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História Faith - A Virgem de Notre Dame.


Escrita por: Teishin-chan

Notas do Autor


Boa leitura ^^

Capítulo 34 - A Virgem de Notre Dame.


– Coma direito Ian – falei vendo ele mastigar o pedaço de bolo como um cachorro.

Na verdade Rollo comia melhor que ele.

– E o que tem? Eu sempre como assim!

– Mas agora temos visitas – apontei para William.

Me surpreendi ao ver que ele comia seu pedaço de bolo com a mesma voracidade.

– Tudo bem, esqueça o que eu disse.

Olhei para a mesa onde estavam papai, mamãe e lorde John.

O que eles estariam falando? Minha curiosidade só não era maior do que a vontade de estar perto do meu irmão. Ele também comia como um animal, mas um animal com classe.

De tanto olha-lo deixei um pedaço de bolo cair na minha roupa.

– Oh, merde – falei baixo.

– Aqui, tome meu lenço – ele me ofereceu gentilmente.

Merci – sorri.

– Eu acho que Milorde está lhe lançando galanteios. – Ian brincou nos deixando vermelhos – Ela tem um noivo na Escócia fique sabendo disso.

Non seja bobo Ian, milorde estava sendo apenas gentil.

– Claro! – ele resmungou – Eu não faria galanteios a uma caipira Francesa.

              Se eu tivesse pensando ao menos um pouquinho, eu teria percebido que aquela foi uma reação reflexa de uma criança envergonhada, com a sugestão de uma paixonite. Porém a raiva foi instantânea e eu peguei, o resto do meu pedaço e amassei na cara dele.

– Para aprender a ter mais respeito!

– Sua idiota! Porque fez isso eu sou...

Non importa quem você é, non vai falar comigo assim!

Nos dois estávamos vermelhos e furiosos e eu não tinha notado o silêncio até olhar em volta e ver quatro pares de olhos chocados em cima de nós.

– Com licença! – me levantei da cadeira e fui para fora.

– Faith!

Era meu pai.

Eu não olhei para trás me enfiei no escuro nervosa e correndo como se tivesse fugindo do Diabo.

Um Fraser nunca deveria agir no vigor da raiva, pois costumávamos fazer besteiras. Exatamente como eu afundando no escuro sabendo que não enxergava nada a noite.

Infer – disse a mim mesma na escuridão.

– Faith! – ouvi aliviada meu pai me chamar.

– Papai! – gritei de volta.

– Continue falando para que eu saiba onde está!

– Eu estou aqui! Onde eu non sei, mas estou aqui.

Tentei acompanhar o som da voz dele, então tropecei e caí com um grito.

– Faith você se machucou?!

Non, eu acho...

Eu ouvi os passou dele, então ele logo me tirou do chão.

– Pode me dizer o que aconteceu?

– Ah. – choraminguei e comecei a contar aos soluços que primeiro havia me dado bem com meu irmão e depois ele dizia uma coisa daquelas – Foi ofensivo. Eu non ia deixar que ele falasse assim comigo nem que ele fosse o quinquagésimo conde da puta que pariu.

– Faith – ele me repreendeu.

– Tudo bem, talvez eu tenha exagerado.

– Eu sei como se sente, ele pode ser irritante as vezes, mas o perdoe ele é apenas um menino.

Eu respirei fundo. Nisso ele tinha razão.

– Mas admita que foi engraçado quando enfiei o bolo na cara dele.

– Não posso te dar razão ou ficará impossível, – ele riu baixinho – vai ter que pedir desculpas a ele.

– Eu? Pedir desculpas? Nunca!

– Faith por favor.

– Se ele soubesse de tudo, que eu sou a irmã dele e ele me fizesse uma malcriação dessas eu non só enfiaria um bolo na cara dele, enfiaria a mesa junto. O que te faz pensar que eu pedir desculpas.

Ele apertou minha mão.

