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História Faith - Promessas


Escrita por: Teishin-chan

Notas do Autor


Boa leitura ^^

Capítulo 41 - Promessas


              Brianna não conseguia ser tão otimista quanto Faith. Sua irmã havia lhe oferecido seu apoio incondicional, da mesma maneira que seu pai e sua mãe haviam feito, mas as dúvidas que tinha não se relacionavam apenas a ser uma boa mãe ou não. Nem sabia se queria ser uma.

          A conversa que teve com seu pai ainda martelava sua cabeça. Sobre Black Jack, sobre vingança sobre tudo. Faith havia dito que tudo poderia se resolver com amor, mas não era tão simples assim.

– Ela é uma boa mãe, mesmo que Cristian não seja seu filho de sangue. – disse a sua mãe quando estavam sozinhas – E eu não sei se eu posso ser ou se eu...

– Você não quer a criança?

Ela não perguntou em tom de reprovação nada disso. Aquele era o lado da doutora falando.

Mas não era o tipo de pergunta que Brianna pudesse responder naquele momento, ainda mais confusa como estava. E também não achava que poderia ser capaz de fazer aquilo. Matar uma criança em seu próprio ventre.

Balançou a cabeça negativamente.

– Quando o pa e a Faith me contaram o que havia acontecido com eles eu fiquei em dúvida. Minha irmã matou o homem que lhe fez mal...

– O que você disse? – ela perguntou a interrompendo.

– Ela não te disse?

– O que ela não me disse Brianna? – ela perguntou ficando pálida – Não me diga que ela também...

– Não, – tentou tranquiliza-la – mas foi quase. Ela me disse que foi terrível, porém não entendo porque ela ainda não te contou.

Sua mãe respirou fundo.

– Tenho quase certeza absoluta de que ela contou ao seu pai.

– E porque ela diria esse tipo de coisa a ele e não a você?

– Os dois construíram uma relação forte de carinho e cumplicidade num momento que ambos precisavam disso – ela suspirou – ela sempre vai atrás dele como você ia atrás de Frank.

              Sim, havia percebido como os dois agiam. Faith era o orgulho dele, e Brianna por mais incrível que fosse tinha ciúmes disso. Sua irmã era simplesmente incrível. Era forte, havia sobrevivido sozinha a situações que ela não sabia se poderia suportar. E não havia se importado em adotar uma criança mesmo que não tivesse nada para lhe oferecer...

– Eu preciso sair um pouco. – sua mãe se levantou da cadeira a deixando sozinha em casa.

Ela havia ficado perturbada, e não era para menos. Pensar no destino dos filhos era algo complicado.

– Ah meu Deus, eu não posso – disse pousando as mãos na barriga.

 

 

              Claire acabou encontrando Faith na floresta. Não iria começar com seus ataques de mãe ciumenta, mas gostaria de saber porque ela não havia lhe contado.

– Até pouco tempo eu não havia contado nem ao papai – ela explicou da maneira mais tranquila que podia – o que aconteceu com Brianna me afetou muito, o fantasma desse dia me perseguiu todo esse tempo. Quando eu fiquei mais velha por mais que não me achasse bonita os homens queriam... Acho que eles querem qualquer coisa que tenha uma le chat – ela disse fazendo uma careta – Pensei em todas as vezes que eu escapei. Porque Brianna também não pode escapar?

– Pensar nesse tipo de coisa não faz sentido, já lhe disse. – apontou – Por que não percebi que você estava viva? Por que não conseguimos evitar a guerra? Por que 20 anos de separação? Isso pode enlouquecer qualquer um.

– Sim a senhora tem razão. – Faith a abraçou forte pelos ombros – Non quer descansar um pouco? Esteve tão tensa esses dias com tudo que aconteceu, eu vi que você e o papai brigaram.

Isso porque Jamie não queria aceitar

– De qualquer maneira – disse a abraçando de volta – vai ficar tudo bem, ao menos eu espero que fique.

– Vai – ela garantiu – a vida é como as ondas do mar non é? Às vezes ele está tranquilo as vezes está agitado, mas nunca é a mesma coisa. Antes de eu descobrir sobre vocês minha vida oscilava entre as tempestades e as ressacas. Nada era bom, tudo estava em constante movimento. Ainda está, mas pelo menos eu posso te abraçar posso te beijar – ela deu um beijo em sua bochecha.

– Fique tranquila mom.

Ela era como Jamie dizia. Era como um diabinho para se meter em confusões, mas conseguia acalmar os outros como ninguém.

– Minha doce Faith – ela sussurrou.

Ela revirou os olhos.

