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História Faith - Adeus Faith!


Escrita por: Teishin-chan

Notas do Autor


Boa leitura ^^

Capítulo 22 - Adeus Faith!


Fui para o hospital de Dês Agnes. E por sorte encontrei logo de cara irmã Angelique.

– Este mundo é mesmo pequeno – ela murmurou – como vai senhorita Faith?

– Vou muito bem obrigada – falei um pouco tremula.

– Madre Hildegard e eu ficamos muito felizes quando escreveu contando que conseguiu encontrar seu pai – ela disse realmente satisfeita então olhou para mim com mais atenção – Mas que a traz aqui?

– Eu... eu quero ver o túmulo.

– Entendo. Venha comigo.

              Ela não disse nada apontou o caminho e pediu para que eu fosse sozinha, e quando perguntei como acharia ela disse que simplesmente eu encontraria.

             Mas eu sentia cada musculo da minha carne tremer, como se a pobre criança que havia sido enterrada em meu lugar fosse parte de mim. De certo modo era. Não fisicamente, mas ela fazia parte da minha história.

Parei quando vi duas figuras curvadas sob um pequeno túmulo. Ah, por isso a irmã não se mostrou surpresa quando me viu.

Meus olhos se encheram de lágrimas.

          E se eu não tivesse sobrevivido? Se não tivesse os encontrado eles teriam vindo nesse mesmo lugar chorar minha morte mesmo depois de tanto tempo?

Eles não se esqueceram de mim nem quando acharam que eu estava morta.

Meu pai olhou para trás e quando me viu sorriu.

– Se tivéssemos combinado talvez não nos encontraríamos assim – disse.

Mamãe olhou para trás também me vendo.

– Venha aqui querida – ela chamou.

Fui desejosa do calor deles, os dois me abraçaram forte.

– Quer dizer que se encontraram por acaso – murmurei contra o peito meu pai enquanto sentia minha mãe beijando meus cabelos.

– Eu precisava vir aqui – ela murmurou.

– Encontrei sua mãe, porque de repente senti a necessidade de estar aqui.

– Eu também – murmurei e me afastei deles e me ajoelhei no chão.

Vi o nome escrito na lapide "Faith" o conhecia bem, pois me lembrava de quando papai me mostrou com as letras da prensa.

– Espero que você esteja bem, com Dieu ou com as fadas – tirei o lenço do pescoço e o dobrei sob o tumulo – para que fique aquecida Faith, porque eu também não vou me esquecer de você.

Mais tarde contei a eles sobre minha visita ao mestre sapo, como era de se esperar meu pai ficou bravo dizendo que eu não devia me colocar em perigo assim. Minha mãe saiu em minha defesa.

– Vocês duas são iguais, nunca escutam o que eu digo – ele se queixou. E isso não agradou mamãe.

– Eu vou ver este mestre sapo, tenho quase certeza que é mestre Raymond quero agradecer.

– Claire isso terá que esperar – ele disse e olhou para mim – tivemos uma longa conversa e espero fervorosamente que entenda que você não vai conosco para Jamaica.

Arregalei os olhos.

– Como?

– Vai ser perigoso, se não tínhamos certeza na ilha das focas aqui temos e você não vai.

– Eu sei me defender – falei lentamente – e vou enlouquecer se ficar aqui esperando notícias de Ian.

– Faith tente ver pelo lado bom, vai poder mandar trazer Cristian – mamãe apontou.

– Não quero que Cristian saiba o que aconteceu com Ian! Ele o adora vai se desesperar.

– Tudo bem, não precisa dizer a ele, vou pedir a Jenny para que não conte – ele disse como se aquele fosse o plano mais inteligente do mundo.

Cocei a cabeça.

– Não poderia mentir para ele com algo tão sério – falei ao perceber que não havia solução para aquilo – mas não podem me deixar aqui eu vou enlouquecer.

– Já disse está decidido e não haverá concessões dessa vez – Ele foi inflexível.  

Quando ele saiu olhei para os lados buscando algo para quebrar, mas me lembrei que não estávamos em casa e que tudo ali era cara demais para que eu pudesse quebrar então peguei uma almofada e gritei.

– Faith, tente compreende-lo. Quase a perdemos não faz muito tempo ele não quer arriscar pede-la de novo.

– Eu compreendo, eu compreendo porque você teve que ir porque ele teve que ficar compreendo porque ele se entregou para que nossa família ficasse com o dinheiro da recompensas, eu compreendo – me lembrei de Geneva e William – compreendo porque ele se casou com Laoghaire porque me deixou em Lallybroch compreendo porque você quis ir embora quando soube que a Bruxa se casou com meu pai e porque querem me defender eu compreendo, mas isso não quer dizer que aceito.

