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História Fakes - Three days


Escrita por: just_me_

Notas do Autor


Oi, essa é a minha primeira história, e espero que gostem. :3

Capítulo 1 - Three days


Fanfic / Fanfiction Fakes - Three days

Imagine a vida que você quisesse ter, a vida na qual você poderia fazer qualquer coisa com ela, aliás a vida é sua, mas quando você ainda está na escola você praticamente não tem muitas opções a não ser seguir as regras dos seus pais.

Katherine, era uma garota frustada, não era chegada a ter amigos, porém ela era feliz ali, sozinha. Ela já havia passado por várias coisas ao longo de sua vida, oque tornava mais difícil agradar seus pais por se meter em várias encrencas. E agora depois da vários problemas ela tinha causado uma consequência, era algo que Katherine nunca havia imaginado, mas aquilo começou a matar ela, parando para pensar, mudanças nem sempre são boas. Ela iria ser mandada para um colégio em Boston, ela já estava odiando essa ideia, ela não queria sair de Wiscosin, onde já tinha criado várias raízes, e abandonar o pouco de vida que lhe restava era cruel. 

Há vários motivos para alguém não querer mudanças, e o motivo que lhe causava medo tinha um nome, Sean. Ela tinha o conhecido em uma festa na 8ª série, ela era muito mais feliz nessa época, até que aconteceu algo trágico, isso a deixou totalmente em pedaços, apenas Sean sabia oque havia acontecido, ele não a deixou cair naquele momento, ela confiava nele, por isso, o mais difícil era dizer adeus a ele.


Era uma tarde, e estava fazendo um Sol perfeito, Katherine pega seu celular e liga para Sean, eram 5 da tarde, um clima perfeito para andar. Ela telefonava pela janela de seu quarto, onde o sol refletia em seus cabelos ruivos. Então assim ela marcou de se encontrarem em uma colina, bem distante da cidade e das pessoas, lá havia uma vista perfeita, dava para ver tudo, o que cada pessoa estava fazendo, e o sol, um lugar exatamente bom para somente duas pessoas conversarem do que há por vir. Ela se arrumou, para ir em um lugar não muito peculiar, calçou seu All Star gasto, vestiu seu vestido favorito, ele era azul marinho escuro com uns detalhes brancos. Não que ela se importasse com esse tipo de estilo, ou com sua aparência, mas era oque tinha para aquela tarde.

Ela fez silêncio e desceu as escadas, cada cuidado era pouco quando você estava proibida de sair de casa. 

— E onde a senhorita pensa que vai? — perguntou mãe de Katherine, que escutou seus passos pequenos descendo as escadas.

— Vou vender drogas, pode me levar?

— Engraçado, de onde surgiu esse seu lado cômico? Da última vez que eu deixei você fazer alguma coisa você bateu o carro do pai da sua amiga.

— Ela estava junto. NÃO PODE SÓ ME CULPAR.

— Chega de discussão Katherine, vai pro quarto.

— O Sean tá me esperando, eu marquei de encontrar com ele hoje.

— Então ligue para ele e cancele.

— Merda

— Olha essa boca!

Katherine voltou para seu quarto, e fechou a porta com a maior força que pôde, mas lógico que ela não iria deixar as coisas assim, sua mãe a conhecia, mas não totalmente, ela não saberia do que Katherine era capaz.

— Ja ligou para o Sean? — gritou a sua mãe lá de baixo.

— Claro mãe, já até terminei com ele.

— Ótimo, então você terá mais tempo para me ajudar para o jantar.

— Estou muito ansiosa! — falou de um modo sarcástico.

Mesmo com as ordens que Katherine era obrigada a seguir ela não dava a minima, então pegou o celular, e mandou uma mensagem:

Katherine: Estou chegando, me espera, eu sei que você vai esperar.

Sean: Eu sempre vou esperar por você.

Sem pensar duas vezes, Katherine tranca a porta do quarto, sempre teria que ter um plano B, mas ela não era tão boa em um plano de fuga, ela apenas corria sem olhar para trás, mas quando se tratava de sua mãe, deixava tudo mais difícil. Ela ligou o seu mini som, quem embora fosse pequeno fazia um barulho enorme, então colocou músicas antigas, para 'acalmar sua mãe', as músicas antigas eram suas favoritas, aquilo aliviava sua alma em momentos estressantes. Quando finalmente estava pronta, pulou a janela, descendo pela árvore, que havia bem ao lado dela.