 

 

Olhei para os grãos incomodada com a escuridão.

– Se quiser eu pego para você – mamãe ofereceu.

– Ah non, eu vou...

Derrubei o feijão não chão espalhando tudo.

Mon Dieu – me sentei no chão.

– Eu realmente gostaria de examinar seus olhos – ela disse se sentando ao meu lado para catar o feijão.

– Oh non – os arregalei – Ainda tenho pesadelos com aquela história do que a senhora fez com as três bolas do senhor Mayers.

– Você não tem medo disso tem?

Non, só pavor.

Saímos da despensa e encontramos um Ian bem arrumado, mas com o cabelo fedorento, do lado de fora.

Mamãe olhou divertida para ele.

– O que vai fazer Ian?

Ela passou os olhos de mim para ela corando.

– Vou namorar.

Eu sorri, pobre Lizzie partiria seu coração.  Ela havia partido o de Cristian no celeiro na ocasião do castigo lhe falando com a verdade, era de Ian que ela gostava, mas também não tinha esperanças. Depois disso reconheci que meu pobre filho não precisava de uma surra.

– Quando você diz namorar – perguntei – quer dizer namorar para casar?

Ian tinha algumas pretendentes por assim se dizer, mas não namorava ninguém exatamente e aquilo me espantou.

– Sim é para casar.

– Com quem? Eu conheço? – Mamãe perguntou.

Ele corou ainda mais.

– Sim, é a Brianna.

Deixei o feijão cair de novo e me apressei em pegar.

– Está fazendo isso pelo bebê?

– Sim, como eu não tenho ninguém então não tem problema.

– Ian eu sempre soube que você era um sujeito decente, apesar de suas falhas de caráter – eu ri.

– Faith isso não é engraçado – mamãe disse e olhou para Ian.

– Tem problema sim, você não precisa fazer isso que ideia.

– Na verdade não foi minha ideia foi do tio Jamie.

– Como é?

Brianna apareceu para fazer parte da feliz conversa e o pobre Ian engasgou.

Tentei não rir, ela estava furiosa.

Ele a pediu em casamento engasgando em todas as palavras.

– Cale a boca! – ela disse furiosa.

– Fique calma grandalhona, ele só está tentando ajudar – defendi nosso primo.

Ela pareceu pensar melhor e saiu.

Mon Dieu ela ia atrás do nosso pai. Mamãe se apressou em ir atrás dela.

– Acha que ela está muito brava? – Ian perguntou.

– Ah está – me apressei colocando o feijão na vasilha – mas non é com você.

Tentei ir atrás dela também, mas Ian me segurou.

– O que foi?

– Se ela for brigar com o tio Jamie do jeito que minha mãe briga você não vai querer ver isso.

– Eu já vi, e separei os dois se non se lembra.

– E levou um tiro logo depois.

– Ian sossegue non vai ter tiro nenhum – eu ri.

– Então vamos, pode ser que não tenha tiros, mas banho de sangue com toda certeza haverá.

              Eu observei fascinada até onde iria a briga entre minha irmã e meu pai, briga da parte dela, ele não parecia estar com raiva e na verdade eu não entedia porque ela estava com tanta raiva. Ele havia sido gentil pensando no futuro dela e Ian não era uma escolha tão ruim se ela fosse avaliar suas possibilidades, parecia difícil para ela pensar nisso e eu acreditava que era por causa da maneira como foi criada em sua época. Mas é claro, também havia o fato de que ela amava monsieur Wakefield. Infelizmente o que ela parecia não saber era que nosso pai nunca a obrigaria a casar se ela se negasse.

– E Faith?! – ela gritou me colocando na conversa – ela é mãe solteira e parece estar se saindo muito bem!

– Não é a mesma coisa – ele disse – Faith adotou Cristian e se pensa que isso não lhe causou problemas está muito enganada. No começo muitos duvidaram que Cristian não fosse filho dela, já viu como se parecem? Ainda hoje muitos não devem acreditar. Ela não recebeu muitos pedidos de casamento. Apenas um e está esperando até hoje.

Fiz uma careta, que bom colocar a encalhada na discursão.

– Eu não vou me casar – Brianna bateu o pé teimosamente.

Então meu pai fez o que não devia. Mencionou Frank Randall e Brianna ficou furiosa dizendo: Meu pai sempre fez o melhor para mim ele nunca me colocaria numa situação como essas.

Senti as pernas tremendo, eles não estavam se ouvindo? Com aquele número de absurdos.

Mamãe tentou detê-los, mas não conseguiu.

Par Dieu.            

– Quer tentar separa-los? – Ian me perguntou.

