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História Fallen Angels - No Começo


Escrita por: Batgirl_Moon

Notas do Autor


Oiee Pudinzinhos 🍮 Essa É Minha Primeira Fanfic Então Se Ficar Uma Bosta Me Perdoem.
Comentem O Que Vcs Acharam Para Ver Se Eu Continuo A Fic Ou Não.
Esse Primeiro Cap Vai Ser Chatinho Mesmo E Talvez Vcs Não Entendam Muito Bem, Mas Esse Cap É Essencial Pro Desenrolar Da História E Mais Tarde Vcs Vão Entender.
BvBjs E Radkisses Pra Vcs 💋

Capítulo 1 - No Começo


Fanfic / Fanfiction Fallen Angels - No Começo

LONDRES, INGLATERRA
                SETEMBRO DE 1854

 Por volta da meia-noite seus olhos finalmente tomaram forma. A expressão neles era felina, parte determinada, parte hesitante. Prontos para causar problemas. Sim, aqueles olhos estavam iguaizinhos. Alcançando as sobrancelhas bem desenhadas, a centímetros da cascata escura que era seu cabelo.
   Ele estendeu o braço para avaliar seu progresso no papel que segurava. Era difícil desenha-la sem que ela estivesse na sua frente, mas, de qualquer jeito, nunca conseguiria desenhar na presença dela. Desde que chegara em Londres, para falar a verdade, desde que a viu pela primeira vez ele precisara tomar cuidado para mantê-la afastada.
Agora, ela ia falar com ele diariamente, e cada dia era mais difícil do que o anterior. Era por isso que ele iria embora na manhã seguinte, Para A Índia, Pro Canadá, Pro Japão, não sabia pra onde iria e não se importava. Em qualquer lugar que fosse ficar seria mais fácil do que estar aqui.
   Ele se inclinou sobre o desenho de novo, suspirando enquanto terminava de desenhar os lábios carnudos dela. Esse papel sem vida, um cruel impostor da sua amada, era a única maneira de leva-la consigo.
   Então, se endireitando na cadeira de couro preta da biblioteca, ele sentiu. Aquela brisa morna em sua nuca.
ELA.
Sua pequena proximidade dava-lhe a mais intensa das sensações, como o calor  vindo de uma fogueira, queimando até virar um monte de cinzas.
Ele sabia sem precisar virar o rosto: Ela estava lá.
Escondeu o desenho no meio dos papéis amontoados  em seu colo, mas não podia escapar dela.
   Seu olhar cruzou a sala até a janela que dava para a varanda, onde no dia anterior ela apareceu para ele com um buque de peônias brancas nas mãos. Ela ainda achava que a atração que sentia por ele era inocente, que seus frequentes encontros na varanda eram meramente... Felizes coincidências. Tão ingênua!
Ele nunca contaria a verdade, o segredo era um fardo que suportaria sozinho.
   Ele levantou e deu meia-volta, deixando os esboços para trás, sobre a cadeira de couro. E lá estava ela, encostada nas cortinas de veludo vermelho, em seu simples vestido branco. O cabelo negro se soltara das tranças, e a expressão em seu rosto era a mesma que ele havia desenhado tantas vezes.
   As bochechas dela começaram a ficar vermelhas. Estaria com raiva? Com vergonha? Gostaria de saber, mas não podia perguntar.

-O que está fazendo aqui? - Ele pode ouvir o rosnado em sua própria voz, e se arrependeu da grosseria, sabendo que ela nunca entenderia.

-E-Eu...Não Consegui dormir - Ela Gaguejou, indo em direção a cadeira dele. - Vi a luz em seu quarto e também - Ela parou, olhando para as mãos - Suas malas do lado de fora da porta. Vai a algum lugar?

-Eu pretendia contar a você - Começou ele. Não devia mentir. Mas nunca teve a intensão de deixar ela saber de seus planos. Contar só pioraria as coisas. Já tinha deixado as coisas irem longe demais, com esperança que essa vez fosse diferente.
   Ela se aproximou mais um pouco e seus olhos pousaram sobre o caderno de desenho.

-Estava me desenhando? - Seu tom de voz assustado o lembrou de como era grande o abismo entre os dois. Mesmo depois de todo o tempo que tinham passado juntos nas últimas semanas, ela não tinha nem começado a enxergar a verdade que estava por trás da atração entre eles.
   Isso era bom, ou, pelo menos, era o melhor para ela. Durante os últimos dias, desde que ele resolveu ir embora, lutou para se afastar dela. O esforço lhe exigiu tanto, que assim que se viu sozinho, teve que ceder o desejo de desenha-la. Enchera o caderno de páginas desenhando seu pescoço arqueado, sua clavícula pálida, o abismo negro de seus cabelos.
Agora, ele olhava de volta para a folha, não sentindo vergonha por ter sido surpreendido desenhando-a, mas coisa pior.
Um arrepio gelado se espalhou pelo seu corpo quando percebeu que aquilo a destruiria. Ele deveria ter tomado mais cuidado. Era assim que sempre começava.

