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História Fake Smile - Park Jimin


Escrita por: sugar_monster

Notas do Autor


[AVISOS] Tenham em mente que não aprovo ou admiro qualquer tipo de violência abordada nessa fanfic.
Se você é sensível a conteúdos pesados como mortes, sequestros e violência verbal/física, por favor não leia.
Grande parte dos cenários dessa fanfic é Angst, estejam avisados.

beta por: Nova

Boa leitura ♥

Capítulo 1 - Park Jimin


 

 

Sábado, 21h00.

Aquele sábado era diferente de todos os outros. Sentados em torno de uma mesinha de centro que antes parecia muito mais útil do que agora, os cinco jovens abatidos encaravam diferentes pontos sem realmente saber o que estavam olhando. Yoongi lembrava-se de um dia como aquele, ocorrido apenas uma semana antes, onde todos riam e se divertiam como crianças. Era estranho e no mínimo agoniante o quanto as coisas podiam mudar em apenas uma semana, graças a uma única coisa.

De todos ali, o mais abatido era Seokjin, o mais velho. Sentado exatamente no meio do sofá, entre Jungkook e Hoseok, se tornava ainda mais obvio o quão trágico era o clima na sala de estar, já que os três mais barulhentos e divertidos estavam um ao lado do outro, expressando rostos preocupados e quietos. Jin, no entanto, deixava uma ou outra lágrima cair por sua bochecha. Aquilo doía no segundo mais velho como se a mesma lágrima se tornasse um homem de forte punho segurando seu coração e tentando explodi-lo em apertos.

Ao seu lado, sentado em uma poltrona igual à sua, estava Kim Taehyung. Yoongi preferia não encarar aquele homem de forma alguma. O detestável Kim Taehyung, a qual todos amavam e parecia (na opinião de Yoongi, fingia) ser o mais abalado ali depois de Seokjin. Sua aparência era deplorável, os fios desarrumados e grandes olheiras debaixo de seus olhos perigosos. Min não queria encarar o garoto, mas fizera. Lentamente, focou seus olhos em algo na mesa, depois a enorme TV de Hoseok, para enfim caírem sobre o garoto.

Diferente de outras vezes a qual aquilo acontecera, Taehyung não estava lhe observando de volta, como se seus olhos estivessem sempre prontos para retribuir o desprezo que o mais velho sentia por ele. As íris escuras estavam direcionadas ao celular de tela apagada, o de fios castanho claro observava o objeto como se pudesse ligar o visor com a força da mente, é claro, sem obter sucesso. Por um momento, muito breve, o mais velho pensou vê-lo nervoso. Não abatido, não apreensivo, apenas nervoso. Como se esperasse ser repreendido por algo errado que fez. Franzindo o cenho, o moreno desviou o olhar, bem em tempo de vê-lo direcionar os próprios a si.

Yoongi lembrava-se da primeira vez que o viu, há cerca de três meses, em uma noite como aquela. Também era sábado, provavelmente naquele mesmo horário, sentado exatamente naquele lugar. A poltrona tinha o ângulo de visão perfeito para ver quem estava do outro lado de uma porta semiaberta por Hoseok e fora exatamente naquele espaço que o viu. Kim Taehyung, com um enorme sorriso, uma profunda voz e amáveis olhares, nunca direcionados a si. Yoongi nunca os viu amáveis, para ele, Taehyung o encarava como um predador, um perigoso carnívoro em busca do seu jantar. Taehyung o olhava com cobiça, como se Yoongi, a presa em questão, tivesse uma carne aparentemente deliciosa. Como se quisesse lhe arrancar a garganta com os dentes.

Ao contrário de si, todos pareceram amá-lo de cara. Um garoto desconhecido que Hoseok conheceu em algum lugar a qual Min não se recorda e que de repente fazia parte dos encontros a cada 15 dias, era próximo todos e precipitadamente, namorado de Park Jimin. E agora, aquilo estava acontecendo. Há dois dias, Yoongi evitava veemente o olhar de Taehyung, por simplesmente não suportar o fato de que ninguém pensava que a culpa de tudo aquilo era dele. Não o encarava por Seokjin, com o qual tivera uma terrível discussão na quinta, por insinuar exageradamente o quanto o garoto era suspeito.

Min não era introvertido, muito menos antissocial, aceitava bem quando alguém novo passava a fazer parte da vida deles, afinal, fora assim com Jungkook. Mas se tinha uma coisa em que o garoto acreditava, era em sua intuição. E não houve, em momento algum, desde que Taehyung chegou um único segundo em que o mais velho sentiu que poderia confiar nele. Então, de repente… Aquilo aconteceu. E Hoseok continuava permitindo aquela pessoa passar pela entrada de seu apartamento e fingir chorar com todos. Era desgastante e nojento.

