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História Faith - Cante-me uma canção


Escrita por: Teishin-chan

Notas do Autor


Boa leitura ^^

Capítulo 19 - Cante-me uma canção


              Uma vez quando Brianna tinha nove anos, pegou uma pneumonia tão forte que foi preciso interna-la no hospital. Tanto Claire quanto Frank ficaram desesperados, mas não podiam fazer nada além de observar sua respiração indo vindo dificultosa e dolorosa.

             Claire se sentia assim agora observando Faith. E não precisava olhar para Jamie para saber que ele estava da mesma maneira, mesmo que tivesse o corpo de Cristian adormecido em seus braços.

             Não suportava esperar e em certo momento de madrugada decidiu testar os reflexos de sua perna, enfiou uma agulha em seu pé e ela se encolheu levemente para seu alivio, no entanto isso foi tudo, ela não acordou nem se mexeu depois disso.

              As horas pareciam se arrastar a um ritmo de tartaruga e quando o sol apareceu continuava tão alerta quanto estava quando ele se pôs.

Eu gosto de estar, do lado do litoral – cantou baixinho para ela afagando seus cabelos – Eu gosto de estar do lado do mar, eu gosto de andar pelo calçadão, calçadão. Então me deixe ficar ao lado do mar...

 A porta se abriu devagar e ela ergueu os olhos para ver a Cabeça de Ian apontar por ela.

– Como ela está?

– Não acordou ainda, mas pelo menos não tem febre – Jamie respondeu

– Ela vai ficar bem – ele disse otimista.

Era bom que ela não tivesse febre, mas ainda estava preocupada com seus pulmões.

– Jenny pediu para que os chamassem para o café da manhã.

– Leve Cristian – Jamie se levantou entregando o menino a ele – vou ficar aqui por enquanto e você Sasse...

– Não vou sair do lado dela – avisou.

Ele e Ian trocaram olhares e Jamie suspirou.

– Diga a Jenny que descerei logo para pegar comida pra Claire e para mim.

– Como quiser.

Ele saiu os deixando a sós de novo, Jamie sentou na sua frente.

– Seja sincera comigo, quais são as chances dela?

– Não sei – disse aflita – preciso que ela acorde e me diga onde dói ou não dói... ah Jamie eu só preciso ouvir a voz dela.

Ele apertou suas mãos.

– Eu também preciso.

              Houve um momento de constrangimento e eles não sabiam o que dizer um ao outro então ele finalmente se levantou.

– Voltou logo com o seu com seu café da manhã.

– Eu não tenho fome – informou.

– Você não comeu nada ontem o dia inteiro, não vai ajudá-la morrendo de fome.

Ele tinha razão, ela assentiu precisava estar forte para lutar por sua filha.

– Eu já venho.

Ela acompanhou com os olhos até porta.

– Pai...

              O coração de Claire disparou quando ouviu o sussurro tão baixo que quase pareceu sua imaginação. Mas não era sua imaginação pois Jamie foi para a filha no mesmo instante.

– Estou aqui mo chridhe – ele apertou sua mão e ela sentiu-se de novo fora do quadro eles se conheciam tinham sintonia e ela...

– Você a trouxe não trouxe onde ela está? – seu murmúrio Francês foi alto o suficiente para que ela ouvisse e sentisse seus ossos derretendo.

– Claire – Jamie lhe chamou delicadamente – venha conhecer nossa filha.

             Nunca imaginou-se numa situação daquelas suas mãos suavam e ansiava por aceitação. Se sentou do outro lado da cama, segurando a outra mão da filha que a apertou como os bebês faziam por reflexo como se ela fosse um bebê.

Era seu bebê, um bebê que estava recuperando mais de vinte anos depois.

– Claire Elizabeth Beauchamp Fraser – se apresentou, mas sua voz não saiu tão firme quanto pretendia.

Ela sorriu e naquele momento era o sorriso mais lindo do mundo, Faith abriu os belos olhos âmbar minimamente ainda incomodados pela claridade, mas sua atenção estava toda nela.

 – Faith... Claire Beauchamp Fra...ser – ela retribuiu com dificuldade.

