História Faith - Quando o inesperado acontece

Quando cheguei ao quarto Brianna estava profundamente aborrecida metida em um vestido apertado.

– Quem fez isso com você? Isso non deve fazer bem ao bebê.

– A tia Jocasta insiste que eu vá receber as visitas, está tentando me arrumar um marido.

Ela dizia irritada enquanto eu afrouxava mais as amarras do vestido.

– Imaginei que ela estivesse fazendo isso depois de todos aqueles solteirões que vi entrarem aqui.

– Ela faria o mesmo com você, se Callen não estivesse aqui. – ela apontou.

Eu não duvidava nem um pouco disso.

Brianna se virou e me olhou suplicante.

– Eu queria te pedir que não me deixe sozinha hoje e se surgir alguma emergência por favor me ajude a sair disso.

– Claro, non vou deixar que a tante te obrigue a fazer algo que non quer. Mas sabe o quanto é difícil demove-la de suas ideias. Até agora non parou de falar do meu casamento com Callen.

– Sabe o que Phaedre me disse? Ela vai deixar dinheiro para nosso pai, para você e para mim, mas ao que parece ela tem planos de me tornar sua herdeira.

– Ela tentou com nosso pai uma vez ele non quis.

– E sabe porque você não foi a grande escolhida?

Eu dei de ombros, nem havia parado para me perguntar aquilo.

– Aparentemente a senhora Cameron colocou na cabeça que você não é forte o suficiente.

Eu comecei a rir, ela com certeza havia tirado essa conclusão se baseando nas vezes que fiquei doente em River Run e por causa de meus finos braços, já Brianna era grande como ela, então estava completamente aprovada.

– Não ria – ela pediu – ela me disse isso, mas eu não quero nada disso... Mesmo que Roger não volte...

– Papai e mamãe o trarão de volta – falei parando de rir.

– Mesmo que eles o encontrem – ela disse nervosa – Quem me garante que ele vai voltar? O que ele vai pensar quando souber disso.

Ela apontou para a barriga.

– Brianna, – segurei sua mão – sei que deve ser difícil, mas non adianta sofrer por antecipação.

Ela revirou os olhos. Eu detestava quando ela fazia aquilo.

Desci com ela para a sala de Jantar onde já haviam convidados.

Na maior parte das vezes que eu encontrava Brianna desenhado, e eu quando ela não estava olhando via seus desenhos. Mamãe, Roger, Cristian, Ian, eu e papai.

– E este quem é? – perguntei certa vez vendo um bonito rosto masculino.

– Meu pai.

Me encolhi um pouco.

Então aquela devia ser a cara de Black Jack Randall. Mas balancei a cabeça negativamente lembrando-me do que minha mãe havia dito certa vez.

– Frank e Black Jack tinham a mesma aparência, mas não eram a mesma pessoa.

Brianna me contou um pouco sobre ele, e como não mencionou o nosso pai comparando os dois me senti à vontade para ouvir.

Ela o amava, mas nem por isso devia desprezar nosso pai.

Ao menos não discutimos mais.

– Srta. Fraser – um homem a chamou.

Nós nos entreolhamos.

Callen estava lá próximo a tia Jocasta e muito bem vestido. Olhei para ele e fui com Brianna cumprimentar o homem que fiquei sabendo depois ser o juiz.

– Belas as irmãs Fraser – ele complementou.

Eu quase revirei os olhos, minha reação normal a um elogio. Mas não era eu que estava na mira dele.

– Senhorita, eu tenho pedras preciosas aqui qual dessas gostaria?

Arregalei os olhos. Aquele homem era um descarado.

Brianna pôs a mão na barriga atraindo os olhares de todos.

O juiz a estava comprometendo na frente de todos e eu precisava pensar em alguma maneira de não permitir.

– A atenção de todos por favor – A voz de Callen se ergueu e Brianna o olhou agradecida.

Eu não sabia o que ele diria, mas com certeza não imaginava que seria o que ele disse.

– Faz dois anos que estou comprometido, com aquela bela moça – ele apontou para mim e eu quase caí quando ganhei a atenção de todos – Gostaria de ter feito o pedido quando seu pai estivesse aqui, mas como ele ainda não chegou e não posso me conter.

Balancei a cabeça negativamente.

Você não está fazendo isso.

– Peço a benção da senhora Cameron e da senhorita Brianna e peço a mão da senhorita Faith em casamento.

– Tem a minha benção – Tia Jocasta disse totalmente fascinada pelo repentino pedido.

