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História Faking It - Capítulo Vinte e Cinco


Escrita por: Bells13

Notas do Autor


Hey!
Então, durante a segunda, a terça e a quarta, eu me dediquei a primeira versão desse capítulo, mas, no fim, eu acabei não gostando muito dela, por isso, quinta e sexta, eu escrevi essa segunda versão, que, sinceramente, ganhou meu coraçãozinho <3
Obrigada por todos os comentários e favoritos, vocês são maravilhosamente maravilhosos <3 <3
Desculpem por qualquer erro, e boa leitura <3
(P.s: Dedico esse capítulo, o maior até agora, a Waal, a Clara e a Isah, que me pressionaram "um pouquinho" <3)

Capítulo 26 - Capítulo Vinte e Cinco


Faking It

Capítulo Vinte e Cinco

                Como o cavalheiro que havia sido ensinado a ser, Jorge abriu a grandiosa porta da mansão da família Cavalieri, deixando que Margarida, arrastando suas malas amarelas, passasse, adentrando o interior do casarão.

                - Afinal, de onde vem o dinheiro da sua família? Petróleo?! – A caipira questionou, sem conseguir tirar os olhos do interior da casa.

                Se por fora, a casa já era puro luxo, por dentro, ela era melhor ainda.

                As paredes eram altas e lisas, pintadas em um chique tom de creme, os móveis, de mogno, tinham um quê clássico, e lembravam os elegantes móveis da época imperial brasileira, do tipo que só se via em pinturas ou em museus.

                - A maior parte é herança. – O rapaz deu de ombros. – Mas, toda a minha família é bem sucedida financeiramente.

                - É, deu para notar. – Margarida disse, ainda maravilhada com a construção. – Na frente dessa casa, minha casa é uma espécie de casinha de cachorro.

                O loiro riu, voltando para o lado de fora da construção, com o intuito de dar as últimas recomendações ao motorista, antes que o mesmo pegasse a estrada, voltando para São Paulo.

                A Garcia pensou em seguir o namorado, não se sentia a vontade em ficar sozinha em uma casa cheia de desconhecidos, mas acabou mudando de ideia ao ver uma estranha fumaça saindo de um dos quartos do corredor ao lado da sala de estar.

                Deixando que a curiosidade falasse mais alto, a morena caminhou, em passos lentos e cuidadosos, até o cômodo de onde a fumaça, acompanhada de um cheiro floral, estava vindo.

                Pela porta aberta, Margarida conseguiu descobrir o que estava acontecendo no quarto. Aparentemente, uma garota, dona de longos e lisos cabelos dourados, meditava profundamente, rodeada de vários incensos.

                A namorada de Jorge franziu o cenho. Poderia uma garota, aparentemente, tão hippie, ser prima do namorado?

                - Então, você é a famosa Margarida? – A garota, de voz suave, perguntou, abrindo os olhos, antes fechados pela meditação, de supetão.

                Margarida sempre achou que não encontraria olhos azuis tão bonitos quanto os de Jorge, que eram azuis com um leve toque acinzentado, porém, mudou de ideia ao encarar os da loira a sua frente, azuis intensos e vivos, como se tivessem sidos pintados a mão.

                - Eu mesma. – Ela confirmou, se aproximando da loira, que se levantou no mesmo instante.

                A modelo estendeu a mão, tentando ser o mais cordial possível, porém, contrariando as expectativas, a garota dos incensos se jogou em cima da Garcia, prendendo a mesma em um abraço apertado.

                - Oh, não sabe como estou feliz em te conhecer! – A garota disse, ainda abraçada a Margarida. – Aliás, meu nome é Giovanna, sou prima do Jorge.

                - Seu rosto me parece familiar. – A morena comentou, enquanto Giovanna a soltava. – Nós já nos encontramos em algum lugar.

                Giovanna, que antes tinha um grande sorriso, franziu o cenho, colocando a mão no queixo, como se pensasse.

                - Talvez, tenhamos nos conhecido em vidas passadas. – A Cavalieri deu de ombros. – Mas, eu acredito que seja porque eu comecei a estudar na sua escola esse ano, só que no turno da tarde.

                Quando Giovanna fechou a boca, Margarida lembrou-se da vez que, alguns dias antes, havia esbarrado, na saída da escola, com uma garota loira do turno da tarde, que carregava um grosso livro de capa roxa.

                - Oh, sim! Você é a garota que carregava um livro sobre a cultura Wicca, e esbarrou comigo na saída!

                - Oh, você é a garota educada que não me xingou por eu ter esbarrado em você! – Giovanna pareceu lembrar, abrindo um sorriso. - Fico surpresa que se lembre de mim. Isso não é algo que costuma acontecer.

                A Garcia pareceu confusa.

                - Como assim não se lembram de você? Por Deus, você é uma Cavalieri, bonita e simpática, isso não deveria te pôr no topo da pirâmide da elite escolar?

                A loira riu.

                - Não acho que incensos, meditações e livros sobre bruxaria, são coisas que te fazem abelha-rainha. – Giovanna disse, arrancando risos da namorada do primo.

                - Apaga esses incensos, Giovanna, vai acabar colocando fogo na casa!

                Margarida encarou o namorado, que sorria, encostado na porta.

                Giovanna não respondeu o primo, se limitando a se jogar contra seus braços, o envolvendo em um forte abraço, enquanto soltava pequenos gritinhos de empolgação.

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                O Cavalieri estava jogado na cama, assistindo ao noticiário, enquanto escutava o barulho de água caindo, vindo do banheiro, onde a namorada havia entrado alguns minutos antes, com a justificativa de que estava suja e cansada, precisando de um banho.

                O garoto tinha os olhos vidrados na televisão, onde um repórter falava sobre um importante projeto de lei que seria aprovado naquela noite, e que poderia mudar muitas coisas no país, quando ouviu a voz, mais elevada do que o normal, da namorada chamar por ele.

                - Sim? – Ele questionou, desviando sua atenção da tela.

                - Eu me esqueci de pegar minha roupa. – Ela disse. – Pode, por favor, pegá-la e deixá-la aqui?

