História Fallen Angel HIATUS - Nosso amor

Capítulo 2 - Nosso amor 

❝Amor não é se envolver com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes nem princesas. Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.❞

- Desconhecido

Fazia exatamente quase três meses desde que Alec e Magnus se conheceram em uma noite fria e estrelada em Alicante! Haviam virado bons amigos, passeavam juntos, conversavam, trocavam confidências... Muitos anjos as vezes pensavam que ambos haviam uma relação, por estarem quase sempre juntos, afinal não conseguiam conter a vontade que sentiam de se verem, e desejavam felicidades aos dois, que prontamente explicavam o que eles realmente eram. 

Não que fosse um grande problema pensarem que eram namorados, na verdade Magnus não via problema nenhum! E sabia que Alexander apenas explicava por ficar sem graça e achar que isso o incomodava. 

Alec treinava Arco e Flecha, em uma parte do Jardim um tanto quanto afastada do anjo de aparência asiática, era afastado, mas dava para vê-lo nitidamente mesmo de longe! Magnus treinava combate corpo a corpo e também algumas habilidades que os anjos tinham, como magia rúnica, agilidade e força, por exemplo.

Todos os anjos treinavam, afinal, o Céu quase sempre vivia em guerra contra o Inferno. 

Uma batalha entre o bem e o mal que não tinha fim! 

A velha história em que Deus era bom e Diabo era mau. 

Magnus parou de treinar um pouco com Hodge, olhando para o lindo anjo de olhos azuis que estava bastante concentrado em mirar no alvo que estava preso em um tronco de uma árvore, no mesmo havia várias flechas em diferentes pontos. Se Alexander fosse um cupido, não ia ter pessoas solteiras no mundo! 

Mas as coisas andavam meio complicadas para ele no momento, Deus havia decidido lhe dar uma folga como Anjo da Guarda por causa da situação delicada de seu protegido. 

O pequeno Max Lightwood, que haviam descoberto recentemente que tinha leucemia, em um estágio levemente avançado! Alec simplesmente não conseguia acreditar, afinal, câncer podia matar. E ele simplesmente não estava pronto ainda para perder seu protegido. Não ainda! 

Magnus andou até ele e o abraçou por trás, pouco depois do mesmo acertar o alvo bem no centro com a flecha. 

— Oi, Alexander. — susurrou, sorrindo em seguida, o apertando levemente.

Pôde sentir o garoto se arrepiar, olhando um sorriso surgir em seu rosto, assim como suas bochechas ganharam um tom avermelhado. Alexander era simplesmente adorável! 

— Oi, Magnus! — ele respondeu, se aconchegando em seus braços e largando o arco no chão. 

— Não quer descansar um pouco? — perguntou, apoiando o queixo em seu ombro. 

Sinceramente, era sim apaixonado por Alexander. O amava! Um sentimento que foi nascendo em seu peito desde que o conheceu e que foi se aflorando pela convivência, um sentimento que, particularmente, fazia questão de não esconder. 

Demonstrava, o máximo que podia, e mesmo que seja visto apenas como 'amigo', não ia desistir. Afinal isso o fazia bem! Apenas estar com ele lhe fazia bem. 

Alexander o fazia bem! 

— Adoraria. — Alec respondeu, se virando para encara-lo. 

Ah, encarar aqueles olhos era sua perdição! Poderia passar horas encarando aquele azul profundo e nunca se cansaria. 

Não existiam, na sua opinião, olhos mais lindos que esses.

Estendeu a mão para ele, que foi prontamente segurada, e o levou para um lugar mais calmo daquele jardim.

O Céu era um local bem agitado! Vários anjos de várias hierarquias apareciam voando hora ou outra, apressados, sempre em direção ao Salão dos Acordos. 

Deitaram em direções opostas na grama, mas com as cabeças lado a lado!

Não trocararam nenhuma palavra no momento, apenas aproveitaram o vento que batiam em seus rostos, o clima e a presença um do outro. 

Magnus virou o rosto para o lado, na intenção de olhar para o anjo que não saía de seus pensamentos, mas acabou por perceber que ele fazia o mesmo. 

Ficaram assim, se encarando, passando os olhos pelas feições, mergulhando em seus olhares e os direcionando para suas bocas, com a respiração descompassada e o coração acelerado! 

Aproximaram seus rostos devagar, depois as bocas e trocaram um leve selar de lábios de apenas alguns segundos, permanecendo de olhos fechados, mas logo reaproximaram as bocas, se beijando!

Era um beijo calmo, como se fosse um carinho,  que mesmo que tenha demorado poucos segundos, foi suficiente para demonstrarem o que sentiam.

Afinal se amavam! 

Alec riu nasalmente, com as bochechas coradas, abrindo os olhos, observando o anjo de aparência asiática fazer o mesmo. 

Ficaram se encarando por um tempo, com um sorriso bobo em seus rostos. 

— Eu te amo, Magnus... — ele sussurrou, levantando a mão e acariciando sua bochecha. 

— Eu também te amo, Alexander. — abriu um sorriso bobo, beijando-lhe a testa. 

Se sentou na grama e observou Alec fazer o mesmo, acariciou sua bochecha com a palma da mão, sentindo seu coração se aquecer quando o mesmo beijou-lhe a palma e em seguida sussurrando contra a mesma: 

— Me beija de novo. 

Por um instante parou de respirar ao ouvir tão pedido e sorriu abertamente! E o beijou.

O beijo alternava entre calmo e afoito, uma dança de línguas que depois se tornava uma disputa, moviam as bocas lentamente, sem pressa, estavam em sincronia! 

Separam o beijo, levemente ofegantes, Magnus roçou levemente seus narizes, em um singelo beijo de esquimó. 

— Namora comigo, Alexander... 

— N-Namorar? 

— Você não quer? 

— Eu nunca namorei antes, Magnus!

— Bem, se eu namorei... Eu não lembro! — segurou sua mão e entrelaçou seus dedos. — Seria praticamente como uma primeira experiência, e a teríamos juntos. 

Alec sorriu e beijou as costas de suas mãos. 

— Eu aceito. 

Agora não seria mais suposições dos outros, agora era de verdade! 

E quando perguntassem se estavam namorando... Diria com todo o orgulho que sim! Que estavam sim namorando! 

E com tal pensamento, a ficha enfim caiu. 

Estavam namorando, estavam juntos! E nada podia separa-los. 

Não agora. Não no momento. 

Não ainda.