Uma vantagem era que ninguém mais olhava para Brianna.

– Eu dou minha benção também, será muito bem vindo a família cunhado. – Brianna também o aprovou.

– Agora só falta você me dizer que sim. – ele disse a mim.

Engoli em seco.

Eu gostaria de me casar, mas nunca imaginei que receberia um pedido assim. Tão de repente. Algo na expressão dele me dizia que ele faria isso Brianna precisando de ajuda ou não.

– Non vai mudar de ideia senhor MacNab? – perguntei divertida.

– Acho pouco provável.

Eu sorri.

– Então, sim eu aceito me casar com o senhor.

Ele segurou minhas mãos o sorriso largo com um desejo contido.

 Eu quero te beijar. Era o que seus olhos diziam.

Mon Dieu eu também queria.

– Tenho algo para você espero que goste.

– É um anel será? – a irmã solteirona do juiz especulou?

Callen tirou do bolso um saquinho de veludo vermelho e de lá realmente um anel. Não era ouro nem prata nem qualquer tipo de metal, era uma aro liso e bem polido anel de Âmbar.

– Eu tenho isso a dois anos. Queria que combinasse com seu colar, com seus olhos.

– É lindo – eu sorri emocionada.

– Então você gostou?

– Claro que sim – garanti e estendi a mão – coloque vamos ver como fica.

Quando ele colocou no meu dedo e coube a sala explodiu em palmas, e todos foram nos dar os parabéns.

– Você vai ser feliz. – Brianna sussurrou ternamente em meu ouvido.

– Você também vai, eu sei que vai.

Fomos interrompidos quando Ulysses anunciou a chegada de mais um convidado.

– Lorde John Grey.

 Os olhos dele caíram primeiro em cima de mim e eu sorri.

– Bem vindo John! – eu disse um pouco animada demais ganhando os olhares de todos de novo.

Um em especial cheio de ciúmes.

– Obrigada Srta. Fraser.

– Vejo que se conhecem – Callen disse com cortesia forçada.

– John é amigo do meu pai – falei – John este é meu noivo Callen e esta é minha irmã Brianna.

– Prazer em conhece-los – ele sorriu.

Seu olhar se demorou em Brianna e eu sabia bem o que ele estava pensando.

– Sua irmã puxou muito de sua mãe, mas vejo que a senhorita é a imagem viva de seu pai.

Ela fez uma careta, mas sorriu.

– É um prazer conhece-lo.

Não houve tempo para conversar começaram a falar sobre meu noivado com Callen e ele estava estranhamente próximo a mim desde que John havia chegado.

Que besteira, pensei. Se ele soubesse...

              Infelizmente para Brianna o senhor Juiz das joias voltou a importuna-la e ela desmaiou. Não sai de perto dela até que acordasse mais triste e infeliz que nunca.

Eu fiquei mais agoniada por não poder fazer mais do que esfregar minha felicidade na cara dela.

Na manhã seguinte Callen e eu fomos falar com Cristian.

– Temos algo para lhe contar cherry – falei seriamente.

– Alguém morreu? – ele perguntou com os olhos estreitos – Espero que não.

– Não é isso a charaid.

– Vocês não vão mais se casar? – perguntou infeliz.

– Pelo contrário Cristian – falei – nós vamos nos casar.

– Serio?

– Eu a pedi em casamento ontem e ela aceitou – ele contou.

– Estão falando sério? Mesmo? – ele disse feliz.

Eu corei.

– Sim menino é sério...

Ele me interrompeu me abraçando e logo abraçou Callen.

– Espere garoto, se lembra que um dia eu lhe pedi a benção para me casar com sua mãe e você me disse que só me daria quando achasse que eu era digno. Eu sou digno agora?

– Vejamos – ele fingiu pensar – Claro que é! E agora sim eu posso te chamar de pai. Meu pai e minha mãe.

Eu estava realmente feliz com aquilo, tanto que era até estranho.

Deixei Cristian e Callen conversando e fui para fora na frente iriamos dar um pequeno passeio a cavalo em família...

 Em família, minha família. Pensei eufórica.

Enquanto eu andava um pouco nas nuvens percebi que alguém vinha na minha direção. Nada mais nada menos que o Lorde John Grey.

– Pensei que você tinha ido embora – falei.

– Teria ido, mas fiquei curioso. Sobre você e sua irmã.

 – Comigo non há nada de novo há?

– Quando disse que tinha um noivo, não parecia muito animada com a ideia de se casar.

– Você se lembra disso? – perguntei surpresa.