– Você vai fazer esse favor para seu velho pai e fazer as pazes com seu irmão.

Estreitei os olhos, ele estava usando de sentimentalismos para me convercer.

– As pazes non se fazem apenas de um lado e se aquele menino vier com desaforos de novo...

– Shiiii – ele me interrompeu – vamos para casa.

Me calei e fui com ele, ou se não ficaríamos a noite toda discutindo no escuro.

Quando chegamos Ian estava no canto olhando para a porta e quando entrei me pediu desculpas com um olhar.

Revirei os olhos.

O conde e o Lorde estavam juntos enquanto minha mãe os observava com uma pitada de irritação.

– Vamos William o que ia dizer para a senhorita?

Ele olhou para John e depois olhou para mim.

– Sinto muito Srta. Faith, não foi cortês de minha parte tratá-la daquela maneira.

Olhei-o surpresa.

– Se realmente se arrependeu, também peço desculpas, me excedi... Bom, com o bolo você sabe.

– Acho que eu mereci – disse infeliz.

Eu sorri.

– Tudo bem, eu non me lembro mais disso! – estendi a mão para ele que apertou a minha.

– Eu também deveria pedir desculpas já que semeei a discórdia entre vocês.

Os olhos castanhos brilhavam de arrependimento.

– Tudo bem Ian, qual das suas bobagens eu non perdoo.

– Acho que está na hora de dormir não é – Mamãe falou.

– Porque não fica conosco essa noite Faith conte uma história de horror, você é ótima nisso – Ian sugeriu.

Oui, mas eu queria...

– Vá com eles – papai sugeriu ele parecia estar muito ansioso para que eu distraísse os pirralhos para que ele pudesse conversar em paz com John e minha mãe.

Revirei os olhos.

– Vamos crianças, e se preparem pois hoje vocês non irão dormir.

Nos ajeitamos no barracão das ervas e Rollo se sentou ao meu lado. Eu enxergava precariamente os contornos deles com apenas a luz do lampião.

– Que história você vai contar? – William perguntou.

– Uma história da minha terra, bom, uma história da França. – sussurrei – Se estiverem prontos.

– Estamos. – Ian passou um copo para mim e outro para William e o encheu.

– Roubou o uísque de papai – eu ri.

– Foi só um pouco. Ele não vai perceber e uma história não é uma história se não for acompanhada por um boa dose de Uísque – ele garantiu.

– Desde que ninguém fique bêbado. – dei de ombros e tomei um gole.

Rollo gemeu colocando a cabeça em meu colo.

– Shiu moço eu vou começar.

Eles ficaram em silêncio.

– Quando eu era pequena, Marriete a senhora que me pegou do lixo me contava uma história. A virgem de Notre Dame. Ela era uma mocinha muito bonita era filha de um Visconde e ia se casar. Escolheu Notre Dame por que era sua catedral preferida assim como era a de seu noivo. Ela estava muito animada com os preparativos, e um dia depois de ter um sonho em que encontrava seu noivo no portal da virgem ela resolveu ir até lá sozinha.

– Portal da Virgem? – Ian perguntou.

– Há três portas na frente da catedral, o portal de Santa Ana no lado direito, a do Julgamento no meio, e o da virgem a esquerda onde ela foi.

– É obvio que isso não vai dar certo – William apontou.

– Shiii – reclamei.

Ele tomou mais um gole de uísque se calando.

– O sol non havia nascido, mas era próximo ao alvorecer. Ela confiou que já estaria claro, mas non ficou.

Rollo começou a gemer de novo como se estivesse com medo da minha história.

– Fique quieto Rollo – Ian mandou.

Eu afaguei a cabeça do cachorro para acalma-lo.

