eu encarava o chão inconformada enquanto meu pai se despedia dos meus primos e meus tios. Ele não estava ficado nem para descansar.

 Ele pegou Cristian o erguendo do chão em um abraço de urso. E lhe dizendo alguma coisa que o fez rir até as lagrimas.

Não olhei para ele quando parou diante de mim.

– Faith você entende porque eu estou fazendo isso não entende?

Sim eu entendo, mas isso não significa que que concorde fuzilei suas botas.

– Eu sei que entende – ele falou suavemente.

 As lagrimas transbordaram nos meus olhos.

– Não chore mo chridhe, vou lhe escrever todos os dias a manterei informada do que eu faço nem terá tempo de sentir minha falta.

Eu senti a vida inteira velho estupido!

Ele me abraçou mais eu não o abracei de volta.

Ele respirou fundo.

– É teimosa – disse quase rindo.

Então ele montou no cavalo.

– Até mais.

– Até!

 Todos se despediram dele.

Eu dei as costas.

– A quem você quer enganar Faith – tia Jenny perguntou.

Eu mordi os lábios e quando ouvi os trotes do o cavalo que se afastava olhei desesperada. Até onde eu sabia ele podia ser morto na estrada por ladrões ou ser enforcado por traição ou...

 Corri atrás dele.

– Papai! – gritei – papai!

Ele parou e pulou do cavalo e correu para me abraçar.

– Que bom que me perdoou – ele sorriu.

– Não perdoarei a menos que jure por todos os seus filhos que tomará cuidado o quanto puder e que cumprirá o que me prometeu.

– Eu juro por tudo que me é mais sagrado, meus filhos e o amor que sinto por sua mãe, satisfeita mo chridhe?

– Sim creio que sim.

Ele sorriu e montou de novo no cavalo.

 

              Eu saí correndo sem direção, não queria ficar ali parada vendo ele sumir na curva da estrada. Então me deparei com um moinho ao lado de um riacho e do outro lado eu vi um rapaz de costas.

             Parecia ser alto, seu cabelo era loiro e estava amarrado, mas nada disso me chamou mais atenção do que a roupa que ele estava usando, uma camisa branca e um genuíno Kilt escocês.

Olhei chocada, eles não podiam usá-lo com o risco de serem presos ou coisa pior, como ele tinha coragem...

 – Faith! – Janet me chamou – mamãe está te chamando!

– Espere um pouco.

Olhei para ela de longe e quando olhei de volta para o rapaz, ele não estava mais lá.

Eu não soube quem era e também não tive coragem de perguntar, mesmo ali aquilo poderia causar problemas a ele, não poderia?

 

              Naquela tarde conheci, Kitty e Michael, tia Jenny e tio Ian reuniram a todos para apresentar a mim e Cristian, uma família grande como eu já havia notado e fiquei encantada com os filhos dos meus primos. Cristian não pareceu ficar com medo ou nervoso com tanta gente nova, mas também parecia ansioso por aceitação. Graças ao bom Deus eles eram muito gentis diferentemente da minha madrasta.

Tia Jenny mandou que Jamie e Michael colocassem uma cama no quarto que Janet ocupava sozinha desde que Kitty havia se casado.

– Você não se importa? – perguntei a minha prima.

– De jeito nenhum, até me sentia um pouco sozinha desde que Kitty se foi, será bom ter uma companhia de novo – ela sorriu simpaticamente.

Cristian dividiria o quarto com Ian e já havia sido levado por ele, para conhecer o recinto, e ai sim o menino havia ficado nervoso.

– Não tem por que ter medo mon amour – Eu havia dito a ele – Não vai estar sozinho.

– Mas eu queria ficar com você – ele disse baixo suas bochechas ficando vermelhas.

– Não pode ficar para sempre na barra das saias de sua mãe – Tia Jenny disse firme, mas não rispidamente.

Ela pousou a mão em sua cabeleira negra.

– Precisa apenas se acostumar pequeno.

Cristian olhou para mim, e eu sabia que ele não tinha entendido tudo que ela havia dito, mas eu assenti e ele voltou os olhos para ela.

Oui tante Jenny.

– O que? – ela também não parecia entender bem a nossa língua.

– Ele disse” Sim tia Jenny” – traduzi.

– Ah, – ela sorriu – bom menino, agora vá com seu primo.

Ian o pegou pela mão e o levou.

 

Agora eu estava a sós com tia Jenny no quarto.

Ela devia ter uns cinco centímetros a menos que eu, era bonita, mas tinha uma expressão um tanto severa. Eu tinha que admitir que ela me assustava um pouco.

Tante, posso dizer uma coisa?

– Claro que pode, foi para isso que pediu para que ficássemos a sós não foi? – ela disse com interesse nos olhos azuis como os do meu pai.

Eu assenti.

– Falo a verdade quando digo que Cristian não é meu filho de sangue, – sustentei seu olhar – e se fosse eu nunca seria capaz de nega-lo para esconder uma vergonha minha. Se a senhora não acredita pode mandar uma carta a madre Hildegard que não me deixaria mentir.

Eu havia ouvido parte da conversa dela com meu pai e sabia que ela desconfiava e eu não poderia permitir que ela continuasse pensando o que pensava.

Ela sorriu.

– Muito direta – ela aprovou – não se preocupe, se o menino fosse mesmo seu filho ainda a aceitaria por que é sangue do meu sangue. Agora olhando em seus olhos percebo que não está mentindo, mas sabe que nem todos acreditarão na sua história e que Cristian pode acabar com suas chances de se casar.

– Nunca sonhei em me casar – dei de ombros.

– Talvez não até agora, mas um dia pode querer.

– Se um dia um homem me quiser, terá que aceitar Cristian também se não tante morrerei solteira.

Ela sorriu mais uma vez e tive a impressão que minha tia começava a gostar de mim.

– Que Deus lhe ajude sobrinha, e seja bem vinda a Lallybroch. 


Notas Finais


Até a próxima o/


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