– Como vou esquecer o dia que conheci você e sua mãe. – ele deu um sorriso divertido – Agora você parece bem feliz.

– Eu estou – disse afagando com carinho meu anel de compromisso – E Brianna?

– Olhei para ela e vi seu pai – disse espantando – desde quando ela está aqui?

– Chegou em setembro e apesar dos problemas que estamos tendo estou muito feliz por ela estar aqui – sorri – e meu irmão? Como está?

Ele sorriu.

– Está muito bem e crescendo não duvido que logo estará do tamanho do pai.

– Diga a ele que mandei lembranças, e que não me esqueci dele de maneira alguma...

– De quem não esqueceu? – Callen vinha com Cristian.

– William, meu filho – John disse.

Callen estreitou os olhos.

– John, meu noivo você já conhece quero que conheça meu filho Cristian.

– Prazer milorde – Cristian disse em seu melhor estilo pequeno lorde.

– Se parece muito com você – ele disse surpreso.

– É o que dizem.

– A vida é cheia dessas pequenas coincidências não é mesmo? – ele sorriu e fez um leve reverencia – Bem se me dão licença – John se despediu educadamente e saiu.

– A charaid – Callen chamou Cristian – vá na frente até o estabulo, vou conversar com sua mãe.

– Vai brigar com ela? – ele estreitou os olhos.

– Cristian seu pai disse conversar, não brigar. Obedeça.

Ele suspirou e saiu.

Olhei para Callen com uma sobrancelha erguida.

– Lorde John Grey amigo do seu pai – ele disse devagar – e esse William hein?

– William – falei achando graça – É um menino quase três anos mais velho que Cristian.

Ele ficou vermelho como um tomate.

– Mas você...

– Callen – o interrompi – eu trato John como qualquer amigo meu. Mon Dieu, se me visse com Ian teria coragem de sentir ciúmes?

– Ian? – ele achou graça – Ian é seu irmão.

– William também é – falei.

Ele me olhou confuso.

– Já tem tanta intimidade com ele para achar o filho dele seu irmão.

– Callen – puxei a gola da camisa dele para baixo – Non o considero, ele simplesmente é meu irmão, meio irmão, mas é.

– Quer dizer que seu pai, ele...

– Me escute bem, nós vamos nos casar e deve haver confiança entre nós dois. Eu non poderia esconder isso de você, mas saiba que é segredo, minha mãe sabe. Mas Brianna non sabe, ainda non contei a Cristian. E o próprio William non sabe. Então por favor non tenha crises de ciúme com John ele é um amor e é o padrasto do meu irmão o que o coloca quase no mesmo nível do meu pai entendeu.

Ele balançou a cabeça positivamente.

– Bom – sorri – eu sabia que você iria entender.   

Dei um beijo rápido em seus lábios. E seguimos para o estabulo para encontrar Cristian.

 

                                                             *****

 

              Olhei pela janela do meu quarto extremamente irritada. Não havia sinal de ninguém. Nem do meus pais Ian e o Roger. Nem Brianna e John e tão pouco Callen.

Foi um choque quando Brianna e John anunciaram aquele noivado, a princípio foi bom para Brianna os pretendentes finalmente a deixaram em paz.

Então ela pôs na cabeça que deveria ver Stephen Bonnet.

– O que quer com aquele homem par Dieu? Non vê o tamanho da sua barriga?

– Eu preciso vê-lo, você não pode entender?

– Non eu non posso e juro que tenho tentado. No estado que está non pode mata-lo, e eu duvido que possa perdoa-lo.

Ela fez uma careta.

– Talvez eu possa. O Pa não perdoou Black Jack?

– Ah muito bonito grandona, pretende perdoar esse homem e nosso pai non?

– Eu não garanti nada, preciso vê-lo só assim poderei saber se sou capaz de perdoa-lo ou não!

Eu não consegui detê-la. Brianna não queria me ouvir.

– John cuide dela por favor – implorei – ela non quer me ouvir, mas talvez ouça você.

– Acho que fiz um bom trabalho cuidando do seu irmão menor, farei o possível com Brianna – ele garantiu – mas o que a faz pensar que ela irá me ouvir.

– Sempre que começo a falar ela me olha como se e fosse a advogada do nosso pai e estou sempre contra ela. Non permiti que eu entre no assunto e eu o tenho evitado por non quero que ela fique nervosa pelo bebê, mas se ela non estivesse grávida... Ah eu non pouparia minhas palavras.

John assentiu.

