Capítulo 10 - Morte
❝A morte é só uma mudança de estado.
Depois dela, passamos a viver em outra dimensão.❞
- Zíbia Gasparetto
Alec sentou ao lado de Isabelle no hospital e segurou sua mão, algumas pessoas encaravam os dois pelo fato de estarem usando pijamas, mas não importava. Izzy tremia e apertou sua mão, logo o olhando e então se jogando em seus braços. A abraçou apertado e a aninhou em seu colo, fazendo carinho em seus cabelos.
Max estava sob os cuidados dos médicos, e a única coisa que Alec sabia era que o menino tivera câncer no passado. E seu maior medo no momento era que tivesse voltado! Apertou a irmã em seus braços e beijou-lhe a testa, mas não falou nada.
Maryse chegou em passos apressados e com o rosto vermelho e inchado, Alec notou, ela havia chorado no caminho, Robert chegou correndo logo atrás e ambos olharam para os dois Lightwoods abraçados!
Izzy soltou Alec do abraço e levantou, se agarrando a mãe e chorando mais ainda, Maryse acabou por ser render ao choro mais uma vez.
Um choro sofrido de mãe.
Robert abraçou as duas, como se tentasse conforta-las, mas ele estava tão arrasado quanto!
Maryse olhou para Alec, com as lágrimas escorrendo pelo seu rosto e lhe estendeu a mão, o chamando para o abraço.
Neste momento Alexander parou de segurar o choro, apenas segurou a mão de sua mãe adotiva, que o puxou para o abraço coletivo da família que tentavam ser fortes juntos!
Naquela noite, eles choraram juntos, em um abraço apertando tentando se confortarem.
૪
Magnus estava sentado no telhado do hospital, sua maior vontade era puxar seu amado de lindos olhos azuis e abraça-lo, sussurrar em seu ouvido que estava tudo bem! Mas não podia.
Tudo culpa da maldita regra imposta por Deus!
O menino, Max, ah... Se sentia triste por ele também, se perguntava o que poderia ter acontecido com ele, o que ele tinha... E com pesar lembrava de quando Alexander, ainda como anjo, havia o curado.
Não é possível escapar da morte, quando ela chega, é indiscutível.
Alec havia a despistado, séria possível ela ter voltado em busca da alma do pobre menino?
Não conhecia a Morte, ou o Morte, assim, como ela ou ele era, mas já sentia uma certa raiva!
Suspirou alto e levantou a cabeça para olhar as estrelas, dando de cara com uma mariposa, se assustou, mas não fez nada, apenas encarou a mariposa, que era bem diferente, era totalmente branca, com uma aura ao seu redor e com uma duas cadeiras, cada uma de um lado, em suas asas.
— Uma mariposa espiritual...! — sussurrou, arregalando os olhos.
Diziam que quando uma pessoa boa morria, a morte a transformava em uma mariposa espiritual, e depois guiava para Idris, onde viraria um belo anjo!
Se perguntava as vezes se havia sido uma mariposa espiritual antes.
Sorriu fraco quando a mariposa pousou em seu nariz, mas não ousou toca-la, apenas a apreciou ali e ignorou o leve incômodo!
— Ah, então é ai que você está! — ouviu uma voz masculina e a mariposa espiritual saiu de seu nariz, se virou de leve para trás para ver quem era e sentiu um frio subindo pela sua espinha.
Era um homem, de cabelos prateados e olhos também prateados, que estava coberto por um manto negro, usava terno negro com gravata prateada e carregava consigo uma foice absurdamente grande.
— Oh, então é O morte e não A morte. — pensou alto.
O Morte o olhou, em quanto a mariposa espiritual pousava na lâmina da enorme foice.
— Acho 'Morte' um termo muito pesado, prefiro que me chamem de Jem. — ele disse.
Magnus levantou, dando de ombros, sem tirar os olhos do Morte, que se auto nomeava Jem, ficou ereto, o encarando.
— Tudo bem, Jem. Me chamo M...
— Magnus. Eu sei. — Jem o interrompeu. — Lhe guiei ao Idris a alguns anos atrás, não faz muito tempo.
— Oh, então eu realmente já fui uma mariposa espiritual. — sorriu. — Eu devia ter sido uma mariposa magnífica!
Jem riu nasalmente, estendendo o dedo para que a mariposa espiritual, que estava na lâmina de sua foice, fosse para o mesmo, e assim a pequena mariposa fez, em poucos instantes a foice havia sumido.
— O que faz aqui? Nesse hospital?
