Era cedo demais para voltarmos de uma festa, não era nem duas horas da manhã quando chegamos em casa. Estávamos sem sono e Lorraine propôs assistirmos um filme, perguntei a ela se podia ser no meu quarto e ela concordou.
Eu não sei nem que filme que ela escolheu. Ela foi até o quarto dela, vestiu uma roupa de dormir mais sensual do que eu esperava. Parecia cetim, com uma cor alaranjada. Ela ficava muito sexy nele. Mas esse era o problema.
Eu não consigo nem prestar atenção no filme tentando descobrir o que está acontecendo comigo. Quando cheguei aqui alguma coisa imediatamente me atraiu na Lorraine. Algo incomum, achei que era só simpatia. Logo depois eu fiquei puto de raiva por causa do Fernando. Aí veio a Júlia e ela chorou por minha causa. Me senti um babaca e eu não sou assim. Posso até ficar com muitas, mais babaca eu não sou!
Mas aí eu não entendi porque eu chorei ao ver ela com o Kaique, ele é um cara legal. Não era proteção. Doeu, lá no fundo, doeu pra cacete. Será que foi assim que ela sentiu ao me ouvir com a Júlia? Se foi, estou completamente arrependido de ter feito aquilo para, meio que, me vingar do lance do Fernando.
Ela é doce, gentil e cheia de vida. Eu andava sem rumo depois da morte da minha mãe e ela me encheu de esperança e de vida. Eu não sei o que diabos é que está acontecendo comigo. Porque eu estou de pau duro, ela está a centímetros de mim e me tentando com essa roupa sexy dela. Só pode ser castigo. Mas o que eu fiz para merecer? Cara ela é minha irmã!
Se bem, que não necessariamente. O pai dela não é meu pai e não... PARA MICAEL! Você já está pensando com a cabeça de baixo e não com a de cima.
Olho para meu lado, ela já está dormindo. Péssima hora, se eu dormir ao lado dela pode ser má ideia. Levanto e decido tomar uma ducha gelada. Cubro ela e vou para o banheiro. Tiro o short e a cueca e jogo no cesto de roupa suja. Ligo o chuveiro e imediatamente entro debaixo da água gelada.
Não adianta, a imagem dela naquele vestido minúsculo preto entra na minha mente. Ela estava tão linda e gostosa nele. Eu só queria ser o Fernando ao segurar ela pela mão. Queria ser o Kaique, ao ter ela no meu colo me beijando. Merda! Para de pensar nela Micael.
- Micah, no que você está pensando?
Eu quase pulo de susto. Ela está me olhando sentada na banheira. Merda, o box é de vidro e ela deve ter visto minha ereção. Que merda! Ela devia estar dormindo.
- Você tá pensando na Júlia? – Ela perguntou.
- O que você está fazendo aqui? – Ela abaixou a cabeça.
- Comecei a ter um pesadelo e escutei a água do chuveiro caindo e vim para cá. Você está a tempo pensativo aí e eu fiquei observando. Você tava pensando nela? – Perguntou, olhando para mim de novo.
- Não. Não estava. – Respondi enquanto desligava o chuveiro e saía do box. – Por que essa pergunta? – Perguntei enquanto enrolava a toalha na minha cintura.
- Por que... Hã... Você está... Você sabe.
- Não é por ela que estou assim. – É por você, pensei.
- Há... Sabe eu prometi que nunca mais ia dormir com você, mas eu tô com medo e me sentindo só. Tem algum problema se eu dormir com você só dessa vez?
- Não. – Tem, mais eu não posso recusar nada quando o assunto é você. – Deita lá, eu já estou indo.
- Tá bom, obrigada Micah. – Ela sai do banheiro.
Mais um motivo que descobri em relação a ela. Não sei dizer não. Espera um pouco. Ela disse que tinha prometido nunca mais dormir comigo, por quê? Será que ela sente o mesmo que estou sentindo? Porque ela prometeu isso?
Enxugo-me e visto uma cueca. Procuro um calção e não acho. Onde diabos estão meus calções? Me lembro que Lorraine esteve no meu quarto antes de me acordar, eu a escutei. Deve ter pegado minha roupa suja. Hoje não é meu dia!
Volto para o quarto e ela está coberta pelo edredom. Ela é sensível ao frio e eu sou totalmente o contrário. Subo na cama e desligo a televisão. Deito de costas para ela. Já é tentação demais ela está aqui. Fecho os olhos e o momento dela me contando que tinha feito à promessa me vem a cabeça.
- Micah, posso te perguntar uma coisa? – Ela quebra o silêncio.
- Pode sim.
- Por que você estava com os olhos vermelhos quando estava descendo a escada? – Ela perguntou.
Eu paralisei, mesmo estando na cama. Eu não sabia que ela havia percebido. Mas, ela percebeu. E agora? O que eu digo?
- Que escada? – Eu tento enrolar.
- Na casa do Kaique.
- Por que eu lembrei da minha mãe. – Menti.
- Ah. Achei que era por minha causa.
- Por que você achou isso? – Ela estava certa, ela acertou em cheio. Porém, eu queria saber por que ela achava isso.
- Por que você poderia ter sentido o mesmo que eu senti quando você ficou com a Júlia.
- Bem... Foi isso.
- Como? – Senti ela virar na cama.
- Eu acho que foi isso que eu senti. Não tinha nada haver com minha mãe.
- Ah. Quer dizer que você então estava pensando em mim lá no banheiro.
É minha vez de me virar. Olho para ela e ela parece curiosa. Onde ela quer chegar com esse interrogatório? Ela chega mais perto e eu sinto meu corpo todo ser puxado para o dela. Estou mais duro do que pedra. Está chegando a doer. E ela não está ajudando. Agora percebo que não é uma pergunta, ela afirmou, afirmou que eu estava pensando nela.
- Como você sabe? – Perguntei.
- Meus palpites dificilmente falham. – Ela respondeu.
Aquilo foi a gota d’água. Foi o impulso. Eu a puxei para mim, eu a beijei. Beijei minha irmã postiça e foi recíproco. Logo ela estava em cima de mim. Eu estava travando uma guerra com sua língua. Ela beijava melhor que todas as garotas que já beijei. Ela me deixava guiar o beijo. Sabia me dar o espaço. Deixava eu chupar sua língua e morder de leve seu lábio inferior. Eu a estava beijando. E eu nunca havia imaginado que fosse tão bom.
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