— Eu seria um ótima ninja. — disse pra si mesma assim que chegou no chão, então ela saiu correndo dali, antes que sua mãe notasse o silêncio no seu quarto.


Chegando na colina ela não havia encontrado Sean, ela pensou que ele já havia ido embora, mas seu carro ainda estava lá, estava destravado, então abriu a porta e lá havia um bilhete.

Você é esperta o bastante para me achar?                     Eu acho que não. — S

— Então quer dizer que ele dúvida de mim? Isso é muito interessante, vamos ver até que ponto isso vai. 

Em seguida foi a procura de Sean, ela deu a volta naquele lugar e não tinha o achado, até que quando ela estava passando escutou um barulho atrás dela, ela virou e não tinha nada ao redor. Voltou por onde veio, e novamente sem resultados, ela passou ao lado de uma árvore, escutou uns barulhos nas folhas, olhou para cima e não tinha nada, então escutou passos vindo por trás dela, alguém se aproximou bem perto dela, e cobriu os seus olhos.

— Como se sente? Eu acho que derrotada não é? — ela escutou uma voz baixa cochichando em seu ouvido, ela conseguia sentir aquela respiração ofegante no seu pescoço, aquilo de certa forma a excitava.

— Você tira meu fôlego sempre, como consegue? — ela tirou as mãos de Sean dos seus olhos, e se virou. Ficando de frente a ele — Amo isso. — então ele a segurou pela cintura, e a beijou, ela colocou seus braços encolhidos entre seus corpos, nos ombros dele.

— E eu amo você — disse Sean, e voltou a beija-la. Ele parou de beija-la por um momento e sentou embaixo daquela árvore, Katherine fez a mesma coisa em seguida. Ela sentou em suas pernas e voltou a beijar Sean. Ele começou a beijar seu pescoço lentamente, foi naquele momento que Katherine ficou reflexiva.

— Você tem certeza disso?

— Certeza de que? — Sean fazia pausas entre os seus beijos no pescoço dela.

— Para. — ela tirou seu rosto do pescoço dela, e sentou ao seu lado.

— Tá, oque aconteceu? Me conta.

— Não é nada de tanta importância. 

— Kat..

— Você me ama?

— Mas é claro que eu te amo Kat, amo muito. Nada pode impedir isso que eu sinto por você.

— Na verdade tem algo que vai nos impedir sim. É algo que não se conta em momentos como esse.

— Momentos como esse?

— É que com tudo que está acontecendo nesse momento, eu só quero fechar meus olhos e te abraçar, mas se eu não te contar agora, não terei outro momento.

— Pode falar.

— Sean.. eu irei para um colégio, em Boston.

— Colégio em Boston? Katherine, faz quanto tempo que você está escondendo isso de mim?

— Faz alguns meses que meus pais pensaram nisso, eu não queria te magoar.

— Kat.. Você não pode ir.

— Uau, esse argumento me ajudar muito nesse momento.

— Oque quer que eu diga?

— Não sei, só não diga nada. 

— Katherine..

— Não, não vou escutar oque você vai dizer, pois isso só vai me machucar mais, eu tento acreditar que isso não é drama, mas não consigo evitar.

— Não vou deixar você ir.

— Shh — diz Kat tampando a boca de Sean — Não há nada que eu possa fazer, são tantos problemas que eu não consigo aceitar. Poderia ficar aqui vendo esse por do sol pra sempre. Mas tenho que ir. Eu só queria te falar isso, estou de castigo e vou sair com a minha mãe..

— Não, Katherine, você vem simplesmente assim, do nada e me diz coisas assim, e logo em seguida vai embora?

— Não queria te machucar, mas não tenho escolhas, dessa vez eu não tenho.

— Você vai hoje? Amanhã?

— Eu irei daqui três dias.

— Posso te dar uma coisa antes de você ir?

— Não, por favor, ainda não estou indo embora, você não precisa se despedir. De verdade.

— Comprei isso para você, tem um tempo, estava esperando um momento certo para te dar — Sean tirou do seu bolso um colar, com a letra "S" — Para você não se esquecer de mim, eu estarei usando sempre seu "K" — mostrou o seu colar com um "K" que já estava em seu pescoço.

