História Fallen For You - Capitulo I

Pov. Autora

Diversão, mulheres, dinheiro, arrogância... Apenas palavras que definem perfeitamente a vida de Choi Minho, um adolescente quase adulto no ápice dos seus 18 anos, nascido em berço de ouro na tão conhecida família Choi, elegida como a mais rica pelo absurdo número de bens que possuía na Coreia e em países estrangeiros. Minho era filho único, e consequentemente único herdeiro de toda fortuna dos pais, porém não se considerava um garoto comum, ele era conhecido pelo apelido de “cinco segundos”, tempo necessário para fazer uma menina cair de amores aos seus pés. Não existia a palavra “regras” em seu vocabulário, ele apenas fazia o que queria, como queria, no tempo que ele queria, e era digno de dó quem reclamasse ou fosse contra as suas ordens. Ele não possuía sentimentos, não se importava com ninguém além de si próprio e não se dava ao trabalho de perder seu tempo com qualquer um, a não ser que fosse algo para seu próprio consumo. Muitos o invejavam, outros sentiam medo dele, as meninas se apaixonavam pela sua feição fechada, seu corpo atlético e sua áurea superior que ele fazia questão de esbanjar por onde passava.

-Mas que merda, vocês são tão incompetentes a ponto de não saber preparar um café da manhã de vergonha? Preciso lembrar-lhes com quem estão falando? –Esbravejou Minho para uma de suas empregadas em mais um de seus mau-humores matinais. Ele atirou a bandeja longe e levantou-se calçando suas pantufas.

-Desculpe-me senhor, o... O senhor quer que eu prepare algo diferente? –O Choi parou ao lado da empregada e sorriu cínico em sua direção.

-Essa sua cara horrível me fez perder completamente o apetite, espero não ver mais essa sua cara nessa casa... –A pobre mulher o olhou chorosa e desesperada.

-Senhor, por favor, eu... Eu... Não tenho para onde ir.

-Acha que é digna para eu gastar minha saliva repetindo? Ou você é inteligente o bastante para entender? –Repetiu ele endurecendo ainda mais sua feição em direção a empregada que tentava inutilmente engolir o choro, ela assentiu.

-Limpe essa bagunça e suma da minha frente. –Ela assentiu baixando a cabeça e logo apressando-se em limpar toda a louça e a comida que o moreno havia derrubado. Ele suspirou massageando suas têmporas e seguiu para o banheiro na intenção de tomar um bom banho. Despiu-se de seu pijama, entrando em sua banheira e relaxando seus músculos enquanto ouvia uma playlist qualquer em seu celular. Após terminar o seu banho, ele enrolou-se na toalha e saiu de seu banheiro, indo em direção ao closet e escolhendo uma roupa qualquer, trocou-se por lá mesmo e quando estava saindo de seu quarto, foi interrompido pelo toque do seu celular.

-O que quer? –Iniciou a chamada nada contente.

-Nossa, mas que grosso... –Uma voz feminina respondeu.

-Quem diabos é você? –Perguntou impaciente.

-Oras, não se lembra de mim? Oppa, saímos juntos ontem à noite... –Ela respondeu com voz manhosa, causando enjoos no mais velho.

-Qual é o seu nome? –Perguntou revirando os olhos, ele não fazia ideia de quem era aquela garota.

-Me chamo Choi Sulli. Liguei porque você esqueceu sua carteira na minha casa, oppa, você foi muito bruto, ainda estou com dores... –O mais velho não pôde deixar de rir da cara da garota.

-Apesar de eu não me lembrar da sua cara, pode ficar com a carteira, aproveite e fique com o dinheiro, acredito ser o suficiente pela noite de ontem, não deve ter sobrado muito já que gastei bastante, e como um amigo eu te aconselho a procurar um emprego mais qualificado para você, e te desejo boa sorte já que nem para puta você serve. –A chamada foi encerrada antes que a garota pudesse responder.

