Já tinham se passado dois dias, totalmente corridos e eu estava super cansada. Estava terminando de organizar os últimos contratos com Sasuke, a reunião já havia terminado e só restava nós dois na sala. As salas dispostas no térreo do Hotel eram usadas para as pequenas conferências. O que era ótimo, pois já estava a alguns andares da cama mais aconchegante que já tinha deitado.
-Você está me saindo um alicerce com esses italianos.
-Você tem que ter mais paciência, senão acaba com as esperanças de renovar os contratos por aqui Uchiha.
-Obrigado Sakura.
-Não precisa agradecer. Só estou tentando te mostrar que seu pai não estava errado ao meu respeito.
-É, ele realmente não estava. Eu sempre soube do seu potencial, só não estava pronto para admitir.
-Isso se chama medo Sasuke - Levantei meu olhar para de encontro com o seu.
-Medo? Do que Sakura? -Ele arqueou uma sobrancelha.
-De mim. Ciúmes talvez. -Respondi divertida.
Ele se aproximou e tirou uma mecha de cabelo rebelde que insistia em ficar em frente aos meus olhos e a colocou atrás da minha orelha. Estremeci com o toque repentino.
-Você entrou na minha vida como um furacão, não vai sair sem arrumar a bagunça.
Entrei em meu quarto ainda com o coração acelerado. Ele tinha me deixado sozinha, com as pernas bambas e uma gota de suor descendo em minha coluna.
-Sabia que só tem quatro quartos nesse andar? - Ino estava sentada na cama.
-Não e como entrou aqui sua louca?
-Você sabe que sempre consigo o que quero e olha que quarto! Olha
essa cama! - Ela se jogou pra trás.
-Realmente a cama é perfeita. - Me deitei ao seu lado. - Tudo parece estar perfeito! - Sussurrei.
-Tudo mesmo?
-O que você quer saber senhorita Yamanaka? Não seduziria alguém para entrar em meus aposentos sem um motivo plausível.
-Você é minha amiga, não tem nada pra falar?
-Definitivamente, não.
-Todos já estão comentando. -Meu sorriso se desfez. - Vocês são o assunto da empresa. Todos achando que Karin viraria a primeira dama e de repente ele a ignora.
-Ele só me suporta por causa do pai dele Ino.
-Acredita mesmo nisso?
-Ele mesmo me disse, com todas as letras.
-Todo ano a empresa vem a Lerici, e esse quarto sempre ficou vazio. Toda segunda semana de setembro o hotel é reservado para a UCE, você é a quarta integrante do último andar.
-Quarta?
-Naruto, Hinata, Sasuke e agora você.
-Tudo isso por causa de um quarto, é isso?
-Sakura. - Ino se levantou e eu me sentei. - Eu sou sua amiga, só Deus sabe o que eu tentei para aquele homem olhar pra mim do jeito que ele olha pra você. Ele faz de tudo pra ficar mais perto de ti, até me subiu de cargo e eu não sabia nada sobre Relações Internacionais, nem falar inglês eu dou conta direito.
-Mas ele agora tem outra assistente.
-Ele contratou a Karin certo, mas então onde ela está? Te trouxe para a Italia e ainda te fez perder a van para vir com ele no carro. Mesmo que ele tenha essa pose de inalcançavel algo o atingiu, e creio eu que esse algo tenha sido você minha amiga.
-Duvido muito que Sasuke todo-poderoso Uchiha queira algo com Sakura sem-graça Haruno.
-Talvez ele goste da sua sem gracisse, eu só vim te alertar algo que está bem embaixo do seu nariz e só você não vê. Até o lerdo do Naruto que levou 4 anos para perceber a paixão de Hinata por ele já percebeu.
-Ino...
-Você vai escutar muita fofoca por aí, as pessoas tendem a não gostar muito da felicidade dos outros.
-Ino...
-Eu vou indo, acho que foi muita informação pra sua cabecinha oca que só pensa em trabalho, e para sua informação tenho um encontro hoje e é com o Sai. - Ela riu e me deu um beijo no topo da cabeça. - Durma bem.
Ouvi o barulho da porta fechando, olhei o relógio e já eram nove horas da noite. Na minha mente martelavam as palavras de Ino e como uma onda as lembranças das minhas discurssões com Sasuke invadiu minha cabeça.
Tomei um banho demorado e vesti minha camisola com a intenção de dormir. Me deitei, mas tudo que vinha em minha mente eram as situações, os momentos e como num impulso me levantei, peguei meu robe e fui em direção ao bar do hotel. Eu tinha que tirar aquele homem da minha cabeça, esperar essa paixonite passar e seguir minha vida. Só que ninguém estava colaborando com o meu psicológico. Qual é o melhor remédio para esquecer tudo isso? Álcool certo? Não, errado.
Me sentei em um banquinho e pedi o primeiro drink, logo já estava no sexto, eu não era acostumada a beber então já não estava totalmente sóbria. Uma presença me assustou, ele era ruivo e por um instante achei que fosse Gaara.
-O que faz aqui?
-Vim acompanhar a linda dama, uma moça tão linda como você não deveria estar no bar a essa hora. -Ele passou a mão em meu braço.
Instintivamente olhei em volta e não havia ninguém, nenhuma alma viva a mais naquela área do hotel, tirando o único garçom sonolento no bar. Olhando bem ele não era mesmo da empresa.
-Não pode me acompanhar, não sei nem o seu nome.
-Sasori. E agora você me diz o seu boneca.
-Me dê licença por favor. -Virei o restante da bebida e sai em direção ao elevador. Depois de alguns passos senti alguém me agarrar pelo braço e me levar para a área de fumantes do hotel, um hall com algumas mesinhas e sofás que estava igualmente deserta.
Os minutos seguintes foram postos em câmera lenta em minha cabeça, o tal ruivo segurava minha boca com uma mão e com a outra passeava por todo meu corpo, proferia palavras obscenas. Como alguém que nem conheço quer que eu seja dele, me debatia porém com a força do homem sobre mim e o efeito do álcool não fazia diferença o meu esforço.
Senti onde suas mãos haviam chegado e me desesperei ainda mais, consegui elevar o meu joelho e acerta-lo. Cai no chão e sai correndo, o corredor estava escuro e a medida que eu ia passando as luzes se acendiam. Olhava para trás a cada passo, o temor tinha tomado conta do meu corpo. Não sei se era o efeito do álcool, mas minha mente dava um comando e meu corpo fazia o contrário.
Cheguei a porta e bati sem pensar, outra vez e um pouco mais forte. Ele abriu.
-Sakura? - Ele deu uma pausa surpreso em me ver ali em sua porta. -Aconteceu alguma coisa? - Ele passou a mão em seus cabelos.
Com a pergunta desabei, não consegui controlar as lágrimas e o desespero, meus pés não me obedeceram e caminharam em direção a ele, o abracei e uma corrente elétrica percorreu todo meu corpo, parecia que tudo ali havia sumido. E realmente pois apaguei.
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