– Você está bem, Yoongi Hyung? – a gutural voz então soou baixinha, lhe puxando da viagem ao passado que Yoongi mais uma vez fazia. O Kim mais novo agora lhe encarava e, quando Min o encarou de volta, observou a desconexa expressão de Taehyung. Seu rosto se mostrava preocupado, mas seus olhos misteriosos estavam queimando e seu sorriso parecia querer aparecer de forma diabólica naquela expressão inocente.

– Por que está me perguntando isso? – indagou, retribuindo-lhe o olhar da mesma forma; como se fossem pegar fogo a qualquer momento.

Kim não respondeu em palavras. Ao invés disso, apontou sutilmente para as mãos de Yoongi e só então o mais baixo dos dois percebeu o quão forte estava apertando os braços da poltrona. Era possível ver os nódulos de seus dedos extremamente tensos e a pele clara avermelhada. Relaxando-os então, o mais velho suspirou e negou com a cabeça, querendo a todo custo encerrar aquela conversa. Não gostava de trocar uma única palavra com Taehyung e só o fazia quando precisava manter o clima agradável.

O silêncio então caiu na sala por mais um longo tempo. Ninguém se atrevia a dizer uma única palavra. Além das características fungadas de Seokjin e Jungkook, o único som que ecoou na sala novamente fora o ringtone de um celular. Ao contrário do que pensava, não era o aparelho de Taehyung que fazia barulho, como ele esperava tanto. Era o seu. Uma série de números a qual tinha apenas uma vaga ideia a quem pertencia brilhava no visor, fazendo algo no seu estômago doer como o inferno. Hesitando o pior e esperando o melhor, atendeu.

A voz do outro lado da linha era, de fato, conhecida. O policial a qual os prometeu entrar em contato não importava o resultado ao fim de todas as buscas diárias soava muito mais calmo e cuidadoso do que o normal. Enquanto em seu ouvido dava as notícias e instruções sobre o que fazer, Jungkook, Seokjin, Hoseok e Taehyung – que se apressou em sentar no braço do sofá – o encaravam apreensivos. Quando o longo polegar de Yoongi desligou a chamada, tinha a sensação de que sua pele estava muito mais fria do que o normal e, pela cara de espanto dos outros, provavelmente estava pálido.

– Yoon... O que houve? – Jin finalmente perguntou e era obvio o quão apavorado ele estava.

– Encontraram o Jimin… – ofegou, como se aquela frase tivesse saído com muita dificuldade, lutando com o imenso enjoo que o garoto sentia. Olhando agora para as próprias mãos trêmulas e contra sua vontade, continuou: – Ele… Ele está… Morto.

 

 

Quarta, 15h31.

Não parava de chover desde a madrugada de sábado. Era como se o céu chorasse junto à Seokjin e Hoseok, incansáveis, deprimentes. Yoongi também chorou nos dois dias que se seguiram. Sozinho em seu quarto, sentindo em seu peito um estranho perigo e solidão, que aos poucos se tornaram seus companheiros. Às vezes, o jovem e abatido Jungkook o visitava e juntos tomavam café, distraindo-se ou arriscando-se conversar sobre Jimin. A última coisa era realmente difícil para ambos, mas Yoongi tinha certeza de que deveria ser ainda pior para Hope e Jin e quinhentas vezes pior para a família do jovem em Busan.

Jungkook não estava consigo agora. Sua atual companhia era a xícara de café em suas mãos, os pingos caindo um pouco menos fervorosamente do que antes do outro lado da janela a qual estava sentado próximo e a maldita sensação. Mesmo que tentasse, era difícil não pensar em tudo aquilo. Especialmente depois da conversa com Jungkook, na noite anterior. Era incrível o quão burro Yoongi poderia ser. Não importava o momento, não importava quão sensível e sem forças todos pareciam estar, sempre que Min mencionava qualquer suspeita sobre Taehyung, uma discussão era gerada.

“Você não acha que está passando dos limites?” a frase de Jungkook ecoava em sua mente como um CD arranhado. Por que todos estavam lhe dizendo aquilo, afinal? Não era tão obvio o quão ridículo era a história da polícia sobre o assassinato de Jimin? Com um suspiro pesado, encostou a cabeça no vidro embaçado e tentou não pensar naquilo. Ainda era doloroso. Esperava que, mesmo que desconfortável, pudesse cochilar, tentar recuperar um pouco das noites mal dormidas.