                - Não sei o porquê de insistir em vestir a roupa antes de sair do banheiro. Eu, e toda a Mundial, já te vimos de roupa intima mesmo. – Disse ele, levantando-se e indo em direção as malas amarelas.

                - Cale a boca, Cavalieri. – Margarida ralhou, de dentro do banheiro.

                O loiro abaixou-se, colocando seus dedos no zíper, o puxando em seguida, abrindo a mala.  

                - Então, o que, exatamente, eu estou procurando? – O garoto questionou, remexendo os vários tecidos.

                - O meu pijama. – A caipira respondeu. – Ele é a única peça verde clara que eu trouxe, é fácil de achar.

                O Cavalieri franziu o cenho, demonstrando confusão.

                - Então, eu mencionei que nós teríamos um jantar com a minha família essa noite, certo? – Jorge perguntou, incerto.

                No mesmo momento, a porta do banheiro se abriu, bruscamente, revelando uma Margarida de olhos arregalados, enrolada em uma toalha felpuda.

                - Eu espero, sinceramente, que você esteja brincando, Cavalieri. – A morena disse, caminhando na direção do menino, sem se importar em molhar todo o quarto.

                - Seria muito ruim se eu dissesse que isso não é uma brincadeira? – O loiro perguntou, sorrindo amarelo.

                - Ruim?! Seria péssimo! – Margarida exclamou, empurrando o garoto para o lado. – Eu não trouxe nenhuma roupa para esse tipo de evento.

                Jorge riu, observando o desespero da namorada, que arrancava as peças da mala, as avaliava, e as jogava para trás, em seguida.

                - Não é como se fosse um jantar de gala, Marga. – Disse ele, levantando-se para catar as roupas que a garota espalhava pelo quarto.

                - Engomadinho, eu vou jantar com os Cavalieri em uma mansão do século XIX, é o mais próximo de um jantar de gala que eu vou chegar. – Margarida explicou, pausadamente, enquanto avaliava uma saia.

                O mauricinho revirou os olhos, formando, mentalmente, um argumento que provasse que jantar com sua família não era algo tão extraordinário como ela pensava, mas todos seus pensamentos relacionados à questão desapareceram ao sentir um tecido fino e delicado, que ele conhecia muito bem, tocar seus dedos.

                Os olhos azuis acinzentados, que estavam concentrados em fitar a modelo, focaram em suas próprias mãos, onde um delicado, e pequeno, conjunto de lingerie branco estava.

                O Cavalieri abriu um sorriso malicioso.

                - Essa é a lingerie que minha sogrinha te obrigou a comprar, caipirinha

                Quando o rapaz fechou a boca, a moça virou-se, totalmente rubra, levantando-se em seguida, e tirando, com voracidade, as peças das mãos dele.

                - Não pegue nas minhas peças íntimas, seu pervertido. – Ela ralhou, ainda corada, recolocando as peças na malas.

                - Sabe, se quiser usá-la mais tarde, eu não me oponho. – Jorge piscou para ela, sentando ao seu lado.

                Margarida revirou os olhos.

                - Engomadinho, o que nós conversamos sobre esse tipo de insinuação?

                O loiro afastou as madeixas escuras da namorada, aproximando seus lábios da orelha da Garcia.

                - Não adianta bancar a difícil, caipirinha, nós dois sabemos que você quer aquilo tanto quanto eu. – Jorge sussurrou.

                A Garcia pensou em afastar o menino, mas, daquela vez, ela não ia deixar que ele tivesse o gostinho de saber que sua provocação de quinta havia surtido efeito.

                Confiante, Margarida virou-se, deixando que seu rosto ficasse a alguns centímetros de distância da face do namorado. Ela mordeu o lábio inferior, tentando parecer “sexy”.

                - Certo, engomadinho, eu admito: eu quero, e muito. – A modelo sussurrou, aproximando seus lábios dos do rapaz, fazendo os lábios roçarem um no outro. – O que vai fazer sobre isso?

                Para se vingar, a morena repetiu o que o loiro havia feito alguns dias antes: mordeu, levemente, o lábio inferior do namorado, sem desviar as íris verdes das azuis um segundo sequer.

                O resto do autocontrole que mantinha Jorge são, e longe de eventuais problemas futuros, foi para o espaço naquele momento.

                - Oh, você vai descobrir. – Disse ele, antes de tomar os lábios da moça com selvageria.

                As mãos da menina, que antes estavam junto ao próprio corpo, voaram para os fios dourados do rapaz, o despenteado todo.

                Instintivamente, Jorge usou as mãos para agarrar a cintura da namorada, trazendo-a para si, e, posteriormente, colocando-a sobre seu colo.

                Não demorou muito para que as ágeis, e habilidosas, mãos do Cavalieri estivessem na borda da toalha, tentando, a todo custo, tirá-la do corpo da menina, essa que não parecia muito preocupada com o ato, mas sim com deixar marcas no pescoço alvo do menino.

                - Priminho, o Vovô pediu para que eu te avisasse que o jantar começa em dez minutos. – A voz melodiosa de Giovanna soou do outro lado da porta.

                Margarida parou, imediatamente, o que estava fazendo, porém, continuou sentada no colo do namorado, esse que bufou, frustradamente.

                - Além de mãe Dináh, ainda é empata foda, Giovanna?! – O menino reclamou, ouvindo a risada da prima ecoando do outro lado da parede.

                - Se queriam privacidade, deveriam ter colocado uma meia no trinco, priminho. – Giovanna brincou, parecendo achar graça. – Desçam logo, pervertidos.

                Os dois conseguiram ouvir o som dos passos da menina se distanciando, mas não ousaram sair de suas posições. Margarida deixou a cabeça cair sobre o ombro do namorado, suspirando.

                - Só para saber se eu devo matar a Giovanna de forma lenta e dolorosa, ou não: Você, por acaso, está sem nada por baixo dessa toalha? – O loiro perguntou.

                Margarida soltou um riso abafado.

                - Pode matá-la com um tiro rápido. – Disse ela. – Estou de calcinha por baixo.

