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História Faithfully - Capítulo 8


Escrita por: sofiamoonn

Capítulo 10 - Capítulo 8


Fanfic / Fanfiction Faithfully - Capítulo 8

Manuel se jogou no sofá cansado após o filho ter saído correndo para o quarto e se trancar lá. Erik já tinha feito algumas sessões com o psicólogo recomendado por Nina e o comportamento de Erik variava com o passar dos dias.

            O diagnóstico do psicólogo disse que Erik teria autismo, Doutzen chorou quando soube, mas logo deixou isso de lado para perguntar ao psicólogo a melhor forma de tratar o filho. Era bastante assustador saber que seu filho tinha algo, por maior ou menor que fosse o problema, para um pai e uma mãe não faz diferença. Mas os pais de Erik tentavam se manter esperançosos, tendo em vista que o diagnóstico precoce ajudaria no tratamento e o fato do autismo de Erik não ser em um grau severo ajudava muito.

            O autismo de Erik atingia mais o seu comportamento, o que era outro ponto positivo, já que ele não teria que ter outros acompanhamentos como, por exemplo, fonologia, já que sua fala condizia com a idade que possuía.  

            Ainda era muito difícil para que o garoto recebesse informações novas, ainda era bastante quieto na escola e levarem o garoto para um lugar muito movimentado como um shopping ainda não era uma opção, já que Manuel e Doutzen sabiam que o garoto ainda se assustaria em um local como esse.

             Mas os dias que passaram também tiveram grandes avanços, ele se recordava do dia em que Erik chegou em casa animado e contou sobre seu dia, falou das atividades que realizou em sala, o que comeu... E o goleiro não pôde deixar de sorrir em ver o filho contente em passar um dia inteiro rodeado por crianças que ele não conhecia. Afinal, ele nunca tinha voltado feliz da escola, por vezes reclamava de lá, o que fez que Doutzen cogitasse uma educação domiciliar.

            Apesar dos avanços, hoje era um dos dias que Erik não queria contato com ninguém, então Manuel deixaria o menino ficar sozinho como ele tanto queria.

            O goleiro sentiu o celular vibrar no seu bolso e logo o pegou.

 

“Erik estava um pouco desanimado hoje, está tudo bem?”

 

            Ele leu a mensagem de Nina, era um pouco estranho o fato de terem ficado anos sem se falar e agora estavam sempre em contato. Ocorre que, desde o dia da cafeteria, eles se falavam. Tudo começou quando Nina mandou o número do psicólogo, no outro dia Manuel contou que marcou uma consulta, em outro momento Nina perguntava como tinha sido o encontro com o psicólogo.... Foi algo natural, eles ainda se preocupavam um com o outro e era difícil evitar de se falarem.

 

“Mais ou menos, ele foi direto para o quarto quando chegou em casa... É um daqueles dias difíceis...” 

 

            Ele respondeu rapidamente e a resposta não tardou a aparecer.

 

“Sinto muito. Se precisar de algo, só avise...”

 

            Manuel pensou por um momento. Ele estava com vontade de vê-la, desde o dia da cafeteria só se tinham visto quando ele buscava Erik na escola e ele tinha que confessar que os últimos dias conversando com Nina tinham sido muito bons.

 

“Tem sim, você está muito ocupada para fazermos algo hoje?”

 

            Ele mandou.

 

“Não tenho nada para hoje... Estou em casa fazendo o jantar. Quer vir aqui?”

 

            Manuel leu a mensagem com um sorriso no rosto, feliz que poderia ver Nina.

 

“Por mim está ótimo. Pode me passar o endereço?

 

            Nina logo passou o endereço de onde ela morava, logo após, Manuel foi tomar uma ducha.

            Quando passou em frente ao escritório no andar de cima, viu Doutzen mexendo no computador, ela não o olhou e ele saiu sem avisar. As coisas estavam estranhas entre eles e sinceramente não queria dar explicações para onde ia, ela também não fazia o mesmo.