No entanto, antes que pudesse pensar em relaxar, um ruído incômodo ecoou pela casa, fazendo-o abrir os olhos instantaneamente. A campainha lhe causou estranheza por diversos motivos. Primeiro que, se fosse qualquer um de seus amigos, eles entrariam na casa sem ao menos avisar, afinal, todos eles conheciam a senha da tranca do apartamento de Yoongi. Segundo que não poderia ser um vizinho, afinal, Min não socializava com nenhum deles além de cumprimentos educados nos corredores. Terceiro, não poderia ser nenhum policial, afinal, o encarregado da investigação do desaparecimento e assassinato de Jimin sempre avisava quando estivesse a caminho, perguntando se o garoto estava em casa ou se atrapalharia fazer uma visita para colher mais detalhes sobre a vida e rotina de seu amigo. Sendo assim, não fazia ideia de quem poderia ser e isso o assustava um pouco.

Parado, observando a porta de seu quarto como se esta fosse a entrada do apartamento, não moveu um dedo, até se sobressaltar com o mesmo som se repetindo por toda a casa. Quem quer que estivesse ali, não parecia desistir fácil. Seguindo a passos lentos em direção à porta, Yoongi, em seu dilema sobre a insônia, sequer se lembrou de ligar o pequeno visor e verificar a câmera ao lado da porta, puxando a maçaneta sem cerimônia. Quem encontrou do outro lado o fez congelar novamente.

– Será que podemos conversar Hyung? - indagou Taehyung, com aquela típica expressão de cachorro abandonado, com seus profundos e misteriosos olhos que não causavam nada além de terror em Yoongi. Com um suspiro, continuou: – Não vai me convidar pra entrar?

– Não. - disse o mais velho com firmeza, empurrando a porta com toda força que tinha. Naturalmente, Taehyung tinha uma capacidade muito maior de impedir a ação de Yoongi e fora isso que fizera, continuando a lhe observar como alguém realmente sofrido e cansado. Min achava tudo aquilo uma grande mentira. – Será que pode, por favor, me deixar fechar a porta?

– Por que estamos fazendo isso, uh? - suspirou. – Hyung, eu não quero mais esse clima tão ruim entre nós dois. Jimin se foi… Você acha que ele merece isso?

– Você acha que ele mereceu morrer? Eu não me importo com o que você supõe que Jimin não gostaria. Não quando sei quem é o verdadeiro culpado. Ele não merecia nem mesmo a sua preocupação, Taehyung.

Mais um suspiro frustrado escapou dos lábios de Taehyung. Se estava ficando impaciente ou apenas chateado, Min não se importava. A única coisa que realmente importava era se trancar naquele apartamento, com o garoto do lado de fora e de preferência bem longe. – O que quer dizer com verdadeiro culpado? - o mais novo arriscou e aquilo só reforçava ainda mais as suspeitas até então absurdas de Yoongi.

– Quero dizer que eu sei que você tem ao menos parte da culpa. A morte de Jimin. Ninguém acredita no que digo, mas não vou simplesmente parar de pensar que você é culpado. Se duvidar, o próprio assassino. - Mesmo que aquilo soasse loucura quando dito em voz alta e diretamente ao garoto, o mais velho não recuou. Viu o outro suspirar uma terceira vez. Seus olhos pareciam então mais úmidos do que o normal, as linhas de expressão contraídas na careta dolorida de Taehyung.

– Como você pode achar uma coisa dessas? - Indagou em seu mais incrédulo tom – Eu amava Park Jimin. Eu ainda o amo. Você só está enlouquecendo por causa do que houve. Não há outra explicação. Eu sinto falta dele, Hyung... Eu nunca faria mal a ele, nem a mais ninguém. Eu não sou esse monstro absurdamente cruel que você inventou na sua cabeça.

Mesmo que fungando, mesmo com lágrimas correndo pelas bochechas de Taehyung, por mais sofrida que fosse sua voz e expressão, Yoongi permaneceu inabalado. Frio como os polos, o mais velho entreabriu os lábios e disse: – Eu não acredito em você, Taehyung. Vá embora. - e tornou a empurrar a porta.

Antes que pudesse encaixá-la na tranca completamente, ouviu um baque abafado e pesado próximo ao seu ouvido. Taehyung mais uma vez segurava a porta com ferocidade e absurda força. Min engoliu em seco. Seu olhar não era o mesmo miserável de antes. Podia jurar que estavam nublados, como se uma tempestade perigosa estivesse prestes a cair. Pareciam mais escuros do que nunca. O rosto sério, apesar de conter explícita umidade de um choro recente, não demonstrava qualquer fraqueza, qualquer dor. E quando Yoongi pensara que o garoto havia congelado ali mesmo, tudo o que havia de mais obscuro de repente retornou ao que era antes.