-Leite morno com uma colher de melado -  Ele murmurou, ainda de costas para ela. Depois acrescentou com tristeza - Vai ajuda-la a dormir.

-Como você sabia? Minha nossa, era exatamente isso que minha mãe costumava...

-Eu sei. - Interrompeu, se virando para encara-la. O espanto na voz dela não o surpreendia, mas mesmo assim não sabia contar quantas vezes ele mesmo tinha preparado essa bebida no passado quando as "sombras" chegavam ou como a tinha segurado nos braços até que adormecesse.
   Ele sentiu o toque dela como se estivesse o queimando através da camisa, a mão pousada gentilmente em seu peitoral, fazendo-o arfar. Os dois ainda não haviam se tocado nessa vida, e o primeiro contato sempre o deixava sem ar.

-Me responda - Sussurrou ela -Está indo embora?

-Sim

-Então me leve com você - Disse ela abruptamente. No mesmo momento, ele viu que ela prendia a respiração, desejando não ter dito o que acabara de dizer.

- Não - sussurrou, lembrando...sempre lembrando... -Embarco amanhã. Caso se importe ao menos um pouco comigo, não dirá uma palavra.

-CASO eu me importe com você - Repetiu ela, quase como se estivesse falando sozinha. -Eu... Eu AMO...

-Não diga isso.

-Tenho que dizer. Eu... Amo você, tenho quase certeza, e se você for embora...

-Se for embora, salvarei sua vida - As palavras foram ditas lentamente. -Algumas coisas são mais importantes que o amor. Você não vai entender, mas precisa confiar em mim.
  
O olhar dela o atravessou. Ela deu um passo para trás e cruzou os braços. Isso era culpa dele também, sempre despertava o lado frio e duro da moça quando a tratava assim.

-Quer dizer que existem coisas mais importantes do que isso? - Ela o desafiou, pegando as mãos dele e levando-as até seu coração.
   Ah, como ele queria ser ela e não saber o que aconteceria depois! Ou pelo menos gostaria de ser mais forte do que era e conseguir impedi-la. Se não a impedisse , ela nunca aprenderia, e o passado apenas continuaria se repetindo, torturando-os num ciclo sem fim.
   O calor familiar dos beijos molhados dela em seu pescoço fez com que ele pendesse a cabeça para trás e gemesse. Estava tentando ignorar a proximidade entre os dois, como ele conhecia bem o toque dos lábios dela nos seus, como era amargo saber que tudo isso teria que acabar. Mas seus dedos se tocavam tão de leve. Ele podia sentir seu coração acelerado atravéis do vestido de algodão fino.
   Ela estava certa. Não havia nada mais importante do que isso. Ele estava prestes a ceder e toma-la nos braços quando viu a expressão em seus olhos. Como se tivesse visto um fantasma.
   Foi ela quem se afastou, com uma mão sobre a testa.

-Estou tendo a sensação mais estranha -Sussurrou.

Não...Já seria tarde demais?
Os olhos dela se estreitaram até a expressão retratada no esboço e voltou a se aproximar novamente, as mãos sobre o peito, seus lábios abertos de expectativa.

-Diga me  que enlouqueci, mas juro que já estive exatamente aqui antes...

Então ERA tarde demais. Ele ergueu os olhos, suas mãos tremendo levemente, e pôde sentir a escuridão caindo sobre os dois. Ele aproveitou aquela última chance de segura-la, de abraça-la o mais forte que podia, como havia ansiado durante semanas.
   Assim que os lábios dele se fundiram com os dela, não havia mais poder algum em suas mãos. O doce gosto de sua boca o deixava tonto. Quanto mais próxima ela ficava, mais seu estômago  se retorcia com a excitação de tudo aquilo.
Sua língua tocava a dele, e o fogo entre eles ardia mais forte, mais quente, mais poderoso a cada novo toque, Cada nova descoberta. E, ainda sim, nada disso era novidade.
   O lugar tremeu. Uma aura em volta do casal começou a brilhar.
   Ela não notou nada, não estava ciente de nada, não entendia nada além daquele beijo.
   So ele sabia o que estava prestes a acontecer, quão sombria era a companhia que se preparava para se juntar aquele reencontro. Mesmo capaz de, mais uma vez, alterar o curso de suas vidas, ele sabia.
   As sombras rodopiavam diretamente acima dos dois. Tão perto que ele poderia tê-las tocado. Tão perto que o fez considerar se ela podia ouvir o que estavam sussurrando. Ele obsevou enquanto seu rosto se obscurecia. Por um momento, viu um brilho de reconhecimento crescendo nos olhos dela.
   E então não havia mais nada, absolutamente nada.



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