                - Eu acho que ela merece uma torturinha básica, antes do descanso final. – Ele comentou, como se o comentário fosse algo banal, o que arrancou mais um riso abafado da modelo.

                A filha de Hortência e Tomás saiu do colo do namorado, sentando-se em sua frente, ainda o encarando.

                - Dez minutos para o tal jantar, e eu continuo sem nenhuma opção de roupa. – Margarida disse, desanimada.

                Jorge sorriu de lado.

                - Coloque a blusa de tricô branco gelo, e a saia plissada e o salto verde-esmeralda, vão combinar com seus olhos. - O rapaz sugeriu. – Não pegue muito pesado na maquiagem, deixe que eles vejam sua beleza natural.

                A modelo sorriu, assentindo.

                - Parecem boas opções. – A morena admitiu. – Obrigada, stylist.

                O Cavalieri riu, dando um selinho na namorada, antes de se levantar e ir para o banheiro, na intenção de arrumar o cabelo que havia sido bagunçado pelas mãos da Garcia.

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                A modelo arregalou os olhos ao ver os vários talheres a sua frente, ela não sabia o propósito de mais da metade deles. Estava, completa e absolutamente, ferrada.

                Margarida olhou para o lado, buscando ajuda no namorado, mas o mesmo parecia muito envolvido em uma conversa com um garoto, também loiro, alto e esguio, que havia se apresentado, mais cedo, como Gustavo, primo de Jorge.

                Percebendo o desespero da visitante sentada ao seu lado, a matriarca dos Cavalieri sorriu, e, bondosamente, resolveu ajudar a garota.

                - Não precisa saber a função de todos eles, querida. – Disse Lorena, sorrindo. –Contanto que não derrube a comida, tudo bem.

                A Garcia assentiu, agradecendo.

                - Diferente dos outros Cavalieri nessa sala, eu não nasci em berço de ouro, querida, muito pelo contrário. Assim como você, eu também fiquei meio perdida ao entrar para esse mundo cheio de códigos de condutas, e regras de etiqueta. – A senhora confidenciou, em sussurros. – O truque é fingir que sabe o que está fazendo. Se fingir que entende daquilo, ninguém irá desconfiar de que você não tem ideia do que, diabos, está fazendo.

                A morena riu, soltando um sorriso cúmplice, posteriormente, que foi devolvido pela mais velha.

                O barulho de um talher batendo, superficialmente, contra o cristal das taças, chamou a atenção dos presentes para o patriarca da família, que parecia prestes a fazer um pronunciamento.

                - Felizmente, mais uma vez, todos nós conseguimos um tempo em nossas agendas, um furo em nossas atividades, para virmos até aqui, nos reunir com o resto da família, como já é tradição. – Ele disse. – Porém, essa noite é especial: nós temos uma nova, e especial, convidada. Seja bem-vinda, Margarida. Espero que aprecie sua estadia aqui. – Vicente disse, levantando a taça de vinho que beberia, após a espécie de brinde que fazia.

                - Não fale como um psicopata, seu Vicente. Vai assustar a garota. – Valquíria, a caçula de Vicente e Lorena, disse.

                Valquíria, além de caçula, era considerada a ovelha negra dos Cavalieri, sempre se metendo em polêmicas, e sempre sendo alvo de fofocas. Em sua própria defesa, a tia mais descolada de Jorge, argumentava que não tinha culpa de que sua personalidade forte e atrevida causasse espanto nas pessoas. Giovanna costumava dizer que aquilo era normal, em suas palavras: “era coisa de aquariana”, mas o patriarca da família afirmava que tudo aquilo era falta de juízo.

                Além dos vários namorados estrangeiros, e das várias vezes em que fora flagrada sem calcinha, a loira também costumava se destacar por sua maior realização profissional e pessoal: sua própria grife: Madame Juliette, criada pela própria quando tinha apenas dezenove anos, e que, desde então, só crescia.

                - Um brinde à nossa família, que, felizmente, só cresce mais e mais. – Vicente prosseguiu, ignorando a filha, enquanto todos erguiam suas taças.

                - Não disse para sua família que eu estava grávida, disse? - Margarida questionou, sussurrando para o namorado, que riu, ao mesmo tempo em que bebericava seu vinho, quase se engasgando.

                - Como uma virgem pode ficar grávida, caipirinha? – Ele cochichou de volta.

                A caipira não respondeu, concentrando sua atenção no prato que lhe era servido por algum empregado. O jantar era composto por uma mistura cremosa e sem cor, uma pequena porção de arroz, e cenoura ralada, com uma camada de azeite por cima, tudo perfeitamente organizado no prato.

                - Será que alguma pizzaria entrega por aqui? – Isadora, uma das primas mais novas de Jorge, perguntou, remexendo a comida com um garfo, enquanto sua face se contorcia em uma expressão enojada.

                Isadora era, de longe, o maior contraste da mesa. Com roupas escuras, e olhos bem marcados pelo trio: rímel preto, delineador preto e sombra preta, Isadora era a única, além de Margarida, que tinha os fios escuros, no cômodo.

                - Nós poderíamos tentar. Eu tenho o número de uma pizzaria próxima daqui. – Valquíria avisou, procurando o contato no celular. – Se não conseguirmos, eu trouxe uns macarrões instantâneos que são uma delicia.

                - Valquíria, querida, eu agradeço pela sua generosa sugestão, mas nós vamos comer o jantar, – Lorena disse, soando perigosamente suave, ao mesmo tempo em que abria um sorriso forçado.

                A estilista tentou protestar, sendo impedida pela mão de Vicente, que pousou em cima da sua, avisando-a, silenciosamente, que aquela não era a hora.

                Jorge tentou disfarçar o riso, observando, pelo canto de olho, a cara de sofrimento que a namorada fazia ao levar o garfo, cheio do creme sem sabor, a boca.

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                 Margarida sentiu o estômago rodar. Provavelmente, seu estômago, acostumado ao bom e velho arroz com feijão, estava estranhando a comida chique, e sem muito tempero, que tinha que digerir.

                Não se sentindo muito bem, a morena apoiou-se no braço do namorado, que, percebendo que havia algo errado, questionou:

                - Você está bem, Marga?

