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História Faith - Referencias


Escrita por: Teishin-chan

Notas do Autor


Boa leitura ^^

Capítulo 30 - Referencias


              Houve uma enorme festa quando chegou a carta informando que Ian estava são e salvo. A missão de busca havia sido um sucesso e agora eles estavam na América.

– Cristian! – Tia Jenny chamou – tem uma carta da sua mãe venha ver.

 

Cristian.

Estão todos bem, mal posso acreditar! E ao que parece seus avós ficarão na América por um tempo o que significa que você logo estará atravessando o oceano para vir conosco. Tenha em mente que vou abraça-lo e beija-lo muito quando esse dia chegar.

Com amor sua mãe.

             Havia sido uma nota curta, mas o suficiente para deixa-lo eufórico. Será que quando fosse teria tantas aventuras quanto ela e seus avós? Enquanto tinha aquilo em mente sua tia Jenny o observava balançando a cabeça negativamente.

– Você ainda vai dar muito trabalho menino. Esse brilho no olhar eu já vi antes.

– Ora Jenny, não fale assim do menino, ele tem se esforçado muito nos estudos talvez seja mesmo um advogado quando crescer e comparado aos nossos netos é um menino bem sossegado – o tio Ian o defendeu.

Ela sorriu.

– Eu não o estou criticando, não há porque realmente, mas escreva minhas palavras eu sei o que estou dizendo.

Cristian não deu muita atenção o que ela disse, não se sentia ofendido. A tia Jenny falava aquelas coisas porque era velhinha... não tanto, mas era mais velha que ele.

Além disso saber que eles estavam na América causou a curiosidade geral de todas as crianças é claro que estavam como ele importunando sempre que podiam ao tio Ian para que contasse histórias sobre o novo mundo, o que acabou terminando numa confecção de arcos e flechas enquanto os meninos sujavam o rosto de lama, e as meninas gritavam por todos lados imitando os selvagens.

As flechas de madeira não tinham pontas definidas, para que não acabassem por causar um acidente desagradável e os adultos os observavam é claro.

– Socorro! – Abigail veio correndo com uma flecha presa em seus cabelos ruivos.

Cristian não aguentou teve que rir.

– Quem fez isso?

– O senhor meleca quem mais! – ela reclamou.

– Se abaixe – ele disse a fazendo se esconder atrás de um saco de batatas – eu a vingarei mademoiselle.

Avistou seu alvo e mirou a perna, mas acertou o chão deixando Angus alerta.

Ele gritou alguma coisa e atirou a sua. Angus era um péssimo atirador e a flecha saiu voando mais alta do que ele pretendia.

Ouviu uma exclamação atrás de si e viu Callen MacNab segurando a flecha a dois centímetros da testa.

Ao ver isso, Angus saiu correndo e gritando: “Não foi culpa minha!”  

– O que faz por aqui MacNab? – foi logo perguntando.

Ele suspirou.

– Callen, pode me chamar de Callen? – ele perguntou.

– O que faz aqui MacNab – insistiu.

– Seu nome é Callen? – Abigail perguntou a ele.

– É sim menininha – ele disse simpaticamente para ela que sorriu.

– Minha mãe diz que você é safado – declarou ela.

Ele ficou vermelho no mesmo instante enquanto Cristian se segurava para não rir.

– Diga a Maggie... – ele se interrompeu – ... que ela tem uma filha muito inteligente, agora se puder fazer o favor de nos deixar conversar.

– Claro – ela sorriu – muito obrigada pelo elogio.

Ela correu pelo mesmo caminho que seu irmão havia sumido.

MacNab voltou os olhos para ele.

– Soube das boas novas, e gostaria de saber se sua mãe mandou alguma carta para mim.

– Non, só para mim – sorriu – ela disse que logo mandará que me levem até ela e vamos ficar juntos, eu e ela – destacou – na América.

– Sabia que serei eu a te levar a América garoto? – ele disse assumindo o desafio.

– Por que seria?

– Por que vou buscar a sua mãe – ele disse muito confiante.

– E com que certeza acha que ela virá?

– Certeza eu não tenho – ele deu de ombros – mas saberei ser bastante convincente.

– Meu avô....

– Seu avô me deu permissão lembra-se? E você também disse que eu poderia tentar.

– E também disse que ficaria de olho.