– E lá estava nossa vigem com sua capa indo em direção a igreja como um cordeiro indo para imolação. – tomei, mas um gole – Seus passos se tornaram mais apresados, e ela sentiu que estava sendo seguida. Todos os pelos de sua nuca se arrepiaram temendo antecipadamente por um ataque. – fiz um pequena pausa – Ela começou a correr imaginando que estaria segura assim que entrasse na igreja e para seu alivio já estava bem perto, no entanto quando já estava a poucos passos do portal da virgem, uma pesada mão caiu no seu ombro a puxando para trás e com um grito de gela...

Fui interrompida por um grito de verdade.

Eu gritei com o susto, Ian gritou, William gritou nos três gritamos juntos e Rollo uivou.

William começou a xingar, Ian também em gaélico e eu em Francês.

– O que diabos foi isso? – o conde perguntou.

Eu respirei fundo tentando me recuperar do susto.

– Deve ser o índio doente que minha mãe está tratando no celeiro.

– Eu vou ver. – Ian se levantou e foi para a porta – É parece que Tia Claire foi até lá.

– Acha que devemos ir? – perguntei.

– Ela já disse para que você ficasse longe do celeiro, não sabemos o que ele tem se lembra?

– Então vamos dormir?

– E você não vai terminar de contar a história? – meu irmão perguntou.

– O grito quebrou o ritmo, non vai ter mais graça.

– Mas você não pode começar a contar uma história e não terminar isso sim me tiraria o sono – Ian reclamou.

– Eu posso dizer o que acontece no final...

– Não! – William me interrompeu com veemência – Isso também acabará com a magia da história.

Respirei fundo.

– Mas já estava acabando...

– Continue contando da onde parou – meu primo disse me vencendo por fim.

– Onde parei?

– Grito de gelar o sangue – William citou.

– Hum...ah – lembrei e assumi minha postura de oradora – Seu grito non saiu completamente estrangulado pela outra mão que logo tapou sua boca, então ela se virou para o atacante mirando seus perversos olhos negros. Ele tirou uma pequena faca do bolso – falei tirando a minha própria escondida na meia – e arrancou lenta e dolorosamente cada um de seus belos olhos azuis. Porém não a matou. Deixou-a no portão do julgamento definhando até que um dos coroinhas a encontrasse, infelizmente ela morreu instantes depois sem receber a estrema unção. Dizem que se você for de madrugada em frente aos portões de Notre Dame ainda pode vê-la lá gemendo e chorando sangue pedindo ajuda.

– É uma história interessante, mas quem era o assassino? – Ian perguntou.

– Marriete dizia que poderia ser o noivo, ou apenas um maníaco qualquer – falei.

– Não que eu acredite nessa história, pois é obvio que foi feita especialmente para que mocinhas não saíssem no escuro de suas casas, mas seguindo a lógica é claro que foi o noivo.

– Por que a certeza milorde? – Ian quis saber.

– Era a catedral deles, e se ela morreu pouco depois do coroinha chegar, quem mais poderia contar a história com essa riqueza de detalhes?

William também era esperto, sorri.

Uma batida seca na porta nos assustou de novo, mas não tanto quanto a outra vez. Era minha mãe.

– Ainda estão acordados? – ela perguntou

Oui – me levantei e abri a porta me atrapalhando com o trinco.

– Eu queria saber se estão bem se precisam de mais algum cobertor e... Porque essas caras de susto? Até parece que viram um fantasma.

– Faith estava contando uma história de horror – Ian falou – Tia você tinha que ouvi-la ela é realmente boa nisso.

– Eu já vi como ela conseguiu assustar Fergus, Marsali e uma boa parte da tripulação do Artêmis uma vez – ela sorriu com bom humor.

– Teria sido melhor se eu não tivesse sido interrompida. – falei – O que aconteceu com o Índio?

– Está pior. – disse infeliz – Eu não acredito que ele dure muito mais.

– Sinto muito. – segurei a sua mão – Pelo menos você fez o que podia.

– Boa noite, – ela mudou de assunto – E cuidado com os fantasmas, eles também tendem a andar pela floresta a noite.

