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História Fake Hopes - 01


Escrita por: macanuds

Capítulo 2 - 01


Fanfic / Fanfiction Fake Hopes - 01

Pov's Narrador


   Percebeu quando inspirou o forte cheiro de cigarro presente no ambiente, no entanto estava disposta a lutar pelo território ainda que recém descoberto. Logo quando percebeu que a figura tinha uma forma feminina amenizou o aperto que fazia entre os dentes pressionados pelo seu maxilar, devido à tensão, frio e um pouco de hesitação os quais eram sentimentos frequentes desde que se reconhecia por gente.Nina sempre fora uma menina frágil e sonhadora, até o mundo fazê-la amadurecer à força, no entanto era possível reconhecer em seu rosto, desenhado por traços leves e ainda assim marcantes e até um pouco intimidantes, expressões de quando era mais jovem. Mesmo sendo mais baixa em relação à mulher, localizada no canto oposto ao seu naquele aposento vazio e empoeirado, que tinha o lado direito da face um pouco iluminada pelo brilho emitido pela lua, não estava com tanto medo.

  Temendo parecer fraca determinou de bate pronto:

- E-eu irei dormir aqui hoje. - condenando-se mentalmente por gaguejar num momento tão decisivo de sua noite. Já a outra voz, calma, à vontade demais, talvez até debochada, perguntando depois de soltar a fumaça de seus pulmões por sua boca lentamente:

-Qual seu nome?

  A voz fria e rouca arrepiou a espinha da menor fazendo-a tremer antes de compreender a pergunta e levar alguns segundos a mais do que o necessário para formular uma resposta:

  - Ni-Nina-falou em voz alta, mas parecia que sua gagueira tão rara de acontecer estava se manifestando, e sem dar folga alguma, mas a maior pareceu fingir não perceber o aparente nervosismo em sua voz, ou simplesmente resolveu ignorá-lo.

  - Tudo bem então, eu deixo que fique aqui por enquanto, até achar sua turma.

  Quem ela pensa que é? 

Um mini-sorriso forçado e irônico nasceu nos lábios de Nina enquanto arrumava o canto do cômodo no qual iria dormir, entretanto decidiu não reponder à altura, esse mesmo sorriso desapareceu ao constatar que a outra a estava encarando, seus olhos concentrados não apenas em seu rosto,e sim percorrendo seu corpo inteiro e pela sua expressão, havia gostado do que viu, pois estava com um sorrisinho satisfeito nos lábios. Nina sentiu seu rosto ferver numa mistura de raiva e por algum motivo, de vergonha, a mais nova não entendeu essa última sensação já que devia estar acostumada à pessoas olhando seu corpo,mas esses pensamentos foram cortados pela voz da mais velha que parecia não ter notado seu rosto enrusbecendo e logo em seguida o pequeno conflito interno em que a menor se encontrava, e assim propôs sem vergonha alguma:

  - Olha...que tal dividirmos os cobertores? Assim dormimos perto aproveitando uma o corpo da outra para se aquecer e ficamos com os dois cobertores para manter a temperatura,li algo assim em um livro uma vez.

  Primeiro Nina pensou "Só pode ser piada" mas reparou na expressão séria da maior e pensou um pouco a respeito, e mesmo não querendo consentir nem se arriscar a dormir com uma estranha precisava concordar que fazia certo sentido, mas elas continuavam pessoas que acabaram de se conhecer! O que fazer quando uma parte do cérebro não entra em consenso com a outra?

  E como em todas as vezes que a convenciam, mas não tinha coragem de admitir que gostou da ideia, respondeu como quem não queria prolongar muito o assunto:

  - É, pode ser.  

  Pelo amor dos céus o que eu estou falando eu não posso dormir com alguém que acabei de conhecer.Nina tentava raciocinar direito, lutando para fazer a parte moral e racional de sua mente chegarem a um acordo.

  A maior parecia ter gostado, e muito da resposta deixando isso claro em sua expressão um pouco diabólica, o que fez a mais nova hesitar um pouco antes de se deitar e repensar na proposta feita a segundos atrás.

Ouviu os passos da outra se aproximando de onde estava e novamente aquela voz que pouco havia escutado, mas rapidamente havia se acostumado com o tom, agora bem menos frio do que o que foi recebida ao entrar no lugar:

  - Não vai comer?

  - Já comi- mentiu.

  - Tá certo. 

  Nina acomodou-se melhor em seu cobertor e se permitiu relaxar um pouco após olhar de relance para suas costas e perceber a expressão séria, mas leve da maior que havia se sentado ao seu lado no chão e lhe direcionou um pequeno sorriso como se querendo comunicá-la que não a faria algum mal ou abusaria de seu corpo, mesmo sentido a barriga vazia.