– Seu avô também – ele disse com amargura – mas não estou fazendo nada demais além de trabalhar e aprender francês.

– Francês? – ele riu – Acha que vai conquista-la se falar francês.

– Não, mas pode ser um atrativo. E você o que tem feito? Além de caçar selvagens é claro – ele sorriu.

Cristian foi pego de surpresa pela pergunta.

– Para que quer saber?

– Não se lembra que eu disse que ganharia sua confiança? Não adianta nada que eu me case com sua mãe e ganhe um inimigo em casa.

– Eu não acredito em você, vai fazer isso apenas para conquistar minha mãe e quando tiver filhos com ela me colocará para fora.

– Que mente perversa a sua garo.... – ele se interrompeu e arregalou os olhos – Foi isso que aconteceu com você...?

– Não é da sua conta!

Ele saiu correndo, não queria lembrar daquilo. Ainda mais porque Faith lhe garantiu que jamais o deixaria. E ela não amaria MacNab mais do que o amava. 

 

             Trabalho difícil, pensou Callen sobre conquistar o filho de Faith. Mas gostou de conversar com ele agora o entendia e sentiu uma simpatia que não sentiu antes.

Procurou o menino de novo e ele estava ajudando os primos com o preparo do queijo.

– Bom dia Maggie – cumprimentou a mulher que lhe fez uma careta.

Não deveria ter se surpreendido com o que a filha dela havia dito dele.

– Bom – disse seca.

– Posso falar com Cristian por um instante?

– Pergunte a ele – murmurou rispidamente.

O menino lhe encarou malignamente com os olhos verdes penetrantes.

– Vamos Cristian, precisamos ter outra conversa de homem para homem.

A garoto tinha um olhar, digno de um Fraser apesar de não ser de sangue... Bom, sinceramente as vezes duvidava de que realmente não fosse.

O menino o acompanhou até o moinho. Gostava daquele lugar, foi ali que beijou Faith pela primeira e única vez e ansiava que não fosse a última.

– O que quer me dizer MacNab? – perguntou.

– Quando eu era criança eu não tive muitos bons exemplos sabe? De homens de verdade, meu tio era um bêbado que batia no meu primo e em qualquer um que se metesse no caminho dele e meu pai, era louco.

– Louco? – ele perguntou desconfiado – louco mesmo?

– Não exatamente, ele era uma boa pessoa, mas era muito leviano. Era o tipo de homem que só entrava em missões suicidas.

– Ele foi para Culloden? – o pequeno Cristian perguntou como se já tivesse nascido ouvindo aquilo.

Já fazia 4 anos que estava ali e já devia ter ouvido muitas histórias sobre a guerra.

– Sim, ele foi e se não fosse o antigo lorde de Broch Tuarach meu pai teria morrido mais cedo do que morreu.

– E quem era?

– James Fraser – piscou para o menino e seus olhos se iluminaram de compressão.

– Então...

– O senhor Fraser é uma lenda por aqui e todo e qualquer garoto queria ser como ele na época que ele morava na caverna, eu também já estive lá com meu primo.

Callen se lembrava bem da figura desgrenhada e selvagem do Fraser da caverna. Um homem grande solitário com um olhar taciturno.

– Mas o que o fez ganhar título de herói do se entregar para que a família ficasse com o dinheiro do prêmio por sua cabeça. Foi quando eu pensei que não queria ser um homem como meu pai ou um bêbado como meu tio. Eu queria ser um homem como James Fraser.

– E porque está me dizendo isso?

– Porque chega a hora na vida de um homem que ele precisa de um exemplo, um forte exemplo masculino para decidir quem ele vai ser e se você quiser eu posso ser o seu.

– MacNab – ele disse devagar – minha mãe é meu maior exemplo, mas se falta um masculino penso no meu avô e no tio Ian. Quanto a você, obrigado por se oferecer, mas não preciso.

– Talvez eu precise de você – falou.

O garoto ergueu os olhos incrédulo.

– Do que está falando?

– Da mesma maneira que um menino precisa de uma figura masculina para se desenvolver um homem precisa de uma família para amadurecer, talvez eu estivesse enganado em dizer antes que queria apenas ganhar sua confiança. Eu também quero ganhar seu respeito e amor, eu sei que podemos ser uma família.

Ele viu Cristian vacilar.

– Por que ela? – ele perguntou – você poderia escolher uma outra moça que não tivesse um filho chato e que estivesse do outro lado do oceano.