 

             Meu pai foi com minha mãe com a ajuda de Maurice a quem eu pedi para que o primo Jared ajudasse, afinal ele já era idoso e eu queria que tivesse uma velhice tranquila. Fiquei aliviada por meu pedido ter sido atendido, mas meus pais foram frustrados pois segundo eles quando chegaram ao lugar indicado já não havia mais ninguém o mestre sapo havia sumido mais uma vez.

 

        

 

     Claire olhou para o porto e para Jamie que olhava ansioso esperando que Fergus viesse.

Ele não havia levado em consideração os protestos da filha e não parecia se sentir nem um pouco culpado por isso.

– É para protege-la – ele havia dito e ela mesma havia se repetido esse mantra para que se convencesse.

Mas não deixava de sentir culpa por tê-la deixado afinal havia prometido que nada as separaria de novo. Sentia-se mal também pois sabia que se fosse ela em seu lugar não ficaria nem um pouco satisfeita em ser deixada para trás.

– Onde está você seu infeliz! – Jamie disse irritado pelo atraso de Fergus – Uma coisa tenho que admitir se eu pedisse a Faith ela já estaria aqui.

Suspirou, não fazia duas horas que havia se despedido dela e já sentia uma falta arrasadora da filha.

– Não faça essa cara Sassenach, nossa filha sempre faz birra quando não concorda comigo, mas acaba perdoando ela só precisa de tempo.

– Eu me lembro bem da expressão que ela tinha quando saímos e duvido que aceitação estavam em seus pensamentos.

– Você não a conhece como eu conheço – ele disse confiante – ela vai ficar bem.

             Também não gostou dele jogar em sua cara que ela não conhecia a filha como ele conhecia. Mesmo porque Faith era muito transparente. Tudo que ela sentia ficava estampado em seu rosto como de sua mãe, pensou feliz com essa semelhança. Mas esta semelhança poderia coloca-la em problemas como ela mesma havia se colocado.

          A viagem não poderia começar de maneira mais turbulenta, com Fergus chegando com Marsali e anunciando que iria se casar com ela Jamie parecia louco.

Enquanto gritava e olhava para Fergus. Como se dissesse.

"Eu confiei em você e você seduziu minhas duas filhas"

Mas Fergus se manteve firme e dessa vez não pediu desculpas porque ele amava Marsali.

Pobre Faith.

O que estaria fazendo agora?

 

 

              Tentei considerar a ideia de ter meu adorado Cristian comigo de novo e apenas por isso havia pensado em ficar, porém Cristian estava bem onde estava e eu sentia que precisava ir e fui.

Não fui como Faith, mas como Ferrez.

           Roubei algumas roupas de um dos cavalariços e me apressei para chegar no porto morrendo de medo que tivessem partido. Felizmente o Ártemis ainda estava lá.

Ajeitei o chapéu em minha cabeça com cuidado para esconder maior parte do meu cabelo e subi, lá eu só precisaria evitar que a parte da tripulação de contrabandistas do meu pai não prestassem atenção em mim, eu não os conhecia já que ele nunca me deixou participar do seu negócio, mas cuidado nunca era demais.

– Ei rapaz está atrasado – disse um dos homens me puxando para cima.

– Sinto muito – tossi e falei mais grosso – sinto muito.

Alguns homens riram de mim.

– Não se preocupe moço nessa idade é comum desafinar e ter rosto de menina, vai melhorar quando começar a crescer barbas.

              Tentei rir também afinal eles estavam sendo simpáticos e acharam que minha postura fina se devesse a minha tenra idade.

– O que em nome de Deus vocês pretendem seus idiotas?!

           Meu sangue esfriou quando ouvi a voz do meu pai acreditei que ele havia me descoberto, mas quando me virei vi que ele brigava com Fergus e Marsali. A garota jurava que havia se casado com o francês.

  Me senti nauseada, o que eles estavam fazendo ali?

Assisti assustada a prova do que meu pai faria comigo se me descobrisse. Tentar me mandar de volta. Mas graças a Deus já havíamos zarpado e com sorte ele ficasse tão zangado com eles que não percebesse que eu estava ali vendo tudo.

Aliás todos estavam vendo, então eles foram para cabine para conversar em particular.

– Aquele não se aguentou – um dos tripulantes riu fazendo gestos obscenos.

Fiquei vermelha.

– Não faça essa cara chocada – o mais alto, francês, me puxou pelo ombro – vai me dizer que não sabe o que é...

