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História Fallacy - Antitheses


Escrita por: bIurry e shout

Notas do Autor


noun, plural antitheses [an-tith-uh-seez]
1.
opposition; contrast:
the antithesis of right and wrong.
2.
the direct opposite (usually followed by of or to):
Her behavior was the very antithesis of cowardly.
3.
Rhetoric.
the placing of a sentence or one of its parts against another to which it is opposed to form a balanced contrast of ideas, as in “Give me liberty or give me death.”.
the second sentence or part thus set in opposition, as “or give me death.”.
4.
Philosophy. See under Hegelian dialectic.

Capítulo 2 - Antitheses


Fanfic / Fanfiction Fallacy - Antitheses

 

Era a primeira vez, depois de 13 míseros meses, que eu acordava em minha cama, que eu olhava para o meu teto; antes de tudo que vem acontecendo na minha vida eu sempre reclamava do rangido que minha cama fazia quando eu me deitava nela, mas depois de ir para a prisão a única coisa que queria era a ouvir ranger novamente.


 

Fiquei deitado ali, olhando para o teto e tentando convencer a mim mesmo que eu ainda era um humano, mas não consegui, me sentia a antítese da bondade, nunca pensei que a prisão iria me fazer tanto mal, eu era jovem, inseguro, só queria me sentir livre e burlar as regras, toda vez que penso no passado é como se uma parte de mim ficasse mais tola. Levantei-me, fui até o antigo espelho que estava cambaleando em cima de um prego tentando não cair, vi a imagem de um homem velho, não fisicamente, mas por dentro, acabado, com a barba por fazer, me perguntava se eu ainda era eu mesmo; afinal quem eu realmente era?

 

Peguei um barbeador que comprei antes de ir para a prisão. Ele ainda estava dentro da caixa, não havia sido usado. Barbeei o meu rosto durante um tempo, e logo depois tomei um banho gelado, resolvi que já era a hora de sair um pouco de casa, quem sabe fazer algumas compras. Sai de casa e logo na porta fui surpreendido por uma criança que me parou e perguntou se eu era um covarde. Rapidamente respondi que não, mas ele insistiu em dizer que eu parecia um covarde. Perguntei o porquê desse julgamento e ele disse que nos últimos meses vários jornais publicaram matérias na qual tinha um rosto parecido com o meu e em cima da fotografia uma pequena placa escrito ‘’covarde’’. Logo me dei conta que meu ‘’crime’’ tinha virado notícia. Eu não era uma pessoa ruim, eu simplesmente fazia justiça. Eu conseguia enxergar a maldade nas pessoas, e as fazia pagar pelo o que fizeram. Mas as pessoas não acreditavam em mim, falavam que eu maltratava inocentes. Andei metade de um quarteirão e por onde eu passava todos me olhavam, mas de um jeito ruim, como se eu fosse um lobo prestes a atacá-los, fiquei aflito então em um passo rápido entrei no primeiro bar que vi, estava meio deserto, deveria ter umas 4 pessoas contando com o barman, então fiquei calmo estava livre de olhares me acertando como balas.

Pedi um Martini e fiquei ali sentando por um tempo, até que percebi que estava errado sobre os olhares, havia um homem idoso - deveria ter um pouco mais de 60 anos - me encarando, mas não como as pessoas da rua, ele me olhava pensativo, sem julgamentos. Ignorei, não me incomodava. Passaram-se algumas horas, o homem já tinha saído, estava anoitecendo conseguia ver o azul celeste do céu se transformando em um forte roxo, tinha pensando em voltar para casa, mas decidi ficar por mais algum tempo apenas com meus próprios pensamento e com os Martinis, já havia bebido muito, mas não sentia que era a hora de parar; até que entrou uma garota jovem, deveria ter uns 18 anos, seus cabelos negros batiam nos ombros, seus olhos castanhos marejavam um leve âmbar no centro, se sentou duas cadeiras depois de mim na bancada, mas não pediu nada, fiquei a observando por algum tempo, meu coração batia forte, eu sentia como se já tivesse a visto antes. Eu sempre fui bom em conversar com garotas, mas só me apaixonei por uma. Foi uma paixão adolescente bem rápida, não durou muito já que ela foi assassinada.