– Vou provar que está errado. – disse por fim, recuando lentos passos e assim seguindo em direção ao elevador sem olhar para trás. Yoongi observava as costas alheias. Seu coração pulsava como nunca, sequer conseguia se mover. Quando as portas do enorme cubo de metal estavam se fechando, por uma brecha, notou aquele mesmo olhar e, apesar de todo seu corpo reagir em arrepios, Min o encarou de volta, até que todo o contato visual fosse cortado pelo elevador. Quando Yoongi fechou a porta, garantiu mais de uma vez que estivesse bem trancada.

 

 

Sexta, 08h50.

Milagrosamente, havia parado de chover. Yoongi adorava chuva, mas era um alívio poder sair por aí sem correr o risco de bater as pontas do guarda-chuva no das outras pessoas, ou não precisar se preocupar em esquecer o objeto por aí. No entanto, a caminhada não era divertida, animada e muito menos relaxante. O caminho já havia sido feito algumas vezes pelo garoto, mas sempre em ocasiões muito melhores do que agora. Naquele momento, Min pensava em como encararia a senhora Park.

Como um dos mais velhos e juntamente de Jin, prometera a ela e o senhor Park, cinco anos atrás, que cuidaria de Jimin durante sua nova vida na capital e assim fora feito, ao menos até aquela semana. Não podia se sentir culpado da morte do seu amigo tão doce e bondoso, mas algo em seu coração dizia que Yoongi poderia ter feito algo para impedir aquela tragédia. Eu não devia ter deixado ele se aproximar de Taehyung, dizia em seus pensamentos mais sinceros.

De todo modo, não poderia ser tão ruim para si quanto era para Seokjin. Ele quem havia ficado responsável por receber os Park em Seul e acolhê-los em sua casa que provavelmente não cheirava mais à comida coreana e biscoitos, muito menos ao aconchego. Devia ser horrível lidar com o rosto cansado dos pais de Jimin e ter de segurar a própria tristeza em prol de não piorar a deles.

Antes mesmo que pudesse perceber, já estava em frente à loja pela qual buscava. Era pequena, mas, ainda assim, bastante charmosa e exalava diversos aromas: perfumes de flores, plantas refrescantes e terra. Não sabia há quanto tempo estava parado de frente aquela floricultura, mas não poderia ficar mais. Adentrou ao estabelecimento e olhou em volta, começando a pensar qual o melhor tipo de flor para a situação.

– Posso ajudá-lo? – Disse uma profunda voz às suas costas, enquanto o garoto observava diversos buquês com flores de várias cores, expostos em uma prateleira qualquer. Girando em seu eixo, via agora um homem alto de cabelo roxo, um grande sorriso e covinhas em suas bochechas.

– Estou procurando flores… – Respondeu debilmente, torcendo para que seu rosto não tenha ruborizado ao notar quão tolo havia sido.

Namjoon era o nome estampado em seu crachá, Yoongi percebeu o sorriso do rapaz aumentando ao dar uma risadinha baixa e soprada. – Veio ao lugar certo, senhor… De que tipo de flores precisa? É para uma garota? Nossas rosas estão realmente frescas e bonitas, garanto que ela vai adorar.

– Ah… Bem… Na verdade, não é exatamente uma garota… É pra mãe de um amigo… – disse e, ao ver confusão no rosto do atendente. Teve a certeza de que estava corando. – N-não é bem isso… É que esse amigo… Bem, ele faleceu. – Seu tom se tornou estranhamente mais baixo e o resquício de divertimento naquele dialogo havia sumido completamente.

Apesar disso, Namjoon ainda o olhava com um reconfortante sorriso e em um silêncio que quase não foi percebido pelos dois. Piscando, o homem pareceu voltar a si e olhou em volta rapidamente, como se buscando a melhor opção, antes de voltar a encarar Yoongi, que já o observava previamente. – Existem uns cartões para esse tipo de situação senhor… Desculpe, qual seu nome?

– Yoongi… Min Yoongi.

– Bem, certo. Existem alguns cartões para pessoas de luto, senhor Min… Talvez seja melhor do que flores? Mais formal, talvez? – Sugeriu um pouco mais sério, pronto para seguir à prateleira dos tais cartões, mas antes que o fizesse, Yoongi o respondeu:

– Não sei bem… Parece frio… A senhora Park realmente gosta de flores, então… Acho que seria um pouco insensível lembrar que Jimin está… Bem… Você sabe. – Disse um tanto aflito, sem notar que havia mencionado o nome do falecido.