O porquê ele mesmo já havia se perguntado a resposta parecia tola, mas era verdade.

– Por que a amo a charaid.

 

            

              Eu estava sentada ao lado do senhor Innes na carroça, estava escuro demais para que andasse por ai e os outros haviam ido enterrar o corpo de Gavin Hayes. Eu havia tentado iniciar uma conversa com o amigo do meu pai, mas ele ainda estava bêbado e não parecia ter a mínima intenção de prestar atenção em mim. Ao contrário do defunto eu não tinha medo do escuro e estava começado a ficar com sono de tanto esperar.

           Me estiquei batendo as mãos em minhas calças, eu achei que seria mais prático usar minhas roupas masculinas por milagre, meu pai não havia se oposto, pelo contrário concordou e me emprestou seu tricórnio que cabia em minha cabeça graças à boa quantidade de cachos que eu tinha.

Escutei o som de passos e o senhor Innes ergueu o pescoço.

– Estão vindo – ele disse a mim.

Finalmente, pensei comigo mesma.

Ele pulou da carroça e de repente houve uma confusão, não entendi bem talvez por não estar vendo nada, mas gritos rosnados e confusão isso eu ouvi, sai da carroça para tentar ver o que acontecia e percebi que tínhamos um intruso na carroça.

 

           O meliante era possivelmente irlandês pelo seu sotaque, eu o olhei desconfiadamente de trás do chapéu. Ele era alto cabelo louro se eu não me enganava e estava fedendo. Havia escapado da forca e havia se metido do lado do corpo do senhor Hayes, sua atenção não se deteve em mim de maneira alguma. Melhor assim, pensei eu.

Fui até meu pai.

– Não temos obrigação nenhuma de ajuda-lo deixe que se vire – falei ao perceber que ele queria ajuda-lo.

– Você também já foi um ladrãozinho nas ruas de Paris – ele apontou.

– E nunca pedi ajuda de ninguém para me salvar de uma surra, sempre me virei sozinha e era bem mais nova que ele.

– Uma surra não é a forca – ele destacou.

– Não, mas eu quase perdi a mão um dente e ele...

– Seu filho? – o ladrão perguntou finalmente colocando a atenção em mim.

– Não é da sua conta – ele disse secamente – mas vou ajuda-lo.

Eu fiz uma careta e fui para o lado de minha mãe, o que eu podia fazer? Não olhei quando eles enterraram o corpo de Hayes e minha mãe me cutucou.

– Sem cadáveres?

– Sem cadáveres.

 Assenti.

               Enfiaram Stephen Bonnet nas antigas mortalhas do escocês e eu montei na frente com papai e mamãe afundando meu rosto no colo dela. Não achei que pudesse dormir, com aquele estranho na parte de trás, mas acabei dormindo e sonhando com vários cadáveres descendo um rio de sangue.

            Acordei quando alguns guardas nos abordaram, já era dia. Continuei fingindo que estava dormindo. Eu sequer poderia torcer para que pegassem o ladrãozinho e quase ri quando anunciaram que atirariam nele, Deus me perdoasse, mas não me importaria nem um pouco.

 Porém os soldados apenas lhe furaram a perna.

              Depois disso papai disse que ele devia seguir seu rumo, assim que possível.

Então fomos para parte de trás da carroça trocando com o homem.

                Tentei achar um lugar entre minha mãe Ian e Rollo e acabei com um pata de cachorro em meu pescoço.

Só fui acordar quando Ian se levantou esbarrando em mim

– Desculpe – ele murmurou.

– E nosso convidado?

– Ainda está aí, mas acho que logo estará indo, quer vir me ajudar com os cavalos?

– Sim.

Pulei da carroça com ele.

– Ian – chamei num cochicho baixo – aquilo logo em frente é o que eu acho que é?

– Um rio? É sim.

Senti um arrepio, não andei tendo sonhos muito animadores com rios e nunca tive.

– O que está fazendo Alexander? – meu pai perguntou a mim.

– Estava me ajudando? – Ian disse.

– Quero que fique com a sua mãe.

– O senhor é um pai ou um marido muito protetor.

Bonnet estava atrás dele.

Revirei os olhos acariciando a cabeça do cavalo.

Minha mãe também saiu da carroça e o ladrãozinho fez questão de se despedir dela, meus olhos estavam um pouco embaçados, mas não menos atentos. E quando ele finalmente foi embora respirei aliviada.