Claire ergueu os olhos para Jamie que sorriu.

– Foi esse homme que me deu esse... nome tão bonito – ela respirou com sofreguidão – ele non é incrível?

Ela sorriu, e limpou a garganta tentando tirar o nó que havia se instalado ali.

– Faith Claire, como se sente?

– Eu me... Sinto como se... Tivesse levado um... Tiro – ela disse com dificuldade os olhos brilharam com lagrimas – mon Dieu a senhora... É linda, parece... um anjo.

– E você é perfeita – disse beijando sua mão e sorrindo entre lagrimas – minha filha, eu gostaria tanto de abraça-la, mas tem medo de machuca-la.

– Oh... Non tenha medo, me... abrace e não me solte mais... por favor – ela pediu.

             Não teve como negar ainda assim teve cuidado se lembrando de não aperta-la demais por mais que quisesse. Era como abraçar uma Brianna 20 centímetros menor ainda assim se encaixava perfeitamente com ela.

           Chorou, chorou se lembrado da dor que foi acreditar que havia sido perde-la, da dor que foi visitar seu tumulo, de todas as vezes que imaginou que seria sua vida se ela tivesse sobrevivido e agora a estava abraçando, enquanto ela também chorava talvez pelos mesmos motivos.

E o mais importante, choraram a doce alegria do reencontro.

Então a soltou a examinado.

– Precisa me dizer onde dói e o que sente para que eu cuide de você querida.

– Estou cansada – ela suspirou a olhando com tanta idolatria que a fazia ter vontade de abraça-la de novo.

– Sei, aquela bruxa má te machucou, mas se depender de mim ela nunca vai chegar a um metro de você de novo.

– Queimei... minha mão na cara dela – Faith disse com orgulho sorrindo, mas logo ficou pálida.

– Se sente bem?

– Onde dói?

Claire e Jamie disseram ao mesmo tempo.

– Não me... Sinto bem – ela confessou parecendo preocupada, mas voltou a sorrir para os dois – eu sabia que não morreria... Sem ver os dois juntos.

– Você não vai morrer – Não era uma afirmação, não era uma ordem, saiu como um pedido suplicante.

– Espero que não, mas.... – ela puxou o ar então tossiu.

Entrou em uma terrível crise de tose e Jamie se apressou para pegar a água para que ela bebesse passou-se mais um longo momento de agonia até que tosse cessasse.

– Por favor se eu morrer, cuidem de Cristian e não se separem – ela disse em um folego só.

Os dois se entreolharam.

– Faith eu...

– Mamãe, não o deixe só ele precisa de você...

Era a primeira vez que ela a chamava de mãe e a reação foi tão forte quanto no dia que Brianna disse aquela palavra pela primeira vez, e mais saiu sem esforço Faith não parecia nada incomodada em chama-la assim.

Ela riu, e chorou.

– Faith infelizmente amo demais este escocês maldito para deixa-lo.

– Agradeço pelo elogio – Jamie murmurou vermelho.

Só então Faith relaxou.

– Me dói tudo – relatou – e não consigo... respirar direito.

– Vou lhe dar algo para tomar, mas não diga para ninguém sobre isso certo?

– Coisas do... futuro?

– Coisas do futuro – sorriu.

              Deu a ela um desinflamatório se algo estivesse errado por dentro ela melhoraria, Faith não lhe fez nenhuma pergunta sobre o que era aquilo. Como ela havia informado, estava cansada e mandou que ela ficasse quieta por mais que gostasse de sua voz, também ficou fascinada observando suas sardas claras nas maçãs do rosto. Jamie então desceu. E ela ficou acariciando os cachos ruivos da filha.

             Ela estava com os olhos fechados, mas tinha um sorriso satisfeito nos lábios, seus dentes da frente eram um pouco grandes e seus lábios eram cheios, de quem os havia herdado? Não se parecia nem aos de Jamie nem os seus a não ser...

Tio Lamb, sorriu consigo mesma.

              Viu as lágrimas minando de seus olhos cerrados, não sabia o que ela pensava, mas disse o que sentia naquele momento.

– Não chore querida, agora estamos juntas e nada irá me separar de você de novo – garantiu.

