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História Faith - Sentença


Escrita por: Teishin-chan

Notas do Autor


Boa leitura ^^

Capítulo 53 - Sentença


              Faith saiu chutando e socando cada oficial que se colocou em seu caminho. Callen estava profundamente emocionado que sua esposa lutasse assim por ele, mas não queria que ela se machucasse.

– Vocês non vão leva-lo! – disse nocauteando um dos homens.

– Pelo amor de Deus – disse espantado.

Haviam enfiado um demônio no corpo da sua mulher, não parecia haver força que fosse capaz de detê-la. Como não temeria por sua segurança?

– Ei você, – sussurrou para o militar ao seu lado – se corte.

– Está querendo fugir não é? Eu não vou cair no seu tru...

– Não, se corte e mostre a ela. Vai para-la tocar um dedo nela.

Ele olhou desconfiado, mas fez o que ele disse abriu um rasgo na mão.

– Senhora! – chamou e se encolheu quando ela olhou para ele possessa.

              Como imaginava Faith ao ver o sangue pingando cambaleou e caiu. Os outros homens ainda olhavam espantados para ela quando ele caminhou em sua direção. Se tudo realmente estivesse perdido, queria gravar aquele rosto. É claro ele já estava gravado em seu coração, então quando tivesse que cumprir a sentença pensaria nela em sua voz e se lamentaria unicamente por não poder ter tido mais tempo com ela.

– Me desculpe por isso ma cherie, mas não podia permitir que se metesse em problemas por minha causa.

– Sinto muito. – O oficial que havia cortado a mão lhe disse de maneira solidaria, o que – Quem dera tivesse uma esposa tão corajosa quanto a sua.

Ele respirou fundo.

Sua garganta se fechou e seus olhos arderam. Engoliu seus sentimentos, não poderia demonstrar fraqueza no fim.  Não queria chorar apesar de estar quase lá.

– Je t'aime, – sussurrou para Faith – adeus Sùbh-làir.

 

 

              Acordei sozinha no meu quarto sem saber quanto tempo havia passado. Engoli em seco, me lembrando do que havia acontecido antes que eu desmaiasse.

– Callen, – chorei – Callen, Callen!

          Mas do que adiantava chorar? Já o haviam levado e eu não ficaria trancada naquele quarto me lamentando. Me levantei e procurei entre minhas roupas as minhas calças.

Prendi o cabelo numa trança e desci as escadas correndo.

– Senhora pelo amor de Deus onde vai vestida assim? – Phaedre disse espantada.

– Deixe-a ir – Jocasta – o sangue não nega.

Pela primeira vez senti certo orgulho dela se referindo a mim.

– Obrigada tante.

Eu peguei um cavalo, eu traria de volta ou... Não eu iria traze-lo de volta de qualquer maneira.

Cutuquei os flancos do cavalo, mas parei quando vi uma carroça. Voltando?

Engoli em seco e fui até lá.

Callen pulou dela com um sorriso enorme e vitorioso. Quase caí do cavalo quando pulei mas ele me segurou antes que eu caísse.

– Você fugiu? – perguntei preocupada e realmente confusa – Vamos ter que fugir?

– Não, não vamos precisar fugir, mas isso eu vou te explicar depois.

– Depois de que?

             Ele não respondeu apenas me puxou pela mão enquanto entravamos na floresta. Então quando estávamos a uma distância considerável ele me pressionou contra uma arvore me beijando com certa violência. Se eu me importei? Nem um pouco.

– Tem certeza que é hora para isso? – perguntei ofegante.

– Definitivamente, não é. Mas eu pensei que iria morrer, não porque quase estive a um passo da forca, mas porque não te tive. Eu preciso de você agora, eu preciso muito.

Ele abaixou minhas calças e pegou minhas pernas encaixando em seu quadril.

Ah eu o entendia...

Chorei de alivio enquanto ele me preenchia por completo. Eu o teria de novo quantas vezes eu quis-se nosso tempo não estava mais contado e isso era maravilhoso.

Quando ele terminou sentamos no chão agarrados um ao outro.

– Agora vai me dizer o que aconteceu?

– Cristian conseguiu. – ele disse cheio de orgulho – Encontrou uma testemunha, prenderam o assassino e descobrimos quem foi o mandante, nosso caríssimo senhor Wilson que neste exato momento deve estar sendo preso.