– Entendo… Você saberia dizer a flor preferida da senhora Park?

– Bem… Há uns anos ela havia contado que em seu casamento gostaria de ter tido um buquê de lírios. – Contou distraidamente, sequer notando que estava comprimindo seus olhos, observando o vendedor na altura de seu pescoço e clavícula.

– Lírio combina com a situação… Sabe, aquela coisa toda sobre o significado das flores… – Min apenas assentiu, dando de ombros em seguida. Namjoon provavelmente havia entendido aquilo como uma resposta positiva à sua sugestão, pois tirava do bolso de seu avental um pequeno caderninho e uma caneta, anotando algo rapidamente. Por fim, destacou o papel em questão e deu ao mais baixo dos dois. – É o seu pedido… O senhor pode esperar ali no caixa enquanto eu preparo as flores…

Apenas assentindo, Yoongi seguiu para o local indicado, apoiando-se no balcão após puxar o celular de seu bolso, mandando uma rápida mensagem para Jin, avisando que não demoraria e lhe perguntando se gostaria que o garoto levasse alguma comida instantânea para ele. Antes que pudesse obter uma resposta, Namjoon estava parado do outro lado do caixa, prendendo os lírios brancos com um papel fino e um charmoso laço rosa claro.

– Aqui está. – Deixou sobre o balcão, digitando algo no computador ultrapassado que havia ali, enquanto Yoongi via na pequena notinha em sua mão o preço a pagar. – Desculpe, senhor… Será que posso lhe fazer uma pergunta meio indelicada? – Yoongi, que agora remexia em sua carteira, tirou os olhos de seus wons e encarou Namjoon por um momento, antes de assentir hesitante e um pouco desconfiado. – Seu amigo… Você disse que se chama Jimin… É o mesmo Park Jimin que saiu no jornal essa semana? Aquele que disseram ser o último ato do tal Serial Killer?

Yoongi não sabia que a tragédia em questão havia saído nos jornais. Estivera ocupado demais sendo testemunha em diversos depoimentos ou isolado em sua própria casa, tentando não se afogar em preocupações e atrasar com todo o trabalho acumulado, mesmo que seu chefe tivesse lhe dado “férias”. – Sim… Eu sou amigo desse Jimin… Quer dizer, era…

Namjoon então suspirou e mais uma vez aquele olhar de compaixão observava Yoongi. Desta vez, o mais baixo retribuiu somente por um momento, antes de desviar e voltar a contar o dinheiro de sua carteira. – Eu sinto muito…  Ele era realmente jovem e parecia ser uma pessoa boa…

– Sim, você tem razão… – Dessa vez, o garoto esboçou um pequeno sorriso, sendo retribuído pelo outro. Entregou o dinheiro e a nota com uma escrita descuidada, pegando as flores. Antes que pudesse sair, Namjoon lhe empurrou outro papelzinho com a mesma caligrafia e o mesmo sorriso que viu quando entrou naquela loja.

– Se precisar conversar…  – disse simplesmente e, quando Yoongi desviou o olhar para o papel, viu um número anotado ali. Apesar de confuso, o pegou e agradeceu timidamente o de fios roxeados, fazendo uma breve reverencia antes de deixar o local, olhando para trás mais uma vez a tempo de ver um breve aceno e um “obrigado pela compra” gritado por Namjoon.

Enquanto caminhava pela calçada fria em direção à casa de Jin, observava aquele número com cuidado e atenção, sequer notando o cheiro dos lírios lhe invadindo. Guardando finalmente o papel no bolso, suspirou profundamente e sentiu-se parcialmente sufocado, afastando o buquê um pouco de si e seguindo para o local de destino, com os pensamentos confusos e ansiosos voltando a invadir sua mente e desejando encontrar tempo para conversar a sós com Seokjin sobre aquelas malditas notícias.

 

 

 


Notas Finais


Antes de tudo, queria me desculpar por matar o Jimin :\
Eu realmente não queria, mas não teria o mesmo peso se fosse um personagem original, certo?
A segunda coisa é: eu sei que as informações básicas ficaram muito subtendidas e que vocês provavelmente querem saber quem foi o real culpado do assassinato e como ocorreu, mas prometo que no próximo capitulo algumas coisas serão explicadas ~~~

Espero que tenham gostado,
até a próxima ;)


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