Henrique despertou com a loira misteriosa ao seu lado na cama.
- Bom dia Carine - ele disse vendo a jovem levantar.
- Bom dia Henrique - ela sorriu simpática vestindo seu vestido negro - vai me da seu telefone? Nossa noite merece um relembre - ela ajeitou os cabelos e o tatuado sentou na cama.
- Pega minha calça ali para mim, capaz de você ver minha barriga a luz do dia e desistir de me encontrar de novo - ele disse rindo e a loira legou sua calça no chão. - tem um cartão no bolso.
Ela vasculhou pelos bolsos e encontrou o pequeno circulo dourado, a aliança que Henrique usava e havia tirado quando lavou a mão na boate.
- Você é casado? - Carine gritou - eu não acredito nisso.
- Eu não sou casado - ele tentou se redimir mas a mulher estava terrivelmente nervosa.
- Eu não acredito que eu estou num quarto de motel com um homem casado - ela passava a mão pelos cabelos ainda mais agitada - eu me sinto horrível.
- Calma, eu não sou casado.
- E essa aliança é de outra pessoa? Você anda com a aliança de outras pessoas no bolso? Eu não sou idiota, tenho horror a traição, meu pai traia minha mãe quando eu era criança...
- Calma, você entendeu tudo errado, eu não sou...
Antes que ele terminasse a frase a loira bateu forte a porta do quarto e saiu.
- Puta que pariu - Henrique murmurou consigo mesmo, levantando e tomando um banho rápido pos vira que já estava encima da hora para a gravação do dia.
(...)
Após a primeira prova eles tiveram um intervalo, Paola lia um livro deitada no sofá de seu camarim quando ouviu a porta se abrir.
- Posso falar com você? - Henrique disse entrando fazendo a mulher largar o livro e retirar os óculos.
- Você entra assim sem bater, e se eu tivesse pelada? - ela ironizou sentando sobre o sofá
- Seria mais divertido conversar com você - ele se sentou ao lado da mulher.
- O que quieres? Vá direto ao ponto.
- Um conselho... Sai ontem com uma mulher mas eu tava sem a aliança porque lavei a mão e guardei no bolso, bom ela achou hoje de manhã e agora acha que eu sou um canalha.
- Ela tem razão, você é...
- Eu queria um conselho não uma ironia Paola, o que eu faço.
- Deixa ela para lá e continue a sair com as mulheres papa aliança que você ta acostumado.
- Mas eu queria ela mais uma vez, a noite foi boa...
- Ta - ela tapou os ouvidos - sem detalhes, por favor... Conta a verdade para ela.
- Ah claro, vamos treinar - ele se virou para Paola a encarando - finge que você é ela.
- É aquela loira da boate que parecia ter quinze anos né?
- Você é exagerada ela nem parece tão nova assim.
- Vou ser ela então - ela passou a mão pelos cabelos e afinou a voz ironicamente - ai chef Fogaça você é tão tatuado, tão careca, ai estou úmida.
- Ela não é assim - ele fez uma careta - mas tudo bem. Bom. Carine eu uso uma aliança mas não sou casado, finjo ser casado porque assim as mulheres não me cobram nada no dia...
- Canalha - ela o interrompeu séria e em seguida gargalhou.
- Cê é loco Paola, ela não ia dizer isso.
- Ia, porque é verdade - ela gargalhou novamente - você ta fodido Henrique.
- Eu não sei o que faço - ele passou a mão pela barba.
- Bem feito, eu falei que isso não ia da certo, eu avisei.
- Peço um conselho e você me da ironias e um "eu avisei"... Obrigado.
- Tadinho - ela ajeitou a gola da blusa quadriculada dele - eu sou uma bruxa que não compreende você - ela fez um bico que fez o tatuado perder o fio da meada por um segundo e soltar o ar que nem notará que prendia.
- É uma bruxa, tenho pena da Fran...
- Falando nela ela disse que tava com saudade do "tio Henrique" - Paola fez aspas com a mão.
- Também to com saudade dela, leva ela no cão véio, faço aquela batata que ela gosta.
- Levo sim, ela anda meio tristinha ta me cortando o coração.
- Por causa daquele teu ex?
- É o pai dela nela né Henrique, tenho trabalhado tanto que não consigo cumprir nem o papel de mãe direito, imagina de pai e mãe - ela sussurrou e Fogaça segurou firme a mão dela.
- Olha para mim - ele segurou o queixo dela - você é uma mãe incrível, Fran te ama mais que tudo e sei que você também a ama, aquele cuzão que ta perdendo em não querer ser pai daquela criança maravilhosa - ele secou uma lágrima que rolou do rosto dela - não chora por isso.
- Não voy - ela sussurrou - nem sei como chegamos nesse assunto, acho que estava na minha garganta.
- Você sabe que pode me contar qualquer coisa.
- Gracias - ela sorriu ouvindo o chamado do diretor para gravarem - vamos lá fazer alguém sentar na graxa... Além de você que já ta sentado na graxa com aquela loira lá.
- To mas eu já tive uma ideia.
- Yo no quiero nem saber - disse levantando e puxando o homem para gravar.
(...)
Após o terminar as gravações Henrique pegou sua moto e foi até a botique que Carine tinha dado o endereço para ele na noite anterior.
Chegou no local e logo avistou a mulher arrumando um varal com vários lenços coloridos.
- O que você ta fazendo aqui? - ela indagou se afastando do homem - eu tenho que fechar a loja e não quero falar com você.
- Me escuta, eu sou casado... - ele mentiu fazendo a loira o encarar com desdém.
- Já sei, seu casamento é uma merda, sua mulher não te olha mais... Já ouvi essas histórias antes, se o casamento ta tão ruim por que vocês não se divorciam? - ela disse aumentando o tom de voz.
- Eu pedi o divórcio.
- Pediu? Eu arruinei uma família? Não acredito - ela abriu os lábios e tampou com os dedos.
- Não, já pedi a tempos, vamos assinar os papeis daqui a alguns dias...
- Qual o nome dela?
- De quem?
- Da rainha da França - ela ironizou - da sua esposa.
Henrique paralisou e sentiu uma gota de suor escorrer seu rosto.
- É Paola - ele disse o primeiro nome que veio na sua cabeça automaticamente.
- Paola? Aquela morena do programa? Vocês são casados? Como assim?
- Nos escondemos tudo, casamento, divórcio... Mas sim fomos casados e estamos nos separando.
- E por que?
- Ela me traiu, ela escreveu um livro e teve um caso com o fotógrafo lá...
- Ela te traiu e vocês ainda trabalham juntos?
- É, contrato né?... Mas disfarçamos bem
- Muito porque as poucas vezes que assisti achei que vocês eram amigos... - ela disse o fitando - preciso ouvir isso dela.
- Oi?
- Quero ouvir essa história dela, marca um encontro nosso - Carine cruzou os braços.
- Tem que ser pessoalmente? Não pode ser por whatsapp?
- Não, quero encontrar sua esposa Paola.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.