Por que eu não me surpreendi. Aquele homem era um abutre, mas...

– Que testemunha?

Callen ficou muito sério de repente.

– É o pai dele....

 

Cristian olhava impassível para o homem que o havia jogado para fora de casa como se fosse um lixo qualquer.

– Mas papa, pra onde eu vou? – Ele havia perguntado com os olhos cheios de lagrimas e apavorado com a possibilidade de dormir sozinho na rua.

– Isso é problema, vá embora. – Ele o empurrou para fora – Com sorte acha um orfanato para dormir.

 

Mas ele não era órfão. Não era aquela época e muito menos agora.

– Você irá me perdoar um dia? – ele perguntou com a voz fraca enquanto o garoto franzia o cenho.

              Houveram momentos em que esteve tão feliz com Faith que não se lembrava que ele existia, os Frasers se tornaram sua família. Mas é claro, pensar em sua mãe Marie sempre trazia lembranças indesejáveis daquele homem.

Jean-Pierre Noir.

              Quase havia esquecido de sua fisionomia, mas quando o viu naquela hospedagem vagabunda de beira de estrada não teve dúvidas de quem se tratava, muito menos o mais velho. Afinal os dois eram malditamente parecidos. Desde as covinhas nas bochechas até os olhos verdes, entretanto não tinham o mesmo formato, e os cabelos dele eram castanhos não negros como eram os seus.  Ele ainda conservava a imagem. Ridiculamente bonito para alguém que estava moribundo consumido por uma doença e era familiar encara-lo.

Porém perdoar era um assunto sério.

              Escutou o som da porta se abrindo e viu quando Faith e Callen entraram com as expressões muito serias. Faith também parecia admirada ao ver Jean-Pierre.

– Se estamos atrapalhando podemos sair – Ela se apressou em dizer.

– Não, eu quero que fiquem. – pediu e olhou para seu pai – Esses são meus pais Faith e Callen – ele destacou – Aquela moça cuidou de mim, quando o senhor me colocou para fora sem consideração.

O homem ficou mais pálido.

– Eu sinto muito... – balbuciou – se eu pudesse voltar no tempo.

– Voltar no tempo é impossível – Cristian disse amargamente.

– Eu sei que aquilo não foi o suficiente para compensar o que eu fiz, mas eu contei o que eu sabia sobre os roubos.

             Havia sido um verdadeira coincidência do destino, que seu pai houvesse vindo para américa para se tornar um bandido depois de ter sido abandonado pela rameira que ele havia colocado dentro de casa logo depois que sua mãe morreu. Fazia qualquer tipo de serviço sujo para quem pagasse bem, o senhor Wilson era um deles. Ele pretendia sabotar os outros senhores da região em benefício próprio, mas haviam algumas pessoas em seu caminho e o capitão Harrison era uma delas.

Jean-Pierre e o assassino trabalhavam juntos, mas como estava fraco demais para fazer qualquer coisa foi abandonado doente e pronto para entregar sua alma a Deus ou ao Diabo se não tivesse perdão.

– Sinceramente – respirou fundo.

Era melhor colocar para fora o que vinha guardando a anos.

– O senhor fez bem em me colocar para fora, se não fosse isso eu não teria conhecido Faith que é uma mãe tão boa quanto foi minha mãe, e Callen que é um pai muito melhor do que você jamais será.

O homem começou a chorar. Um estranho aperto se fez presente em seu coração ao ver aquilo, também ouviu o gemido de Faith atrás dele.

– Shii – Callen apertou o braço dela.

Seus olhos se encontraram com o âmbar e sabia bem o que ela estava pensando. Era difícil não se lembrar de tudo que havia se passado nos últimos meses com sua tia Brianna e seu avô Jamie.

Uma situação, não poderia ser comparada a outra em graus de magnitude, mas ainda assim aquele homem era seu pai, no leito de morte de lhe pedindo perdão.

– Bem, – respirou fundo mais uma vez e esperava que as palavras não ficassem presas em sua garganta – Se quer saber de uma coisa eu não passei meu tempo cultivando o ódio do senhor. Não o odeio.

Ódio não, mas magoa...

– Pode ficar em paz.

Ele o olhou incrédulo, mas com uma centelha de esperança nos olhos.

– Vou ficar com o senhor até que termine. – Segurou sua mão.

– Obrigado.

Ele a apertou mesmo que debilmente e voltou a chorar e por mais que Cristian também quisesse chorar, não conseguiu.