— Pode colocar para mim?

— Claro. Você promete que não vai esquecer? 

— Eu nunca vou esquecer você. — Katherine olhou nos olhos de Sean por alguns segundos, e então foi embora sem dizer mais nada, ela estava cabisbaixa demais, e qualquer palavra que ela disse-se a ele, seria um rio de lagrimas que ela estaria soltando. 


Ela já estava na rua de casa, estava com muito suor, pois correu bastante até lá, ao se aproximar de casa percebeu que estava tudo tranquilo e nada de "polícias" ali, algo bem típico de sua mãe, chamar a polícia. Ela estava tentando abrir a porta da frente, mas estava trancada, então escutou um carro se aproximar por trás dela, então já pensou quem seria..

— Olha, você chegou rápido dessa vez, que milagre é esse?

— Mãe, você não deveria estar preparando o jantar?

— Entre logo aqui, seu pai está nos esperando. — ela entrou e sentou no banco de trás, e bateu a porta com força.

— Ei, você não vai pagar por isso vai?

— Eu deveria?

— É por essas atitudes mocinha, que você irá para o colégio de Boston.

— Enfim, já que fui descoberta, olha que legal. Para onde estamos indo mesmo?

— Vamos na sua escola, pegar sua transferência.

— Ótimo que divertido, você precisa de mim pra fazer isso?

— Achei que queria ver seus "amigos" antes de ir embora.

— Ah claro, todos meus "amigos" estão loucos para me verem ir embora

— Tem a Summer, ela deve estar lá agora, ela vai sentir sua falta. — sua mãe olhou para o espelho do carro, e viu o colar que sua filha estava usando — Onde conseguiu isso?

— Começa com "Se" termina com "an"

— Bijuteria? Lógico, aposto que ele não tem dinheiro pra comprar algo de valor, imagino.

— Mãe!

— Como foi a despedida?

— Como se fosse se importasse.

— Realmente não me importo.

— Tá vendo?

— Eu estou brincando filha.

— Ótimo.

— Quando você irá entender que já está na hora? De deixar isso pra trás e começar algo novo? No final você não terá escolhas. É assim a vida, você vai cair as vezes, mas você pode levantar e começar de novo. E se isso está acontecendo, é por sua culpa.

— Obrigada.

— A culpa é minha também, se eu desse mais atenção com quem você anda, ou oque você faz.. Sou uma péssima mãe.

— Isso! — disse Katherine, sua mãe deu um suspiro e continuou dirigindo. Assim que chegaram na escola, Kat viu seu pai as esperando, antes que sua mãe parasse o carro, ela abriu a porta e sua mãe deu um freio.

— Menina você tá louca!?

— Não, mas você está me deixando. Kat saiu do carro e correu até seu pai.

— Oi, vocês não precisam de mim, estarei na biblioteca se precisarem de mim, e o diretor não quer me ver. Adeus.

— Katherine..

— Tenho que achar Summer antes de ir, isso é mais interessante do que ficar entre quatro paredes olhando pra cara de três velhos, tchau.

— Katherine volte aqui precisamos falar com o diretor! disse seu pai Porém Kat, o ignorou totalmente.

— Oh, Deus, eu não sou tão velha assim. — disse a mãe da Katherine. 


Enquanto seus pais estavam indo á sala do diretor, Kat ia para um lugar onde evitava ir nos recreios da escola, na biblioteca. Ela sentou entre duas prateleiras de livros e olhou para ver se não tinha ninguém por perto, ao se ver sozinha suas lágrimas a atacaram, e ela ia chorando baixo, para ninguém a escutar.

— Kat, é você? — Kat reconheceu aquela voz suave e calma.

— Summer! — Disse Kat, que se levantou e abraçou a sua amiga, a amizade de Summer era a que mais importava entre as outras, era a única coisa além de Sean, que não deixaria para trás.

— Calma. — disse Summer a abraçando.

— Eles vão me levar pra Boston, e me colocar em um colégio, vão me separar do Sean, e de você! E eu não posso fazer nada.

— Kat, isso é pro seu bem, você tem que crescer e ter seu futuro.

— Não quero crescer, sem você e o Sean. Não posso.