 

-x-

 

            Manuel encontrou o endereço com facilidade, Nina morava no centro de Munique, motivo este que fazia o goleiro conhecer bem o local.

            Ele respirou fundo antes de usar o interfone para ligar para o apartamento de Nina. Quando tomou coragem, escutou o interfone chamar poucas vezes até escutar a voz da morena do outro lado.

– Ei, sou eu. – ele disse assim que percebeu que Nina atendeu, ele não viu, mas ela sorriu do outro lado quando ouviu a voz dele.

– Oi. Vê se a porta abriu. – ela disse e o rapaz verificou que o portão tinha se aberto.

            Ele dispensou o elevador e preferiu subir pela escada, eram apenas quatro andares, mas ele esperava que fossem suficientes para diminuir o nervosismo que sentia. Sabia que era apenas um encontro de duas pessoas que se conheciam por muito tempo e que tentavam manter uma relação de amizade, mas não conseguia deixar de ficar nervoso.

            Há poucos dias ele podia jurar que odiava Nina Heidkrüger, porém, toda vez que a via tinha mais certeza que nunca a odiou de verdade. Ele jamais conseguiria odiá-la e agora que estava certo disso não poderia continuar nutrindo o falso ódio que supostamente tinha por ela. Ele já tinha aceitado que não conseguia odiá-la, então, não tinha porque se manter longe dela quando o que ele mais queria era ficar perto, mesmo que fosse para ser novamente seu amigo.

            Quando chegou no quarto andar logo percebeu que a porta de um dos apartamentos estava aberta, sendo assim, não foi difícil saber onde Nina morava.

            Ele a encontrou encostada no batente da porta, o esperando, ela tinha um pequeno sorriso nos lábios quando Manuel se aproximou dela.

– Oi. – o sorriso se alargou assim que ela o cumprimentou, em seguida ela o puxou para um abraço.

            Manuel podia jurar que tinha se arrepiado dos pés à cabeça. Nina ainda lhe causava uma montanha russa de sensações.

– Estou feliz que tenha vindo. – ela comentou – Venha, entre.

            O goleiro entrou no apartamento e não pôde deixar de reparar minuciosamente nos detalhes. Era predominado por cores neutras, era pequeno, mas muito aconchegante. Ele não se acanhou em entrar na sala e parar na frente de uma grande estante cheia de livros, observou com cuidado àquelas obras, muitas ele reconhecia, outras tantas ele tinha dado para Nina.

            Era uma pequena mania, quando ele viajava sempre retornava com algum livro para Nina, nem que fosse uma obra comprada em uma banca de esquina, ele bem sabia da paixão que a namorada tinha pela leitura.

            Ele não se controlou e pegou em mãos um livro, passou os dedos em cima do título que dizia “Dom Quixote” com certa emoção. Tal livro provinha de sua primeira viagem internacional com o Bayern München.

            Ele ainda se recordava da emoção de estar na Espanha para jogar por seu time, mas a primeira coisa que ele fez em sua folga no estrangeiro foi comprar a referida obra para a amada. Era uma edição na língua espanhola, mas Nina tinha ficado tão contente com o presente! Tinha o abraçado com força e repetido várias vezes como tinha amado o presente. Se fechasse os olhos ele sabia que ainda podia sentir o calor do abraço de Nina naquele dia.

– Você ainda tem. – ele comentou emocionado.

– Mas é claro, são livros, eu jamais poderia jogar um livro sequer fora. – ela respondeu detrás dele – E, bem, eles tem um valor sentimental. – finalizou.

            Manuel devolveu o livro à prateleira e virou-se para Nina.

– Eu.... Senti saudades. – ele disse com a voz baixa, o que falava era verdade, mas se sentia constrangido em dizê-lo. – Agora vejo quão idiota fui em te tratar mal.

– Oh não Manuel, não se sinta mal. – ela o interrompeu rapidamente – Eu que devo me sentir mal por tudo que aconteceu.

