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História Faith - Faith


Escrita por: Teishin-chan

Notas do Autor


Capitulo 2 espero que gostem ^^

Capítulo 3 - Faith


Fanfic / Fanfiction Faith - Faith

              A irmã Angelique voltou meia hora depois se desculpando por ter tido que atender o homem que gritava como um condenado. Ela explicou que ele estava com uma farpa na mão, grande, mas nada que justificasse aqueles gritos de gelar o sangue. Eu mesma havia sido costurada e havia me negado a soltar um pio.

– Posso pedir um favor irmã?

– Se estiver ao meu alcance?

Mon petit homme precisa de um banho e um corte de cabelo. Esse rapaz será um sujeito decente agora sabe.

– Não maman - ele gemeu.

– Ora, você mesmo me deu o grande título de ser sua mãe e como seu primeiro teste terá que me obedecer.

– Acho que sim - ele disse infeliz.

A freira riu.

– É uma atitude muito nobre de sua parte adotar a criança mesmo não tendo nada a oferecer.

– Mas eu tenho – discordei – podemos dividir a solidão, e eu posso dar meu amor já que não pude dá-lo a ninguém ainda.

– Era exatamente isso que eu gostaria de lhe perguntar – a mulher disse com grande interesse – onde estão seus pais?

Dei de ombros eu sabia tanto quanto o pequeno Cristian.

– Não faço ideia de quem possam ser.

– Como não sabe? Me conte sua história?

Não entendi tanto interesse dela na minha história, mas imaginei que era algo corriqueiro para ela sendo freira e atendendo tantas pessoas por dia.

– As pessoas que... Bom que me criaram disseram que me acharam no meio de lençóis sujos de sangue e só souberam que eu estava viva por que eu comecei a chorar de fome, não chorar de verdade. Marriete disse que era como um filhote de gato gemendo, e nas palavras dela, me lembro bem disso. Ela disse que se fosse um filhote de gato teria feito uma sopa.

A freira não pareceu se abalar com aquilo e por isso continuei olhando para minhas mãos entrelaçadas.

 – Nasci prematura e foi um milagre eu ter sobrevivido. Provavelmente minha mãe não tinha como ficar comigo, ou....

Simplesmente queria se livrar de mim. Mordi os lábios.

Quando olhei de novo para a freira ela estava presa em seus próprios pensamentos e eu desisti de tentar entende-la, me aconcheguei no travesseiro e voltei a dormir.

Cristian tomou seu banho e acabou ganhando roupas novas e só a luz do dia pude vê-lo pobre criança tinha o rosto ossudo e maltratado pela fome, mas seus cabelos negros cortados deram novo ar o deixando mais apresentável e destacando seus belos olhos verdes.

– Vocês dois até se parecem – irmã Angelique apontou – as sardas claras o tom de pele.

Olhei bem para Cristian, era verdade. Ele também percebeu e me deu um sorriso de covinhas.

Ficamos mais uma semana no hospital até que eu pudesse me levantar sem empalidecer.

– Vou sentir falta das refeições maman - Cristian disse pesaroso enquanto eu colocava o xale em volta dos ombros.

– Não se preocupe, não vou deixar que você morra de fome – eu não sabia como, mas foi uma promessa que havia feito a mim mesma.

Eu era uma mãe de família e tinha que ser capaz de alimentar meu filho!

– Vamos mon petit homme – estendi a mão para Cristian.

Ele ergueu a mão, mas logo a puxou de volta.

– Espere, a irmã Angelique disse que queria falar com vocês antes que fossemos embora.

– Então esperamos lá fora.

Eu mal tinha dado três passos quando a irmã veio correndo.

– Pare menina em nome de Dieu pare!

– Eu apenas ia esperar lá...

– Não importa o que ia fazer, não pode ir – ela disse com certo desespero.

Estreitei os olhos.

– Irmã, eu juro que não roubei nada eu nem tive tempo!

– Não menina! – ela disse exasperada – Quando lhe vi achei seu rosto familiar. Estive investigando e agora tenho quase certeza de que sei quem são seus pais.