— De quem você ganhou esse pingente? — perguntou Summer o notando ali. 

— Do Sean?

— Katherine chega disso, como pode se importar com alguém assim!?

— Eu confio muito nele, Summer eu o amo. Mas porque você está falando desse jeito?

— Ele não acha a mesma coisa. Como você já está indo embora e sei que não quer ir, talvez isso a ajude, e estou fazendo isso porque a amo muito mais do que ele diz lhe amar. Esse talvez seja um motivo para você seguir sua vida, sem o Sean.


— Para de enrolar, diz logo, eu preciso saber.

— Tá bom. Primeiramente vamos nos sentar, oque eu vou dizer será, talvez, um pouco intenso.

— Ok.

Então elas se sentaram em uma mesa, onde tinha vários livros de estudos abertos.

— Bom.. o Sean, ele.. Está dormindo com a escola toda, e principalmente com uma certa pessoa.

— Espera, o que? Summer você esta escutando o que diz? Serio achei que fosse minha amiga, e não inventasse mentiras somente para o agrado dos meus pais. Estou farta. — então ela se levantou da mesa em que estava sentada e foi em direção a porta.

— Katherine, acorda, eu não estou falando isso para você ir, estou falando isso porque é minha amiga, você acha que eu queria que você fosse para Boston? Lógico que não, estou fazendo isso porque é minha amiga e eu te amo, e cansei de esconder isso de você.

— Ama tanto que me esconde algo assim, muito obrigada, e eu não vou acreditar nas suas mentiras. Não acredito que meus pai até influenciaram você.

— Katherine eles não fizeram nada!

— Já deu para mim.

— Eu não vou fazer você acreditar, pois isso não é minha escolha, amanhã é sábado, e a noite ele irá naquela festa com a sua amiguinha, você pode ficar em casa, chorando e achando que estou errada, e que o mundo está contra você, ou você pode ir ver com seus próprios olhos e encarar a realidade.

— Amiguinha? De quem você está falando?

— Tiffany!

— Tiffany? Ela nunca faria isso.

— Não é você que diz que vive em um mundo de pessoas falsas? Porque ela não seria mais uma? 

— Quer saber, que se foda, eu não ligo para isso. — então saiu da biblioteca batendo as porta.

Ali estava ela, andando pelos corredores com aqueles armários amarelos, e aqueles últimos raios de sol da tarde entrando nas janelas, somente esperando a lua chegar para se pôr totalmente.

— Katherine onde estava procurei por você por todos os lugares da escola.

— Se você me conhecesse saberia que eu estava na biblioteca. Mãe.

— Anda, vamos embora.

— Oi? Nossa tão rápido.

— Não precisamos demorar muito apenas para pegar sua transferência.

— Sério isso?

— Alguma vez eu já fui humorada com você?

— Realmente, me esqueci o quanto você é dura e fria.

Katherine saiu andando antes de sua mãe.

— Onde você acha que vai?

— Eu vou pra casa, para qual outro lugar você acha que eu iria?

— Vamos, irei levar você.

— Já sou bem gradinha pra ser acompanhada pela mamãe até em casa, e eu tenho pernas, sabia? E vou usa-las. — então saiu sem dizer nada. 

Ela pegou o seu mp3 e os fones, e começou a escutar suas músicas favoritas, as antigas eram as melhores, são músicas que poderia escutar toda vez que se sentisse feliz, triste, insegura, ou quando estivesse sentindo qualquer coisa, o que seria dela sem seu mp3.


Já estava anoitecendo, o sol se pôs de vez, e a lua estava surgindo, para guiar seus caminhos naquela maldita noite fria. Era 20:00, ela foi a um lugar que ninguém ia, somente ela sabia daquele lugar calmo. Era dentro de um parque descuidado, ninguém entrava lá. Entrando pelos arbustos, ela esperava encontrar aquela ponte, o único lugar limpo daquela cidade cheia de angústias, estava tão escuro quanto o céu naquele momento. Ela se abaixou, então com suas mãos frias ela pegou dentro de seu All Star gasto um maço de cigarros, e do outro lado, um esqueiro pequeno. Então naquela escuridão ela se sentou na ponte, com os pés quase tocando aquele pequeno lago sujo que havia embaixo da ponte, ela acendeu o isqueiro, e ativou o cigarro, e começou fumar ali. Era uma das suas melhores sensações. Estava tudo como sempre, o silencio era oque trazia sua paz, somente seus pensamentos e suas músicas estavam ali, até que naquela momento, ela escutou passos, ela se levantou rapidamente, guardou o maço de cigarros, jogou o cigarro que estava fumando e o isqueiro naquele lago sujo, e pegou seu mp3 que estava ao seu lado na ponte. Em pé, ela tentava enxergar quem estava naquela penumbra das árvores.