              A respiração ainda era sofrida, mas agora parecia mais tranquila, os músculos de seu fino maxilar relaxaram e ela caiu em sono profundo.

             Nem mesmo algumas exclamações mais exaltadas do andar inferior a acordaram. Claire também se tranquilizou tinha a estranha certeza de que ela logo estaria bem.

 

 

            Jamie encarou sua infeliz irmã enquanto o marido dela tentava remediar a situação. Haviam banido os mais novos, de modo que só ficaram os três não queria dar uma bronca em Jenny na frente dos seus filhos.

– Você percebe o que fez Janet? – era a primeira vez que conversava com ela desde a grande briga que tiveram.

– Sim – ela manteve os olhos abaixados queimando de vergonha – Jamie eu juro que...

– O que você jura Janet? Que nunca mais vai se meter em minha vida? Que vai parar assumir o papel de minha mãe? Nossa mãe não faria o que você fez!

– Jamie eu só queria o seu melhor eu...

– Acho que já provou que não sabe o que é melhor para mim.

– Você nunca vai me perdoar? – ela perguntou infeliz.

– Se Laoghaire tivesse apenas me machucado seria mais fácil, mas ela feriu Faith quase a matou!

– E você acha que eu estou feliz com isso? Eu também a amo Jamie ela é minha sobrinha eu sou sua tante! Deus! – ela passou a mão pelos cabelos – me desesperei como se fosse qualquer um de meus filhos!

– Você tem uma maneira estranha de demonstrar amor.

Dessa vez os olhos dela brilharam furiosos.

– Agora já chega, não vou mais implorar que me perdoe, mas vou pedir a Faith quando ela estiver melhor.

– Ela vai Ficar bem – Claire disse entrando na sala e Jenny se encolheu como se tivesse levado um tapa.

– Claire me perdoe por favor...

– Foi uma série de acontecimentos infelizes – ela disse a interrompendo – começaram na França e terminaram com Laoghaire com uma arma na mão – seus olhos se estreitaram de fúria – sei que você não esperava por isso, e obviamente não queria que Faith se ferisse, mas Laoghaire não, e ela eu não vou perdoar.

– O que você pensa que está fazendo?! – a voz de Janet saiu esganiçada do lado de fora.

– Me deixe entrar pelo amor de Deus! – ouviu uma voz masculina que de primeira não reconheceu.

– O que está acontecendo? – Claire perguntou intrigada.

– Por favor?

Callen MacNab.

– Está bancando o ridículo – Maggie disse.

Jamie decidiu que não ficaria apenas ouvindo foi com os outros até a porta ver o que acontecia.

Maggie e Janet estava impedindo a passagem do rapaz e ele parecia furioso com elas.

– O que está acontecendo? – Ian perguntou as filhas.

– Não é nada papai – Janet disse.

– Não parece nada – Jamie apontou e olhou para o rapaz – O que quer?

Ele estufou o peito tirou as garotas da sua frente e o olhou direto nos olhos.

– Senhor eu soube que Faith... – ele hesitou – se feriu e quero saber como ela está.

– Eu não sabia que você era amigo da minha filha – disse com os olhos estreitos.

             O rapaz ele conhecia muito bem, seus pais, toda a sua família é claro. Ele mesmo já o havia ajudado em seu negócio, por mais de uma vez. Porém não sabia que ele conhecia Faith.

– Bom, na verdade não somos. Mas gosto muito dela e gostaria de vê-la.

Janet e Maggie o olharam furiosamente.

Jamie estava mais do que desconfiado com aquilo, Maggie e Janet não eram nunca descorteses sem motivo.

– Ela está dormindo – Claire disse atraindo a atenção dele que parecia admirado ao prestar atenção nela.

Com certeza via a grande semelhança que a mãe tinha com a filha.

 – Se quiser vê-la volte outro dia, ela precisará de muito repouso para estar bem, se quiser esperar.

– Obrigada senhora – ele disse com um sorriso de orelha a orelha.

– Sim volte – Jamie disse – aproveitaremos para conversar, muito.

 


Notas Finais


Até a próxima o/


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