– Podem vir aqui – Jean-Pierre chamou Faith e Callen.

Eles vieram se colocando ao lado de Cristian.

– Obrigado por terem cuidado de Cristian e feito dele um homem decente e inteligente.

– Ele sempre foi inteligente – Faith disso com um sorriso carinhoso – e corajoso, faríamos tudo de novo.

– Ele é o nosso orgulho.

– E meu também, – falou o olhando emocionado – A única coisa que fiz de correto em toda a minha vida, Cristian Pierre Noir.

– Fraser MacNab – completou olhando para Faith e Callen.

– Acho que agora realmente devemos ir – Faith disse – qualquer coisa nos chame cherry.

Ele assentiu os acompanhou com o olhar até a porta, então quando voltou seus olhos ao seu pai ele tinha os olhos arregalados.

– O que foi? – perguntou estranhando – se sente mal? Quer água?

– Você disse Fraser?

– Sim, É o sobrenome de solteira da minha mãe já que o pai dela é um Fraser.

Non pode ser – ele sussurrou.

– O que foi dessa vez, o que está escondendo de mim?

– A lista dos motivos pelos quais você deve me perdoar é maior do que pensa.

– Do que está falando?

Ele respirou sofridamente e gemeu antes de falar.

– Sua mãe era uma moça muito bonita, muito bonita mesmo, mas apenas me casei com ela porque pensei que pudesse tirar algum tipo de vantagem com isso.

Cristian trincou os dentes e estreitou os olhos. E agora com o que mais ele sairia?

– Acabei descobrindo que sua mãe era filha de um homem muito rico, mesmo que fosse uma bastarda acreditei que depois que nos casássemos eu pudesse convence-la a tirar algo de seu pai, mas ela se negou. A mãe de Marie havia lhe dito que quando descobriu que estava gravida foi dizer a esse senhor, mas ele não acreditou nela. Marie obviamente guardou essa magoa no coração. Eu fui conferir para saber como era o pai dela e definitivamente eram a cara um do outro, principalmente os olhos. Os olhos que você herdou de sua mãe.

Arregalou os olhos conforme se dava conta do que ele queria dizer. Os olhos puxados de gato, era uma marca dos Frasers.

– Quem era? – quis saber.

– Quem era não Cristian, quem é. Ele está mais vivo do que eu aquela vellho.

– Quem é – quase gritou.

– Jared Fraser, ele é o seu avô.

 

 

              Quando eu descobri que meu filho, meu Cristian tinha meu sangue fiquei realmente feliz apesar dele não estar, mas é claro eu poderia entende-lo. Parecia tão confuso e não sabia o que fazer.

– Eu devo dizer algo a ele? Mandar uma carta dizendo que eu sou seu neto? Filho de uma filha que ele nunca quis conhecer?

Ele me olhou esperando que eu lhe desse uma resposta, mas eu não sabia o que dizer.

– Não podemos lhe dar essa resposta Cristian, apenas você pode decidir isso. – Callen disse a ele.

 

 

              Jean-Pierre Noir morreu três dias depois. Como Cristian havia prometido apesar de tudo, não saiu do lado dele. Ficou falando sobre sua vida para distrai-lo enquanto podia até que ele não foi mais capaz de abrir os olhos e morresse silenciosamente.

Eu observava Cristian enquanto ele estava ajoelhado junto a cruz no tumulo de seu pai.

– Está triste cherry? – perguntei.

– Não, estou feliz. – ele deu de ombros – Não pensei que eu fosse conseguir mesmo fazer isso, principalmente depois dele me dizer porque se casou com a minha mãe – seus olhos vagaram no vazio – ela merecia ter conhecido um homem melhor. Mas ele era sangue do meu sangue e eu não poderia abandona-lo no momento de sua partida.  Agora só posso esperar que ele tenha encontrado paz.

Eu assenti.

 – No final ele se arrependeu e isso é importante. Dieu lhe dará consolo – deixei uma pequena flor sob a terra ainda fresca.

– Já decidiu se vai falar com o primo Jared?

– Ainda não sei, mau tive coragem de dizer a tante Jocasta – a expressão dele se escureceu, mas o brilho voltou a ela quando olhou para mim – Quer dizer que você é minha prima também?

Eu sorri.

– Primos bem distantes non é?

Ele me abraçou forte e suspirou se afastando.

