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História Faith - Núpcias


Escrita por: Teishin-chan

Notas do Autor


Boa leitura ^^

Capítulo 49 - Núpcias


              Callen deu três passos na capela meticulosamente enfeitada que Jocasta havia mandado preparar para seu casamento. Não havia muitas opções de flores naquela época do ano e nem sabia que flores eram aquelas que estavam ali. Também não se importava.

Desde que Jocasta disse que iriam se casar só pensava em uma coisa.

Mergulhar por inteiro em Faith enquanto a ouvia gemer e gritar o seu nome. Não conseguia se controlar, já havia se controlado demais aliás. Dois anos havia sido muito, se controlava quando a beijava, enquanto seus pensamentos traçava planos de como poderia encontrá-la sozinha e... Mas não podia, tinha respeito demais por ela e por seu pai para fraquejar daquela maneira. No entanto sempre que a beijava sua mente a despia e a colocava desposta pronta para recebe-lo.

E agora iriam se casar.

Jocasta entrou acompanhada de Ulysses.

Fez uma careta. Não era ela, então Phaedre entrou.

– A noiva está vindo.

Engoliu em seco quando Cristian entrou com ela.

Havia dito a ele que a buscasse e a acalma-se.

– Mulheres sempre ficam sensíveis em casamentos, talvez ela precise de apoio moral.

– Ela vai ficar bem comigo ao seu lado. – ele garantiu.

Faith não estava tranquila, percebeu secundariamente, pois enquanto via seu elegante vestido azul cheio de babados e bordados só pensava na maneira como iria tira-lo dela. E morde-la, tinha uma vontade louca de enfiar os dentes naquele morango.

– Callen – ela já estava a sua frente e Cristian entregou a mão dela para ele.

– Faith – a beijou, sentindo o perfume de sua pele.

Achou que não fosse se controlar que fosse toma-la nos braços e fugir para longe, para realizar seus desejos e só depois voltarem a capela.

– Será que pode parar de me comer com os olhos? – ela sibilou.

Tirou os olhos de seu decote. E viu as pessoas o olharem maliciosamente.

Trocaram os votos, mas ele mau os ouvia.

– Jovem – Jocasta lhe chamou a atenção – isso deve ser feito como em nossa terra.

– Se refere ao juramento de sangue? – Faith disse num fio de voz.

– Não precisa fazer se não quiser – Garantiu a ela.

Non, eu quero fazer – ela assentiu – meu pai aprovaria isso.

              Ela como sempre parecia querer agradar o pai e devia estar muito infeliz por ele nem a mãe estarem ali.

Estendeu a mão e Ulysses foi até lá para corta-la.

Faith também estendeu a mão, mas não olhou quando ele passou a lamina cortando sua pele.

Então uniram seus pulsos.

Vous êtes le sang de mon sang – disse em francês e ela arregalou seus belos olhos âmbar – por você mon amour.

Ela olhou surpresa e lhe sorriu docemente. Parecia que finalmente havia feito algo certo.

Os de mes os – ela murmurou.

Je vais vous donner mon corps que nous soyons – aquela promessa gostaria realizar logo e ela pareceu perceber pois sua mão tremia.

– Te darei meu corpo para que sejamos um só – ela repetiu.

Je vais vous donner mon esprit jusqu'à ce que nos vies se terminent.

– Te darei meu espírito até que nossa vida acabe – lagrimas rolaram de seus olhos.

Mais uma vez teve que se conter, não quis beija-la nos lábios, então a beijou ternamente, enquanto ainda conseguia sê-lo, na testa.

Colocou a aliança de ouro junto a de âmbar.

Então Faith olhou para o corte no braço e ficou pálida.

– Você está bem?

Non. – murmurou.

E desmaiou.

Havia passado, um tempo no andar de baixo esperando Phaedre descer.

– Ela desmaia quando vê sangue – explicou.

Respirou aliviado.

– Fico feliz de não ter matado a senhorita com o corte – Ulysses também estava aliviado.

– Senhora – Callen corrigiu.

Ele lhe sorriu e assentiu.

– Acho que agora pode subir para ficar com ela – Jocasta sugeriu.

Não deixou de sentir os subtendidos em sua frase.

– Com licença senhora.

A cada passo seu coração parecia que iria explodir. E quando entrou no quarto Cristian estava lá sentado olhando a faixa que Phaedre havia colocado em volta de seu pulso.