                - Estou, estou. – Disse ela, tentando não causar preocupação. – Sabe como é, né? Estômago de pobre não é acostumado com comida chique.

                Mesmo preocupado com a namorada, Jorge se permitiu rir do comentário da garota.

                O mauricinho passou um dos braços pela cintura da namorada, tentando apoiá-la até que chegassem à escada, onde subiriam e, segundo os planos do casal, dormiriam a noite inteira.

                - Hey, hey, hey, pombinhos, aonde pensam que vão? – A namorada de um de seus primos, Clara, perguntou, abordando os dois no meio do corredor.

                Clara era a garota perfeita: bonita, gentil, e educada, o tipo de pessoa que os Cavalieri faziam questão que entrasse para a família, e isso era tão verdade que ela e o namorado, Gustavo, não tinham nem vinte anos, e já haviam sido pressionados a noivar.

                - Estávamos indo para o quarto, por quê? – A caipira questionou, sentindo o estômago revirar mais do que o normal.

                - Ir para o quarto, e perder a diversão?! –Clara perguntou, sem respondê-la direito.

                - Oh, droga, eu pensei que escaparia. – Jorge praguejou, ao mesmo tempo em que Margarida franzia o cenho, totalmente confusa, sem entender o que acontecia ali.

                - Você diz isso, mas sempre é um dos que mais se diverte. – Clara o acusou, semicerrando os olhos.

                Quando a Garcia estava pronta para questionar sobre o quê, diabos, os dois estavam falando, todo seu jantar voltou, de uma só vez, e a única coisa que a menina pôde fazer foi abaixar-se, segurando os cabelos, enquanto vomitava em cima dos bonitos saltos de Clara, que permaneceu imóvel, sem ter coragem de se mexer.

                O Cavalieri levou as mãos à boca, observando a cena, e ajudando a namorada, posteriormente.

                A modelo olhou culpada para a loira, essa que estava de olhos fechados e respirava lentamente, como se esforçasse para se controlar.

                - Meu Deus, me desculpe, eu sinto muito mesmo. – A filha de Hortência tentou se desculpar.

                Clara respirou fundo, antes de abrir os olhos e sorrir, forçadamente.

                - Sem problemas, linda. Sei que não vomitou nos meus Louboutins de propósito. – A loira disse, tentando disfarçar a raiva crescente em seu peito.

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                 Quem visse os adolescentes barulhentos, em trajes íntimos, jogando vôlei aquático no meio da madrugada, juraria que eles não eram os educados e finos jovens Cavalieri.

- Por Deus, a temperatura deve estar marcando uns 15ºC! Eles não sentem frio?! – Margarida perguntou, aconchegando-se ainda mais ao namorado.

Quem os visse, e não soubesse do relacionamento de fachada, teria certeza de que os dois eram um casal de verdade.

Jorge havia se sentado em uma das várias espreguiçadeiras dispostas ao redor da grande piscina da mansão, e abraçava, de forma protetora, a namorada, essa que estava sentada entre suas pernas.

- A piscina tem aquecedor, caipirinha. – O loiro explicou.

- Mas o vento não. – Disse a moça. – Não é possível que, com metade do corpo para fora da água, seus primos não sintam o vento frio! Eu, que estou de moletom, estou com frio.

- Se quiser, posso te esquentar. – Ele disse, tentando soar sensual, enquanto apertava ainda mais a menina contra si.

Margarida riu.

- Guarde esse fogo todo para mais tarde, engomadinho. – A modelo disse, ainda observando os adolescentes jogando a bola de vôlei de um lado para o outro.

- Você adora alimentar minha ilusão de que a gente vai transar, né, caipirinha?

- Tenho que admitir que é meu passatempo preferido. – A garota disse, bem-humorada.

Do outro lado da piscina, também sentada em uma espreguiçadeira, na companhia do noivo, Clara os encarava, com uma expressão nada amigável.

- Acha que Clara ainda está irritada? – Margarida questionou.

- Você vomitou em um sapato de mil reais, Margarida. – O mauricinho disse, pausadamente. – Se eu estivesse no lugar dela, eu te faria limpar com a língua.

- Isso foi muito reconfortante, Jorge, obrigada. – A Garcia ironizou.

Dentro da grande e larga piscina, uma pequena discussão começava a eclodir entre os parentes.

- Isso não é justo, pô! – Isadora exclamou, jogando a bola na água. – Vocês estão em três, e eu estou, praticamente, sozinha, já que a lesada da Giovanna mal sabe jogar.

Giovanna, que havia agarrado a bola que a prima havia jogado, a lançou contra as costas da mesma, aparentemente ofendida com o comentário.

- Jorge, você pode entrar e jogar no time delas, antes que a mimizenta aí reclame mais?! – Marcela, outra prima do garoto, perguntou.

Marcela era uma espécie de Kardashian brasileira, a perfeita personificação do estilo tumblr: pele perfeitamente bronzeada, lábios carnudos e roupas íntimas da Calvin Klein.

O namorado da Garcia diminuiu o aperto de seus braços em volta da mesma, se desprendendo de seu corpo, enquanto se levantava.

 - Quer que eu te faça companhia, ou posso ir? – Ele questionou.

Margarida estranhou, afinal, desde quando o loiro pedia sua permissão, ou opinião, para executar algo?!

Oh, sim, aquilo fazia parte da atuação.

- Pode ir. Eu acho que consigo passar um tempinho sozinha. – Disse ela, abrindo um pequeno sorriso, que foi imitado pelo loiro.

                Depois de retirar a blusa pólo e a calça jeans escura, o loiro abaixou-se, depositando um selinho nos lábios da morena, indo para a piscina, posteriormente.

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                A modelo estava entediada, não tinha nada para fazer, além de observar a partida de vôlei dos primos Cavalieri.

                Poderia ir pegar o celular no quarto? Poderia, mas descartou a possibilidade ao constatar que acabaria se perdendo no enorme casarão.

                Disposta a fazer alguma coisa que não fosse observar Gustavo e Clara namorarem, e nem assistir a partida, Margarida, que estava deitada na espreguiçadeira, sentou-se.