 – O que uma moça bonita como você faz nesse bar deserto em plena terça feira? – perguntei.
– Acho que preciso ficar um pouco bêbada para esquecer os problemas diários. Qual seu nome? – ela disse.
 – Sean, e o seu?                                                                                                                                                                                                           – Alex, mas pode me chamar de Lexie.
 

Conversamos por mais algumas horas, quando me dei conta que já estava bem tarde. Ela escreveu seu número de telefone num pedaço de guardanapo, me entregou e saiu. Não consegui dormir naquela noite, fiquei acordado encarando o pedaço de guardanapo e pensando em ligar para ele; olhando por um bom tempo pareciam só números avulsos; todos os acontecimentos que haviam acontecido nesses últimos anos tomaram conta da minha cabeça, então percebi que uma garota a este ponto não daria certo; rasguei o guardanapo e o joguei no lixo.
Acordei, estava exausto como se nunca nem tivesse fechado meus olhos, eu sentia alguma coisa em mim faltando, me deixando deprimido, me lembrei de tudo que já tinha feito e se eu era realmente o que me disseram, mas ignorei aquele pensamento, se fosse me abalar por todos os meus erros já estaria morto de tristeza. Caminhei até o banheiro e tomei uma rápida ducha, dei uma olhada no espelho e vi que precisava cortar o cabelo, talvez me fizesse parecer uma pessoa mais apresentável, porém desisti, estava muito cansado para me preocupar com isso. Sai de casa, eram umas seis horas da manhã, estava caminhando até que vi Alex falando com o homem que estava me observando no bar, vê-los ali me dava um extremo sentimento de conforto, como em uma manhã de Natal; um vago pensamento esperançoso me passou pela cabeça, pensei em contar a ela sobre o meu dom, em pedir ajuda, em ter alguém com quem pudesse contar, mas esse pensamento se transformou em ilusão, com certeza ela não acreditaria em mim e acabaria se afastando. Acenei para ela, ela sorriu e caminhou até mim. Convidei-a para uma caminhada no bairro, ela aceitou toda animada. Conversamos um pouco sobre música, ela tem um gosto musical bem diferente do meu. Paramos um pouco para descansar e comprar uma garrafa de água. Depois de recuperar o fôlego decidimos apostar uma corrida até minha casa. Ela ganhou, claro. Eu já não estava em forma para correr tanto. Pedi para ela entrar e tomar um café comigo, dessa vez ela recusou, disse que tinha compromissos.

 

Entrei em casa, tirei o tênis apertado e sentei na poltrona da sala. Liguei a TV, não queria assistir nada na verdade, deixei em um canal que falava sobre culinária, acabei dormindo, não que o programa seja entediante, era até legal, eu só estava muito cansado. Acordei algumas horas depois com um barulho bem alto vindo da cozinha. Corri para lá imediatamente, vi um pote de carne seca caído no chão e do lado do pote um gato. Peguei o gato no colo e o levei para fora. Joguei um graveto para ver se ele corria atrás, ele nem se moveu. Deixei um pote cheio de água para o gato bem na porta de casa, caso ele fique com sede, poderá vir sempre aqui. Estava empolgado para que o gato voltasse, não deveria ter o colocado para fora, por algum momento pensei em pegar ele pra mim, fiquei tão animado, seria a única maneira de preencher a minha solidão tão constante.

 

De repente ouvi barulhos estranhos, vozes roucas extremamente irritadas gritando palavras que eu não conseguia entender, até que então batidas na minha porta estremeceram meu corpo, caminhei até a porta calmamente, enquanto as batidas só aumentavam; depois de a abrir tive poucos segundos para tentar falar até ser puxado por alguém da qual a face eu não conhecia, pisquei os olhos e havia mais dezenas de desconhecidos a minha volta, mas, o que é que eles iriam querer comigo? Com certeza isso não é uma das coisas que imagino acontecendo em um pequeno subúrbio.
 



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