História Faithfully - Promovida

-Sakuraaaaaa!! -Ino estava gritando em minha frente e dando pulinhos de alegria.

-O que foi? Finalmente arrumou um bonitão rico o suficiente? -Disse em tom tedioso e sem tirar a atenção do computador.

-Credo que mau humor, esse ai é o Sasuke, mas ele infelizmente não caiu em nenhuma das minhas olhadas fatais. Claro ganhei uma promoção, mas isso não me dá o título de senhorita Uchiha. Aliás, acho que você está mais perto de tomar esse título.

-Você é louca. Só pode.

-Eu sempre tive um pouco de loucura correndo em minhas veias. Mas louca ou não um dos Uchiha realmente é caidinho por você porque olha... - Ela jogou novamente o cartão em minha mesa.

-O que é isso Ino?

-O precioso cartão sem limite da empresa bobinha, e a sua passagem e provavelmente a sua promoção. - Ela jogou mais alguns papeis em minha mesa. Levantei a cabeça para olhar para a figura loira em minha frente. - Acha que estou brincando? Leia todos os papeis, e quando terminar sabe o meu ramal estarei te esperando para as compras. E que fique bem claro que eu não me importaria de ser sua assistente se esse cartão estiver em minha posse toda sexta. -Ela saiu animadamente rumo a sua.

-A empresa abriria falência se isso acontecesse. -Ela riu ainda mais alto e disfarçadamente me mostrou o dedo do meio. 

Eu olhava incrédula para os papeis em minhas mãos, havia um envelope com passagens na primeira classe para uma cidade litorânea chamada Lerici na Italia, passagens estas para ficar uma semana. Logo vinham folhas A4 cheias de informações sobre o hotel em que a reserva em meu nome estava feita, e a última folha continha um espaço para que eu assinasse concordando em substituir a gerente de relações pessoais da empresa e assessorar diretamente Sasuke nas reuniões, havia um termo que me dava autoridade suficiente para qualquer tomada de decisão que fosse necessária para o melhor desenvolvimento da companhia. Mal consegui terminar de ler e assimilar todas aquelas informações quando fui interrompida.

-E ai, animada? - Naruto me assustou.

-Eu não sei nem o que dizer.

-É só assinar ué, eu sempre soube do seu potencial Sakura. Não deixe a oportunidade esperando do lado de fora, mande-a entrar. - Ele começou a se afastar rindo. - E Sakura, precisa assinar e entregar ainda hoje.

Já se passavam das sete e o andar estava totalmente deserto. Eu realmente não sabia o que fazer, passar uma semana no exterior com um cargo de confiança nas costas e acompanhando Sasuke. Não sei se seria uma boa ideia.

-O que você quer com meu pai Haruno?

-O que?

-O que você quer? Um salário maior? Uma posição na classe social? Um amante rico?

Ele estava exaltado, chegou gritando e tudo que fiz foi levar a minha mão até seu rosto. O som do estalo fez um eco em todo o andar e o silêncio pairou sobre nós.

-Você pode me chamar de tudo o que quiser, mimada, criança, ingênua. Qualquer coisa Sasuke, mas não me confunda com quem você anda, se as pessoas a sua volta são do estilo interesseiras não generalize e nem me inclua nesse meio. Tudo que tive na vida eu conquistei com estudo e esforço. Me desculpe se seu pai viu em mim o que falta em você.

-Eu sei bem o que meu pai viu em você, esses encontros casuais em pleno horário de almoço. Ele alterna entre você e minha mãe. Deve ser bastante agradável pra você se relacionar com o dono da empresa.

-Sasuke, meus encontros, se é que posso chamar assim, com seu pai são reuniões informais. Posso até admitir que no primeiro almoço seu pai tinha outras intenções, porém respeitou meu espaço, o que por acaso você não está fazendo no momento.

-A claro, por que meu pai deve estar muito interessado na sua opinião sobre os negócios dele.

-Pensei que você tivesse percebido esse fato na última reunião.

-Não seja irônica comigo garota. Ainda sou seu chefe.

-Você é o Diretor da empresa no horário de trabalho, pelo que percebi já se passam das dezenove e lhe devo respeito até onde você demonstra o seu. Você é meu chefe, não o meu dono.

-Continua a mesma insolente. -Eu estava nervosa e meu coração estava acelerado. Sasuke se aproximou ficando a centímetros do meu corpo, seus olhos estavam presos aos meus e eu não desviaria por nada. Pela segunda vez o via alterado. O silêncio reinou por longos cinco minutos. E então ele o rompeu, devagar e com sua voz mais amena. -Eu sempre quis ser o orgulho do meu pai, primeiro meu irmão e agora você.

Eu não sabia como reagir aquilo, mas na hora minha gastrite nervosa atacou e várias facadas foram desferidas em meu estômago, quis reclamar e gritar de dor no mesmo instante, mas meu orgulho doía ainda mais. A reação do meu corpo a última frase dele foi imediatamente desenvolver um nó em minha garganta e meus olhos marejarem.

-Eu não quero tomar seu lugar Sasuke, não se sinta ameaçado por mim. Eu só faço porque me preocupo com a empresa que seu pai tanto lutou para desenvolver. Eu realmente não sei o que acontece na vida pessoal de vocês, mas posso dizer que você não é o mesmo. Suas atitudes tem mudado ultimamente. Cuidado Sasuke. -Peguei meus pertences da mesa e tomei rumo ao elevador, as lágrimas insistiam em cair, mas ele não podia me ver chorar. Ver o quanto me desnorteava. Ao apertar o botão me virei e encontrei seus olhos sobre mim. -Aliás, sua mãe é uma mulher excepcional, pode achar que não, mas você é o orgulho da família Uchiha. -Entrei e a porta fechou, não antes que eu pudesse desfrutar do olhar que antes continha ódio e agora era somente confusão.