– Ah, papai – ele sorriu e se levantou – vou deixar vocês sozinhos.

Nele no entanto não havia maldade alguma. Ele sabia que seus pais precisavam conversar independente do que fossem fazer depois.

Deixou a porta aberta para que ele pudesse sair, então fechou e trancou com a chave.

Mon Dieu, ainda é de dia – Faith se levantou da cama o olhando chocada.

Havia soltado o cabelo e seus cachos caiam volumosos e rebeldes em seus ombros bonitos e pálidos.

Ela foi até ele, e passou com o objetivo na chave ele a puxou enfiando no bolso e com o outro braço agarrou sua cintura.

– Callen – ela sussurrou – você non quer beber? Qualquer coisa.

– A única coisa que estive desejando beber o tempo todo foi você.

A puxou para perto colando os lábios nos seus.

Mo chridhe, mo sweet, mo Sùbh-làir...

– Callen – ofegou.

– Minha Faith – disse descendo os lábios pelo seu pescoço enfiando o rosto em seus fartos cabelos – Faith MacNab.

– Callen... Eu preciso lhe dizer algo...

– Pode esperar? Sim você pode – falou tratando de tirar as amarras do seu vestido – Eu esperei tanto por isso.

– Mas ainda é cedo – ela choramingou.

– Acho que é tarde – o vestido caiu e ela ficou apenas com sua combinação.

Ele se curvou e pegando pela parte de trás das juntas dos joelhos e encaixando em seus quadris.

Um grito de puro pavor escapou pelos lábios dela, e sentiu e forte pancada do punho dela em sua bochecha.

A soltou e ela caiu no chão enquanto ele cambaleava tonto para trás.

– Porque Diabos fez isso? – perguntou mais confuso do que raivoso.

Ela caiu no choro, e acreditou que talvez a tivesse assustado com a sua urgência.

– Eu assustei você? Me desculpe eu não queria...

Non é isso, – ela disse limpando as lagrimas – non exatamente.

– Então qual é o problema – estendeu a mão um pouco hesitante para levanta-la com medo de que ela o rejeitasse, no entanto ela segurou sua mão.

Se sentiu aliviado com o toque dela, mas suas mãos estavam geladas.

– Me diga, você não disse que para casarmos tínhamos que ter confiança um no outro? Se me contou até do seu irmão porque não me contaria...

– Eu queria ter lhe contado isso antes de casarmos. Non queria que se arrependesse depois.

Olhou para ela com cautela.

– Está tentando me dizer que Cristian é seu filho de verdade?

Non!

– Não é mais virgem?

Mon Dieu! Claro que non.

– Então que outros motivos você acharia validos, na sua opinião não minha, para que eu me arrependesse de casar com você?

Ela respirou fundo e o olhou nos olhos.

– Eu não negociei minha honra na França, mas também não tive uma vida decente...

– Faith – engoliu em seco – o que está tentando me dizer?

– Que a nove anos atrás, quando estava frio e eu estava com tanta fome que achei que iria morrer. Minha amiga e eu fomos para uma dessas casas de má fama.

Se sentou no chão ao lado dela, ainda sem saber o que dizer.

– Eu dançava nua para os pervertidos de Flandres. Era humilhante, era vergonhoso, e eu nunca sabia por quanto tempo eu conseguiria manter minha honra ou o que sobrava da minha dignidade intactas.

– Mas se estava em um lugar assim, como pode me afirmar que ainda é virgem?

– Eu sou – disse furiosamente – Marceline e eu tínhamos um acordo. Eu dançava e ela... Ela fazia o trabalho sujo – ela mordeu os lábios e ele ficou realmente chocado com a monstruosidade daquilo.

– Éramos ruivas, quase do mesmo tamanho e peso. Ela fazia isso para me proteger – ela se encolheu – eu non queria continuar lá e disse a ela. Tive um desses pressentimentos terríveis e eles se cumpriram.

– Aquela noite um dos clientes me levou para o quarto, mas não queria me soltar.

Eu lutei contra ele, mas quando alguém muito maior e mais forte te pega não a muito que fazer além de se debater sem resultado algum.

Então entendeu, porque a raiva dela no dia que a beijou, porque aquele soco agora.