Ele fez de novo o gesto, e eu estufei o peito se eu não me esforçasse iriam me descobrir e meu pai me mandaria de volta nem que me fizesse aprender a nadar na marra de volta, não para França, mas para Escócia.

– Eu sei muito bem o que é isso – repeti o gesto, mas corei miseravelmente.

– Pobre garoto, sabe o que é, mas já beijou alguém?

– Já! – gritei.

 Estava com raiva pois já me aborreciam com o número de perguntas constrangedoras, e logo que queriam saber eu poderia inventar uma história.

 – Beijei uma francesa e uma escocesa.

Eles riram e assoviaram.

– Conte como foi isso?

Eu não podia acreditar que em menos de dez minutos eu já era o centro das atenções.

– A primeira vez... foi com a francesa, ela era mais velha que eu e simplesmente foi! Quando percebi já estava com os lábios colados nos dela.

– E a outra? – o francês ao meu lado disse muito entusiasmado com minha história.

– Também era mais velha que eu... e um pouco mais animada que a outra.

E Claudia e Callena o que achariam daquilo.

Estremeci de horror, levaria aquilo para o tumulo.

– Espero que tenha se aproveitado, deu um bom apertão nos seios dela?

Eu arregalei os olhos.

– Por que eu faria isso? – falei sem pensar.

– Falta-lhe experiência – um disse balançando a cabeça negativamente.

– Nisso podemos dar um jeito – o outro falou – Quando chegarmos no próximo porto lhe arranjaremos uma bela puta meu rapaz.

– Eu não tenho dinheiro – me apressei em dizer.

– Não se preocupe com isso pagamos pra você – disseram amigavelmente.

– E porque fariam isso?

– Camaradagem Francês, você parece um bom rapaz e se eu pai ainda não cuidou disso teremos o prazer em ajuda-lo.

– Eu acho que meu pai não gostaria muito disso.

Deus, o que ele faria se soubesse que eu estava recebendo esse tipo de proposta?

– Religioso?

– De certo modo.

– Mas ele não está aqui e não precisa saber – o homem me deu um tapa tão forte que quase caí no chão.

Ele iria me matar apenas isso, pensei.

Não tive muito tempo para pensar na camaradagem masculina depois que os enjoos começaram.

– Quer que chamemos a esposa do senhor Fraser rapaz ela é curandeira – Wallace disse.

– Não, ouvi dizer que monsieur Fraser não está passando bem então para que vamos incomoda-la?

– Você quem sabe, de qualquer maneira vou pedir ao cozinheiro que lhe prepare um caldo aposto que se sentirá melhor logo – ele deu umas palmadas no meu traseiro e saiu.

              Enxuguei o suor da minha testa rezando para chegar viva ao nosso destino e quando chegasse eu poderia implorar a meu pai que não me matasse. Também estava preocupada com ele pois todos falavam que ele apenas vomitava, eu ficava mal no mar, mas não como ele.

              Pelo menos mamãe estava cuidando dele, enquanto eu tinha que evitar e me esconder todas as vezes que passava perigosamente perto de algum deles. Ainda assim ficava olhando de longe para matar a saudade.

            Alguns dias mais tarde eu melhorei e logo me obrigaram a trabalhar é claro, limpando os porões, foi quando encontrei minha mãe fugindo ou correndo atrás de um rato, estava perto de ir ajuda-la, mas como Fergus chegou em seu auxílio me escondi.

            Em outra oportunidade enquanto eu jogava os pinicos no mar vi alguém cambalear e quando fui ao seu amparo para que não caísse vi que era meu pai.

– Eu estou bem rapaz – ele murmurou.

Não o soltei o ajudando com todas as minhas forças que fosse para a borda vomitar.

– Menino você está fedendo muito – ele apontou.

Bufei, porque ele não tentava ele mesmo esvaziar os penicos e não ter onde fazer uma higiene adequada.

Ele vomitou.

– Santo Deus! – Ele murmurou.

E como não arriscaria falar nada para que ele não reconhecesse minha voz dei palmadinhas em suas costas.

– Você me lembra meu sobrinho Ian, bom parece mais jovem – ele disse mal me olhando e eu agradeci pois se ele me visse...

– Aí está você, Jamie pelo amor de Deus já pensou se cai no mar? – minha mãe se queixou.

– Ah não, por sorte o rapaz aqui...

Sai correndo.

 

             Convivendo com aquele bando de homens e amistosos aprendi algumas coisas que não havia me atentado convivendo com meus primos em Lallybroch. Os palavrões iam e viam livremente, não que os garotos não falassem palavrões, mas não falavam tantos nem com tanta frequência e ousava dizer que eram piores dos que eu ouvi morando na rua.