– Até tentaria se eu soubesse o que dizer, eles perderam completamente a compostura.

Eu já havia discutido com meu pai algumas vezes, mas nunca de maneira tão violenta como aquela.

– Ela está agindo como se ele fosse o inimigo – murmurei.

– É melhor sairmos – ele disse e cutucou minha mãe – em algum momento eles precisaram comer.

             Continuei atormentada por aquela briga e realmente preocupada e se Brianna tivesse um ataque? Dieu ela estava Grávida, mas nenhum dos dois parecia se lembrar disso.

– Porque o vô Jamie está brigando com a tante Bri? – Cristian perguntou

– Porque ele disse a Ian que se casasse com ela por causa do bebê, mas ela non aceitou.

Ele fez uma careta e enfiou a cara no livro.

– O que é isso que está lendo?

– Um livro que monsieur Gowan me emprestou na Escócia, O príncipe de Maquiavel.

– Quem é esse? – perguntei.

– Um filosofo que disse uma vez que os fins justificam os meios.

Ergui as sobrancelhas.

– É isso que meu futuro advogado está estudando.

– Eu poderia defender o vô Jamie com este argumento, mas não acho que a tante Bri gostaria.

– De qualquer maneira ela non vai se casar com ninguém que não seja monsieur Wakefield. Que está tão enrolado quanto seu pai.

– Mas virá, os dois - ele suspirou - ao menos espero que sim.

Ele voltou seus olhos para o livro.

              Houve o silêncio na casa e eu temi que eles dois tivessem finalmente se matado, mas graças a Deus não. Papai tinha saído e Brianna procurou um lugar para se acalmar.

Eu fiquei do lado de fora esperando que meu pai chegasse.

Já estava escuro, e só pude ouvir quando ouvi os trotes do cavalo.

– É você papai?

– Você não deveria estar aqui fora – foi que ele disse.

Vi seu vulto e agarrei seu braço.

– Foi um dia difícil non foi?

– Ainda me fala, pelo amor de Deus. O que aquela menina tem na cabeça – silvou.

– Eu non sei o que vocês dois tinham na cabeça, o senhor ouviu metade das coisas que disse?

– Não, mas ouvi o que ela disse – ele respirou pesadamente – você nunca falou assim comigo não importa quão brava você estivesse.

– Primeiro, non me compare com ela. Eu non gostei e ela também non gostaria.

– Bem, eu...

– Segundo, ela está grávida. Eu non entendo muito disso, mas um bebê crescendo dentro dela non deve fazer muito bem para os nervos. Agora sinceramente papai eu non quero ouvir uma discussão daquelas fiquei nervosa.

– E o que eu faço?

Non sei, pergunte a mamãe ela com certeza deve saber.

– É o que você acha?

– Quem conhece mais a minha irmã do que ela?

Eu entrei primeiro em casa ele veio logo atrás.

Brianna não olhou para ele deixou os olhos no tear.

Minha mãe conversou baixinho com meu pai e apesar de relutar ele deu um passo à frente e pediu desculpas.

Eu sorri ao ver que Brianna se amoleceu com o pedido.

– Está vendo agora vai ficar tudo bem – sussurrei a Cristian. Que tirou os olhos do livro e observou os dois e sorriu também.

               Eles brigavam porque não conheciam um ao outro e porque Brianna havia tido outro pai tornava essa aproximação ainda mais lenta, mas não impossível.

Estava tudo bem, eu estava observando Cristian e escutando eles conversarem ela voltou a falar sobre o Roger. E pediram que ela fizesse um desenho. A partir daquilo o mundo começou a desmoronar.

Eu ergui a cabeça para ver meu pai e Ian pálidos.

Ian e meu pai, pegaram Roger acreditando que ele tinha sido o estuprador de Brianna e haviam resolvido tranquilamente em dar um sumiço nele.

Brianna ficou louca e piorou quando ele sugeriu que ela havia mentido, porque se ela havia se entregado de vontade própria a ele, como havia tido estupro?

Mamãe tirou a aliança dourada das dobras do vestido e mostrou a ele.

Eu arregalei os olhos.

– De onde tirou isso? – ele perguntou.

– De Bonnet! – Brianna revelou – Quando me estuprou.

Segurei a mão de Cristian em busca de um apoio.

Meu Deus.

Ela explicou como as coisas haviam acontecido e exigiu saber o que fizeram com Roger.

– Entregamos aos Iroqueses.

– Maldito dia que eu te conheci – minha irmã disse ao nosso pai, e eu senti a dor em mim.