            Os dois ficaram em silêncio, Manuel não respondeu Nina. Mesmo querendo voltar a falar com ela, ele não podia negar o que tinha acontecido, não negaria que durante anos nutriu um ódio por ela.

– Venha. – Nina o chamou após um minuto de silêncio – Você precisa comer um pouco. – ela foi para a cozinha e o loiro a seguiu.

            Com um sorriso ela apontou uma cadeira para que ele se sentasse e assim ele fez. Eles ficaram em silêncio, mas em nada era desconfortável, na verdade, era ótimo o momento que tinham. Não precisavam falar nada, eles sabiam que precisavam daquele momento para digerir tudo que acontecia.

            Nina serviu Manuel sob os olhos atentos rapaz e em silêncio eles jantaram.

 

-x-

 

– Sua lesão dói? – Nina perguntou enquanto ensaboava um prato, quebrando o silêncio instalado por longos minutos entre os dois.

– Muitas vezes sim. – ele respondeu secando um copo.

– Você deveria se sentar enquanto termino a louça, não precisa me ajudar, você não deve fazer esforço. – ela disse preocupada.

– Está tudo bem Nina. Estou liberado para andar sem apoios por quanto tempo quiser, não sinto dor... O problema é quando faço os exercícios da fisioterapia, quando tento jogar... – ele sorriu tentando tranquilizar a morena.

– Ok, tudo bem. Mas ainda assim, você não precisa ajudar. Você é a visita.

– Eu não sou exatamente uma visita. – ele riu – Eu te conheço desde quando você usava óculos de grau e aparelho. Já vi muitas cenas fortes para de repente virar apenas uma visita.

            Nina parou de lavar a louça e se virou para o rapaz, ficando frente a frente.

– Ei, não me faça lembrar daquela época. – ela reclamou.

– Ah fala sério, como alguém pode esquecer? Você era tão engraçadinha, ficava uma graça quando estava brava quando os meninos das outras salas chamavam você de quatro olhos. – ele riu, mas tornou a rir mais quando viu o olhar fuzilante que ela o lançou.

– Uma graça? – ela arqueou as sobrancelhas – Não me faça lembrar daquele tempo que eu era horrorosa.

– Você nunca foi horrorosa, Nina. Sempre foi a garota mais bonita de todas. – ele disse sem pensar. Ele não pensava quando estava com ela, apenas falava o que pensava, não podia se controlar, eles sempre foram confidentes um do outro.

            Os olhos dela marejaram com o que escutaram. Aquelas palavras a fizeram se recordar do passado, da relação que tiveram, do amor tão puro que sentiam. Como, no final das contas, tudo tinha se acabado? Ela não sabia como tinha tido forças para terminar o que tiveram.

            Os dois se encaravam sem pudor, mesmo que tivessem passado o jantar inteiro se olhando, eles estavam anos sem se ver, tinham a necessidade de se observarem milimetricamente para saber cada mudança vinda com o passar dos anos.

            Manuel foi o primeiro a fazer uma ação, mas o que ele fez foi totalmente uma surpresa, nem ele sabia que faria aquilo, agia por impulso, sem controlar o que fazia. Ele deu um passo em direção à Nina e com isso ficaram ainda mais perto, a ponto de escutarem a respiração descompassada que tinham.

            Em seguida, o loiro delicadamente colocou uma das mãos em uma das bochechas de Nina. Ela não repeliu o toque, pelo contrário, se aproximou mais.

            Os dois estavam com os lábios à milímetros de distância, já podiam sentir o calor que emanava daquela parte do corpo e tudo aquilo era tão convidativo que logo os lábios se tocaram e mataram a saudade que tinham um do outro.

            Eles se beijaram.

            Sem pressa.

            Sem pudor.

            Eram apenas dois grandes conhecidos se reconhecendo novamente. 


Notas Finais


Oiii, como estão??
Demorei um pouquinho porque estou cheia de provas :(
Espero que gostem e por favor não esqueça de comentar, os comentários de vocês me inspiram para escrever <3
Beijinhoss


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