  O que se seguiu foi uma tortura, que graças ao senso de percepção da que estava sentada, não durou muito mais tempo. A mais velha fazia barulhos de embalagem ou pacotes abrindo, Nina não sabia pois estava de olhos fechados tentando se concentrar em seu sono e cansaço, até que os sons momentaneamente param, parecia mastigar, o som e cheiro da comida fez a barriga de Nina roncar involuntariamente, fazendo barulhos distintos e nada sutis, o que fez com que a maior logo lhe oferecesse:

  - quer um pouco?

  - Não, estou bem.- pelo tom de voz podia se ver que ela não estava nada bem, já fazia umas boas horas que tinha feito sua última refeição.

  A maior se aproximou um pouco mais e percebeu a mais baixa trêmula, com a mão na barriga, sem mesmo estar consciente disso, provavelmente estaria doendo de fome:

  - Toma.- aproximou o sanduíche do nariz de Nina e a mesma se contorceu pelo que o cheiro lhe causava,aumentando cada vez mais o aperto no seu estômago, escondendo metade do rosto atrás de seu braço, tirando-o dali após perceber o ato um pouco infantil:

  - Não precisa dividir comigo, é seu...jantar. - tentando se manter firme em sua decisão, era insistente, só não mais que a outra.

  - Tenho outro na mochila.

  - Não precisa mesmo...- nem ela mesma acreditava mais no que estava dizendo. 

  - Coma logo, antes que tenha algum problema com seu estômago. Teimosa...- a última parte não passou de um sussurro.

  Nina ignorou o último comentário e encarou aquele sanduíche por mais alguns segundos com água na boca logo depois de se sentar, até que a outra cansou de esperar e juntou os dedos polegar e indicador da mão esquerda em formato de pinça,aproximou eles e os encostou nos lábios da menor, empurrando delicadamente o superior para cima e o inferior para baixo, fazendo-a parar com a pressão nos dentes e abri-los no automático, e com um pouco de choque, para dar passagem ao pão que a maior aproximava de sua boca, a mesma fechou-se quase que automaticamente já que se tratava de um gesto impensado, mastigando o pedaço. Reprimiu um gemido de satisfação ao sentir que estava recheado com queijo e presunto, a saudade de algum alimento que não estivesse fora de validade ou ruim era demais, se lhe oferecessem um misto quente em troca de casar-se com qualquer pessoa, aceitaria.

  E era nisso que pensava agora, o que será que aquela mulher queria em troca dessa hospitalidade toda, dinheiro? De jeito algum, não tinha, e a maior muito provavelmente já havia notado isso, companhia talvez..., estava tentando se convencer de que não era nada além de amizade que aquela desconhecida queria ,quando foi tirada bruscamente de seus pensamentos ao sentir o resto do sanduíche ser depositado em suas mãos frias, ficou calada observando ela levantar-se alcançar sua mochila que havia ficado do outro lado do cômodo e a colocar ao lado de um colchão também do lado oposto ao seu, no qual sentou e mexeu nela até tirar de lá um outro embrulho, desembrulhar e comê-lo mais rapido que a menor, quando acabou nem havia sujado as mãos e já estava escovando os dentes em uma pia que parecia não ser usada há anos e por sorte ainda funcionava mesmo a água saindo fraca da torneira, ficava em outro quartinho no final de um corredor daquele edifício cheio de salas e andares que deviam estar, aparentemente, abandonados e trancados, enquanto a mais baixa terminava a sua janta improvisada e se levantava para fazer sua higiene já que mais cedo havia quase se esquecido, assim que a outra voltou para perto dos cobertores da menor carregando seu próprio colchão e sua mochila logo que guardou sua escova lá dentro, colocando-os lado a lado antes de ver a de cabelo curto sair do recinto e de se deitar e puxar o seu cobertor para cima e esperar a mais nova.

Alguns minutos depois as duas se encontram uma ao lado da outra com duas camadas de tecidos diferentes as cobrindo, pois apesar daquele cômodo ter sido escolhido a dedo a temperatura baixava muito à noite, fazendo Nina questionar a si mesma e pensar se um dia iria viajar para lugares tropicais, quem sabe ir à praia ou qualquer coisa que seja ela só queria sentir um pouco de calor , e como se a mais alta pudesse ouvir seus pensamentos logo sentiu um braço quente em cima dela envolvendo sua cintura e um calor em nas costas que secretamente agradeceu e não ofereceu alguma resistência, mesmo com uma parte do cérebro ainda inconformada de ter acabado de conhecer aquela pessoa e já estarem nessa intimidade toda, fingindo estar sonolenta. Cinco minutos depois finalmente conseguiu relaxar o suficiente para dormir.

  - Boa noite, Nina.- murmurou a mais velha próximo ao ouvido direito da outra, o que a fez arrepiar-se. Antes de adormecer afirmou para a outra se dando conta:

  - Você não me disse seu nome.



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