                Com os pés, ela empurrou os chinelos para o lado, e, logo depois, levantou-se, se arrepiando ao sentir os pés tocarem o frio azulejo antiderrapante, que havia sido colocado ao redor da piscina.

A caipira caminhou até a borda da piscina, sentando-se lá, enquanto colocava as pernas na água gelada, sentindo mais um calafrio correr por seu corpo.

Como uma criança, ela começou a balançar os pés, deixando que a mente viajasse, enquanto observava os pés irem e voltarem no líquido.

Concentrada em seus próprios pensamentos, Margarida nem percebeu quando Giovanna, quase totalmente excluída da partida, nadou até ela. A loira imergiu das águas na sua frente, assustando a morena.

- Você me deu um susto, Giovanna! – Disse a caipira, colocando uma mão sobre o peito.

- O que tanto te preocupa, Margarida? – A Cavalieri ignorou o comentário da menina, olhando intensamente para ela, como se conseguisse ler seus pensamentos. – O que te aflige?

- Não tem nada me preocupando, Gio. – Ela respondeu, sorrindo. – Quero dizer, eu estou viajando com o meu namorado, o que poderia me preocupar?

A verdade era que Margarida ainda estava intrigada com a ligação que ouvira, e com a ameaça sofrida logo depois. Que segredo tão grave Rosana guardava?!

- Não se faça de boba, Marga. – Giovanna disse, semicerrando os olhos. – Desde que você chegou, eu senti que tinha algo errado.

A morena tentou disfarçar a inquietação que se formara dentro de si quando Giovanna falou aquilo, porém, infelizmente, não obteve muito sucesso, já que Giovanna pareceu perceber.

- Como assim?

- Ora, Margarida, eu sou de peixes, sou muito sensitiva, quando pus meus olhos em você, senti que tinha alguma coisa errada. – Giovanna disse. – Você é uma pessoa boa, Marga, mas algo está errado, eu sinto que existe uma espécie de nuvem escura em sua vida, e ela está se aproximando, sabe? Se quiser minha opinião, espero que esteja pronta para uma tempestade, porque uma está batendo na sua porta.

A Garcia engoliu em seco, sentindo toda a extensão de seu corpo tremer.

- Leve seus maus presságios para longe, mãe Dináh! – Bernardo, outro parente de Jorge, disse, apoiando-se na borda da piscina, em seguida, sentando-se na mesma, do lado direito de Margarida.

Bruno, seu irmão, o imitou, sentando do lado esquerdo da modelo.

- Não ligue para ela, Margarida, ela não consegue prever nada. – Bruno colocou as mãos ao redor da boca, como se fosse contar um segredo. – A bola de cristal dela quebrou.

Bernardo e Bruno eram gêmeos, e irmãos mais velhos de Marcela. Assim como a irmã, a mãe, e o restante da família, os dois eram loiros, altos, e donos de físicos invejáveis. A caipira os achava parecidos com os gêmeos Weasley de Harry Potter: os dois eram bastante energéticos, animados e travessos, viviam aprontando e tirando onda com a cara dos primos.

Os dois eram idênticos, até nos sinais espalhados pelos braços e pernas, Margarida só conseguia distingui-los por Bernardo ter os cabelos em um tom loiro escuro, e Bruno ter os fios descoloridos, em um tom platinado meio amarelado.

- Então, está gostando da nossa, nada humilde, família, flor do campo? – Bruno perguntou, balançando os cabelos molhados.         

- Na verdade, até que estou. Vocês não eram tão ruins quanto eu esperava. – Ela admitiu, sem graça.

- Você diz isso até nós te obrigarmos a casar com o Jorge, e, seguidamente, pintar seus cabelos de loiro.  – Bernardo disse, cochichando. – Está vendo a Clara? Até seis meses atrás, antes de ficar noiva, seu cabelo era ruivo de nascença, eu juro por Deus!

Com o cenho franzido, a morena fitou a loira, que ainda estava abraçada com Gustavo, se perguntando, mentalmente, se Bernardo falava a verdade.

- Falando no nosso priminho, quanto ele te pagou para namorar com ele? – Bruno questionou.

A modelo, que antes encarava Clara, virou seu rosto na direção do gêmeo, arregalando os olhos, quase pondo as orbes verdes para fora.

- Do quê está falando?! Seu primo não me pagou nada! – A moça afirmou, tentando colocar toda sua firmeza na frase.

- Eu disse! – Disse Bernardo, parecendo comemorar. – Me deve cinquenta reais, caro irmão.

- Droga! – Bruno praguejou, fazendo uma careta.

Margarida os encarou, totalmente incrédula.

- Espera aí um segundo, vocês dois ap...

- Isso mesmo, flor, nós apostamos. – Bruno confirmou, a interrompendo.

- Pegadinhas e apostas são os nossos lances, gatinha, vai se acostumando. – Bernardo a alertou, piscando para ela

- Gatinha? Chamaram a minha namorada de gatinha na minha frente? – Jorge perguntou, se aproximando do trio. – Vocês não têm medo de morrer?

Os dois gargalharam alto, enquanto o primo revirava os olhos.

- Você? Matar a gente? – Bruno questionou, ainda rindo.

- Não tente soar ameaçador, Jorge, o máximo que você consegue é parecer com a Giovanna irritada, e, acredite, não tem nada menos ameaçador do que isso. – Bernardo disse, pulando de volta na piscina. – Foi um prazer conversar com você, flor.

Bernardo beijou a mão direita da garota, enquanto Bruno fazia o mesmo com a esquerda, logo, os dois voltaram para perto da prima e da irmã.

                - Além de dar em cima da minha namorada na minha frente, ainda dizem que eu não sou ameaçador, dá para acreditar? – Ele questionou, descrente, sentando no lugar em que Bruno estava alguns segundos antes.

               

                - Na verdade, dá sim. Você não é lá essas coisas. – A moça provocou.

                               

                - Não sou lá essas coisas com você, mas, com o resto das pessoas do planeta, eu sou um puta intimidador.

               

                - Certo, eu tenho que admitir, isso é verdade. – Disse ela. – Acho que está apaixonado por mim.