– Vou pra casa. – Disse e se separou de mim.

              Eu não quis voltar para casa ainda, estava pensando no que havia acontecido o senhor Wilson havia sido preso, não preso exatamente. Ele era rico demais para que usassem tais termos e era possível que ele ainda se safasse comprando alguém, mas graças a Deus Callen estava livre da culpa, porém teria que ir a Cross Creek em breve para contar sua versão dos fatos. Mas a mim não chamaram, claro que não. Já tinham meu marido para falar por mim.

Encontrei Callen perto do Jardim, sentado em um banco pensativo. Eu fui até lá e me sentei em seu colo.

– Como está Cristian? – ele perguntou passando os braços ao redor da minha cintura.

– É espantoso como ele está lidando bem com tudo isso apesar de estar à beira de uma crise existencial. Ele sempre foi muito maduro para idade dele.

– Talvez isso não seja bom, ele não chorou não gritou. Não quero que isso tudo exploda nele em um momento ruim. – ele estava preocupado realmente.  

– No que está pensando? – perguntei prestando atenção nele – além de com Cristian é claro.

– No futuro. – falou seriamente – Acho que é no que todos temos pensado ultimamente não?

Eu não, para falar a verdade apenas Cristian me preocupava, pois quando Callen foi inocentado o tempo parou de correr para mim e eu não estava com pressa para pensar no amanhã.

– Sobre o que exatamente? – perguntei com cautela.

– Sobre voltar para casa ou ficar aqui.

Casa a que ele se referia era a Escócia, eu me encolhi. Eu sentia saudades de Lallybroch, das minhas primas dos meus primos dos meus tios. Mas meus pais, meus irmãos, meu marido e meu filho estavam aqui eu não precisava voltar para lá.

– Callen eu...

Me interrompi quando vimos uma carruagem chegando.

Brianna saiu de lá em pé com a barriga maior do que eu me lembrava, o alivio sacudiu todo meu corpo quando a vi bem e eu pulei do colo do meu marido e fui correndo para abraça-la.

– Grandalhona você está bem! – eu a abracei.

– Estou, mas John não.

– O que aconteceu? – Perguntei olhando para a Carruagem vendo John deitado.

– Tantas coisas. – ela respirou fundo – Vou ter tempo de explicar. E vocês tiveram muita emoção por aqui?

– Acho que sim. – Callen disse atrás de mim – Como está cunhada?

– Bem eu acho. – ela disse nos avaliando – E aqui o que há?

– Nos casamos. – falei erguendo o dedo mostrando a aliança.

Ela arregalou os olhos.

– É uma longa história.

              Era uma longa história, mas quase esganei minha irmã quando ela contou o que fez. Se arrastar por aí atrás de um criminoso que ela perdoou isso em meio a explosões.

Quase desmaiei de preocupação. Eu não sabia se ela era muito corajosa ou muito idiota. E havia o pobre John.

– Espero que fique bem – disse a ele que me deu um sorriso abatido.

 

              Naquela manhã eu queria deixar um pouco as tensões de lado, afinal não haviam sido poucas, então sai com Callen para um passeio em meio a floresta.

– Sua irmã fez uma expressão hilária quando você contou da aranha – ele disse divertido.

– A verdade, é que não sei se aquele inseto horrível saiu do inferno ou foi providência divina para eu me casar com você.

– Providências divina com certeza. – ele riu então me derrubou no chão cheio de folhas e galhos.

– O que está fazendo?

– Realizar mais um milagre.

– Não, alguém pode ver, não estamos tão longe da casa.

– Você não se importou quando queriam me levar.

– Mas isso é diferente achei que ia morrer...

Ele levantou minha saia.

– Não Ca..

Meu grito foi interrompido quando ele pôs a mão em minha boca.

– Não me dê trabalho Sùbh-làir – ele disse enquanto eu tentava me soltar achando graça na expressão dele.

Mas parei de achar graça quando vi uma enorme sombra atrás dele e em cima de nós.

– Me dê um bom motivo para não estourar os seus miolos agora?

Eu arregalei os olhos e quando vi meu pai com a arma apontada para a cabeça de Callen.

 


Notas Finais


Eu demorei postar esse capitulo por causa das revisões, ainda não sei se ficou bom o suficiente, mas eu tentei kkk
Gostaram?
Agora só falta um e o epilogo!
Até a próxima o/


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