– Ele iria me violentar se non fosse por Marceline, e ele a matou – ela respirou fundo – então eu o matei. Por isso tenho dificuldades em aceitar que me achem bonita. Me apaixonar tem sido tão difícil, eu tive uma fascinação por Fergus sim, mas acho que era como você, era bom olha-lo de longe. E quando ele me beijou foi tão rápido que mal senti. Já com você tem sido diferente. Você me toma por completo ao menos quando demostra com seu corpo eu sinto sua intensidade e me assusto, porque também non sei se me sentiria bem fazendo isso.

Se levantou completamente desconcertado.

– Você pode anular o casamento se quiser – ela disse parecendo muito pálida – non está consumado.

– Eu não vou anular nada – se negou-se e umedeceu os lábios nervoso – preciso pensar.

– Pode ir – ela assentiu infeliz com os lábios tremendo – estarei esperando se quiser voltar ou non.

Fugiu do quarto como nunca achou que fugiria de suas próprias de núpcias.

Não tinha raiva nenhuma dela, não havia motivos para isso, mas precisava que aquela tensão fosse quebrada de alguma maneira.

– Meu Deus o que eu faço.

 

              Eu estava no chão e continuei no chão sem me mover um mililitro desde que ele havia saído. Eu sequer me importava com que os outros iam pensar com exceção de Cristian.

               O noivo havia saído e noiva continuava sozinha enquanto a luz do dia se ia e o brilho alaranjado do crepúsculo invadia o quarto. Ninguém havia batido na porta e tudo parecia estar no mais repleto silêncio.

              Eu não queria que Callen me odiasse. Eu não queria que ele pedisse a anulação do nosso casamento. Eu queria que ele voltasse que ficasse comigo custasse o que custasse. Porque eu...

A porta se abriu de uma vez e eu ergui a cabeça para vê-lo entrar.

Seu cabelo não estava mais preso com a fita, estava solto e úmido ao redor do rosto que ele havia lavado, também havia tirado a casaca e sua camisa estava aberta.

Eu não disse nada e ele também não, estávamos apenas avaliando um ao outro. Ele não parecia estar desposto a me negar, mas também não havia aquele fogo de antes em seu olhar agora eles eram apenas brasas.

– Vamos conversar? – ele disse em Francês, mas o sotaque escocês prevaleceu.

Eu assenti.

Ele sentou-se ao meu lado e segurou a minha mão.

– Está gelada – apontou.

 Ele fez com que me levantasse e me ajudou a sentar na cama, então passou as mãos pelos meus braços para me dar algum calor.

Não foi o suficiente para mim e me encostei nele. Parte de mim temia que ele se afastasse, mas minha parte mais teimosa queria calor, não qualquer calor. Mas o calor dele.

Callen me aceitou em seus braços e afagou minhas costas enquanto eu repousava a cabeça em seu peito.

– Ah Sùbh-làir – ele suspirou.

– Me desculpe – pedi – eu devia ter dado um jeito de ter lhe contado antes.

– Eu não estou com raiva de você.

– E não se importa com o que eu fiz? – perguntei hesitante.

– Eu não poderia culpa-la por tentar não morrer de fome, não é para mim muito agradável imaginar você nua dançando... – ele se interrompeu – isso deve ficar no passado, nem você e nem eu voltaremos a falar disso tudo bem?

– Tudo bem. – sussurrei um pouco mais aliviada.

– E eu posso te pedir desculpas?

Ergui os olhos para vê-lo sob a luz do entardecer, corado como um café maduro.

– Porque deveria me pedir desculpas?

– Porque passei o tempo inteiro antes da cerimônia durante e depois dela imaginando todas as maneiras de como eu poderia lhe possuir.

Engoli em seco e arrepiando toda.

– Eu não sabia o que tinha lhe acontecido, e fui descuidado, me tomei de desejo e...

– Eu non o culpo por isso – eu disse baixinho corando também – Você é homem e destemperado.

– Mas isso não é desculpa – ele segurou meus ombros e me afastou para que pudesse olhar em seus olhos – seu corpo me pertence agora e o meu à você para o bem ou para o mal, eu não quero que se sinta usada quando eu reivindica-lo a mim. Quero que se sinta adorada, reverenciada e amada.

– Callen.

Je t'aime Faith.

Eu sorri, com lagrimas nos olhos.

– Callen eu...

– Não precisa dizer nada agora, eu estava lhe devendo uma boa iniciativa a dois anos – ele disse com o indicador em meus lábios.

– Então – falei baixo olhando para o seu cinto – tire seu Kilt, porque non sei se aguento falar com você sem...

Ele me beijou, não como um louco como antes, mas devagar com paciência.