               

                Jorge arqueou as sobrancelhas.

                - Não, uma pessoa apaixonada é o Gustavo, que passou a noite com a noiva, eu só sou seu amigo.

               

                A Garcia mirou Gustavo, que parecia se divertir com uma história contada pela noiva, enquanto fazia várias dobraduras seguidas em um papel qualquer. No fim da história narrada por Clara, ele sorriu e lhe entregou o papel, que havia sido transformado em uma rosa.

                - Own, ele fez uma rosa de papel para ela, que fofo. – Margarida suspirou. – Eu queria tanto um namorado romântico.

 

                A expressão de Jorge se contorceu em uma careta de pura indignação, ao mesmo tempo em que ele estralava os dedos na frente da face da namorada.

               

                - Oi, tudo bom? – Disse ele.

               

- Engomadinho, você não é nem romântico, e nem meu namorado de verdade. – Margarida disse, cochichando a última parte.

               

- Eu me senti um pouquinho ofendido. – Jorge disse. – Mas, voltando ao assunto, eu não sou romântico com você, justamente por não ser seu namorado de verdade. – Ele sussurrou.

               

- Prove.

 

                - E como, exatamente, eu poderia fazer isso?

 

                - Finja que é meu namorado de verdade por um dia, seja romântico e todas essas coisinhas. Se não conseguir, fará tudo o que eu quiser por uma semana. – A Garcia disse, sendo tomada pelo espírito de apostas dos gêmeos Cavalieri.

 

                - E se eu conseguir?

 

                - Eu farei o que você quiser por uma noite. – Margarida disse, erguendo sua mão.

 

                Jorge apertou a mão da namorada, sem precisar pensar duas vezes.

 

                - Fechado.

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                Margarida tentava afastar os galhos baixos das árvores com as mãos, evitando que eles arranhassem o resto de seu corpo.

 

                - Então, você me faz acordar cedinho num sábado, quase não me deixa tomar café-da-manhã, me faz colocar um biquíni sem me explicar o porquê, me arrasta para fora da mansão, me obriga a carregar uma mochila pesada, enquanto você leva só uma cestinha, e ainda me leva para o meio do mato?  - A modelo questionou, ajeitando a alça da mochila. – Se queria um piquenique romântico, deveria ter feito nos jardins da mansão durante o pôr-do-sol, chapeuzinho vermelho.

               

                O loiro bufou, revirando os olhos.

               

                - Para quem diz gostar da natureza, você está reclamando demais, não acha? – O Cavalieri disse. – Relaxa, nós já estamos chegando.

 

                - Chegando onde, exatamente? No meio do nada? Porque, eu sinto em te informar, mas acho que já chegamos.

               

                - Você reclama demais, tem que parar de andar comigo, não está te fazendo bem. – O loiro agarrou o braço da morena. – Vem, vamos.

               

                Jorge puxou a garota, a arrastando, em passos rápidos, pelo meio da floresta que existia em uma imponente montanha, localizada atrás dos terrenos da mansão.

               

                Depois de alguns minutos de caminhada, Margarida, um pouco ofegante, jurou ouvir barulho de água corrente, mas imaginou ser só sua imaginação.

               

                O rapaz parou abruptamente, quase fazendo com que a modelo, que prestava atenção nos cadarços desamarrados de seus tênis, trombasse contra seu corpo.

               

                - Por que parou? – A garota questionou, erguendo os olhos.

               

                - Chegamos. – Ele anunciou. – Não é nenhum meio do nada, mas acho que dá para o gasto.

               

                A caipira sorriu, encantada com a cachoeira e o pequeno lago de águas cristalinas.

 

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                O falso casal terminava de estender a toalha quadriculada, típica de piqueniques, sobre as pedras com pouca vegetação.

 

                O garoto colocou a cesta em uma das pontas, e os sapatos em outra, para impedir que o tecido acabasse sendo levado pelo vento, que, naquele dia, estava forte.  A moça resolveu imitar o namorado, colocando os tênis numa ponta e a mochila em outra.

               

                Ao longe, a Garcia conseguiu avistar uma espécie de cabana de madeira, aparentemente, abandonada fazia algum tempo.

 

                - Sabe quem eram os donos? – A modelo questionou, apontando na direção da construção.

 

                O loiro fitou a cabana, dando de ombros.

 

                - Oh, sim. Minha família. – O Cavalieri respondeu. – Quando eu e meus primos éramos mais novos, nossos pais nos traziam aqui, sabe? Para um dia de lazer, mas, agora, mais crescidos, nós mal aparecemos por aqui, e quando aparecemos, ficamos na piscina, pela comodidade e tudo mais.

 

                Margarida assentiu, parecendo entender.

 

Os dois sentaram-se sobre a toalha, seus joelhos e braços se tocando, enquanto observavam a cachoeira.

 

- Também está sentindo vontade de sair correndo, e pular naquele lago? – A garota questionou, encarando a paisagem.

 

- E acabar escorregando no lodo, caindo de bunda, e me machucando todo? Oh, não, obrigado. – O loiro ironizou.

 

- Não tem como ter certeza de que isso vai acontecer, tem? – Disse ela, retirando a blusa, expondo a parte de cima do corpo exposta, apenas, pelo comum biquíni preto.

 

- Prefiro não correr riscos.

 

- As vezes, nós temos que correr riscos. – Margarida disse, tirando o short jeans, ficando só de biquíni. – Eu acredito que essa seja uma das vezes.

 

- Certo, seu argumento me convenceu. – Disse Jorge, tirando a camisa.

 

- Só o argumento? Vai dizer que a visão do meu corpo coberto, apenas, pelo biquíni não te influenciou nessa mudança de opinião? – A moça perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.

 

O loiro soltou um sorriso malicioso.

 

- Talvez. – Ele admitiu.

 

A morena riu, ao mesmo tempo em que o namorado tirava o calção, ficando só de sunga.

 

                - No já? – Ela perguntou.

               

                O rapaz assentiu, confirmando com a cabeça.

 

                - Uma...

 

                - Duas...

               

                - Meia e...