 

 

 

A noite foi atormentada por sonhos estranhos, Rollo gemendo, Ian se mexendo de um lado para o outro e William resmungando. Na total escuridão ouvimos um pio de coruja. E o Índio começou a gemer.

– Acho que chegou a hora dele. – Ian comentou se levantando tentei me situar, mas a única coisa que podia ver era a luminosidade que entrava do teto, o sol estava quase nascendo como na história da Virgem de Notre Dame.

Ian abriu a porta e saiu com Rollo em seus calcanhares. Eu me levantei e tropecei na coberta, se não fosse William segurar meu braço eu teria caído.

– Obrigada Milorde.

– hum. – ele saiu e eu fui atrás tropeçando de novo e caindo no chão.

– Maldita pedra!

– Está se sentindo bem? – ele perguntou.

Oui, estou.

Ele me ajudou a me levantar.

– E porque está caindo tanto.

Non vejo bem no escuro.

– Mas não está tão...

Non, mas o que eu vejo são apenas vultos – expliquei – um problema por eu ter nascido prematura.

– Ah. – ele murmurou – Quer ajuda?

Ele ofereceu o braço para mim e eu peguei.

Guardei um sorriso para mim, era exatamente como eu me sentia com Ian as vezes. Em alguns momentos queria estrangula-lo em outros queria aperta-lo firmemente em meus braços. E agora eu estava experimentando o esse sentimento com meu irmão.

Ah William, se eu pudesse lhe contar.

 

             Eu não podia ver o Índio, mas ouvia os gemidos dele. Ian foi buscar minha mãe que brigou conosco por termos nos aproximado.

Quando ela chegou Ian a ajudou a fazer uma cerimônia minimamente digna para ele enquanto William e eu observávamos de longe. Por fim o índio se foi e eu não deixei de estar triste por ele, não havia ninguém de sua família, nada.

 

 Depois disso Lorde John o chamou meu irmão para colher morangos, para distrai-lo da cena que havíamos presenciado e eu fui junto.

– Escute. – sussurrei me aproveitando que William estava mais distante – O que falou com meu pai ontem?

– Falamos de muitos assuntos – ele respondeu vagamente – demoraria muito para que pudesse lhe dizer tudo.

– Sim, mas porque veio?

– Resumindo eu tinha um assunto a resolver em Cross Creek e não achei que seria uma má ideia trazer William.

Non foi. – sorri – Apesar de nosso pequeno incidente eu gosto dele. É mimado sim, mas é menino de atitude.

– Sim é. – ele disse afrouxando o nó do lenço no pescoço – E costuma ser mais amigável quando está de bom humor.

Merci Lorde John.

Ele sorriu e deu de ombros.

– Eu fiz o que devia fazer. E me chame de John favor – ele respirou fundo se agachando para pegar um morango e cambaleou.

Eu segurei seu braço.

– Se sente bem? – perguntei preocupada.

– O que está acontecendo? – William perguntou se aproximando.

– Seu padrasto non está se sentindo bem.

– Isso é um exagero da mocinha Willie eu estou...

Ele mal terminou a frase e tombou no chão.

– Jesus Cristo – me ajoelhei ao lado – William vá chamar mamãe e papai.

– Mas...

– Vá! – falei com autoridade e ele saiu correndo, mal percebendo o deslize que eu havia cometido. "Vá chamar papai e mamãe."

Respirei fundo.

– John – chamei dando tapinhas em seu rosto – Acorde homme.

Não consegui muito, mas mamãe chegou com papai e Ian e eles sabiam o que fazer. Levaram o homem doente para casa e ela imaginou que era sarampo.

– Não se aproxime Faith – ela avisou – nem William, nem Ian.

– E o que pretendem fazer? – perguntei olhando de minha mãe ao meu pai.

Os dois se entreolharam e muito foi dito sem uma palavra.

Sim, eles sabiam.

 


Notas Finais


Até a próxima o/


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