— Quem está aí? — sem repostas, ela perguntou novamente, dessa vez com a voz trêmula. — É sério.. Quem está aí? — Até que os passos se aproximaram, e ela ficou cada vez mais nervosa.

— Alguém que não vai te prender, por estar fumando, e por estar em um lugar interditado. — Então ela finalmente conseguiu ver quem estava ali, ela viu um garoto que nunca havia visto por aquelas redondezas. Ele usava uma blusa cinza enorme, e um casaco preto de couro, usava calças pretas, e um All Star vermelho. Ele tinha olhos azuis, que brilhavam com os reflexos da lua, seu cabelo era castanho, meio dourado. Estava usando uma touca azul, e segurando entre o chão e suas mãos um skate, parecia que ele usava ele desde seus 3 anos. 

— Você não deveria estar aqui. — disse Katherine

— Olha, você deveria começar a seguir as palavras diz.

— Tá, mas eu tenho motivos para estar aqui.

— Olha só, temos uma coisa em comum — então ele se aproximou, e Katherine deu um passo para trás.

— O que? Acha que sou um problema pra você? Acho que você é um problema para você mesmo não acha?

— Não, é que..

— Relaxa, não vou te matar, me passa um cigarro.

— Eu não tenho!

— É o seguinte, eu te ajudo e você me ajuda, eu vi que jogou seu esqueiro na água, bom, sem um você não vai poder reacender o seu cigarro, e por coincidência, eu tenho um — então deu um sorriso sarcástico.

— Não acredito que isso tá acontecendo. — então sem escolha, Katherine passou as mãos entre os cabelos, e depois abaixou para pegar o maço de cigarros em seu sapato.

— Nossa que prático.

— Cala a boca. — assim que deu o maço de cigarros para o garoto, ela se sentou, na mesma posição de antes, colocando seu mp3 novamente. Em seguida, o garoto acendeu seu cigarro e sentou ao lado de Katherine, colocando o skate no chão.

— Tem certeza que não vai querer um?

— Não, eu não fumo pra morrer.

— Então não deveria fumar. 

— Existem formas mais interessantes para morrer.

— Por exemplo?

— Poderia colocar fogo em sí mesmo. 

— Muito interessante, vou anotar no meu caderno de formas peculiares de morrer. — ele deu um sorriso no canto da boca.

— Me dê créditos.

— Queria morrer dormindo, seria rápido e sem dor, pelo menos para mim, ninguém sentiria minha falta.

— Tadinho do garoto carente. Minha mãe está sendo um verdadeiro inferno para mim. As vezes eu tenho vontade de dizer que a odeio.

— Que exagero.

— E oque você tem haver com isso?

— Pelo menos sua mãe se importa com você, eu queria um pouco disso, minha mãe não está nem aqui agora, você não sabe oque eu daria para ter alguém que se importe comigo.

— Sua mãe morreu? Eu não sabia... Me.. — disse Katherine com uma voz trêmula. Antes que ela pudesse terminar, o garoto lhe interrompeu.

— "Me desculpe", todo mundo fala isso quando eu digo isso, mas como se desculpas fosse trazer ela de volta. A morte é uma coisa tão simples, não sei porque as pessoas ficam tão incomodadas em falar sobre isso.

— Alguém que pensa como eu.

— Espera, porque nós estamos nos falando mesmo? Morte?

— Me diz você.

— Nascer foi o erro.

— Oque?

— Minha mãe morreu quando eu estava nascendo, desde então sou o "erro da família" e o meu irmão mais velho é o único com quem eles se importam.

— Você se importa? Eu praticamente não estou nem aí para minha família, acho que não preciso dizer o porque.

— Está com frio?

— Não, eu gosto disso.