— Uma pessoa muito importante para o meu amado está aqui.
— Ah, o jovem Alexander! Ele me causou um certo problema há algum tempo.
— Ele fez aquilo por amor. — o anjo rosnou e cerrou os punhos. — Ele não merecia o castigo que teve!
Jem abriu um sorriso triste, assentindo como se concordasse, envolveu a mariposa em uma brilho intenso e então a mesma sumiu.
Indo para Idris!
— Eu sei que não merecia, achei injusto. Embora tenha infringindo as regras e me prejudicado.
— Você pretende tirar Max dele agora? — perguntou sem nem pensar direito, se arrependendo depois, não sabia se deveria fazer uma pergunta assim, se era errado. — Ah, céus, desculpe, eu não dever...
— Não agora. — Jem respondeu, assumindo uma postura séria. — Mas a hora do Max Lightwood está chegando. Alexander pode ter usado seu poder para cura-lo, mas apenas atrasou o meu trabalho, para não se pode fugir de mim por tanto tempo. — ele suspirou.
Magnus rosnou novamente, olhando para o homem a sua frente com raiva!
— Por que você faz isso? Não é cansativo ver as pessoas sofrerem?!
— Sim, é... — Jem sorriu triste novamente. — Não ache que gosto do meu trabalho, Magnus. Ele é horrível, não me faz feliz, mas é necessário para se manter o equilíbrio!
O anjo sentiu sua raiva sumir em poucos instantes, abaixou o olhar, se sentindo culpado pela acusação.
— Me desculpe. — olhou novamente para frente, mas então ele já não estava mais lá.
૪ Uma semana depois - Mansão dos Lightwood / 23:30 ૪
Alexander encarava o teto, sem conseguir dormir. Tinha certeza que sua aparência não era das melhores agora! Suspirou alto, Max estava internado. Aparentemente seu câncer havia voltado inexplicavelmente, e estava piorando, então a quimioterapia havia voltado imediatamente.
De alguma forma, sentia que havia falhado com Max.
De alguma forma, sentia-se culpado pelo que estava ocorrendo e pelo seu irmão mais novo adotivo estar sofrendo!
Respirou fundo, sentindo seus olhos pesarem e começarem a fechar, tocou o colar, que ainda estava preso em seu pescoço, por cima da camisa, o sentindo pulsar. Mas não teve tempo de questionar sobre isso!
⁂
Estava um campo aberto, que lhe parecia terrivelmente familiar, franziu o cenho e andou alguns passos, em quanto uma névoa branca ia se dissipando.
Então viu, o mesmo homem do sonho anterior, que era justamente a única coisa que se lembrava!
Magnus.
O mesmo andava em sua direção em passos lentos.
— Finalmente acertei o horário que ele dormiu, coisa difícil... — ele resmungava baixinho, então parou em sua frente. — Você, Alexander, me tira do sério!
— Eu? — assustou-se.
— Você! Estou a uma semana tentando encontrar você nos sonhos, mas você não me ajuda! Eu não sei lidar com coisas complicadas. — o asiático bufou alto.
— Mas como eu iria te ajudar?! A única coisa que sei é seu nome! — exclamou, se sentindo tão indignado quanto o belo homem a sua frente.
— Dormindo, talvez!
— Eu não posso viver dormindo, Magnus!
— Lógico que pode!
— Ok, não seria uma opção desagradável, mas eu tenho uma vida, sabia? Tenho regras a cumprir, horários para obedecer, coisas para fazer e...
— Você se tornou um completo mundano... — Magnus sussurrou, parecendo triste.
— O que? Mundano? O que é isso? Você me chingou?
Magnus riu e depois tentou conter a risada, vendo a expressão de Alexander se tornar ainda mais indignada!
— Não tecnicamente, eu acho, Alexander. — ele abriu um sorriso.
— Espero... — sentou-se no chão, virado para o lado e apreciando a paisagem do sonho.
Precisava relaxar e mesmo que fosse um sonho, sentia uma certa paz em si. Sentiu o asiático sentar ao seu lado e o olhou.
— O que você é? — perguntou. — E como assim tenta me encontrar em meus sonhos?
O mesmo o olhos, com os olhos de gato brilhando.
— A última pergunta ainda não posso responder, mas posso responder a primeira. — ele forçou uma careta. — Que droga, Alexander, só porque eu acabei de me sentar! — e depois levantou.
O imitou, sem tirar os olhos dele.
E então viu um enorme par de asas se abrir, com penas incrivelmente brancas, que balançavam levemente.
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