Lent   – sussurrei descendo as mãos de seu peito até a fivela do cinto.

– Devagar – ele concordou se levantando e o Kilt caiu e deixando apenas de camisa.

Eu também me levantei, mas como eu estava em cima da cama fiquei mais alta que ele.

– Desamarre – pedi.

Ele olhou desejoso para os laços da minha combinação e sorriu.

Ela caiu por completo me deixando nua diante dos olhos dele. Ele não disse nem fez mais nada. Apenas ficou observando.

Aquilo sim me deixou nervosa e eu corei ainda mais.

Ainda assim, mesmo sem dizer nada eu vi o que ele falava com os olhos.

Você é linda e eu amo cada centímetro do seu corpo.

Então eu não poderia me queixar por estar ainda claro e ele pudesse me ver com todos os detalhes, pois eu também podia vê-lo e minha satisfação era tanta que eu poderia cair de joelhos.

Ele segurou minhas mãos e com as suas percorreu lentamente o caminho delas pelo antebraço até as minhas costas com delicadeza como se quisesse sentir cada poro cada curva.

Estremeci e ele me abraçou pela cintura e mergulhou o rosto um pouco abaixo do meu pescoço inspirando profundamente seu rosto pousou suavemente em meus seios sentindo beijando, mordendo.

– Mon Dieu – disse num suspiro.

Ele sorriu.

Então tão rápido que mal percebi minhas costas roçavam o macio colchão e ele estava em cima de mim.

– Devagar mon amour – ele garantiu, abrindo espaço com os joelhos.

Meu coração batia como tambores.

– Devagar – disse hipnotizada olhando nos olhos dele que agora brilhavam como fogo sob a luz do crepúsculo.

Ele era meu.

Devagar, bem lentamente ele tomou posse do meu corpo, do meu coração e da minha alma.

 

 

 

– Isso não foi como eu imaginei que seria – eu disse ao meu marido que tinha as mãos casualmente pousadas em minhas pernas.

– Ruim não foi, espero – ele disse solene com um grande toque de humor tingindo sua voz – você não mente tão bem assim.

Eu me virei para ele colocando minha perna entre as dele chamando a atenção do seu “menino travesso”.

– Antes eu imaginava apenas a pouca vergonha do ato.

– Pouca vergonha – dessa vez ele riu achando graça.

– Duas pessoas nuas se esfregando uma na outra em cima de uma cama, me parece bem indecente.

– Parece. – ele disse olhando para mim como se avaliasse que parte ele ainda não havia beijado.

Não restava muitas.

– Mas non é indecente – eu sorri beijando o seu peito – Non quando duas pessoas se amam e dão sua alma nisso. E eu fico pensando que mesmo que o tempo passe, mesmo que daqui a muitos anos ou nem tantos você non me ame como ama hoje. Sempre vou ter a melhor de lembrança de como foi pertencer a você pela primeira vez.

– Como eu poderia deixar de ama-la? – sua retorica fez feliz mais uma vez meu coração – No entanto você tem razão, sem amor isso é apenas uma entrega de corpos e prazer físico que logo se vai. Mas o que eu sinto agora, te garanto, não passará nem será esquecido com o decorrer dos anos – ele beijou o alto da minha cabeça – Você me deu sua alma – disse satisfeito e logo divertido – Também deu alguns arranhões e...

Eu o mordi entre o pescoço e o ombro.

– Au – ele gemeu.

– Foi você quem começou – apontei.

– Tudo para que você faça aquilo de novo – ele me beijou mordendo levemente meus lábios.

Aquilo que ele se referia...

– Ah.

 Eu havia gritado o nome dele, e quando já estava quase no fim me confessei.

Je t'aime Callen – eu havia falado entre suspiros – Je t'aime.

 

– Quer que eu diga de novo? – perguntei afagando seu rosto.

– Me agradaria muito.

– Je t'aime Callen – me estiquei para beija-lo.

– Se convenceu? – ele sussurrou – do quanto eu te amo e quanto você é linda?

– Acho que a partir de agora tenho o grande risco de acreditar em tudo que você me disser.

Senti a reação dele.

– Seu menino travesso quer brincar de novo.

– Meu menino travesso vai se comportar se você disser que não.

– Eu non disse isso.


Notas Finais


Demorou, e como demorou. Mas foi, espero que tenham gostado. Agora faltam mais ou menos 36 paginas pra acabar XD
Até a próxima o/


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