– Então acredita que ela ouvirá uma opinião externa?

– É a única alternativa que me falta para tentar com aquela cabeça dura.

– Tentarei senhorita Faith.

Então os dois se foram sem que eu pudesse fazer nada enquanto eu rezava para que papai e mamãe não voltassem antes dela.

Foi então que houve o escândalo.

Eu estava no meu quarto penteando meus cabelos, ou tentando. Era começo de noite e me arrumava para o jantar.

A escova caiu da minha mão e foi para de baixo da cama. Me enfiei lá para pegar. Ouvi o som de alguém batendo na porta.

– Pode entrar.

– Faith, o que faz em baixo da cama?

A voz de Callen me assustou e bati a cabeça na armação.

Gemi.

– Minha escova caiu. – falei e consegui alcança-la e – E você o que faz aqui?

Fui me arrastando para fora.

– Eu vim lhe buscar para o jantar e aproveitar para dizer que não fique triste. A louca da sua irmã voltará logo e seu pai...

Ele se interrompeu quando eu me levantei.

– O que foi? Meu cabelo ficou cheio de teias de aranha?

Falei pronta para erguer a mão para limpa-lo.

– Fique parada – ele avisou com a voz tensa.

Engoli em seco quando senti algo roçar o meu ombro.

Olhei de esguelha e vi enormes patas peludas se misturando aos meus cachos.

O que eu fiz? O que qualquer um faria no meu lugar.

Gritei, gritei me sacudindo e batendo a mão desesperadamente em meu cabelo e no decote do vestido que com a força do meu desespero se rasgou.

– Calma Faith ela se foi!

Ele tentou me segurar para que eu parasse de gritar, mas era demais só de pensar naquelas patas em cima de mim.

Eu tentei me afastar, não o estava ouvindo. Andei para trás e cai levando ele junto comigo.

Então ele tapou minha boca.

– Ela se foi não ouviu? Se foi.

Eu engoli em seco ainda ofegante com o coração acelerado. Ele tirou a mão da minha boca.

– Mon Dieu ela era enorme – falei com a voz tremula.

– Não era tão grande, estava escuro e você se assustou porque nunca... – ele não terminou a frase pois olhou para meu decote rasgado que por muito pouco não revelava meu mamilo. Mas da maneira como ele olhava era como se estivesse amostra.

– Callen será que você pode...

Ele pôs a mão em cima do meu seio quase exposto e eu tremi.

– Por favor pare com isso – murmurei.

– Mas é tão macio – ele sussurrou muito concentrado no que fazia.

E eu ouvi a porta explodir atrás de nós e Ulysses e Phaedre nos flagraram.

– A senhora Jo não gostará de saber disso.

Quase desmaiei de vergonha e Callen se apressou e sair de cima de mim, me ajudando a me levantar.

– Não é nada disso que está pensando – ele tentou explicar.

– Não estou pensando, eu vi e Phaedre também.

– Porque minha mãe está gritando? – Cristian apareceu na porta e eu me escondi atrás de Callen para que ele não visse o rasgo em meu vestido.

– Tinha uma aranha aqui. – me apressei em dizer.

– Uma tarântula – Callen completou.

– Claro que tinha – Ulysses disse maliciosamente.

Nós fomos levados os dois para o júri de tia Jocasta.

– Eu sempre achei que você fosse mais ajuizada que sua irmã – ela disse com desgosto.

Eu ergui meu queixo eu não tinha do que me envergonhar.

–Senhora, não estamos mentindo havia uma tarântula agarrada aos cabelos dela – Callen disse.

– Não duvido, – ela disse sinceramente – mas a aranha não rasgou o vestido da moça nem tinha a mão sobre seu seio tinha.

Ele corou violentamente como eu. Phaedre e Ulysses não haviam poupado os detalhes.

– Não há outro remédio eu queria esperar que seus pais chegassem, mas estou certa que seu pai aprovará minha atitude.

– Tante a senhora non quer dizer que...

– Vocês dois se casarão amanhã mesmo – o tom de voz dela era de quem não aceitava um não e minhas pernas fraquejaram.

– Senhora eu não posso me casar com ela sem a presença de seu pai e sua mãe.

– Que eu saiba meu sobrinho aprovava a relação de vocês dois, mas não acho que aprovaria tamanha desonra. Vocês se casaram, você não dará este desgosto ao seu pai ou dará menina?

Eu não poderia dizer não.

E ela me enviou ao meu quarto com Phaedre enquanto Callen foi escoltado por Ulysses ela sequer me deixou conversar com ele e ainda tínhamos tantas coisas para falar, que resolver...