Ele se virou e saiu, Ian foi atrás eu olhei para minha mãe e minha irmã. Minha mãe estava dividida entre ir ou ficar, mas eu não tive dúvidas.

– Fique com sua avó e sua tante Cristian – falei e corri para a porta.

Mergulhei na escuridão.

– Papai? Ian?

Nenhum deles respondeu, mas eu esbarrei em Ian.

– Você deveria voltar para dentro – meu primo sugeriu.

Non vou voltar – me neguei.

Escutei a respiração tensa do meu pai, estendi a mão e alcancei suas costas.

– Vai me dizer de novo que ela não quis dizer aquilo que é gravidez? – ele disse baixo de maneira controlada – E sabe o que é pior em tudo isso? Ela tem razão em me odiar.

– É claro que ela non tem, tudo foi um terrível mal entendido o senhor só tentou fazer o melhor para ela, como poderia saber?

– Para começar eu nunca deveria ter ajudado Bonnet a fugir. Ele nos roubou quase a matou e fez isso com a sua irmã!

Ele respirou pesadamente.

– Eu não estou sabendo cuidar de vocês direito...

Sua voz estava carregada de dor e de culpa e eu soube que ele não falava apenas de mim e de Brianna. William também.

Eu o abracei.

– Você é o pai mais corajoso e esforçado que eu conheci. É meu pai e eu o amo tanto.

– Mas sua irmã não.

Aquilo partiu meu coração, eu não sabia o que dizer.

– A única maneira de me redimir é buscando esse maldito e devolvendo a ela.

– Eu vou com você tio – Ian se ofereceu.

Meu pai se virou e colocou as mãos em meus ombros.

– E você por favor...

Non dessa vez. – o interrompi – Acredito que se vocês vão mamãe também vai e alguém tem que cuidar de Brianna.

– O melhor é que vocês vão para River Run, estarão seguras com a tia Jocasta.

– Sim, mas...

– Pode fazer isso por mim Faith? Fique com sua irmã lá e não tire os olhos dela até que nós voltemos.

– Sim papai, eu vou cuidar dela – prometi.

 

Ele havia nos deixado em River Run, e eu cuidadosamente me despedi dos três. O clima era tenso e eu estava rezando para que tudo se resolvesse logo.

– Cuide deles e de você próprio cherry – disse dando um forte abraço em Ian.

– Tente não se meter em problemas também – ele disse me dando um beijo na bochecha.

Então saiu para buscas o cavalo.

– Faith – mamãe me olhou seriamente – Lembrasse do que te disse quando saiu com seu pai e William.

– Surdar calar, cegar – recitei – acha que vou brigar com Brianna, pelos inúmeros absurdos que ela disse ao nosso pai?

Olhei para trás vendo ela sumir sem se despedir dele.

– Eu te conheço o suficiente para saber que não vai ficar calada.

– Me conhece muito bem. – lhe dei um sorriso amarelo.

– Ela está apenas com...

– Mamãe eu sei qual é o problema da minha irmã, mas nada disso dá o direito dela falar como falou com meu pai. Non se preocupe já faz tempo que estou pensando no que vou dizer a ela e non vou perder a cabeça.

– Deus queira que não.

– A senhora nunca me viu brava – apontei – e eu garanto que non estou agora.

 

              Eles se foram e eu fui atrás da minha irmã, Cristian havia ficado na biblioteca com Lizzie de quem ele a muito custo ele tentava evitar. Ela havia descartado o seu amor e ele sua amizade. Isso a desconcertou, mas ele falava com ela, muito formalmente, mas falava.

– Brianna. – chamei.

– Faith é você não é? – Tia Jocasta perguntou.

– Sim sou eu, precisa de alguma coisa? – perguntei.

– Eu gostaria de saber como vai o seu noivo o rapaz que seu pai mencionou certa vez.

– Ainda estou esperando – disse envergonhada.

Ela balançou a cabeça negativamente.

– Você e sua irmã estão em problemas certamente...

– Falando em Brianna a senhora a... – eu iria dizer a viu, mas me corrigi – Sabe onde está?

– Não sei – falou – pergunte a Ulysses talvez ele saiba. Mas voltando ao assunto do seu noivo – ela disse pegando em meu braço.

 Suas palavras pareciam cheias de segundas intenções e eu revirei os olhos.

 – Ele lhe disse quando vem?

– Ele tem dois meses para aparecer tante, se non au revoir. Non vou mais espera-lo.

– Assim que uma Mackenzie diz.

– Mas eu sou uma Fraser – apontei.

– Mas no seu sangue corre o dos Mackenzie, não nascemos para esperar e sim para que os outros nos esperem.