– Faith você não quer ir com sua mãe tomar banho? – papai perguntou.

– Eu? Perto de um rio? De jeito nenhum.

– Por que?

– Ela não sabe nadar – Ian disse.

– Por que nunca me disse? – meu pai perguntou.

– Nunca surgiu a oportunidade – dei de ombros.

– Mas quando a tempestade nos pegou no Ártemis...

– Eu estava apavorada, segurei firme as mão de Marsali e quase chorei – confessei – mas não soltaria um pio.

– Quis ensina-la a nadar uma vez – Ian contou – ela não quis.

– A água estava gelada e você me jogou lá dentro – apontei.

– Não tem problema tem? Você está viva – ele riu.

 

– Se alguém quiser se oferecer para me ensinar a nadar que seja em outro dia, não vou me meter na água depois dos sonhos que vim tendo.

Minha mãe desistiu da minha companhia, mas não da do meu pai e um tempo depois dela ter ido ele a seguiu.

– Santo Dieu – murmurei tirando minha bota fedorenta me perguntando quanto tempo mais eu aguentaria sem um banho todo aquele calor.

– Eu gostaria de lhe perguntar algo – Ian disse sentando ao meu lado enquanto Rollo corria como um demônio ao lado da carroça.

– O que?

– Você geralmente é uma boa pessoa...

– Geralmente?

– Sim, você geralmente é, e não teve piedade por um homem que estava se borrando nas calças com medo de ser enforcado.

Non poderia. Eu chamo isso não de insensibilidade, mas de instinto. Não sei se desenvolvi na rua ou já nasceu comigo, mas olho para as pessoas e vejo se posso confiar nelas ou não.

– E podia confiar em mim quando me viu pela primeira vez no navio para Edimburgo?

Fergus se sentou do meu outro lado.

Eu ri.

– Achei que você não parecia nada confiável e um fora da lei, mas não exatamente ruim.

– Eu achei que você fosse uma senhora respeitável que engano – ele riu me oferecendo uísque eu neguei com veemência.

– E eu? – Ian perguntou.

– Eu achei que você era um pirralho remelento – falei – você só tinha 11 anos menino com o que deveria se parecer?

– Um pirralho remelento – disse com desgosto.

Non fique assim mon amour te amo das mesma maneira – falei dando um beijo na bochecha dele.

– Mas e agora? Passei por muitas coisas e já tenho barba.

Fergus engasgou do meu lado e eu ri.

– Barba pinica Ian, o que você tem é penugem.

– Decidiu tirar a noite para me humilhar?

– Você perguntou – eu ri – mas é um rapazinho bonito, se lembra que eu lhe disse que a mulher que se casasse com você teria muita sorte? Era verdade.

– Isso é um consolo – ele disse pegando o uísque de Fergus.

– Mas eu fiquei pensando quando você me contou sobre o que havia acontecido na ilha, – murmurei – Quando chegamos na ilha eu sai com Marsali e uma escrava para o Mercado e no caminho encontramos uma mulher muito estranha.

Mon petit não me disse nada – Fergus disse.

– Para que? Não achamos que tinha importância, mas agora... Ela era um pouco mais alta que eu um pouco rechonchuda e cheia de curvas, ruiva e tinha os olhos verdes mais assustadores que eu já vi.

Quando olhei para Ian ele estava com a boca escancarada.

– É ela Faith, é a louca que me prendeu.

Arregalei meus olhos.

– Ela disse que nos conhecia, ou achou que conhecesse, e Marsali quase disse quem eram nossos pais.

Mon petit perto daquela insana – Fergus empalideceu.

– Tio Jamie e tia Claire a conheciam de antes e ela, parece ser uma bruxa aficionada na causa jacobita e mais estava sacrificando os garotos da minha idade e acredito que só não fui morto porque não era mais virgem, merci Fergus.

– Mas o que ela quer? – perguntei ainda espantada com a coincidência.

– Acho que eles sabem, só não querem dizer – Ian apontou para os meus pais que voltavam parecendo dois jovenzinhos com os rostos afogueados e risonhos. Eles se interromperam assim que nos viram.

– O que está acontecendo aqui?

Fergus Ian e eu nos entreolhamos.

– Precisamos conversar agora.


Notas Finais


Até a próxima o/


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