 

 

Engoli em seco e achei que fosse desmaiar. Irmã Angelique nos levou até a sala da madre Hildegard, uma anciã muito enrugada que me olhou com grande espanto assim que me viu deixando-me ainda mais nervosa.

Mon Dieu – ela sussurrou – la dame blanche.

Agora eu era uma bruxa?

– Senhora – minha voz arranhou debilmente minha garganta – a irmã Angelique disse que poderia me dizer quem eram meus pais e eu...

La dame blanche – ela repetiu – você tem os olhos de sua mãe.

Estes olhos cor de mel ou âmbar se encheram de lagrimas no mesmo instante. Eu tinha os olhos da minha mãe?

– Quem? – Perguntei ansiosa.

– Bom – ela umedeceu os lábios – é uma longa e triste história.

– Não me importo que seja longa e triste só me importa que eu passei a vida inteira sem nada absolutamente nada que me ligasse as pessoas que me geraram e eu posso ser forte se disser que ela era uma prostituta e não me queria e....

– Não foi nada disso menina, Claire te amava.

Tive que me sentar.

Claire, minha mãe, ela me amava.

– Claire Fraser era o nome de sua mãe, James Fraser seu pai e o seu nome é Faith, Faith Fraser.

Minhas mãos tremiam. Até meio minuto atrás eu não tinha pai nem mãe nem nome nem meu passado e agora...

– Quando sua mãe começou a trabalhar voluntariamente aqui ela já estava gravida de você, era inglesa e havia vindo da Escócia com seu Marido escocês já que ele começara a trabalhar com o primo no seu negócio de vinhos, mas esses não eram os únicos interesses dos Frasers em Paris. Aparentemente eles eram Jacobitas, sabe o que é isso?

Balancei a cabeça negativamente.

Então ela me explicou rapidamente sobre os partidários do príncipe Charles Stuart.

– Eles queriam impedir o príncipe de tomar o trono de volta? – perguntei sem entender.

– Não posso afirmar com certeza, Claire não falou abertamente sobre o assunto e não podia se alguém descobrisse seu pai seria condenado como traidor e bem... Sabe o que isso significa.

Eu assenti.

– Claire continuou trabalhando por um tempo aqui, até que teve o primeiro sangramento, ela obviamente se apavorou e pediu desculpas dizendo que não mais viria. Ela não queria correr o risco de te perder.

As pequenas mãos de Cristian apertaram as minhas ele estava claramente feliz por mim e eu também. Minha mãe temia por mim, ela não queria me perder.

– Infelizmente seus esforços foram em vão. Seu pai acabou desafiando um inglês para um duelo.

– Mas são ilegais – apontei.

– Sim, seu pai sabia sua mãe sabia todos sabiam, mas isso não o impediu.

– Ele não pensou em minha mãe? – perguntei com uma pontada de raiva do estranho – Não pensou que isso poderia fazer mal a nós.

– Foi algo de força maior Faith.

Estremeci ao ouvir ser chamada pelo meu nome pela primeira vez.

– O que aconteceu? – eu precisava saber.

– O inglês atacou o menino que tralhava com ele a criança tinha apenas dez anos.

Me senti enojada por que?

– Seu pai fez a mesma coisa que você fez pelo pequeno Cristian.

Apertei Cristian contra mim.

– A essas alturas sua mãe foi atrás dele com a intenção de impedir o duelo foi quando começou a sangrar. Eu Monsieur Forez tentamos de tudo para salva-la acreditamos que não havia mais esperanças para você – ela ficou pálida – você parecia morta muito pequena e era possível ver suas veias não tinha unhas nem cílios. Sua mãe a viu apenas por um instante, uma vez e chorou amargamente sua perda.

– Mas eu não estava morta – apontei – o que aconteceu?

– Era muito pequena e não foi a única criança perdida naquele dia provavelmente em um momento de distração, e de negligencia você....

– Madre tudo que me conta é impressionante – falei passando a mão livre ansiosamente pelos cabelos – mas como posso ter certeza que sou Faith Fraser?