– Acho que non é o meu caso – falei.

– Você não precisa esperar mais, posso lhe arranjar um bom partido sabia. – sugeriu, com um brilho estranhos em seus olhos apagados.

Fiz uma careta.

– Eu não tenho pressa tante, e Callen ainda tem tempo.

– É o que quer?

Oui.

– Bom, se mudar de ideia...

 

Encontrei Brianna em seu quarto com as mãos pousadas na barriga.

– Eu posso falar com você? – perguntei da maneira mais diplomática possível.

– Se vai defender o que ele fez eu não quero ouvir.

– Eu non vim para defender o que ele fez eu vim para defender o nosso pai.

Ela me olhou como se quisesse dizer: Seu pai não meu.

Fiz uma careta.

Non acha que foi dura demais com ele?

Vi a fúria transparecer em seu rosto e ela se levantou olhando para mim de cima.

– Ele mereceu tudo que eu disse, quem não merecia o que ele fez foi Roger e até onde eu sei ele pode estar morto.

– Papai non fez aquilo com Roger, o que ele fez foi para um estuprador, como ele poderia saber que era monsieur Wakefield?

– Está querendo me culpar por eu não ter dito?

Mon Dieu.

– Como poderia culpa-la por isso ma cherie? O único culpado disso tudo é Bonnet, mas você quer arranjar outro para descontar sua frustração. – pontuei – Culpa nosso pai pelo que ele fez, mas aposto que seu pai Frank também non ficaria de braços cruzados pelo que te aconteceu.

– Ele teria arranjado outra maneira... Ele teria...

– Me diz com toda certeza que ele teria convidado seu suposto algoz para tomar um chá enquanto discutiam o que aconteceu?

– Não zombe – ela trincou os dentes – Você não o conhecia.

Non conhecia seu pai Frank, mas eu conheço nosso pai Jamie e ele non fez isso para defender sua própria honra, non sei de onde tirou essa ideia maluca.

– Então por que....

– Brianna – a encarei severamente – está se esquecendo do que Black Jack Randall fez com ele? Acha que quando ele soube ele non reviveu toda aquela dor? Ele tomou suas dores, ele só quer o seu bem.

– Você o defende porque é a preferida dele, ele sempre fala de você quando está comigo.

– E sempre fala de você comigo – deixei o ar sair dos meus pulmões – dizer que nosso pai faz diferença entre nós é uma blasfêmia. Ele nos ama non devia se esquecer que foi ele que levou nossa mãe para Craig na dum, ele que a deixou partir para que vocês estivessem seguras ele enfrentou o inferno sozinho sem ninguém para lhe dar carinho e você devia agradece-lo foi graças a ele que você conheceu Frank Randall.

– E você deve odiá-lo por ter ficado com a agente não é.

– Deus do céu! Será que non entende que eu non odeio ninguém, eu poderia agradecer ao seu pai Frank por ter cuidado da mamãe e de você e meu pai Jamie também o agradeceria, porque ele sabe sempre soube dar o devido valor a tudo.

– E eu não sei?

– Sinto muito non sabe – cruzei os braços – espero que pense nisso, porque non vou permitir que magoe nosso pai daquela maneira de novo.

– Se eu pudesse eu não o olharia de novo e...

Mon Dieu porque diabos você veio se não queria estar aqui?! – gritei finalmente perdendo a paciência.

– Por que eles vão morrer! – ela devolveu irritada.

– Quem vem morrer? – perguntei assustada.

– O pa e a mamãe – seus olhos estavam húmidos – daqui a seis anos em um incêndio na Colina. Eu vi os documentos, Roger sabia e não me contou por isso brigamos.

– Porque ele non te contou?

– Porque ele acha que não podemos mudar isso, como eles não conseguiram impedir Culloden.

Respirei fundo para pensar. Aquelas coisas de viagem do tempo sempre me deixavam confusa, mas...

Non se pode comparar uma guerra com um simples incêndio que pode ser evitado.

Ele passou as mãos pela barra do vestido.

– Também há outra coisa.

– Mais? – perguntei sentindo o peso de chumbo no meu estômago.

– Diziam os documentos que eles não deixaram filhos, por isso eu nem tinha ideia de que você estava viva.

Eu revirei os olhos.

– Isso non tem importância. Nós duas existimos, mas os documentos não dizem isso dizem?

– Também não me preocuparia mas... – ela se sentou na cama de novo – Pode me deixar sozinha por favor?

O que mais eu poderia fazer?

 


Notas Finais


O leite azedou de novo :p
Espero que tenha gostado ^^
Até a próxima o/


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