– Porque está com essa cara de enterro Srta.? Não gosta do rapaz.

– Non é esse o problema, fomos pegos como criminosos e non fizemos nada de errado.

– Talvez não tivesse feito, mas do jeito que estavam poderiam ter feito.

Eu corei ainda mais, porque ela tinha razão. Eu disse para que ele parasse, mas não havia sido com vontade o suficiente.

– Mon Dieu papai ficará arrasado – falei me lembrando que ele disse que queria me levar ao altar – e mamãe o que ela dirá?

Gemi.

– Maman, maman – Cristian entrou no quarto com seus olhos verdes brilhando de empolgação – a tante Jocasta disse que você e papai vão se casar amanhã, isso é verdade?

– Oui – choraminguei.

– Isso é incrível, – ele disse ignorando minha expressão de tortura – mas não achei que fosse possível tão rápido.

– Tante Jocasta é rica cherry, quase tudo é possível para ela, sem contar que. Ela esteve planejando esse casamento desde o dia que Callen chegou aqui.

– O senhorzinho deve ir para cama – Phaedre disse a Cristian – amanhã será um dia longo e deverá estar ao lado de seus pais quando eles se casarem.

– Claro – ele sorriu – boa noite maman.

Ele me deu um beijo rápido na bochecha e foi para o quarto dele.

– E a senhorita também deve dormir.

Eu fiz de tudo naquela noite menos dormir.

Chorei, infeliz por minha mãe e meu pai não estarem comigo. Eles não deixariam que algo assim acontecesse. Mas se eles estivessem lembrei a mim mesma. Aquele casamento já teria acontecido.

Porém estariam todos eles, toda a minha família.

             No sonho que tive a tanto tempo todos estavam lá até William, meu único consolo era Cristian, mas eu não poderia conversar com ele sobre isso já que estava tão feliz que realmente havia me ignorado.

          Então me lembrei que não poderia ser tão ruim. Eu conhecia Callen, tivemos tempo para nos conhecer conversar e beijar. Não era um casamento Obrigado exatamente, mas mesmo assim. No dia seguinte nessa mesma hora eu estaria na cama dele, e eu não sabia se estava preparada para isso.

 Obviamente eu vinha pensando sobre o assunto. Mas era algo que eu ainda considerava distante e de repente seria amanhã.

Mas não era nada demais. Ele vai tirar minha roupa, me deitará em sua cama abrirá minhas pernas e se afundará em mim.

Com sorte eu sentiria prazer, com azar muita dor. Mon Dieu talvez se eu não fosse Virgem seriam mais fácil.

Ao menos não teria dor.

Rolei na cama, angustiada. Ele tinha experiência nisso, ele saberia como não me machucar ou...

E como poderia me casar com ele ocultando o fato de que eu já havia trabalhado em um bordel, não me parecia justo que ele não soubesse no que estava se metendo se havíamos nos comprometido em ser sinceros um com o outro. Porém em todas as vezes que conversamos e tentei dizer a ele, minha garganta se fechava como se tivesse um sapo ali entalado e as palavras não saiam.

Agora não havia mais tempo.

 

 

Quase chorei quando me vi em meu vestido de noiva, um misto de emoção e tristeza.

– Ah mamãe onde você está – choraminguei infeliz.

– Não chore senhorita – Phaedre disse animada para mim no canto Lizzie também parecia maravilhada em me admirar – sua mãe não está aqui, mas poderá contar como foi quando ela chegar.

– Eu a queria aqui agora – chorei – mon Dieu até Brianna serviria.

– Está nervosa com a noite de núpcias? Não tem ideia de como será?

– Non é isso, eu sei, mas...

– Não se preocupe lave o rosto ficará tudo bem.

Phaedre não me acalmou totalmente, mas foi precioso seu esforço.

– Maman – Cristian estrou no quarto e abriu um enorme sorriso ao me ver – Você está tão linda.

O menino continuava a ignorar meu nervosismo ou estava fazendo de propósito?

Ele segurou minhas mãos.

– Eu vou te levar ao altar já que o vô Jamie não está aqui – disse orgulhoso afagando minhas mãos.

Ele percebeu que estavam geladas.

– Cristian, non sente piedade pelo desespero de sua mãe? – perguntei.

Ele riu mostrando suas charmosas covinhas.

– Não se casa todo dia não é, – disse esfuziante – mas vai dar tudo certo eu estou com você não tem que temer nada.