– Eu também tinha minhas dúvidas – ela concordou – até vê-la.

– Eu não tive por isso comecei a investigar. - Angelique disse.

– A que se deve tanta certeza? – perguntei.

– Você se parece muito com eles, seus olhos são da exata cor que eram os de sua mãe sua pele. A chamavam de La dame Blanche por que ela era curandeira e muitos diziam que ela tinha poderes sobrenaturais.

– E tinha? - perguntei.

– Claro que não, era uma mulher comum muito boa e de longe se via que amava seu pai. Eu o vi apenas uma vez, mas é o suficiente para confirmar de onde puxou esses cabelos ruivos.

Tudo bem, comecei a ofegar. Eu tinha uma família tinha mesmo! Era tão bom que não acreditava que fosse realidade.

– E onde eles estão agora?

As duas mulheres se entreolharam.

– Eles tiveram que sair da França ou seu pai poderia ser preso de novo, retornaram para Escócia e lá sua mãe... Morreu.

– Morreu – senti o sangue fugir do meu rosto.

– Mantivemos contato por um tempo. Mandei alguns bilhetes para a terras de seu pai Broch Tuarach, mas quando começou a revolução do príncipe Charles tudo ficou impossível. Claire acompanhou o marido em todas as batalhas, mas em Culloden o dia em que os Jacobitas perderam foi o dia que Claire se foi.

– E como a senhora soube? E meu pai?

– Soube por monsieur Jared Fraser – ela respirou fundo – dizem que seu pai sobreviveu e esteve fugido por um tempo, mas foi preso e desde então não sei mais nada. O Primo não fica em Paris está sempre viajando e ele era o único que poderia saber seu paradeiro.

– Então pode ser que ele não esteja morto – eu disse num fio de voz.

– Queria lhe dar esperanças dizer que ele está vivo e que pode encontra-lo, mas você sabe o que fazem com prisioneiros de guerra?

Eu não sabia exatamente, e nem queria saber.

– A Senhora já me deu esperanças e não vou descansar enquanto não encontrar meu pai vivo ou morto.

                 Irmã Angelique caminhava na minha frente enquanto eu não sabia bem onde estavam minhas pernas, apenas Cristian ao meu lado lembrava que meus pés ainda estavam no chão.

– Foi ali – ela disse apontando para a leito – foi para este lugar que trouxemos sua mãe quando o parto começou. Ela havia perdido muito sangue e realmente tememos que não...

               A voz da irmã sumiu da minha mente, eu olhava para aquela cama de hospital e não via as imagens horríveis que ela narrava, minha mente apenas produziu um sonho bonito...

Sim, Claire gritava impulsionada pelas dores do parto e de fato aquele era um parto difícil, porém a criança nasceu. Não chorando a plenos pulmões, mas gemendo baixinho. Era prematura, mas estava viva.

– Meu bebê – ela sorriu ao olhar o pequeno bebê franzino e feio – você vai ficar bem.

Ela lhe garantia quase cantando.

– Você vai ficar bem minha pequena Faith – ela sorriu.

– Claire!

 Um forte grito ecoou pelo corredor e Claire ergueu os olhos para ver o marido que entrava como um louco no hospital.

– Onde ela está onde...

Ela se interrompeu quando a viu com o pequeno bebê nos braços. Ele engoliu em seco.

– Claire...

– Venha conhecer sua filha – ela chamou – Faith ainda é pequena, mas acho que ela vai crescer forte como o pai.

Ele sorriu e se sentou ao lado dela a beijando com grande ternura. E voltou seus olhos fascinados para o bebê.

– Faith – ele murmurou.

Eu também estava fascinada olhando aquilo tudo. As duas sombras desconhecidas admirando a pequena criança feia que eu era.

– Faith?

Irmã Angelique chamou minha atenção e toda cena que minha mente criou se desvaneceu dando lugar a um triste e mal iluminado quarto de hospital.  


Notas Finais


Gostaram? Agora a Faitha vai ir atrás do Jamie, mas até lá....
Até a próxima o/


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