— Sério? — ele olhou para ela, erguendo a sombrancelha esquerda. Então se levantou tirou seu casaco preto e colocou em Katherine. — Combina com você. — então se sentou novamente

— Combinou tanto que ficou enorme. — Katherine levantou seus braços para mostar a largura dele. Depois o silêncio ficou ali novamente, enquanto o garoto apenas fumava, e soltava a fumaça sobre o ar. 

— Eu já repeti isso tantas vezes que eu nem tenho forças para falar novamente, mas vou tentar resumir. Eu vou ser mandada para um colégio em Boston, devido as minhas atitudes e por quem eu namoro, tudo isso culpa da minha querida mãe.

— Espera, porque e esta me dizendo isso? E deixa eu entender, você está brigando com sua mãe e a odiando, por causa de um amor? Que perda de tempo.

— Como é que é?

— Só estou dizendo que existem razões melhores para odiar sua mãe.

— Meu filho, deixa eu te explicar, amor é como uma droga, é viciante, depois de um tempo você não vive sem aquela pessoa, igual você aí com seu cigarro.

— É diferente, o cigarro nunca vai me deixar para baixo, nunca vai embora, sempre me ajuda quando estou triste, ou feliz e nunca vai me trair. É diferente.

"Trair". Naquele momento aquela palavra ecoou na cabeça de Katherine, ao conversar com o garoto ela havia esquecido oque Summer havia lhe falado. Então Katherine ficou em silêncio apenas olhando fixamente para aquela água suja do parque, e seus pensamentos a invadia.

— Você morreu e deixou seu corpo aqui? Por favor não quero que achem que eu matei você.

— Ah oque? Desculpa eu não escutei, oque?

— Deixa pra lá.

— Você já foi traído por alguém que você confiava muito?

— Ih, lá vem a reflexiva. O que foi? Seu namoradinho te traiu foi?

— Não, lógico que não, é só.. Curiosidade.

— Eu já fui, uma vez, mas nada de importante.

— Como você sentiu?

— Posso ter me sentido bem, ou mal, eu a amava mas eu não me importava. Então um dia eu a vi com meu melhor amigo, segundo ela, foi ele que havia ascendido a faísca, depois eu soube que os dois queriam àquilo. Mas aos poucos a verdade apareceu para mim. Muito difícil confiar em alguém, depois de uma coisa assim.

— E qual era a verdade?

— A verdade?

— Sim. A verdade que apareceu pra você. 

— Era que eu realmente me importava. Muito mais, do que uma simples paixonite, o pior é que eu ainda tenho que ver os dois juntos todos os dias, e a cada dia eu vou morrendo mais e tentando esquecer e me convencer que o problema são eles e não eu. — Katherine olhou pro lado, e ficou com lágrimas prestes a pularem de seus olhos. — Está tudo bem? — perguntou o garoto.

— Tá tudo bem sim é que eu nem notei as horas, e não quero levar bronca dos meus pais principalmente agora. — falou passando as mãos nos olhos, como se estivesse limpando suas lágrimas invisíveis. Então se levantou e foi correndo em direção aos arbustos. Pensando se oque Summer havia falado era verdade. 

— Espera — disse o garoto desconhecido antes de Katherine sumir nos arbustos — Eu não sei quem você é, mas.. eu estou com você. — então Katherine saiu correndo sem dizer nada.

Prestes a sair do parque, Katherine se tocou que havia esquecido algo.

— Ai que droga, o moletom! — falou Katherine em voz baixa, e voltou correndo para onde o garoto estava — Eu esqueci de devolver seu.. — ela iria terminar sua frase, mas não havia mais ninguém ali. Ela ficou pensando se tudo aquilo era apenas um delírio, por estar muito estressada e imaginou aquele menino que a entenderia, porém ao olhar para a ponte, ela viu seu esqueiro molhado, então ela pegou e o guardou no moletom preto de um desconhecido. Mas Katherine não havia apenas voltado para devolver o moletom, ela havia achado isso, mas não era. Então ela parou para pensar que não havia perguntando o seu nome, onde estudava, ou onde morava, depois de alguns minutos de conversa, para ela, ele só era um garoto solitário que um dia ela encontrou naquele parque abandonado. Será que ele voltaria ali? Ela o veria de novo? De qualquer forma, aqueles minutos seriam memoráveis. 



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