 

                - Já! – Eles disseram em uníssono.

 

                Com um só impulso, os dois se levantaram, e correram, como duas crianças empolgadas, até uma pedra alta na ponta da margem do lago, de onde pularam.

 

                Os dois afundaram, emergindo alguns segundos depois, gargalhando alto, sem se importarem em parecerem crianças.

 

                De repente, Margarida fez uma cara preocupada, colocando as mãos atrás do corpo, parecendo mexer em algo.

 

                - O que aconteceu? – O namorado questionou, passando as mãos nos cabelos dourados.

 

                - Eu acho que meu biquíni está prestes a desamarrar, mas não consigo amarrá-lo. Pode fazer isso para mim? – A menina pediu, se aproximando dele.

 

                O loiro assentiu, enquanto a caipira ficava de costas para ele, colocando as mechas escuras de lado.

 

                Jorge levou seus dedos até as costas da menina, pronto para reforçar o nó do biquíni, mas, no lugar disso, o loiro, em um total impulso, desamarrou o que restara do nó, fazendo com que Margarida franzisse o cenho.

                - O que está fazendo? – A Garcia perguntou, tendo que segurar a parte de cima do biquíni, que só estava presa pelo nó atrás de seu pescoço.

                - O que me pediu. – O loiro disse, beijando, suavemente, o lugar onde antes o nó estava, fazendo Margarida arquear as costas. – Fingindo que sou, realmente, seu namorado. É isso que namorados fazem quando eles e suas namoradas estão seminus, certo?

                A morena não foi capaz de dizer nada, enquanto o loiro beijava suas costas e ombros, eventualmente, subindo até o pescoço.

                - Se quiser que eu pare, basta falar. – O rapaz avisou, sussurrando contra sua pele, o que acabou lhe causando vários arrepios involuntários.

                - Eu não quero. – Disse ela, em um fio de voz, enquanto, ela mesma, desamarrava o nó que prendia o biquíni em seu corpo.

                O Cavalieri sorriu malicioso, antes de aproximar seus lábios do pescoço da menina, depositando um chupão na área.

                Margarida encarou atentamente as mãos de Jorge pegarem a parte de cima do biquíni, que flutuava na água, e o jogarem longe, mais precisamente, nas pedras.

                A garota colocou as mãos em cima dos seios expostos, sentindo as mãos do namorado virarem seu corpo, a fazendo ficar de frente para ele.

                Jorge, percebendo, e achando fofo, o rubor nas bochechas da menina, colocou cada mão em um lado do rosto dela, beijando-a suavemente, com toda a delicadeza do mundo.

                Aos poucos, o garoto foi beijando suas bochechas e pescoço, tudo com calma e delicadamente, não queria assustar a Garcia, essa que, aos poucos, foi se soltando, até que, finalmente, tirou as mãos de cima dos seios, colando seu corpo ao do namorado.

                Jorge, que estava de olhos fechados, os abriu imediatamente ao sentir o corpo da menina colidindo contra o seu. Ele sorriu, a beijando nos lábios mais uma vez, antes de descer seus beijos para seu pescoço, deixando algumas marcas por ali.

                Quando os carinhos do menino chegaram ao seu colo, Margarida segurou sua cabeça, o forçando a erguer-se para encará-la.

                - Jorge, eu não quero transar, não agora. – Ela disse, sua voz ofegante e descompassada.

                O mauricinho sorriu.

                - Sem problemas. – Disse ele, voltando ao que estava fazendo.

                - Jorge...

                - Não transar, não significa que não possamos nos divertir, caipirinha. – O Cavalieri disse, descendo seus lábios um pouco mais.

                Margarida fechou os olhos, mordendo os lábios com força, e agarrando os fios dourados do namorado, enquanto o mesmo lhe mostrava o incrível mundo das preliminares.

 

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                Depois do almoço improvisado, que consistia em sanduíches frios e um suco meio azedo, o casal resolveu dormir um pouco, com a justificativa de que haviam acordado muito cedo e mereciam um descanso.Acontece que o pequeno cochilo que haviam combinado de tirar, acabou durando horas.

O sol já começava a se recolher, quando a filha única de Hortência e Tomás sentiu uma gota pingar em sua face.  A principio, ela não deu importância ao fato, já que o sono, e os sonhos que o mesmo proporcionava, eram bem mais importantes que uma simples gota de água.

Depois, quando várias gotas começaram a pingar freneticamente, foi que ela entendeu o estava acontecendo ali: estava chovendo.

 

Ainda atordoada pelo sono interrompido abruptamente, a modelo sentou-se de supetão, vendo que o namorado fazia o mesmo.

 

- Como vamos voltar para a mansão? – Margarida questionou, elevando sua voz por conta do barulho alto da chuva, enquanto ajudava Jorge a guardar as coisas na cesta.

 

- Não vamos. – Disse ele, colocando a mochila nas costas. – Já vai escurecer, e está chovendo, não podemos entrar numa floresta nessas condições.

 

- Então, o que vamos fazer? – A Garcia perguntou, colocando a toalha quadriculada na cesta.

 

Jorge olhou ao redor, buscando uma solução, até que seus olhos fixaram-se em um ponto.

- A cabana! – O loiro exclamou, puxando a namorada em direção a antiga construção.

 

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                Já secos, vestidos e protegidos da chuva, o casal estava sentado no sofá empoeirado da sala, observando o tapete desgastado, e infestado de poeira, sendo iluminado pela lanterna, que, felizmente, Jorge havia lembrado de trazer.

 

                O Cavalieri usou o braço para trazer a morena para perto de si, a abraçando de lado. Margarida deitou sua cabeça em seu ombro, enquanto escutava o estrondoso som de um trovão.

               

                - Lembra do nosso acordo? – Margarida perguntou, baixinho, colocando as pernas em cima do sofá, contra o próprio corpo.

               

                - Qual dos? O que fizemos na piscina? – Disse Jorge, na mesma altura, ao mesmo tempo em que fazia carinho no topo da cabeça da namorada.

 

                - Esse mesmo.

               

                - O que tem ele?

 

                A modelo se soltou do mauricinho, o encarando.