O moreno guardou o celular em seu bolso e desceu as escadas que dava para a cozinha, onde seus pais estavam sentados à mesa, tomando o café da manhã.

-Bom dia filho! –A senhora Choi cumprimentou o filho que nem se quer olhou para si, pegando uma maçã e saindo logo em seguida como se não existisse ninguém ali.

-Minho, surgiu mais uma viagem no qual precisaremos resolver assuntos da empresa... Iremos ao aeroporto às 12:00 pegar um voo para Los Angeles, você ficará bem aqui? –Os pais do moreno nunca paravam em casa, o trabalho exigia muito deles e não restava outra opção a não ser deixar o filho nas mãos dos empregados enquanto viajavam sempre para outros países.

-Que diferença faz perguntarem para mim? Minha opinião se quer importa para vocês. –O moreno respondeu irritado, pegando a chave de sua BMW e seguindo para a garagem onde os empregados se ocuparam em abrir o portão automático, no qual o moreno não esperou que abrisse totalmente e saiu cantando pneu, acima do limite de velocidade, enquanto sua cabeça remoía em ódio da falsidade que ele sempre viu emanar de seus pais, não é como se eles se importassem, não é como se ele fizesse falta para eles, ele se sentia usado, vindo ao mundo apenas para herdar heranças e dar continuidade as porcarias de empresas. Desde criança ele nunca soube o que era a preocupação de uma mãe, ou o carinho de um pai, ele apenas conheceu os diversos carros, videogames, computadores e tudo que fosse considerado para sua “diversão” e que prendesse sua atenção de alguma forma. Ele cresceu em meio ao materialismo, privado de qualquer sentimento, e isso era o que mais fazia falta ao moreno, por mais que o mesmo negasse até a morte.

Estava tão longe em pensamentos que quase matou alguém se não tivesse pisado no freio a tempo, ele ouviu o impacto, porém não sabia se a pessoa havia morrido, e ele também não se importava, apenas apoiou sua cabeça no volante enquanto se recuperava do susto repentino. Suspirou cansado e voltou a sua postura anterior, seria bom se tivesse morrido, seria uma lição para aprender a olhar para onde anda.

-Moço, moço espera! –Uma garota atrapalhada levantou-se cambaleando e ficou parada em frente ao se carro, bloqueando sua passagem.

-Yah, saia da minha frente. Por acaso quer morrer? –Ele esbravejou irritado colocando a cabeça para o lado de fora da janela. A garota correu até a janela segurando alguns sacos de biscoitos em sua mão que estava sangrando.

-Você não quer comprar alguns biscoitos? Eles são deliciosos, eu mesmo os fiz e saiba que sou um ótimo cozinheiro. Se os comprar, eu aceito seu pedido de desculpas, afinal quase fui morto por sua causa, mas estou bem. –Ela sorria em todos os momentos enquanto falava, nem parecia que há segundos atrás poderia estar morta. Ela era idiota? A garota falava muito rápido, porém ele havia entendido. E ele riu ironicamente enquanto a garota olhava inocentemente em sua direção.

-Por acaso eu tenho cara de palhaço? Não quero essa merda de biscoitos. –Ele derrubou os biscoitos no chão fazendo a garota olhar a cena com um biquinho nos lábios ao ver que tinham sujado no asfalto. -Suma daqui antes que eu realmente te mate e dessa vez não será um acidente.

-Yah, você não deveria falar assim com as pessoas, mas não se preocupe, eu aceito suas desculpas. –Ela sorriu novamente e Minho sentiu o sangue ferver, o dia já estava péssimo e para piorar, estava conversando com uma mendiga. –A proposito, meu nome é Lee Taemin.

-Era só o que me faltava, eu não preciso de suas desculpas, e além do mais, pensei que você fosse uma garota, o que agrava ainda mais a situação, não serve nem para comer. Tenho mais o que fazer. –Ele deu partida em seu carro empurrando o pé no acelerador, deixando o loirinho para trás.