              Eles também não tinham o menor pudor de se despirem na frente um dos outros eu nunca vi tantos homens nus na minha vida, ficava dividida não era certo olhar, mas se eu ficasse desviando os olhos o que eles iriam pensar? Isso era um problema, pois por causa disso quase fui descoberta.

– Não precisa ter vergonha moleque ninguém vai te comer aqui – René disse.

Eles riram de mim.

A diferença entre a parte escocesa e a francesa da tripulação, era que os franceses estavam sempre juntos brincando e eram mais jovens que os escoceses e naquele dia eles estavam decididos a me tirar do sério.

– Não é isso.

– Então não vai se importar se... – Hugh puxou e rasgou a minha camisa.

Segurei os trapos na mesma hora entrando em pânico.

– Parem! – gritei.

Eles hesitaram parando de rir.

– Aconteceu uma coisa comigo.

– Além dessa facada? – René apontou escrutinado a minha cicatriz, assim como todos os outros ali.

– Todo homem que se preze já lutou suas brigas – falei e eles aprovaram – mas tive uma briga que não pude vencer, um louco um homem pervertido, ele me, ele me...

Não terminei de falar e eles arregalaram os olhos começando a xingar.

Hugh arrancou sua própria camisa e me entregou para que eu vestisse. Ficou parecendo uma vestido.

– Seu pai sabe disso garoto? – Nicolas que até então estava calado perguntou.

– Não poderia contar – falei infeliz pela mentira e eles estarem realmente condoídos por mim – entrei na tripulação para.... não sei não pensar nisso.

– Sabe do que você precisa rapaz? – René disse com entusiasmo – De uma boa mulher que te faça gozar e esquecer o que você passou com esse pervertido.

Nicolas me entregou um copo de uísque.

– Quando chegarmos – prometeram.

             Depois disso não precisei me explicar mais, sobre porque me escondia quando ia me limpar o que não imaginei é que isso acarretaria outra reação.

Havia me deitado em cima de um dos fardos de pele puxando um cobertor até tampar a cabeça eu não conseguia dormir de outra maneira. Então eu ouvi vozes.

– O garoto está ali.

Era René falando com alguém.

– Vou falar com ele.

Santo Deus era meu pai, ele devia ter me descoberto e agora meus ouvidos não ficariam salvos e eu levaria uma boa chacoalhada.

– Ferrez? – ele se sentou ao meu lado e eu me encolhi – não precisa ter medo rapaz vamos apenas conversar.

Respirei fundo, sem saber o que ele queria apenas fiquei quieta.

– Por um caso vi um de seus companheiros contado o que aconteceu com você.

Um gemido estrangulado saiu da minha garganta.

– Calma rapaz, não há do que se envergonhar sei que deve ter tentando com todas as foças se libertar disso, mas sempre encontrará em seu caminho alguém que seja maior e mais forte e situações inescapáveis.

Ele respirou fundo.

– Aconteceu comigo, quando eu era um jovem e achava que era invencível.

Arregalei os olhos. E ergui levemente a cabeça. Ele estava de contas para mim parecendo encarar o chão.

– Aquele homem, me dobrou e me quebrou de maneira tão profunda que eu desejei não ter nascido. Sei que está com medo e provavelmente muito ferido para contar as pessoas que você ama, mas ainda assim será melhor.

Comecei a chorar, se era. Porque ele não havia falado comigo?

Porque nunca havia me contado isso?

– Chore – ele deu uns tapinhas em meu ombro – com o tempo vai melhorar, sei o que digo.

Só tive coragem de me erguer quando ele saiu.

             Os outros vieram tentando me consolar, mas eu não podia ser consolada. Me sentia ainda mais culpada por toda a mentira que eu havia armado.

Depois que as lagrimas se foram eu tossi e olhei para aqueles homens os franceses, graças a Deus, eram maioria havia um escocês apenas.

– Eu preciso contar uma coisa – disse num fio de voz.

– Diga, diga – falaram me entregando um copo de uísque.

 Bebi de uma vez só, pois iria precisar.

– Eu menti – murmurei – Não sou um rapaz sou uma moça.

– É o que?! – três pares de olhos se arregalaram.

Dois se afastaram de mim como se eu fosse uma cobra peçonhenta.

– O que deu em você para dizer esse tipo de asneiras garoto? – Nicolas perguntou ainda incrédulo.

– Não são asneiras é verdade – falei com minha voz normal soltando meus cabelos.

Ouvi mais ofegos de horror então Wallace me tirou do chão segurando meu braço violentamente.

– Por que fez isso moça? Me dê um bom motivo para que eu não arranque sua língua agora.


Notas Finais


Até a próxima o/


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