 

                - Acho que você conseguiu cumpri-lo. – Ela anunciou, o fitando atentamente, concentrada em cada pequeno detalhe de sua reação.

               

                O rapaz abriu um sorriso de lado.

 

                - E isso quer dizer que...

 

                A Garcia colocou uma perna de cada lado do corpo do namorado, sentando em seu colo, como havia feito algum tempo atrás.

 

                - Que essa noite, eu sou, completa e inteiramente, sua. – Margarida sussurrou baixinho, antes de beijar seus lábios com urgência, como se não conseguisse esperar nem mais um minuto.

 

                O Cavalieri respondeu na mesma altura, direcionando suas mãos até sua cintura, a segurando com força, aproximando, ainda mais, a menina de si.

 

                Quando Margarida colocou suas mãos na barra de sua blusa, pronta para puxá-la para cima, Jorge a parou, segurando suas mãos, no mesmo momento em que afastava seus lábios dos dela, cessando o beijo.

 

                - Não, Marga. Não assim. – Ele disse, a encarando intensamente.

 

                A morena franziu o cenho, confusa.

 

                - Do que está falando? – A moça perguntou, quando o namorado a tirou de seu colo, colocando-a sentada ao seu lado.

 

O Cavalieri saiu do sofá, e ajoelhou-se, pegando suas mãos, ainda a fitando intensamente.

 

- Este é um momento único, caipirinha, tem que ser especial. – Ele sussurrou, a encarando, enquanto a chuva continuava a cair lá fora. – Não quero que seja em um sofá empoeirado qualquer, numa cabana no meio do nada, entende? Quero que seja especial, caipirinha, quero que seja especial para você.

 

A Garcia sorriu, sem conseguir dizer nada.

 

- Feche os olhos. Não os abra por nada nesse mundo, pelo menos, não até que eu diga para abri-los, certo? – O loiro pediu, depositando um beijo no topo da cabeça da namorada, enquanto a mesma fechava os olhos.

 

Mesmo sentindo o corpo tomado pela ansiedade e curiosidade durante cerca de vinte minutos, a modelo não ousou abrir os olhos um segundo sequer, querendo descobrir o que o namorado aprontava somente na hora certa.

 

- Pode abrir, Marga. – Jorge anunciou.

 

A caipira abriu os olhos, sentindo os mesmos marejarem.

 

A sala estava toda iluminada por pequenas velas, o tapete, antes cheio de poeira, havia sido batido, e sua maior parte havia sido coberta pela toalha quadriculada, que agora já estava seca. O rapaz havia limpado as almofadas do sofá, e as colocado em cima da toalha. O que mais surpreendeu Margarida, foi uma lareira, que ela nem tinha percebido ali, que havia sido acesa pelo jovem Cavalieri, e que dava um ar ainda mais romântico a situação toda.

 

                - Felizmente, eu ainda lembrava onde minha família guardava as velas. – O rapaz disse. – E, então, gostou?

 

                Margarida se levantou, caminhando até o menino, depositando um leve beijo em seus lábios.

 

                - Eu nem sei o que falar, quero dizer, é bem mais especial do que eu achei que fosse ser. É perfeito. – Ela sorriu, emocionada. – Obrigada, engomadinho.

 

                O loiro sorriu, levando uma de suas mãos até a nuca da caipira, enquanto a outra descansava em sua cintura.

               

                Um segundo fora o tempo que os lábios dos dois levaram para se encontrar, beijando-se suavemente, em um ritmo só deles, sem se importar com a chuva que caía lá fora, e nem com os parentes que deveriam estar preocupados. Naquele momento, eram só os dois, a caipirinha e o engomadinho, curtindo a pele, o calor, e o gosto um do outro.

 

                Delicadamente, Jorge conduziu a namorada até o tapete.

               

                Depois de mais alguns beijos e carinhos, os dois se ajoelharam, um de frente para o outro. Se dando conta de que a namorada não iria voltar atrás, o loiro tomou a liberdade de direcionar suas mãos para a barra da blusa da caipira, a subindo lentamente.

               

                Margarida imitou o ato do rapaz, levantando, e retirando, a blusa do mesmo.

 

                Percebendo que a namorada ainda estava um pouco estática, e muito nervosa, Jorge levou seus lábios até o pescoço alvo da menina, lugar que ele sabia se tratar de seu ponto fraco, e, que, com certeza a relaxaria.

 

                Dito e feito.

               

                Depois de alguns beijos molhados na região, a caipira pareceu se soltar, permitindo que o loiro tirasse a parte de cima do biquíni que usava, e, o ajudando, depois de alguns minutos, a retirar seu apertado short jeans.

 

                Suavemente, e sem pressa, o Cavalieri a deitou no tapete, ficando por cima da mesma, enquanto continuava a beijá-la.

 

                - Marga, se doer, eu preciso que me diga, certo? Não quero que guarde isso para você. – Jorge pediu, enquanto descia o próprio calção, sentindo os lábios da menina em seu pescoço.

 

                A modelo assentiu, beijando seus lábios.

 

                O loiro se esticou, pegando um pacote de preservativos em um pequeno bolso da mochila, essa que estava em cima do sofá.

 

                Margarida sentiu a insegurança tomar conta de si, o momento havia chegado, somente dois tecidos os separavam dos finalmente.

 

                Jorge parou de beijá-la por um segundo, olhando profundamente em seus olhos.

 

                - Você tem certeza, caipirinha?  - Ele sussurrou.

 

                Os olhos verdes da garota buscaram pelos azuis do rapaz. Azul no verde, e verde no azul. Nada mais importava, nem o relacionamento falso e nem as ameaças de Rosana, tudo estava bem, tudo estava como tinha que estar.

 

                - Nunca tive tanta certeza na vida, engomadinho. – Ela confirmou, também em sussurros.

              O loiro sorriu, antes de beijá-la, e, posteriormente, jogar longe as últimas peças que restavam, fazendo a morena sua por completo.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado <3
Beijosss <3
(O Spirit maravilhoso fez com que os parágrafos, espaços e etc, ficassem desorganizados, mas a gente supera :') )


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